LEI Nº 633, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2017
INSTITUI
O PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE ALFREDO CHAVES E DÁ OUTRAS
PROVIDENCIAS.
O PODER EXECUTIVO DO MUNICÍPIO DE ALFREDO CHAVES, ESTADO DO
ESPÍRITO SANTO, faz saber que o Poder Legislativo do Município de Alfredo
Chaves (ES) aprovou e o Chefe do Poder Executivo sanciona a seguinte Lei:
Art. 1º Fica instituído o
Plano Municipal de Saneamento Básico, nos termos do Anexo Único desta Lei.
§ 1º O Plano Municipal de
Saneamento, elaborado pelo Poder Público e pela Sociedade Civil de Alfredo
Chaves, destina-se a articular, integrar e coordenar os recursos tecnológicos,
humanos, econômicos e financeiros para execução dos serviços municipais de
abastecimento de água e esgotamento sanitário do Município, fundado na Lei nº
11.445/2007 e na Lei Estadual nº 9.096/2018.
§ 2º O Poder Executivo,
no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, observando os princípios da
administração pública, contidos no art. 37, caput da Constituição Federal e,
ainda, os princípios da participação popular e do controle social nas políticas
públicas de saneamento, contidas na Lei Federal nº 11.445/2007, criará por Lei,
o Comitê de Gestão e a Câmara Participativa do Plano Municipal de Saneamento
Básico de Alfredo Chaves na forma do dispositivo no Anexo Único desta Lei.
§ 3º A Lei de criação do
comitê de Gestão e da Câmara Participativa ainda observará:
I - a garantia de
mecanismos e procedimentos que garantam à sociedade, por meio de órgãos
colegiados, a participação nos processos de formulação de políticas de
planejamento e de avaliação relacionados aos serviços públicos de Saneamento
Básico;
II - a garantia do
cumprimento dos direitos dos usuários, a melhoria ambiental do Município e a
universalização da prestação do serviço público municipal de saneamento;
III - o dever do
usuário em aderir aos projetos de melhorias previstos no Plano de Saneamento
Básico do Município.
Art. 2º O Plano Municipal de
Saneamento Básico, instituído por esta Lei, será revisto periodicamente a cada
04 (quatro) anos, em período anterior a elaboração do Plano Plurianual, ou
quando se fizer necessário, devidamente justificado.
Parágrafo Único. O Poder Executivo
Municipal deverá encaminhar a proposta de revisão do Plano Municipal de
Saneamento Básico à Câmara Municipal, indicando as alterações, caso
necessárias, a atualização e a consolidação com o Plano Municipal Vigente.
Art. 3º O Município é o
titular dos serviços públicos de saneamento básico, podendo na forma dos
artigos 23 e 241 da Constituição Federal e, com as Leis Federais nº
11.445/2007, nº 11.107/2005, nº 9.074/1995; bem como pelo Decreto Federal nº
7,217/2010 e Lei Estadual nº 9.096/2008, realizar convênio de cooperação
técnica para gestão associada dos serviços, assim como delegar a prestação do
serviço, a organização, a regulação, a fiscalização e a prestação dos serviços.
Art. 4º As disposições do
Plano Municipal de Saneamento Básico vinculará o Poder Público e, quando
houver, os legatários do serviço público de saneamento básico, no que se
refere:
I - às metas imediatas,
de curto, médio e longo prazo, com o objetivo de alcançar o acesso universal
aos serviços;
II - aos projetos e
ações necessários para atingir os objetivos e as metas;
III - às ações para
situações de emergência e contingência.
Art. 5º A prestação de
serviços públicos de saneamento básico por entidade que não integre a
administração pública direta ou indireta depende da celebração de contrato,
sendo vedada a sua disciplina mediante instrumento de natureza precária.
§ 1º Os contratos de
concessão ou permissão para prestação de serviços públicos de saneamento
estabelecerão as condições de seu controle e fiscalização pelo poder cedente, término,
reversão dos bens e serviços, direitos dos concessionários ou permissionários,
prorrogação, caducidade e remuneração, que permitam o atendimento das
necessidades de saneamento da população e que disciplinem os aspectos
econômico-financeiros dos contratos.
§ 2º O Município deverá
intervir ou retomar a operação dos serviços delegados, por indicação da
entidade reguladora, nos casos e condições previstos em lei e nos documentos
contratuais.
Art. 6º O exercício da
função de regulação atenderá aos seguintes princípios:
I - Independência para
tomada de decisões por meio de garantia de autonomia administrativa,
orçamentária e financeira da entidade reguladora;
II - publicidade,
transparência, austeridade, tecnicidade e celeridade das decisões.
Art. 7º São objetivos da
regulação:
I - estabelecer padrões e
normas para a adequada prestação dos serviços e para a satisfação dos usuários;
II - o cumprimento
das condições e metas estabelecidas;
III - prevenir e
reprimir o abuso do poder econômico, ressalvada a competência dos órgãos integrantes
do sistema nacional de defesa da concorrência;
IV - estabelecer
tarifas que assegurem tanto o equilíbrio econômico e financeiro dos contratos
como modalidade tarifária, mediante mecanismos que induzam a eficiência e
eficácia dos serviços e que permitam a apropriação social dos ganhos de
produtividade.
Art. 8º As atividades
administrativas de regulação, organização e fiscalização dos serviços de
saneamento básico poderão ser executadas pelo titular:
I - diretamente, mediante
órgão ou entidade de sua administração direta ou indireta, inclusive consórcio
público do qual participe; ou
II - mediante
delegação, por meio de convênio de cooperação, a órgão ou entidade de outro
ente da Federação ou a consócio público do qual não participe, instituído para
gestão associada de serviços públicos.
Art. 9º Os prestadores de
serviços públicos de saneamento básico deverão fornecer à entidade reguladora
todos os dados e informações necessários para o desempenho de suas atividades,
nas formas das normas legais, regulamentares e contratuais.
§ 1º Incluem-se entre os
dados e informações a que se refere o "caput" deste artigo aquelas
produzidas por empresas ou profissionais contratados para executar serviços ou
fornecer materiais e equipamentos específicos.
§ 2º Compreende-se, nas
atividades de regulação dos serviços de saneamento básico, a interpretação e a
fixação de critérios para a fiel execução dos contratos, dos serviços e para a
correta administração de subsídios.
Art. 10 O Poder Público
garantirá a publicidade dos relatórios, dos estudos, das decisões e dos instrumentos
equivalentes que se refiram à regulação ou a fiscalização dos serviços.
§ 1º Excluem-se do
disposto no "caput" deste artigo os documentos considerados sigilosos
nos termos da lei.
§ 2º A publicidade a que
se refere o "caput", independente do direito de petição, ocorrerá por
meio do portal da transparência do município de Alfredo Chaves.
Art. 11 O Município, na
forma do art. da Lei Federal nº 11.445/2007 e Art. 23, III, do Decreto Federal
nº 7.217/2010, definirá através de suas diretrizes o ente responsável pela
fiscalização.
Art. 12 Observadas as
disposições da Lei Federal nº 11.445/2007 e da Lei Estadual nº 9.096/2008 e
legislação ambiental, toda a edificação permanente deverá ser conectada às
redes públicas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário disponíveis
e estará sujeito a pagamento de tarifa e de outros preços públicos decorrentes
da conexão e do uso desses serviços.
§ 1º O não atendimento do
disposto no "caput" pelos proprietários, possuidores ou titulares da
edificação, implicará na incidência dos ônus daí decorrentes.
§ 2º Excetuam-se da
obrigatoriedade prevista no "caput" apenas as situações de
impossibilidade técnica ou ausência de redes públicas de saneamento básico, em
que serão admitidas soluções individuais de abastecimento de água e de
afastamento e destinação final dos esgotos sanitários, observadas as
disposições legais existentes.
Art. 13 Esta Lei entra em
vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário.
Alfredo Chaves, (ES), 28 de dezembro de 2017.
Este texto não substituiu o original publicado e arquivado na Prefeitura Municipal de Alfredo Chaves.
Catalogação na fonte
Prefeitura Municipal de Alfredo Chaves
Biblioteca Municipal
XXXX Prefeitura Municipal de Alfredo Chaves
Diagnóstico Técnico Participativo - Produto C (Versão
preliminar) - Plano Municipal de Saneamento Básico. 2017
xx f.: il. color. ; tab; qua. ; graf. ; mapas
Parceria: FUNASA/ UFF/
Prefeitura
Diagnóstico Técnico Participativo, Prefeitura Municipal de Alfredo
Chaves, Espírito Santo, 2017.
1. Plano Municipal.
2. Saneamento Básico.
3. Mobilização Social.
4. Saúde Pública.
5. Diagnóstico.
*Demais técnicos da Universidade Federal Fluminense que atuaram
direta ou indiretamente na elaboração da minuta do Diagnóstico.
Técnico-Participativo, no âmbito do Termo de Execução
Descentralizada nº 03/2014.
"A primeira condição para modificar a realidade consiste em
conhecê-la"
(Eduardo Galeano)
O planejamento e a prestação dos serviços de saneamento básico
ainda são desafios para os titulares dos serviços e para especialistas
envolvidos no assunto, uma vez que o conflito entre as reais condições e
necessidades dos Municípios é marcado fortemente pelo processo de gestão do
setor e principalmente pela desigualdade social brasileira.
Muitos têm sido os esforços empreendidos na busca de equacionar os
problemas para minimizar os déficits, para possibilitar a ampliação gradual da
cobertura dos serviços com qualidade e quantidade, na elaboração ou
reformulação de instrumentos legais que ordenem a gestão dos serviços, entre
outros. Contudo, a sustentabilidade técnica e econômica dos serviços permanece
como um obstáculo a ser superado.
Como disciplinamento orientador para os esforços necessários, a Lei
de Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico (Lei nº 11.445/2007), estabelece,
dentre outras questões, que a prestação de serviços públicos de saneamento
básico observará Plano (que poderá ser específico para cada serviço) que
abrangerá, no mínimo:
- O diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições de
vida, utilizando sistema de indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais
e socioeconômicos e apontando as causas das deficiências detectadas;
- Objetivos e metas de curto, médio e longo prazos para a
universalização, admitidas soluções graduais e progressivas, observando a
compatibilidade com os demais planos setoriais;
- Programas, projetos e ações necessárias para atingir os objetivos
e as metas, de modo compatível com os respectivos planos plurianuais e com
outros planos governamentais correlatos, identificando possíveis fontes de
financiamento;
- Ações para emergências e contingências;
- Mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da
eficiência e eficácia das ações programadas.
Estabelece ainda que o Plano de Saneamento Básico editado pelo titular,
poderá ser compatibilizado com planos específicos para cada serviço -
abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, drenagem e manejo de
águas pluviais urbanas e limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos -
elaborados com base em estudos fornecidos pelos prestadores dos serviços.
Cabe ressaltar que, de acordo com o Decreto nº 8.269/2015, que
altera o art. 26 do Decreto nº 7.217/2010, que regulamenta a Lei 11.445/2007,
após 31 de dezembro de 2017, a existência do PMSB é fator condicionante para
acesso aos recursos orçamentários da União ou aos recursos de financiamentos
geridos ou administrados por órgão ou entidade da administração pública
federal, quando destinados aos serviços de saneamento básico (BRASIL, 2015).
O presente documento apresenta o Produto C - Diagnóstico Técnico
Participativo do Município de Alfredo Chaves (DTP/ALC), conforme estabelece o
Termo de Referência para a Elaboração de Planos Municipais de Saneamento Básico
(FUNASA, 2012), pactuado entre a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) e
Universidade Federal Fluminense (UFF) para o atendimento às necessidades da
Prefeitura Municipal de Alfredo Chaves.
Compõe o conjunto de documentos necessários à elaboração do Plano
Municipal de Saneamento Básico (PMSB) e abrange os quatro componentes do
saneamento básico, conforme definido pela Lei de Diretrizes Nacionais para o
Saneamento Básico (Lei nº 11.445/2010) e em seu Decreto nº 7.217/2010):
- Abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, infraestruturas
e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a
captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição;
- Esgotamento sanitário: constituído pelas atividades,
infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e
disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais
até o seu lançamento final no meio ambiente;
- Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de
atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte,
transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário
da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas;
- Drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de
atividades, infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de
águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de
vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas
áreas urbanas.
Contém informações sobre as condições dos serviços públicos de
saneamento básico, quadro epidemiológico e de saúde, indicadores
socioeconômicos e ambientais, além daquelas correlatas a setores que integram o
saneamento básico.
Contempla a dimensão técnica no levantamento e consolidação de
dados secundários e primários somada à percepção da sociedade aferida por meio
do Diagnóstico de Percepção Social e do diálogo nas reuniões, debates e
oficinas realizadas.
A metodologia adotada para a elaboração deste DTP/ALC buscou
assegurar um processo integrador e participativo utilizando-se de técnicas e
instrumentos que potencializaram a interação e a qualidade da comunicação entre
pessoas, grupos e instituições locais, conforme definido no Plano de
Mobilização Social do Município de Alfredo Chaves (PMS/ALC), e em consonância
com as diretrizes e os princípios estabelecidos na LDNSB e na PNRS.
Contou com a formalização dos Comitês de Coordenação e Executivo,
conforme estabelecido no Decreto nº 972-N/2015, integrado por representantes
das secretarias municipais, dos prestadores de serviços, de organizações da sociedade
civil e do NICT-Funasa, como estratégia para a coleta de dados relativos aos
serviços executados, a elaboração e validação dos produtos que comporão o Plano
Municipal de Saneamento Básico.
A coleta de dados realizada foi dividida em duas etapas distintas:
1ª Etapa: Coleta de dados
secundários
As informações e dados secundários que embasaram a estruturação do
DTP envolveram os dados disponibilizados em bases governamentais consolidadas
online com destaque aquelas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(Censo IBGE, 2010), pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
(SNIS, 2013), banco de dados mantido e disponibilizado pela Companhia Espírito Santense de Saneamento (CESAN), e dados disponibilizados
por outras instituições governamentais das esferas Federal e Estadual -
Ministérios da Saúde, da Educação e do Meio Ambiente, Portais da Transparência,
com a inclusão daqueles provindos da Prefeitura Municipal de Alfredo Chaves - Lei Orgânica Municipal, Plano Plurianual
Municipal (PPA), dentre outros nominados ao logo deste DTP. Sempre que possível
e especialmente dados populacionais, fez-se atualização dos mesmos por meios
estatísticos para possibilitar sua compatibilização no período trabalhado.
2ª Etapa: Coleta de dados
primários
Em paralelo à primeira etapa, a coleta de dados primários foi realizada
por equipe técnica designada pela UFF especialmente para este fim, por meio de
visita "in loco" realizada no município. A visita, realizada nos
meses de agosto e setembro de 2016, contemplou os órgãos municipais envolvidos
com o tema e os prestadores dos serviços públicos de Saneamento Básico, momento
no qual puderam ser coletados e quantificados dados sobre o funcionamento dos
sistemas existentes.
De posse dos levantamentos realizados para os quatro componentes do
saneamento básico (dados primários e secundários), o DTP/ALC foi estruturado
incorporando os aspectos socioeconômicos, culturais, ambientais e de
infraestrutura municipal; da política local para o saneamento básico; da
infraestrutura de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário,
drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, limpeza urbana e manejo de
resíduos sólidos e outras informações relevantes.
Agregam-se à visão técnica do presente DTP informações obtidas a
partir da participação da sociedade por meio de reuniões públicas e oficinas,
consolidadas no Diagnóstico de Percepção Social que retratou o entendimento das
pessoas e suas impressões quanto ao saneamento básico no município, do ponto de
vista dos usuários e não usuários, que também apresentaram sugestões de
melhorias para as deficiências apontadas, bem como para a expansão dos
serviços.
Para efeitos do presente Diagnóstico dos serviços públicos de
saneamento básico de Alfredo Chaves, adota-se, como abrangência territorial, as
áreas urbana e rural do município, nestas encontram-se incluídos os distritos e
as áreas consideradas dispersas (Figura a seguir).
Figura 1 - Abrangência
territorial do Diagnóstico Técnico Participativo de Alfredo Chaves (DTP/ALC)
5 - ASPECTOS
SOCIOECONÔMICOS, CULTURAIS, AMBIENTAIS E DE INFRAESTRUTURA
5.1 - CARACTERIZAÇÃO
DA ÁREA DE PLANEJAMENTO
5.1.1 - LOCALIZAÇÃO, LIMITES E ACESSOS
Quadro 1 - Localização do
município de Alfredo Chaves
MACRORREGIÃO |
MESORREGIÃO |
MICRORREGIÃO |
Sudoeste |
Central Espírito- Santense |
Guarapari |
Estado |
Área absoluta (km2) |
Área relativa (%) |
Espírito Santo |
194 |
0,92 |
Coordenadas da Sede Municipal |
20º 37’49" E 40º 45’36" S |
Fonte: IBGE, 2016
Limita-se ao Sudoeste com o município de Anchieta, ao Norte com
Domingos Martins e Marechal Floriano, a Leste com Anchieta e Guarapari, ao Sul
com Iconha e Rio Novo do Sul, a oeste com Vargem Alta e a Nordeste com Viana.
A Sede Municipal de Alfredo Chaves dista 86,98 km da capital do
Estado, Vitória e as distâncias entre as sedes dos municípios vizinhos podem
ser visualizadas na Tabela a seguir. O acesso ao município ocorre por meio
da(s) rodovia(s) ES-146.
Tabela 1 - Distância de
Alfredo Chaves aos municípios limítrofes (km)
MUNICÍPIOS |
DISTÂNCIA (KM) |
Anchieta |
40,56 |
Domingos Martins |
38,22 |
Guarapari |
44,42 |
Iconha |
34,34 |
Marechal Floriano |
30,63 |
Rio Novo do Sul |
52,13 |
Vargem Alta |
65,99 |
Viana |
72,09 |
Fonte: IBGE, 2016
Elaboração: UFF, 2016
As terras compreendidas pelo Município de Alfredo Chaves, até a data
de sua emancipação, pertenciam ao Município de Benevente,
hoje Anchieta. Os primeiros colonizadores da região, subindo o Rio Benevente, fundaram no local onde se encontra a Sede
Municipal, o povoado de Alto do Benevente, que mais
tarde recebeu os nomes de Povoação de Cachoeira de Benevente
e, finalmente, Alfredo Chaves, em homenagem ao Ministro Alfredo Rodrigues
Fernandes Chaves, a quem se deve a vinda dos primeiros colonizadores tiroleses.
Em 1878 e 1895, novos grupos de imigrantes italianos fixaram-se na
região, completando o ciclo imigratório observado no Município.
Distrito criado com a denominação Alfredo Chaves, por decreto
estadual de 24-011891 e lei estadual nº 1220, de 31-12-1919, subordinado ao
município de Anchieta.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Alfredo Chaves,
pelo decreto estadual de 24-01-1891, desmembrado de Anchieta, Sede na vila de
Alfredo Chaves, Constituído do distrito sede, instalado em 24-01-1891.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é
constituído de 4 distritos: Alfredo Chaves, Matilde, Rio Quatinga
e São João. Nos quadros de apuração de Recenseamento Geral de 1-09-1920, o
município é constituído de 5 distritos: Alfredo Chaves, Matilde, Santa Marinha
de Airosa, São João e São Marcos, não aparecendo o distrito de Rio Quatinga. Em divisão administrativa referente ao ano de
1933, o município é constituído de 6 distritos: Alfredo de Chaves, Matilde,
Santa Marinha de Airosa, São João e São Marcos. Assim permanecendo em divisões
territoriais datada de 31-12-1936 e 31-12-1937.
Pelo decreto estadual nº 9941, de 11-11-1938, o distrito de Santa
Marinha de Airosa é extinto, sendo seu território anexado ao distrito sede do
município de Alfredo Chaves. No quadro fixado para vigorar no período de
1939-1943, o município é constituído de 4 distritos: Alfredo Chaves, Matilde,
São João e São Marcos.
Pelo decreto lei estadual nº 15,177, de 31-12-1943, adquiriu o
distrito de Sagrada Família do município de Guarapari, sob o mesmo decreto, o
distrito de São João passou a denominar-se Crubixá, e
o distrito de São Marcos é extinto, sendo seu território anexado ao município
de Alfredo Chaves.
No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o município
é constituído de 4 distritos: Alfredo Chaves, Crubixá,
Matilde e Sagrada Família. Em divisão territorial datada de 1-07-1955, o
município é constituído de 4 distritos: Alfredo Chaves, Crubixá,
Matilde e Sagrada Família. Assim permanecendo em divisão territorial datada de
107-1960.
Pela lei estadual nº 1926, de 07-01-1964, são criados os distritos
de Ribeirão do Cristo e Urânia e anexados ao município de Alfredo Chaves. Pela
lei estadual nº 1930, de 07-01-1964, é criado o distrito de Ibitiruí
e anexado ao município de Alfredo Chaves.
Em divisão territorial datada de 1-01-1979, o município é
constituído de 7 distritos: Alfredo Chaves, Crubixá, Ibitiruí, Matilde, Ribeirão do Cristo, Sagrada Família e
Urânia. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 14-05-2001.
A Figura abaixo apresenta fotos históricas do município de Alfredo
Chaves, disponibilizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
Figura 2 - Fotos históricas
do município de Alfredo Chaves
Fonte: IBGE Cidades, 2016
Atualmente, o município é composto por 7 distrito(s): Alfredo
Chaves, Crubixá, Ibitiruí,
Matilde, Ribeirão Do Cristo, Sagrada Família e Urânia (IBGE,2010). Imagens
recentes do(s) distrito(s) encontram-se apresentados na Figura abaixo.
Figura 3 - Divisão
administrativa do município de Alfredo Chaves (distritos)
Fonte: IBGE, 2016
Elaboração: UFF, 2016
5.2 - CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DO MUNICÍPIO
5.2.1 - ASPECTOS GEOLÓGICOS, GEOMORFOLÓGICOS E DE RELEVO
Em relação aos grupos, o Estado foi dividido em seis grupos sendo
Planícies Costeiras, Piemontes Inumados, Piemontes Orientais, Planaltos da Mantiqueira Setentrional,
Compartimentos Deprimidos e os Planaltos Soerguidos (Tabela a seguir).
Tabela 2 - Dados
quantitativos da morfoestrutura das regiões do
Espírito Santo
DOMÍNIO MORFOESTRUTURAL |
ÁREA (HA) |
% |
Depósitos sedimentares |
15.790,95 |
34,27 |
Faixa de desdobramentos remobilizados Maciços plutônicos |
23.202,29 |
50,35 |
|
5.464,57 |
11,86 |
REGIÃO |
||
Planícies costeiras |
2.479,40 |
5,38 |
Piemontes inumados |
13.311,56 |
28,89 |
Piemontes orientais |
1.737,76 |
3,77 |
Planaltos da Mantiqueira setentrional |
21.464,54 |
46,58 |
Compartimentos deprimidos |
1.682,96 |
3,65 |
Planaltos soerguidos |
3.781,62 |
8,21 |
Fonte: IJSN, 2016
Elaboração: UFF, 2016
As Planícies Costeiras, Estuários e Praias estão distribuídas de
maneira irregular entre a Linha de Costa e os Tabuleiros Costeiros englobando
faixas de praias e desembocaduras dos rios que se dirigem ao litoral. Sua
fisionomia se deve a ação combinada das correntes marinhas paralelas à costa,
aos aportes fluviais e às ações eólicas, variáveis de acordo com as
modificações climáticas (Figura abaixo).
Os Tabuleiros Costeiros ocorrem basicamente desde o sopé das
elevações cristalinas representadas pelas Unidades Chãs Pré-Litorâneas,
Depressão Marginal, Patamares Escalonados e Baixadas litorâneas até as
Planícies Quaternárias. Possuem sedimentos cenozoicos do Grupo Barreiras,
constituídos de areias e argilas variegadas com eventuais linhas de pedra,
disposto em camadas com espessura variada.
As Colinas e Maciços Costeiros caracterizam-se por ser uma área de
topografia deprimida, com reduzidos valores altimétricos em relação a outras
unidades, refletindo estrutura fraturada e dobrada.
A unidade Chãs Pré-Litorâneas é
constituída por uma superfície intensamente dissecada e rampeada em direção à
costa, desde o sopé das elevações que a circundam.
Os Maciços do Caparaó I e II caracterizam-se por um modelado
intensamente dissecado com altitudes médias em torno de 600m, destacado por
grandes elevações maciças, algumas superiores a 2.000 metros de altitude. A
conjugação de influências dos eventos tectônicos sobre essas rochas e de climas
predominantemente úmidos é percebida nas formas de dissecação intensamente
orientadas por falhas intercruzadas, escarpas adaptadas e falhas e elevações
residuais.
Os Patamares Escalonados do Sul Capixaba distinguem das demais
áreas da região Sul Capixaba por ressaltar níveis de dissecação escalonados
formando patamares, delimitados por frentes escarpadas adaptadas a falhas
voltadas para noroeste e com caimento topográfico para sudeste, sugerindo
blocos basculados em decorrência de impulsos epirogenéticos
relacionados com a atuação dos ciclos geotectônicos.
A Depressão Marginal apresenta-se uma configuração irregular,
marcada por reentrâncias, em decorrência de sua própria evolução geomorfológica
comandada pela dissecação fluvial remontante, possibilitando a sua penetração
entre as encostas íngremessãs de elevações
circundantes.
O Bloco Montanhoso Central deve-se ao realce dos diversos núcleos
plutônicos a partir de retomadas erosivas devido ao abaixamento dos níveis de
base da drenagem em consequência de oscilações climáticas e movimentações
estruturais.
Figura 4 - Mapa síntese - morfoestrutura, regiões e unidades geológicas do Espírito
Santo
Fonte: IJSN, 2016
Quanto à geomorfologia, o mapa de declividade, obtido a partir de
um modelo digital de elevação (Figura abaixo), mostra um domínio das classes
plano (0-3% de declividade) e suave-ondulado (3-8% de declividade) na porção
norte-nordeste do estado. Nas demais regiões, predominam relevos bastante
movimentados, compreendendo a maioria do Estado do Espírito Santo.
Figura 5 - Relevo no Estado
do Espírito Santo com destaque do município de Alfredo Chaves
Fonte: PEZEE-ES, 2010
De acordo com os dados apresentados pelo Programa Estadual de
Zoneamento Ecológico-Econômico no Estado do Espírito Santo (PEZEE-ES)1, no
Estado do Espírito Santo, o mapa pedológico simplificado (Figura abaixo) mostra
um domínio de Latossolos (solos profundos, bastante intemperizados-lixiviados,
com baixa fertilidade natural e geralmente boas propriedades físicas) na maior
parte do Estado.
Estes são seguidos pelos Argissolos
(solos moderadamente profundos, maduros, com fertilidade natural geralmente
mais elevada e propriedades físicas não tão boas em comparação aos Latossolos);
Cambissolos (solos geralmente mais rasos, jovens, com
fertilidade natural variável e propriedades físicas predominantemente
desfavoráveis); e os Neossolos Litólicos
(solos muito rasos, muito jovens, com fertilidade natural variável e
propriedades físicas muito limitantes). Ao longo dos rios principais,
sobressaem-se os Neossolos Flúvicos,
os quais são muito variáveis a pequenas distâncias, tanto na horizontal quanto
na vertical.
Figura 6 - Mapa pedológico
simplificado - domínio das classes de solo
Fonte: PEZEE-ES, 2010
O mapa de textura do solo (Figura a seguir) apresenta a
distribuição granulométrica (tamanho de partícula dos componentes areia, silte
e argila), simplificada nas classes grossa, média e fina, conforme detalhado na
metodologia, depende do material de origem e do grau de intemperismo do solo.
Há dominância nítida das texturas fina e grosseira, sendo que a maior expressão
desta última aparece nos Tabuleiros Costeiros e litoral do Estado. Áreas de
textura indiscriminada e média ocorrem em menor proporção.
Figura 7 - Textura dos solos
por regiões e no município de Alfredo Chaves
Fonte: PEZEE-ES, 2010
O teor de matéria orgânica do solo (Figura abaixo), um dos
atributos de maior importância no comportamento e sustentabilidade dos agroecossistemas tropicais, revela predomínio da classe
média, com pouca manifestação das demais classes. Esta constatação reforça a
necessidade de maiores cuidados no manejo deste atributo, principalmente nas
regiões relativamente mais secas do Estado, no intuito de evitar sua
degradação, o que traria consequências muito graves ao ambiente em geral.
Figura 8 - Teor de matéria
orgânica do solo - destaque do município de Alfredo Chaves
Fonte: PEZEE-ES, 2010
5.2.3 -
VULNERABILIDADE NATURAL À CONTAMINAÇÃO DO SOLO PELO USO
Figura 9 - Vulnerabilidade
natural à contaminação pelo uso do solo - destaque do município de Alfredo
Chaves
Fonte: PEZEE-ES, 2010
5.2.4 - ERODIBILIDADE
A erodibilidade, representada pela
suscetibilidade do solo à erosão, revela dominância da classe baixa na maior
parte do Estado. As classes muito alta e alta sobressaem-se nos Tabuleiros
Costeiros e na região serrana. Convém ressaltar que no tocante aos Tabuleiros
Costeiros, o adensamento (a coesão) subsuperficial, característico da maioria
dos solos deste ambiente, minimiza em muito a probabilidade de erosão em sulcos
e voçorocas.
Quando este atributo (erodibilidade) é
cruzado com a declividade, obtém-se um cenário realista uma vez que diversas
áreas de alta erodibilidade (Tabuleiros Costeiros, p.
e.) possuem baixa declividade, resultando num menor risco.
Em termos da vulnerabilidade dos solos à erosão (integrando risco
de erosão, cobertura do solo e intensidade de chuvas), há grandes áreas de
vulnerabilidade muito alta ao mesmo tempo em que há áreas significativas de
vulnerabilidade muito baixa. Áreas de média vulnerabilidade à erosão tendem a
ser mais reduzidas.
Figura 10 - Vulnerabilidade
dos solos à erosão - destaque do município de Alfredo Chaves
Fonte: PEZEE-ES, 2010
5.2.5 - ASPECTOS
CLIMATOLÓGICOS
Segundo estudo
climático de Alvarez et al. (2013) que atualizou a classificação climática de Koppen para todo o
território brasileiro usando dados climáticos de 2950 estações meteorológicas,
o clima da região de Alfredo Chaves, é temperado úmido, com verão quente (Cfa) por estações de verão e inverno bem definidas, sendo o
pico do verão com média mensal superior a 22ºC e sem estação seca ao longo do
ano, conforme pode ser observado a seguir.
Figura 11 - Zonas naturais do
município
Fonte: Mapa de Unidades
Naturais EMCAPA/NEPUT,1999
Quadro 2 - Características
das zonas climáticas do município
ZONAS |
TEMPERATURA |
RELEVO |
ÁGUA |
||||||||||||||
Média min. Mês mais frio ºC |
Média máx. Mês mais quente ºC |
Declividade |
Meses secos |
Meses secos, chuvosos/secos e secos |
|||||||||||||
J |
F |
M |
A |
M |
J |
J |
A |
S |
O |
N |
D |
||||||
Zona 1 - > |
Terras frias, acidentadas e chuvosas |
7,3-9,4 |
25,3-27,8 |
>8% |
1 |
u |
u |
u |
u |
u |
u |
u |
p |
p |
u |
u |
u |
Zona 2 - > |
Terras de temperaturas Amenas, acidentadas e chuvosas |
9,4-11,8 |
27,8-30,7 |
>8% |
1 |
u |
u |
u |
u |
u |
u |
u |
p |
p |
u |
u |
u |
Zona 4 - > |
Terras quentes, acidentadas e chuvosas |
11,8-18 |
30,7-30,0 |
>8% |
1,5 |
u |
p |
u |
u |
u |
p |
p |
p |
p |
u |
u |
u |
Nota: Cada 2 meses
parcialmente secos são contados como um mês seco.
U - chuvoso; S - seco; P - parcialmente seco
Fonte: Mapa de Unidades
Naturais EMCAPA/NEPUT,1999
5.2.6 - ASPECTOS FITOFISIONÔMICOS
O município de Alfredo Chaves está inserido no Bioma Mata Atlântica,
com vegetação floresta ombrófila composta por floresta ombrófila, floresta
estacional semidecidual, formações pioneiras (brejos,
restingas, mangues) e refúgio vegetacional da Serra
do Caparaó (IBGE)2.
O Espírito Santo ocupa uma faixa estreita ao sul, entre as
planícies e as primeiras escarpas das serras interioranas. Ao norte de Vitória
alarga-se, tornando-se expressiva entre Linhares e São Mateus e prolonga-se até
o sul da Bahia. A zona serrana, localizada mais ao interior, é formada por
vales profundos e escavados, nos prolongamentos da Serra da Mantiqueira.
Na zona dos tabuleiros, ocorre principalmente a floresta ombrófila
densa, sendo caracterizada por uma vegetação com exemplares de altura média
acima de 30 m. As árvores são espaçadas, o sub-bosque é pouco denso e
apresentam-se poucas epífitas. Já a zona serrana é caracterizada pela floresta
ombrófila aberta, de altitude, com o interior fechado, vegetação rasteira e
arbustiva abundantes, com altura média de 25 m. De 300 a 800 m de altitude,
forma-se a floresta de encosta, mais úmida. Acima de 1.200 m, assume
características de floresta montana, com árvores um
pouco mais baixas e espécies típicas. Acima de 2.000 m, aparece a vegetação de campos
(refúgios vegetacionais). A zona serrana foi
intensamente explorada, onde se desenvolveu uma capoeira de regeneração, alta e
rica em imbaúbas.
As planícies costeiras ou planícies litorâneas geralmente têm a
elas associado o termo restinga, esse, porém, de significado bastante diverso.
Nesse texto, vamos considerar que o termo restinga se refere ao tipo de
vegetação que recobre as planícies costeiras. Sendo assim, podemos caracterizar
as planícies costeiras por um conjunto de tipos de vegetação, designado muitas
vezes como complexo, que varia desde formações herbáceas, passando por
formações arbustivas, abertas, fechadas, chegando a florestas cujo dossel varia
em altura, mas geralmente não ultrapassam os 20 m.
As regiões costeiras caracterizam-se por apresentarem diversas
feições morfológicas: dunas, mangues, estuários, baías e recifes, decorrentes
da atuação de diferentes fatores como ventos, marés, ondas e correntes.
A vegetação do litoral encontra-se dividida em dois tipos básicos:
a vegetação das praias, dunas e restingas e a vegetação dos mangues. Nas
praias, apresenta-se principalmente de porte herbáceo e nas dunas o porte é
arbustivo. Na restinga, pode- se encontrar uma mata de aspecto xeromórfico, que
em zonas alagadas torna- se paludosa. As restingas do Espírito Santo
localizam-se desde a divisa da Bahia até a divisa com o Rio de Janeiro, ao
longo do litoral, por 411 Km de extensão. Limitam-se em alguns pontos à praia,
mas em 80% de sua área, avançam para o interior.
A presença de manguezais é favorecida pela ocorrência de uma faixa
contínua de terrenos baixos, de substratos de vasa de formação recente ao longo
do litoral. Esses se desenvolvem na desembocadura dos rios, lagunas e
reentrâncias costeiras, onde existe encontro das águas dos rios com a do mar.
São formados por arbustos e árvores com poucas espécies, semelhantes
fisionômica e fisiologicamente. Nas zonas de maior influência das marés,
aparecem mangue- vermelho (Rhizophora mangle) e mangue-preto (Avicenia schaueriana) e nas zonas de menor influência encontra-se
mangue-branco (Laguncularia racemosa). Considerando
sua extensão, os manguezais mais importantes do Estado são os do Rio São
Mateus, Rio Barra Seca, complexo Piraquê-Açú-Mirim,
Baía de Vitória, Baía de Guarapari, Rio Benevente,
Rio Itapemirim e Rio Itabapoana.
5.2.7 - UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
A Lei Federal nº 9.985 instituiu o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação (SNUC), englobando o conjunto de UCs federais do país. O SNUC deve
assegurar à proteção amostras significativas e ecologicamente viáveis da
biodiversidade brasileira e tem por objetivo não apenas proteger, conservar e
recuperar, mas também promover a utilização racional dos recursos e o
desenvolvimento social e econômico segundo princípios e práticas ambientalmente
sustentáveis.
Em seu art. 7º, a Lei do SNUC, define como unidades de conservação,
dois grandes grupos: as Unidades de Proteção Integral ou Uso Indireto, que
possuem objetivo básico preservar a natureza e por isso são mais restritivas
nas atividades permitidas em seu interior, que incluem pesquisa, e as Unidades
de Uso Sustentável ou Uso Direto, que tem por objetivo básico compatibilizar a
conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos
naturais.
De maneira geral, salvo algumas exceções, as unidades de Proteção
Integral não são constituídas por áreas particulares e nem abrigam moradores no
seu interior. Mas podem prever visitação pública para pesquisa científica, fins
educacionais, recreativos e turísticos conforme a categoria da unidade. Incluem
as Estações Ecológicas, Reservas Biológicas, Parques Nacionais, Monumentos
Naturais e Refúgios de Vida Silvestre.
Por outro lado, as Unidades de Uso Sustentável, não só podem
incluem áreas privadas ou comunais, como muitas vezes
são criadas com o fim principal de promover o manejo sustentável de recursos
naturais renováveis (por exemplo, pesca, madeira, e produtos florestais não
madeireiros, etc). Este grupo inclui as Áreas de
Proteção Ambiental, Áreas de Relevante Interesse Ecológico, Florestas
Nacionais, Reservas Extrativistas e Reservas de Desenvolvimento Sustentável e
Reservas de Fauna e as Reservas Privadas.
A lei do SNUC determina, em seu art. nº 27, que toda unidade de
conservação deverá possuir Plano de Manejo. Este é o documento técnico onde se
estabelece o zoneamento e todas as normas específicas que devem presidir o uso
da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das
estruturas físicas necessárias à gestão da unidade. A ausência de plano de
manejo cria um cenário de instabilidade institucional e jurídica para regulação
de atividades no interior das UCs.
No âmbito federal, cabe ao Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade - autarquia ligada ao Ministério do Meio Ambiente - executar as
ações do SNUC, podendo propor, implantar, gerir, fiscalizar e monitorar as UCs
instituídas pela União.
Na condição de signatário da Convenção sobre Diversidade Biológica
da Organização das Nações Unidas estabelecida em 1992, o Brasil assumiu o
compromisso internos e externos com a conversação da biodiversidade. Em relação
a proteção de áreas naturais, as metas nacionais preveem proteger pelo menos
30% do bioma amazônico e 10% dos demais biomas.
O Estado do Espírito Santo conta com 81 Unidades de Conservação em
seu território, das quais 12,35% encontram-se na esfera Federal e 26% Estadual.
Figura 12 - Mapa de Unidades
de Conservação no Estado do Espírito Santo e as regiões hidrográficas
Fonte: IEMA
O Município conta atualmente com três unidades de conservação que
cobrem aproximadamente parte de seu território.
Quadro 3 - Inserção do
território Municipal nas Unidades de Conservação
UNIDADE DE CONSERVAÇÃO |
DENOMINAÇÃO |
ÁREA (H A) |
DATA DA CRIAÇÃO |
ESFERA |
ADMINISTRAÇÃO |
Áreas de Preservação Ambiental |
Parque Natural Municipal Cachoeira Iracema |
- |
- |
Municipal |
Municipal |
Reservas Particulares do Patrimônio Natural |
Alto do Gururu |
4,6 4 |
2016 |
Particular |
Pessoa Jurídica |
Oiutem |
58, 10 |
2006 |
Particular |
Pessoa Física |
Fonte: IEMA, 2017 - PM/SMJ,
2017
5.2.8 - MANANCIAIS
DE INTERESSE DO MUNICÍPIO DE ALFREDO CHAVES
São consideradas como mananciais de interesse as águas interiores
superficiais, subterrâneas, fluentes, emergentes ou em depósito, efetiva ou
potencialmente utilizáveis para o abastecimento público do município.
De acordo com os dados da Agência Nacional das Águas (ANA), o
manancial que abastece o município de Alfredo Chaves é o Rio Benevente, Córrego Caeté, por meio do sistema Isolado
Alfredo Chaves, cuja vazão de referência (Q95%) é de 25 l/s (Bacia do Rio Benevente).
Com relação à vazão, as informações da ANA apontam que através do
tipo de captação superficial no manancial Rio Benevente,
Córrego Caeté (25 l/s), atende à demanda prevista para o ano de 2015 (21 l/s),
sendo o sistema considerado abastecimento satisfatório no município.
Quanto à qualidade da água do manancial, deve-se estar atento ao
disposto na Política Nacional de Recursos Hídricos, instituída pela Lei nº
9.433/97. A política estabelece o enquadramento dos corpos de água em classes,
segundo os usos preponderantes da água, visam assegurar às águas qualidade
compatível com os usos mais exigentes a que forem destinadas. Os padrões de
qualidade das águas de cada classe, bem como os requisitos mínimos de
tratamento para os respectivos usos a que se destinam as águas foram
estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 357/2005. Na Figura abaixo são
apresentadas as disposições para as águas doces.
Figura 13 - Classes de
enquadramento, usos e requisitos mínimos de tratamento
Fonte: ANA, 2016.
Disponível em: http://portalpnqa.ana.gov.br/enquadramento-bases-
conceituais.aspx
A Lei nº 9.433/97 (art. 10) determina ainda que as classes de
corpos de água serão estabelecidas pela legislação ambiental. Contudo, no
estado do Espírito Santo a Lei no 5.818/98, estabelece normas gerais sobre a
Política de Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Estado. Para fins desta Lei
entende-se que o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos
preponderantes, é o instrumento de gestão que tem por objetivo estabelecer o
nível de qualidade que o corpo d’água deve manter ou atingir para atender ou
atingir as necessidades da comunidade ao longo do tempo. As classes de usos
preponderantes são entendidas como grupos de usos das águas definidas para fins
de enquadramento pela resolução CONAMA nº 357/2005.
A classificação e o enquadramento dos corpos d’água nas classes de
uso deverão ser estabelecidos em obediência à legislação específica, normas,
resoluções e pareceres técnicos.
As propostas de enquadramento dos corpos d’água em classes de uso
preponderantes deverão constar do Plano Estadual de Recursos Hídricos - PERH,
que será consolidado pelo órgão gestor da Política Estadual de Recursos
Hídricos, com base nos estudos e propostas e submetido ao Conselho Estadual de
Recursos Hídricos - CERH.
Toda outorga deverá respeitar as classes de uso em que o corpo
d’água estiver enquadrado e a cobrança pelo uso ou derivação e pela diluição,
transporte e assimilação de efluentes de sistemas de esgoto e de outros
efluentes deverão considerar a classe de uso preponderante em que for
classificado o corpo de água.
Compete às Agências de Bacia Hidrográfica propor ao respectivo
Comitê de Bacia Hidrográfica, órgãos setoriais e regionais de atuação
deliberativa e normativa, o enquadramento dos corpos de água nas classes de
uso, que por sua vez, propor o enquadramento ao órgão competente (CERH).
O manancial Rio Benevente, Córrego Caeté
que abastece o município de Alfredo Chaves encontra-se enquadrado como Rio
Classe 2.
A qualidade da água bruta do manancial também pode ser verificada
através dos índices de Qualidade da Água Bruta (IQA) e de Qualidade de Água
Bruta para fins de Abastecimento Público (IAP). Estes índices são calculados
pela ponderação de diversos parâmetros e os valores resultantes podem indicar a
qualificação da água em faixas de péssima à ótima3. Contudo, o estado não
realiza atualmente monitoramento do IQA.
5.2.9 - ASPECTOS
HIDROGRÁFICOS
O município de
Alfredo Chaves está inserido na Bacia do Rio Benevente (Figura abaixo),
que apresenta a superfície de 1.260 Km2, e abrange os municípios de
Anchieta, Alfredo Chaves, Piúma, Iconha e Guarapari.
Os recursos hídricos na Bacia são geridos pelo Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio Benevente (CBH Benevente), instituído por meio do Decreto nº 1.206-R, de
29 de agosto de 2003.
O rio Benevente recebe pequenos
tributários, em ambas as margens, destacando-se o rio Pongal,
da margem direita, que nele deságua próximo à foz, localizada na cidade de
Anchieta.
Figura 14 - Localização do
município de Alfredo Chaves na Bacia Hidrográfica do Rio Benevente
Fonte: Governo do Estado do
Espírito Santo, AGERH, 2016
No trecho alto desta bacia hidrográfica há um crescente interesse
turístico. Entretanto, a parte baixa vem sofrendo um acelerado processo de
ocupação. No município de Piúma, por exemplo, cuja sede localiza-se a beira-mar, há a presença de loteamentos clandestinos
(retirada da cobertura vegetal e poluição de origem antrópica nos rios e lagoas
de origem flúvio-marinha).
Em geral, as vazões dos rios dessa bacia acompanham os índices de
precipitação e o mês setembro é o mais seco do ano, portanto o mês de menor
vazão.
Tal como a vizinha bacia do rio Guarapari, dois tipos de relevo
estão representados nesta região: o serrano, com altitudes superiores a 1000m,
e as baixadas litorâneas. Enquanto, as serras, apesar da elevada degradação,
ainda apresentam remanescentes florestais da Mata Atlântica. Por sua vez, as
planícies litorâneas são ocupadas, predominantemente, por pastos, plantios
agrícolas e vegetação pioneira (capoeiras, mangues e restingas). Vale
registrar, que tanto os remanescentes de Mata Atlântica, em estágio médio e
avançado de regeneração, quanto os ecossistemas associados (mangues e
restingas) pertencem à Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, homologada pela
Unesco, em 1992.
5.2.10 - PRINCIPAIS
FORMAS DE USO DAS ÁGUAS
Os dados da ANA demonstram as principais formas de uso das águas na
Bacia do Rio Benevente e seus usuários (Quadro
abaixo).
Quadro 4 - Uso das águas na
Bacia do Benevente
USOS CONSUNTIVOS |
USUÁRIOS |
USOS NÃO CONSUNTIVOS |
Abastecimento urbano |
CESAN |
Manutenção da biodiversidade fluvial |
Abastecimento rural |
Produtores e população rural |
Recreação, lazer e turismo |
Consumo agroindustrial (pequena escala) |
Estabelecimentos industriais |
Assimilação de esgotos ou diluição de efluentes |
Dessedentação animal (rebanhos) |
Produtores rurais |
Mineração |
Irrigação de pequena escala |
Produtores de café e frutíferas |
- |
Pesca profissional e esportiva |
Turismo |
- |
Fonte: ANA, 2016
5.2.11 - Águas Superficiais
Considerando a disponibilidade hídrica das águas superficiais da
Bacia, o Quadro abaixo apresenta seus dados de relevância.
Quadro 5 - Disponibilidade
hídrica superficial
SEÇÃO |
POSTOS FLUVIOMÉTRICOS - RIO BENEVENTE |
|
POSTO MATILDE |
PIÚMA A JUSANTE DA CONFLUÊNCIA DO RIO PONGAL |
|
QmLt (m3/s) |
5,44 |
30,8 |
Área de drenagem |
226 |
1.250 |
Nota: QmLt
= Vazão média ao longo do tempo
Fonte: Relatório ANA, 2016
A maioria dos poços artesianos da região capta água dos aquíferos
livres de pouca profundidade. Mas não foram obtidas informações, nem do número
de poços nem da demanda atual. Embora não quantificada a demanda, sabe-se que
existem dois tipos de aquíferos: os Livres e os Confinados.
Os livres, de solos residuais de várzeas e encostas, ocupam, por
exemplo, tanto a faixa litorânea como as áreas de relevos movimentados, em
profundidades que variam entre 0 m e 20 m, tendo vazões que oscilam entre 200 a
1.000 l/h.
O segundo tipo configura os aquíferos profundos, cujos poços
perfurados atingem profundidade variável entre 50 e 190 m. Mais da metade deles
demonstraram possuir uma vazão média de 10.000 a 35.000 l/h.
5.2.13 - FATORES DE
DEGRADAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS NA BACIA
Com isso são observados os seguintes impactos: poluição orgânica
das águas e sedimentos; adição de substâncias tóxicas, metais pesados e óleo
nas águas e sedimentos; mediana elevação da turbidez e assoreamento da calha;
destruição de várzeas sazonalmente inundadas, lagos e alagadiços marginais
(perto da foz); diminuição/Eliminação de Matas Marginais; presença de resíduos
flutuante e nos sedimentos; enchentes.
Os principais impactos desta bacia hidrográfica estão diretamente
relacionados à destruição da cobertura florestal, por atividades agropecuárias e
agroindustriais. Existem iniciativas de reflorestamento para a recuperação das
áreas degradadas, nos programas incentivados pelas indústrias madeireiras
(fazendeiro florestal) voltadas para a produção de eucaliptos; e para os
plantios de culturas permanentes como: café, seringueira e, de certa forma,
bananeiras.
5.2.14 -
ENQUADRAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS NA BACIA
De acordo com a proposta apresentada pelo CBH Benevente,
o enquadramento dos recursos hídricos da Bacia pode ser visualizado na Figura a
seguir.
REFERÊNCIA |
GERAÇÃO PER CAPITA - RLU (KG/HAB.DIA) |
GERAÇÃO PER CAPITA – RDO (KG/HAB.DIA) |
GERAÇÃO PER CAPITA – RSU (KG/HAB.DIA) |
Nacional |
0,035 |
1,065 |
1,100 |
Região Sudeste |
0,028 |
0,872 |
0,900 |
Municípios de pequeno porte populacional ‘Brasil |
0,038 |
1,162 |
1,200 |
Alfredo Chaves |
0,030 |
0,870 |
0,900 |
Figura 15 - Proposta de
enquadramento dos recursos hídricos da Bacia do Rio Benevente
Fonte: CBH Benevente, 2016
5.3 - CARACTERIZAÇÃO
SOCIOECONÔMICA
5.3.1 - ASPECTOS DEMOGRÁFICOS
O Censo 2010 estima que 47% da população do município encontra-se
estabelecida nas áreas urbanas e os 57% restante nas áreas rurais. Em função da
ausência de dados oficiais que estimem os percentuais populacionais atribuídos
às áreas urbana e rural, os índices disponíveis serão aplicados para perceber
as diferenças populacionais que podem persistir até o ano de 2016.
A densidade demográfica em Alfredo Chaves no ano de 2010 foi de
22,7hab./km2
Tabela 3 - População do
município de Alfredo Chaves, 2010 a 2016
ANO |
POPULAÇÃO TOTAL (HABITANTE S) |
POPULAÇÃO URBANA (HABITANTES) |
POPULAÇÃO RURAL (HABITANTES) |
2010 |
13.955 |
6.557 |
7.403 |
2011 |
13.982 |
6.572 |
7.410 |
2012 |
14.007 |
6.583 |
7.424 |
2013 |
14.859 |
6.984 |
7.875 |
2014 |
14.916 |
7.011 |
7.905 |
2015 |
14.973 |
7.037 |
7.936 |
2016 |
15.029 |
7.064 |
7.965 |
Fonte: IBGE, 2016
Verifica-se que a população rural apresenta maior percentual em
relação à população urbana. A população de homens mantém-se maior que de
mulheres, para todo o período considerado. No entanto, é possível observar nos
últimos dois períodos (20002010), que os percentuais de mulheres na área urbana
são maiores que os percentuais de homens. Entretanto, com relação à população
total, no ano de 2010, a população masculina representou 51,9%, enquanto que a
feminina foi de 48,1%.
A Tabela a seguir apresenta a taxa média de crescimento anual (%)
da população de Alfredo Chaves, no período de 1980 a 2016.
Tabela 4 - Taxa média de
crescimento anual da população de Alfredo Chaves (%) - 1980 a 2016
MUNICÍPIO |
1980/19 91 |
1991/20 00 |
2000/20 10 |
2010/20 16 |
Alfredo Chaves |
1,51 |
0,82 |
0,25 |
1,20 |
Fonte: IBGE, 2010
Observa-se que o Censo de 2010 confirmou a tendência de crescimento
populacional observado anteriormente.
Na evolução da pirâmide etária do município, entre 2000 e 2010
(Figura a seguir), pode-se perceber que houve redução da base da pirâmide, na
faixa etária que vai de 0 a 14 anos, passando de aproximadamente 26% da
população total em 2000 para cerca de 20% em 2010.
A redução da base da pirâmide e o aumento dos percentuais de
população nas faixas etárias adulta e acima de 60 anos, está sincronizada com o
processo que vem acontecendo no Brasil nas últimas décadas, conhecido como
transição demográfica. Os principais fatores que influenciam esse processo são
a redução da mortalidade infantil, a redução da fecundidade e a melhoria das
condições socioeconômicas da população.
Figura 16 - Pirâmide etária
de Alfredo Chaves, 2000 a 2010
Fonte: IBGE, 2010.
No município de Alfredo Chaves houve aumento da esperança de vida
ao nascer, redução na taxa de fecundidade e redução na mortalidade infantil,
fatores que certamente influenciaram no estreitamento da base da pirâmide
etária e no aumento da população adulta no município, melhora das condições de
vida.
5.3.2 - POPULAÇÕES INDÍGENAS, QUILOMBOLAS, EXTRATIVISTAS E DE
ASSENTAMENTOS DE REFORMA AGRÁRIA
O Brasil apresentou em 2010, uma população de aproximadamente 897
mil indígenas autodeclarados ou que se reconhecem como indígenas, dos quais
pouco mais de 517 mil (IBGE, 2010) que vivem em alguma das 588 terras indígenas
reconhecidas - entre tradicionalmente ocupadas, interditadas, dominiais ou
reservas indígenas (FUNAI 20164).
No estado do Espírito Santo três terras indígenas regularizadas
encontram-se instaladas somente no município de Aracruz (Quadro abaixo).
Os Tupiniquins, com população mais numerosa, somam 2.625 pessoas
(FUNASA, 2010). Já os Guarani somam 262 indivíduos e compartilham duas terras
indígenas com os Tupiniquim: a TI Tupiniquim e a TI Caieiras Velha II.
Quadro 6 - Terras indígenas
no estado do Espírito Santo
TERRA INDÍGENA |
ETNIA |
MUNICÍPIO |
SUPERFÍCIE (HA) |
PROCEDIMENTO |
Caieiras Velha II |
Guarani Mbya, Tupiniqui
m |
Aracruz |
57,3935 |
Regularizada |
Comboios |
Guarani, Tupiniquim |
Aracruz |
3.872,1411 |
Regularizada |
Tupiniquim |
Tupiniqui m |
Aracruz |
14.282,7968 |
Regularizada |
Fonte: FUNAI -Terras
indígenas, 2016
O município de Alfredo Chaves abriga uma população de 20 índios em
seu território.
- Comunidades de remanescentes quilombolas
Apesar do Estado do Espírito Santo contar com 30 comunidades
remanescentes de quilombolas reconhecidas pela Fundação Palmares até 20155, em
Alfredo Chaves, não existem comunidades quilombolas instaladas.
O extrativismo mineral no Espírito Santo tem por objetivo a
exportação de riquezas minerais. As principais ocorrências no Estado são:
- Mármore: Tem alta receptividade no mercado nacional e
internacional. Atualmente existem mais de 300 empresas que atuam no Espírito
Santo, distribuídas nos segmentos de extração, desdobramento e beneficiamento,
gerando cerca de 12 mil empregos diretos. Cachoeiro de Itapemirim, município
situado a 100 quilômetros de Vitória, concentra mais de 90% dos teares
instalados no Estado, de um total de mais de 600 que existem no Espírito Santo.
- Petróleo: O petróleo jorrou, pela primeira vez, no
município de São Mateus, ao norte do Estado, em 1967. O petróleo é explorado
pela Petrobrás e é uma grande promessa de recursos para o ES.
- Calcário: Usado na fabricação de cimento, produção de pó
fino para uso industrial e corretivo de solo.
- Granito: Jazidas principais situadas em Cachoeiro de
Itapemirim.
- Argila: Usada pela indústria de construção civil,
cerâmica, artesanato, papel, borracha.
- Berilo: Usado industrialmente na produção de aço especial,
bombas e pilhas atômicas.
- Feldspato: Usado na indústria de cerâmica e de vidro.
- Manganês: Usado na usina siderúrgica e na fabricação de
turbina e vela.
- Monazita: Interesse industrial como fonte de terras raras
e do tório. O minério de ferro para a produção das pelotas tem origem em Minas
Gerais, alcançando o Espírito Santo pela EFVM - Estrada de Ferro Vitória a
Minas - (para as usinas da CVRD) ou de minero duto (para a Samarco Mineração).
No entanto, não há informações sobre comunidades extrativistas nos
segmentos apresentados no município de Alfredo Chaves, sendo o extrativismo
executado diretamente por empresas instaladas no Estado.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Reforma Agrária
(Incra)6, no Estado do Espírito Santo existem 94 assentamentos de
reforma agrária, com 4.236 famílias assentadas, ocupando uma área de 52.247,30
ha. Não foram identificados assentamentos de reforma agrária no município de
Alfredo Chaves.
Deve-se considerar as atividades importantes como a agroindústria
de pequeno porte, silvicultura, e outras, evidenciando toda a cadeia produtiva
das principais atividades socioeconômicas desenvolvidas.
Alfredo Chaves dispõe de circuitos turísticos rurais, tais como:
Vale da Aventura, Caminho das Águas e Sete Maravilhas de Maravilhas. O ponto de
partida é a sede municipal. Por esses caminhos descobrimos lindas cachoeiras,
formosos vales, quedas d’águas exuberantes, um túnel encantado e a famosa rampa
de vôo livre. Todas essas peculiaridades alfredenses
formam um leque de opções de lazer. Rapel, vôo livre
de parapente ou asa delta, caminhada pelas matas, mergulho, boiacross,
canoagem, rafting, tirolesa, pedalinho no lago, são algumas das opções. Dois
destinos de pura beleza natural, onde o bucolismo e a aventura, aliados a uma
excelente comida caseira e regados a muita cultura, são encontrados. Circuito
Vale da Aventura: Vale das Aventuras, Voando Alto, Reactions,
Espaço Ácgua, Pousada Recanto das Ilhas, Ar Livre Eco-passeios, Fora do Ar, Pousada do Zezé, Vôo Adventure - Escola de Parapente. Circuito Caminhos das
Águas: Pousada Daróz, Recanto da Iza, Floricultura
Maravilha, Sítio Kamará, Cachaça Cavalinho, Eco
Pousada Oiutrem (em breve terá um Eco-Parque
próximo a cachoeira de Matilde), Biscoitos Tia Virgínia, Reserva Natural Oiutrem, Pousada Vale das Cachoeiras, Pousada Águas de Pinon, Pousada e Camping Prainha.
5.3.3 - EIXOS DE
DESENVOLVIMENTO URBANO
O tecido urbano do município desenvolve-se com base em linhas
diferenciadas de acesso e movimento, determinando percursos e vetores de
expansão distintos. Os percursos produzidos são vistos como fator de integração
e de aproximação sócio espacial. Destacam-se aspectos como forças
organizadoras, econômicas, culturais e relacionadas com as práticas dos
grupamentos sociais, que articulam os percursos principais e o processo de
evolução urbana.
Em que pese o município não possuir Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano, a Figura abaixo demostra a tendência de crescimento da
malha urbana municipal, que ocorre em áreas mais planas, acompanhando vias de
acesso existentes no município.
Figura 17 - Tendência de crescimento
da malha urbana do município de Alfredo Chaves
Fonte: IJSN, 2012
Nutrição infantil
O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) mantido
pelo Ministério da Saúde/DATASUS apresenta alguns indicadores sobre o estado
nutricional da população municipal.
A Tabela abaixo mostra os indicadores de peso por idade para a
faixa de população que vai de 0 a 2 anos no município de Alfredo Chaves.
Tabela 5 - Estado
nutricional de crianças de 0 a 2 anos, relação peso vs. Idade
REGIÃO |
PESO MUITO BAIXO PARA A IDADE |
PESO BAIXO PARA A IDADE |
PESO ADEQUADO OU EUTRÓFICO |
PESO ELEVADO PARA A IDADE |
TOTAL |
||||
Quant. |
% |
Quant. |
% |
Quant. |
% |
Quant. |
% |
|
|
Alfredo |
1 |
0,46 |
3 |
1,37 |
195 |
89,04 |
20 |
9,13 |
219 |
Chaves |
86 |
1,37 |
107 |
1,7 |
5,402 |
85,87 |
696 |
11,06 |
6.291 |
Espírito Santo Brasil |
8.203 |
1,89 |
11.312 |
2,61 |
373.299 |
86,12 |
40.653 |
9,58 |
433.467 |
Fonte: SISVAN/DATASUS, 2015
O indicador peso por idade expressa a relação entre a massa
corporal e a idade cronológica da criança. É o índice utilizado para a
avaliação do estado nutricional, principalmente para caracterização do baixo
peso. Considera-se baixo peso ao nascer (BPN) menos de 2.500g como peso dos
nascidos vivos, causado em decorrência de alguns fatores, entre eles a
prematuridade.
Essa avaliação é utilizada para o acompanhamento do crescimento
infantil e reflete a situação global do indivíduo (condições socioeconômicas,
culturais, ambientais e de acesso aos serviços de saúde).
O município de Alfredo Chaves apresentou, no ano de 2015, 89,04%
das crianças de 0 a 2 anos dentro da faixa considerada peso adequado. A
proporção observada de crianças com peso adequado é semelhante ao índice
estadual e semelhante ao índice nacional.
É possível analisar também que, para Alfredo Chaves, semelhante ao
que acontece no Espírito Santo ou no Brasil, a maior parte dos casos de
crianças com peso não adequado estão acima do peso esperado para idade. No
entanto, a proporção de crianças com peso abaixo da média no município é
significativamente mais alta do que no restante do país.
Já o indicador altura por idade expressa o crescimento linear de
crianças e corresponde ao dado que melhor representa o efeito cumulativo de
situações adversas sobre o crescimento da criança.
Tabela 6 - Estado
nutricional de crianças de 0 a 2 anos, relação altura vs. Idade
REGIÃO |
ALTURA MUITO BAIXA PARA A IDADE |
ALTURA BAIXA PARA A IDADE |
ALTURA ADEQUADA PARA A IDADE |
TOTAL |
|||
Quant. |
% |
Quant. |
% |
Quant. |
% |
|
|
Alfredo |
9 |
4,11 |
9 |
4,11 |
201 |
91,78 |
219 |
Chaves |
249 |
3,96 |
314 |
4,99 |
5.728 |
91, 05 |
6.291 |
Espírito Santo Brasil |
24.665 |
5,64 |
26.425 |
6,1 |
382.577 |
88,26 |
433.4 67 |
Fonte: SISVAN/DATASUS, 2015
É considerado como o índice mais sensível para aferir a qualidade de
vida da população infantil, tendo correlação com indicadores de mortalidade
infantil.
Pode-se perceber que em 2015, o município de Alfredo Chaves
apresentou 91,78% de crianças de 0 a 2 anos na faixa de altura considerada
adequada para a idade.
Fecundidade,
natalidade, expectativa de vida ao nascer e mortalidade
A taxa de fecundidade total corresponde à estimativa do número
médio de filhos nascidos vivos por mulher ao longo de sua vida, tendo estreita
relação com a taxa de crescimento populacional.
Para haver reposição populacional, a taxa de fecundidade deve ser
superior a 2.1%. Taxas de fecundidade abaixo deste valor são indicativas do
envelhecimento da população.
De acordo com os dados dos últimos três Censos do IBGE, o município
de Alfredo Chaves apresentou tendência de queda da fecundidade entre 1991 e
2010 (Tabela a seguir) e em 2010 apresentou uma taxa de 1,84%, estando na 42ª
posição dentre os municípios do estado com fecundidade mais alta.
Tabela 7 - Taxa de
fecundidade (filhos/mulher) para Alfredo Chaves
REGIÃO |
ANOS |
||
1991 |
2000 |
2010 |
|
Alfredo Chaves |
2,55 |
2,41 |
1,84 |
Espírito Santo |
4,7 |
3,2 |
2,6 |
Brasil |
2,9 |
2,4 |
1,9 |
Fonte: IBGE, 2010
Percebe-se que Chaves o e o Brasil em termos da Alfredo acompanhou
Estado redução na taxa de fecundidade.
Dentre os fatores que influenciam a redução da taxa de fecundidade,
destaca-se a redução da mortalidade infantil (uma vez que não é necessário ter
muitos filhos por mulher), a melhoria do nível educacional (com aumento no
acesso a informação sobre métodos contraceptivos,
planejamento familiar e educação sexual), e aumento no acesso à renda,
especialmente quando há a maior participação da mulher no mercado de trabalho.
No município de Alfredo Chaves, de acordo com os dados do Censo
IBGE (Tabela abaixo), a esperança de vida ao nascer cresceu 6,84 anos entre
2000 e 2010. Alfredo Chaves tem a 32ª esperança de vida dentre os municípios do
estado e está 1,03 anos acima da referência nacional.
Tabela 8 - Esperança de vida
ao nascer para Alfredo Chaves
REGIÃO |
ANOS |
||
1991 |
2000 |
2010 |
|
Alfredo Chaves |
68,09 |
71,30 |
74,93 |
Espírito Santo |
58,00 |
63,90 |
70,40 |
Brasil |
64,70 |
68,60 |
73,90 |
Fonte: IBGE, 2010
Isso demonstra que houve possível melhora nos fatores condicionantes
da saúde, sobretudo nos primeiros anos de vida, tais como as condições de vida
e acesso aos serviços de saúde, que influenciam diretamente o indicador
esperança de vida ao nascer. Ademais, esse comportamento também pode ser
explicado pelo fenômeno da transição demográfica, ou seja, a passagem de um
regime de alta natalidade e alta mortalidade para um regime de baixa natalidade
e baixa mortalidade, fazendo que houvesse maior envelhecimento da população.
A taxa bruta de natalidade no Estado seguiu a tendência nacional e
decresceu significativamente (10.33 pontos) entre os anos de 1991 a 2011.
Contudo o Estado segue com taxas mais altas de natalidade que o restante do
país.
As taxas mortalidade infantil até um ano e cinco anos de idade são
indicadores utilizados para avaliar as condições de saúde de uma população,
pois possuem boa sensibilidade para avaliar as condições de vida e de acesso
aos serviços de saúde.
A redução das taxas de mortalidade infantil é um dos oito Objetivos
de Desenvolvimento do Milênio (ODM) estabelecidos em comum acordo por 191
nações em 2000, durante reunião na sede da ONU. O Brasil firmou o compromisso
de reduzir seus índices de mortalidade infantil em 2/3 até 2015 (tomando 1990 como
ano de referência).
O Brasil atingiu sua meta antecipadamente em 2011, reduzindo os
índices de mortalidade infantil até 1 ano e 5 anos para 17.71 e 15.27 mortes
por mil nascidos vivos respectivamente.
Acompanhando o cenário nacional, Alfredo Chaves, também cumpriu a
meta nacional para o objetivo do milênio, promovendo, entre 1991 e 2010,
redução de 51% e 50% na mortalidade infantil até 1 e 5 anos de idade
respectivamente.
O município de Alfredo Chaves, encontra-se na 31ª colocação dentre
os municípios do Espírito Santo, considerando o índice de mortalidade infantil
até 5 anos.
INDICADORES DE
MORBIMORTALIDADE
A morbimortalidade refere-se ao impacto das doenças e das mortes
que incorrem em uma sociedade ou população.
De acordo com a OPAS, 20087, a morbidade expressa o número absoluto
de casos novos confirmados de determinada doença, na população residente em
determinado espaço geográfico, no ano considerado. A mortalidade expressa o
número de óbitos, por mil nascidos vivos, na população residente em determinado
espaço geográfico, no ano considerado.
Nesse contexto, buscou-se analisar os indicadores da incidência de
doenças relacionadas às condições precárias de saneamento básico: dengue,
malária e leptospirose, diarreia e gastrenterite de origem infecciosa
presumível.
A dengue é uma doença infecciosa febril aguda, que pode ser de
curso benigno ou grave, dependendo da forma como se apresenta (Brasil,
Ministério da Saúde, 2008). Manifestações mais graves, como as formas
hemorrágicas podem ter relação com infecções sequenciais por diferentes
sorotipos do vírus, por variações na virulência de determinadas cepas do vírus
ou por interação entre fatores da pessoa infectada, do vírus e epidemiológicos
(Brasil, Ministério da Saúde, 2005).
Sua transmissão se dá, sobretudo, por meio do mosquito Aedes
aegypti (A. albopictus tem pouca importância
epidemiológica nas Américas) de origem africana que se adaptou ao ambiente
urbano e dispersou-se mundialmente pela zona tropical.
A incidência de dengue tem relação direta às formas precárias de
armazenamento de água e com a insuficiência ou precariedade dos serviços de
limpeza urbana, pois o mosquito transmissor tem sua reprodução dependente do
acesso a fontes de água parada, limpas ou não. Há, portanto relação direta com
o saneamento básico, especialmente com os serviços de abastecimento de água
potável, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos.
Os primeiros relatos no país datam do final do século XIX e início
do século XX, mas somente a partir da década de 80 que os primeiros surtos
começaram a ocorrer e na década de 90, com picos de incidência próximos ou
superiores ao considerado epidêmico (300 casos por 100mil habitantes) em 1998, 2002
e de 2008 a 2015 (Barreto & Teixeira 2008; Sage-SUS,
20168).
No Estado, foram notificados 47.448 casos de dengue entre 03 de janeiro
e 21 de maio de 2016. Destes, 506 são suspeitos da forma grave, 19 são óbitos
confirmados e 14 são óbitos sob investigação. No mesmo período, a taxa de
incidência da doença no Estado ficou em 1.207,36 (Secretaria Estadual de Saúde-
ES, 2016).
A tabela, a seguir, apresenta o quantitativo de incidência de
dengue em 2016, no município de Alfredo Chaves.
Tabela 9 - Incidência de
dengue no município de Alfredo Chaves por semana epidemiológica (SE) –
MUNICÍPIO |
TAXA (% POR 100 MIL HABITANTES) |
||||
Alfredo Chaves |
17º SE |
18º SE |
19º SE |
20º SE |
Média |
6,7 |
20,0 |
46,8 |
20,0 |
23,4 |
Fonte: Secretaria Estadual
de Saúde, 2016
Entretanto, as taxas de infestação ficaram num total em torno de
241 casos por 100 mil habitantes de 2010 a 2012.
A figura, a seguir, apresenta a taxa de incidência de dengue em
Alfredo Chaves, medida em número de casos entre 2010 e 2012.
Figura 18 - Taxa de
incidência (por 100 mil hab) de dengue em Alfredo
Chaves, 2010-2012
Fonte: Sala de Apoio à
Gestão Estratégica do SUS (SAGE), 2012
Em relação à dengue, houve um pico na incidência de dengue
registrado durante a 19a semana epidemiológica. Entretanto, de forma geral, a
taxa se manteve estável. Quando se verifica a taxa por ano, observa-se que no
ano de 2011 foi aquele que apresentou maior incidência de casos.
É uma doença infecciosa febril aguda, cujos agentes etiológicos são
protozoários do gênero Plasmodium, os quais são transmitidos aos seres humanos
pelas fêmeas infectadas do mosquito gênero Anopheles. O quadro clínico típico é
caracterizado por febre alta, acompanhada de calafrios, sudorese profusa e cefaléia, que ocorrem em padrões cíclicos, dependendo da
espécie de plasmódio infectante (Brasil, Ministério da Saúde, 2008).
Dentre os quatro tipos de Plasmodiumcom
importância epidemiológica, o mais agressivo é o P.falciparum,
que se multiplica rapidamente na corrente sanguínea, destruindo de 2% a 25% do
total de hemácias (glóbulos vermelhos) e provocando um quadro de anemia grave.
Além disso, os glóbulos vermelhos parasitados pelo P.falciparum
sofrem alterações em sua estrutura que os tornam mais adesivos entre si e às
paredes dos vasos sanguíneos, causando pequenos coágulos que podem gerar
problemas como tromboses e embolias em diversos órgãos do corpo. Por isso, a
malária por P.falciparum é considerada uma emergência
médica e o seu tratamento deve ser iniciado nas primeiras 24h do início da
febre.
A grande maioria dos casos se concentra na região amazônica,
considerada área endêmica da doença, entretanto, de acordo com o Secretaria
Estadual de Saúde, no Estado do Espírito Santo ocorrem dois padrões diferentes
de transmissão da malária: Malária residual de sistema de Mata Atlântica e a
Malária importada ou subsequente a casos importados.
No período de 2007 a 2014 foram assinalados como confirmados 2.444
casos de malária no Estado, onde destes o maior número por resultado
parasitológico foi do Plasmodium vívax, sendo que
destes confirmados, somente, 22 casos foram assinalados também como autóctone
segundo município de residência.
Há predomínio do sexo masculino de trabalhadores agropecuários, da
faixa etária entre 20 e 49 anos. Destaca-se ainda a ocorrência de dois óbitos
por malária no ano de 2011 no Espírito Santo, a ocorrência de diversos surtos
desta doença subsequentes a casos importados, a existência de pessoas
susceptíveis a esta doença e, por ser este Estado uma área receptiva a esta
endemia (existem mosquitos anofelinos em todo o território do Estado).
O Espírito Santo está inserido na área endêmica de malária no País
(baixo risco), mas o Mapa de Risco da Malária no Brasil (MS, 2014) demonstra
que somente parte território apresentou risco de transmissão (Figura a seguir).
Figura 19 - Mapa de risco da
malária no Brasil em 2014
Fonte: Sinam/SVS/MS e Sivep-Malária/SVS/MS. Disponível em http://portalsaude.saude.gov.br/images/jpg/2015/junho/24/Mapa-de-risco-2014.jpg.
Acessado em 31 de janeiro de 2016.
A malária geralmente é associada à precariedade das condições
habitacionais e às carências no âmbito dos serviços de saneamento básico, sobretudo
os serviços de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas e limpeza urbana e
manejo dos resíduos sólidos. Sua ocorrência causa consideráveis perdas sociais
e econômicas na população sob risco, principalmente naquela que vive em
condições precárias de habitação e saneamento.
A Tabela a seguir, demonstra que não houve casos e óbitos
provocados por malária no município de Alfredo Chaves, entre os anos 2013 e
2016.
Tabela 10 - Malária no
município de Alfredo Chaves, 2013 a 2016
CASOS DE MALÁRIA EM ALFREDO CHAVES DE 2013 A 2016 (ANO A ANO) |
||||
Ano |
2013 |
2014 |
2015 |
2016 |
Nº de casos |
5 |
4 |
3 |
7 |
NENHUM ÓBITO |
Fonte: Sala de Apoio à
Gestão Estratégica do SUS (SAGE), 2012.
Ainda, em complemento aos dados de incidência, verifica-se que
Alfredo Chaves não consta na lista de municípios pertencentes às áreas
endêmicas para malária estabelecida pelo Ministério da Saúde em 2014.
Doença infecciosa febril de início abrupto, causada por bactéria e
que pode variar desde formas assintomáticas e subclínicas até quadros clínicos
graves associados a manifestações fulminantes (Brasil, Ministério da Saúde,
2008). Causa febre alta, dores no corpo e na cabeça, náusea e vômito, olhos
vermelhos e icterícia.
É transmitida pela exposição direta ou indireta à urina de animais
infectados. A penetração do microrganismo ocorre através da pele com presença
de lesões, da pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada ou
através de mucosas. O agente causador pode ser encontrado na urina de várias
espécies de animais, sinantrópicos, domésticos e
selvagens, que agem como reservatórios para a doença. Os humanos são apenas
hospedeiros acidentais e terminais dentro da cadeia de transmissão, enquanto os
principais reservatórios de interesse epidemiológico são roedores sinantrópicos como os ratos e ratazanas (Rattusrattus e Rattusnovergicus)
e os camundongos (Mus musculus).
O contágio ocorre principalmente em situações de enchentes e
inundações, quando a urina dos hospedeiros mistura-se a água e entra em contato
com as pessoas. Dessa maneira sua ocorrência está relacionada às precárias
condições de infraestrutura sanitária, principalmente nos sistemas de drenagens
que deveriam prevenir enchentes e inundações, e a adequada gestão de resíduos
sólidos, que deveria evitar infestação de roedores nas áreas urbanas.
Entre 2010 e 2012, o Brasil apresentou um quadro estável de
incidência de leptospirose, com taxas de incidência variando de 1,5 a 2,5 casos
por 100 mil habitantes, com letalidade variando de 6 a 12% dos casos.
A figura, a seguir, apresenta a taxa de incidência de leptospirose
em Alfredo Chaves, medida em número de casos novos confirmados de leptospirose
sobre 100.00 habitantes, entre 2010 e 2012.
Figura 20 - Taxa de
incidência de leptospirose para Alfredo Chaves, 2010-2012
Fonte: DATASUS, 2012
As taxas de incidência de leptospirose têm apresentado índices
crescentes, o que reforça a necessidade da implantação de melhorias nos
sistemas de saneamento básico, assim como no desenvolvimento de programas e
ações em educação sanitária e ambiental da população, que possibilitariam
reduzir esses indicadores.
DIARREIA E
GASTROENTERITE DE ORIGEM INFECCIOSA PRESUMÍVEL
A diarreia é uma síndrome causada por vários agentes etiológicos
(bactérias, vírus e parasitas), cuja manifestação predominante é o aumento do
número de evacuações, com fezes aquosas ou de pouca consistência (Ministério da
Saúde, Classificação CID 10: A09) e que podem levar a pessoa acometida a um
quadro de desidratação.
Está associada diretamente à ingestão de alimentos contaminados e
às condições inadequadas dos serviços de saneamento básico, sobretudo com a
qualidade da água e com a adequação do destino dos efluentes domésticos. Na
maior parte das vezes, a diarreia é uma doença autolimitada (cura-se
espontaneamente em 2 a 14 dias) e não requer tratamento específico, bastando
repor a quantidade de líquidos perdida por meio das fezes.
No Brasil, entre 2001 e 2013, houve tendência de queda no número de
mortes por diarreia, passando do patamar de 3 para 2 mortes por 100 mil
habitantes por ano.
A figura, a seguir, apresenta o número de óbitos por diarreia e
gastrenterite de origem infecciosa presumível ocorridos no município de Alfredo
Chaves, entre 2008 e 2016.
Figura 21 - Número de óbitos
por diarreia e gastrenterite de origem infecciosa presumível em Alfredo Chaves,
2008-2016
Fonte: DATASUS, 2016
Observa-se que entre os anos 2009 e 2011 somente foram registrados
2 casos de óbitos por diarreia. Em 2014 foram registrados mais 2 casos, e em
2015, 4 casos. Estes índices permitem sugerir que o problema que se mantinha
sobre controle, ou até mesmo por subnotificação. A partir de 2014, foi possível
verificar um sensível aumento do número de óbitos, o que pode evidenciar
problemas nas condições.
5.3.5 -
INFRAESTRUTURA DOS SERVIÇOS DE SAÚDE NO MUNICÍPIO
Quadro 7 - Unidades de saúde
no município de Alfredo Chaves
ESTABELECIMENTO |
LOCALIZAÇÃO |
Equipe de Saúde da Família do Cajá |
Rua Ernani Bonacossa, 373 - Jardim do
Caja |
Equipe de Saúde da Família do Iriritimirim |
Iriritimirim, S/N - Zona Rural |
Equipe de Saúde da Família de Sagrada Família |
Sagrada Família, S/N - Zona Rural |
Equipe de Saúde da Família de São João de Crubixá |
São João de Crubixá, S/N - Zona Rural |
Equipe de Saúde da Família da Sede |
Rua Ernani Bonacossa, 373 - Jardim do
Caja |
Pronto Atendimento Municipal Klinger Minassa |
Avenida Moacir Saudino, S/N - Centro |
Unidade Sanitária 3 Alfredo Chaves |
Rua Moacir Saudino, S/N - Centro |
Clínica Odontológica Municipal (COM) |
Rua Dona Macrina, 76 - Macrina |
Bioanálise Laboratório de Análises Clínicas |
Rua Thomas Coelho, S/N - Centro |
Laboratório de Análises Clínicas Alfredo Chaves |
Avenida Getúlio Vargas, 670 - Centro |
Farmácia |
Rua Cais Costa Pinto, 268, Centro |
Secretaria Municipal de Saúde e Vigilância Sanitária |
Rua Cais Costa Pinto, 268, Centro |
Secretaria Municipal de Saúde e Vigilância Ambiental e
Epidemiológica |
Rua Cais Costa Pinto, 268, Centro |
Fonte: CNES/Ministério da
Saúde. Disponível em: http://cnes.datasus.gov.br/. Acesso em 06 de
janeiro de 2016.
O total de leitos disponíveis no município por especialidade pode
ser verificado na Tabela abaixo.
Tabela 11 - Total de leitos
por especialidade
TIPOS DE LEITO |
QUANTIDADE |
Leitos para internação em estabelecimentos de saúde - total |
0 |
Leitos para internação em estabelecimentos de saúde público -
total |
0 |
Leitos para internação em estabelecimentos de saúde público -
federal |
0 |
Leitos para internação em estabelecimentos de saúde público -
estadual |
0 |
Leitos para internação em estabelecimentos de saúde público -
municipal |
0 |
Leitos para internação em estabelecimentos de saúde privado -
total |
0 |
Leitos para internação em estabelecimentos de saúde privado - SUS |
0 |
TOTAL DE LEITOS |
0 |
Fonte: SAGE/Ministério da
Saúde
Não foi possível obter os dados do município de Alfredo Chaves. O
Estado do Espírito Santo (2,16 leitos por mil habitantes) e o Brasil (2,43
leitos por mil habitantes) detêm índices abaixo do indicado (entre 3 a 5 leitos
por mil habitantes).
O número de profissionais de saúde por especialidade que atende o
município de Alfredo Chaves pode ser verificado na Tabela a seguir.
De acordo com a população estimada para 2015 e com o número de
médicos apresentado, o município de Alfredo Chaves conta com cerca de 4,01
médicos para cada mil habitantes (MS, 2015), índice superior à média encontrada
no Brasil (cerca de 1,83 médicos/mil habitantes).
Tabela 12 - Profissionais por
especialidade
ESPECIALIDADE |
QUANTIDADE |
Assistente social |
2 |
Bioquímico/Farmacêutico |
3 |
Cirurgião Geral |
- |
Clínico Geral |
6 |
Enfermeiro |
14 |
Fisioterapeuta |
4 |
Fonoaudiólogo |
2 |
Gineco-obstetra |
- |
Médico de família |
5 |
Nutricionista |
2 |
Odontólogo |
14 |
Pediatra |
1 |
Psicólogo |
2 |
Psiquiatra |
- |
Radiologista |
- |
Sanitarista |
- |
Outras especialidades médicas |
4 |
Outras ocupações de nível superior relacionadas à saúde |
1 |
TOTAL |
60 |
Fonte: SAGE/Ministério da
Saúde
É importante salientar a carência de especialidades como cirurgião
geral e obstetra, categorias profissionais com suas particularidades difíceis
de serem atendidas por um médico generalista.
Em diagnóstico de percepção social realizado em campo no município
em agosto de 2016, o segundo principal problema apontado pelos entrevistados é
a saúde apontado por 76,92% dos entrevistados.
A Tabela a seguir compara a variação do indicador para o município,
para o Estado do Espírito Santo e para o Brasil.
Tabela 13 - Indicador
expectativa de anos de estudo para Alfredo Chaves
REGIÃO |
ANOS |
||
1991 |
2000 |
2010 |
|
Alfredo Chaves |
10,42 |
9,19 |
9,31 |
Espírito Santo |
6,29 |
6,87 |
9,26 |
Brasil |
8,16 |
8,76 |
9,54 |
Fonte: PNUD, 201611
Pode-se perceber que apesar do crescimento deste indicador, o
município de Alfredo Chaves apresenta valores semelhantes ao do Estado do
Espírito Santo e Brasil.
Outro indicador analisado foi a escolaridade da população adulta
com mais de 25 anos. A Tabela a seguir apresenta os resultados para as
diferentes faixas de escolaridade e a distribuição dos adultos com mais de 25
anos no período considerado.
Tabela 14 - Escolaridade da
população (%) com mais de 25 anos para Alfredo Chaves
INDICADOR |
ANOS |
||
1991 |
2000 |
2010 |
|
Fundamental incompleto e analfabeto |
22,23 |
15,83 |
9,57 |
Fundamental completo e médio incompleto |
17,37 |
24,5 |
36,93 |
Médio completo e superior incompleto |
10,81 |
14,41 |
22,91 |
Superior completo |
1,45 |
1,85 |
6,12 |
Fonte: PNUD, 201612
5.3.7 -
INFRAESTRUTURA EDUCACIONAL
O sistema educacional presente no município de Alfredo Chaves é em
sua maioria composto por escolas públicas, predominando aquelas de gestão
municipal, que agregam o maior número de matrículas (1.844 no total). Segundo
levantamento, o número de estudantes matriculados, no universo do total de
escolas presentes no município, é de 2.613.
Alguns dados relativos ao número de escolas e de docentes, além do
número de matrículas, são apresentados na Tabela abaixo, segundo os níveis de
ensino e considerando dados de 2015.
Tabela 15 - Dados da
infraestrutura educacional no município (2015)
ESFERA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA |
|||||
ITEM |
FEDERAL |
ESTADUAL |
MUNICIPAL |
PRIVADA |
TOTAL |
Escolas |
- |
1 |
32 |
1 |
34 |
Docentes |
- |
49 |
15 8 |
14 |
192 |
Matrículas |
- |
667 |
1.844 |
102 |
2.613 |
Fonte: INEP - Censo da
Educação Básica 2015
5.3.8 - CAPACIDADE
DE APOIO À PROMOÇÃO DA SAÚDE E SALUBRIDADE MUNICIPAL
5.3.9 - RENDA,
POBREZA E DESIGUALDADE
Da análise da Tabela apresentada, é possível verificar que houve
redução significativa no percentual de pobres e extremamente pobres no
município e que houve, para o período considerado, um aumento da concentração
de renda no município de Alfredo Chaves.
Tabela 16 - Renda, pobreza e
desigualdade em Alfredo Chaves
INDICADOR |
ANOS |
||
1991 |
2000 |
2010 |
|
Renda per capita (em R$) |
277,2 |
387, 77 |
634, 97 |
% de extremamente pobres |
13, 36 |
10,6 6 |
1,51 |
% de pobres |
42, 91 |
31,77 |
8,68 |
Índice de Gini (%) |
52 |
55 |
48 |
Fonte: IBGE, 2016
Conforme dados do Censo IBGE 2010, a população total do município
era de 13.955 residentes, dos quais 259 encontravam-se em situação de extrema
pobreza, ou seja, com renda domiciliar per capita abaixo de R$ 70,00. Isto
significa que 1,9% da população municipal vivia nesta situação.
Do total de extremamente pobres, 115 (44,3%) viviam no meio rural e
144 (55,7%) no meio urbano. O Censo também revelou que no município havia 15
crianças na extrema pobreza na faixa de 0 a 3 anos e 18 na faixa entre 4 e 5 anos.
O grupo de 6 a 14 anos, por sua vez, totalizou 32 indivíduos na extrema
pobreza, enquanto no grupo de 15 a 17 anos havia 16 jovens nessa situação.
Foram registradas 10 pessoas com mais de 65 anos na extrema
pobreza, chamando a atenção para que 31,3% dos extremamente pobres do município
têm de zero a 17 anos.
Figura 22 - População
extremamente pobre por faixa etária para Alfredo Chaves, 2010
Fonte: MDS, 2010
Do total de extremamente pobres no município, 133 são mulheres
(51,4%) e 126 são homens (48,6%).
Do total da população em extrema pobreza do município, 136 (52,5%)
se classificaram como brancos e 123 (47,5%) como negros. Dentre estes últimos,
13 (5,0%) se declararam pretos e 110 (42,5%) pardos. Nenhuma pessoa (0,0%) se
declarou amarelo ou indígena. De acordo com o Censo 2010, havia 6 indivíduos
extremamente pobres com alguma deficiência mental; 65 tinham alguma dificuldade
para enxergar; 11 para ouvir e 11 para se locomover.
5.3.10 - ÍNDICE DE
DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL
Desde 1991, o Índice
de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHm) é calculado pelo
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). É uma medida composta
de indicadores de três dimensões do desenvolvimento humano: longevidade,
educação e renda. O índice é calculado pela média geométrica, com pesos iguais,
e varia de 0 a 1, ou seja, quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento
humano.
O IDHm brasileiro segue as mesmas três
dimensões do Índice de Desenvolvimento Humano Global (IDH-G) - longevidade,
educação e renda, mas vai além: adequa a metodologia global ao contexto
brasileiro e à disponibilidade de indicadores nacionais.
O município de Alfredo Chaves apresentou para o ano de 2010 o IDHm de 0,71, o que situa esse município na faixa de alto
Desenvolvimento Humano (IDHm entre 0,700 e 0,799). Na
tabela, a seguir, podem ser verificadas as dimensões que mais contribuem para o
IDHm do município.
Tabela 17 - Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal de Alfredo Chaves
INDICADOR |
ANOS |
||
1991 |
2000 |
2010 |
|
IDHm |
0,480 |
0,604 |
0,710 |
Renda |
0,570 |
0,624 |
0,703 |
Longevidade |
0,718 |
0,772 |
0,832 |
Educação |
0,270 |
0,457 |
0,611 |
Fonte: PNUD, 2010
Alfredo Chaves ocupa a 1595a posição no ranking dos 5.570
municípios brasileiros13 segundo o IDHm. Nesse
ranking, o maior IDHm pertence a São Caetano do
Sul/SP (0,862) e o menor a Melgaço/PA (0,418).
O Produto Interno Bruto (PIB) deve ser entendido como total dos
bens e serviços produzidos pelas unidades produtoras residentes sendo,
portanto, a soma dos valores adicionados pelos diversos setores acrescida dos
impostos, líquidos de subsídios, sobre produtos não incluídos na valoração da
produção.
Por outro lado, o PIB é igual à soma dos consumos finais de bens e
serviços valorados a preço de mercado sendo, também, igual à soma das rendas
primárias (IBGE)14.
A Tabela, a seguir, mostra os valores do PIB de 2010 e sua evolução
para 2013 para o município de Alfredo Chaves15.
Tabela 18 - PIB de Alfredo
Chaves, 2010 – 2013
INDICADORES (VALORES EM R$ 1.000,00) |
2010 |
2013 |
PIB a preços correntes |
152.170, 00 |
286.634, 00 |
Valor adicionado bruto a preços correntes da agropecuária |
25.991,00 |
40.791,00 |
Valor adicionado bruto a preços correntes da indústria |
21.535,0 0 |
103.626, 00 |
Valor adicionado bruto a preços correntes dos serviços, exclusive
administração, saúde e educação públicas e seguridade social |
48.967,00 |
66.198,00 |
Valor adicionado bruto a preços correntes da administração, saúde
e educação públicas e seguridade social |
42.515,00 |
56.183,00 |
Impostos, líquidos de subsídios sobre produtos a preços correntes
(Mil Reais) |
13.163,00 |
19.566,0 |
Fonte: IBGE, 2013
É possível perceber que o setor da economia com maior participação
no PIB é o setor de indústria, seguido de serviços e administração, saúde e
educação públicas e seguridade social. O valor adicionado bruto da indústria
foi o que mais cresceu no período, com acréscimo de cerca de R$82.091.000, no
período considerado.
RECEITAS E DESPESAS
DO MUNICÍPIO
O orçamento público é um instrumento de planejamento governamental
em que constam as despesas da administração pública para um ano, em equilíbrio
com a arrecadação das receitas previstas.
Despesa é onde o governo aloca os recursos arrecadados, de acordo
com o definido no planejamento e a receita consiste na soma de valores
recebidos durante um determinado período de tempo16.
De acordo com IBGE, as despesas de Alfredo Chaves somaram cerca de
R$ 39.979.000, enquanto que as receitas cerca de R$ 45.791.000, no ano de 2016
(Tabela a seguir).
Tabela 19 - Receitas e
despesas em Alfredo Chaves, 2014
VARIÁVEL |
VALOR (R$ 1.000,00) |
Despesas orçamentárias empenhadas |
39.979 |
Correntes |
33.680 |
Capital |
6.299 |
Receitas orçamentárias realizadas |
45.791 |
Correntes |
40.954 |
Capital |
4.837 |
Fonte: IBGE Cidades, 2016
De acordo com o glossário do Orçamento Federal, do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão17, as despesas de capital são entendidas como
despesas relacionadas com aquisição de máquinas equipamentos, realização de
obras, aquisição de participações acionárias de empresas, aquisição de imóveis,
concessão de empréstimos para investimento.
Já as despesas correntes são as despesas de custeio de manutenção
das atividades dos órgãos da administração pública, como por exemplo: despesas
com pessoal, juros da dívida, aquisição de bens de consumo, serviços de
terceiros, manutenção de equipamentos, despesas com água, energia, telefone
etc. Em Alfredo Chaves, as despesas correntes correspondem à maior parcela das
despesas (84,2%).
Quanto às receitas, entende-se por receita de capital, é
constituída de recursos provenientes de conversão de bens e direitos em espécie
(numerário), recebimento de amortizações de empréstimos concedidos, contratação
de empréstimos de longo prazo transferências recebidas para a cobertura de
despesas de capital, ou seja, investimentos, inversões financeiras, amortização
da dívida.
5.3.12 - TRANSFERÊNCIAS E CONVÊNIOS DO GOVERNO FEDERAL PARA
SANEAMENTO BÁSICO
Em consulta as transferências realizadas para o ano de 2014, do
Governo Federal para o município de Alfredo Chaves, foi possível perceber que
não ocorreram, no período considerado, transferências para aplicação nos
serviços de saneamento básico.
O município de Alfredo Chaves mantém convênios pactuados com o
Governo Federal que tiveram por objeto melhorias relacionadas aos serviços de
saneamento básico (Portal da Transparência) (Tabela a seguir).
Tabela 20 - Convênios em
saneamento básico entre o Governo Federal e o município de Alfredo Chaves
NÚMERO |
SITUAÇÃO |
OBJETO DO CONVÊNIO |
ÓRGÃO SUPERIOR |
VALOR DO CONVÊNIO (R$) |
VALOR LIBERADO(R$) |
INÍCIO VIGÊNCIA |
FIM VIGÊNCIA |
VALOR CONTRAPARTIDA (R$) |
DATA ÚLTIMA LIBERAÇÃO |
VALOR ÚLTIMA LIBERAÇÃO |
390291 |
Concluído |
Saneamento básico em pequenas localidades |
Ministério da Saúde |
100.000,00 |
100.000,00 |
20/01/2000 |
10/12/2001 |
5.000,00 |
11/10/2000 |
50.000,00 |
Nota: Inadimplência Suspensa:
O convênio é assim inscrito quando o convenente requer, judicial ou
administrativamente, a suspensão da inadimplência da transferência voluntária
da qual é responsável.
Fonte: Portal de
Transparência18
5.3.13 -
INFRAESTRUTURA MUNICIPAL
ENERGIA ELÉTRICA
O total de domicílios do município de Alfredo Chaves é de 4.466
domicílios, destes, 99,75% dos domicílios do município tem acesso à energia
elétrica.
Tabela 21 - Energia elétrica
no município de Alfredo Chaves – 2010
ENERGIA ELÉTRICA |
DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES |
|
UNIDADES |
PERCENTUAL (%) |
|
Total |
4.446 |
100,00 |
Existente |
4.445 |
99,75 |
Não existente |
11 |
0,25 |
Fonte: ANATEL, 2010
CARACTERÍSTICAS DOS
DOMICÍLIOS E MORADIAS
O entorno dos domicílios particulares permanentes em áreas urbanas
com ordenamento regular é caracterizado pela identificação do logradouro,
iluminação pública, pavimentação, calçada, meio-fio/guia, bueiro/boca de lobo,
rampa para cadeirante e arborização (IBGE,2010).
As moradias são assim classificadas:
I - Adequada, quando o domicílio particular permanente possui rede
geral de abastecimento de água, rede geral de esgoto, coleta de lixo;
II - Semiadequada, quando o domicílio particular permanente possui
pelo menos um serviço inadequado;
III - Moradia inadequada, quando o domicílio particular permanente
possui abastecimento de água proveniente de poço ou nascente ou outra forma,
sem banheiro e sanitário ou com escoadouro ligado à fossa rudimentar, vala,
rio, lago, mar ou outra forma e lixo queimado, enterrado ou jogado em terreno
baldio ou logradouro, em rio, lago ou mar ou outro destino.
A tabela, a seguir, mostra as características do entorno dos
domicílios, segundo a adequação da moradia (SIDRA)19.
Tabela 22 - Característica do
entorno dos domicílios urbanos e adequação das moradias em Alfredo
SITUAÇÃO DOS DOMICÍLIOS |
DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES EM ÁREAS URBANAS COM
ORDENAMENTO REGULAR |
|
UNIDADES |
PERCENTUAL (%) |
|
Adequada |
1.983 |
89,20 |
Semi-adequada |
283 |
10,71 |
Inadequada |
2 |
0,09 |
Total |
2.223 |
100,00 |
Fonte: IBGE, 2010
Da análise do quadro acima, pode-se perceber que 89,20% dos
domicílios particulares permanentes existentes no município de Alfredo Chaves
encontram-se instalados em áreas urbanas com ordenamento regular.
- Rodoviário
O transporte rodoviário ocorre por meio das rodovias federais e
estaduais existentes no entorno municipal.
- Aéreo
Não há aeroportos com voos regulares no município.
19SIDRA. Consultar Demográfico e contagem. Censo 2010. Universo -
Características urbanísticas do entorno dos domicílios. Tabela 3362. Disponível
em:
http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl.asp?z=cd&o=9&i=P&c=3362
Acesso em 23 de julho de 2015.
- Ferroviário
As ferrovias do Estado já tiveram uma posição privilegiada porque
integravam uma boa parte do território estadual, com quase toda a região
sudeste do Brasil. Porém, com uma política voltada a privilegiar o sistema
rodoviário, hoje o Estado possui somente a Ferrovia Vitória-Minas, em pleno
funcionamento, que transporta prioritariamente minério de ferro de Minas
Gerais.
Conta também com a ferrovia Centro-Atlântica S/A, que liga Vitória
ao Rio de Janeiro (Figura a seguir). Não há transporte de passageiros nas
ferrovias e as mesmas não apresentam trechos no município de Alfredo Chaves.
Figura 23 - Ferrovias no
Estado do Espírito Santo
Fonte: Governo do Estado
Espírito Santo, 2016
A existência de meios de comunicação eficientes e sua ampla
abrangência territorial são fundamentais no âmbito da mobilização social,
principalmente no contexto de elaboração do PMSB, onde a participação da
população é relevante.
O município conta com meios como telefonia fixa e móvel, bem como
canais de radiodifusão comunitária, o que faz ampliar e de maneira gratuita as
informações. Além disso, a Prefeitura Municipal possui páginas oficiais em
website e mídias sociais.
O Serviço Móvel Pessoal (SMP), ou telefonia celular, é o serviço
que permite a comunicação entre telefones celulares ou entre um celular e um
telefone fixo.
De acordo com os dados consultados, o município de Alfredo Chaves
apresenta a seguinte situação quanto à atuação das operadoras (Quadro a
seguir).
Quadro 8 - Operadoras de
telefonia móvel em Alfredo Chaves
CÓDIGO NACIONAL |
OPERADORA |
||||
VIVO |
CLARO |
TIM |
OI |
NEXTEL |
|
27 |
Sim |
Sim |
Sim |
Sim |
- |
Fonte: ANATEL, 2016
A Figura abaixo exibe a localização dos orelhões da sede de Alfredo
Chaves. O total de orelhões soma 60, sendo 2 adaptados para portadores de
necessidades especiais.
Figura 24 - Localização dos
orelhões no distrito sede de Alfredo Chaves
Fonte: ANATEL, 2016
Elaboração: UFF, 2016
- Banda Larga
(Comunicação Multimídia)
Não há registros de existência de banda larga no município de
Alfredo Chaves.
- Emissoras de
radiodifusão comunitária
Foram identificadas 3 emissoras de rádio no município de Alfredo
Chaves, sendo 1 delas comunitária (Cultura FM).
Quadro 9 - Emissoras de
radiodifusão em Alfredo Chaves
RÁDIO |
MÓDULO |
ENDEREÇO |
Sociedade Alfredense de Radiodifusão Ltda. |
91.7 MHz FM |
Rua Getúlio Vargas, 118 |
Rádio Yes |
Web |
- |
Cultura |
98,5 MHz FM |
- |
Fonte: http://www.radios.com.br/radio/uf/espírito-santo/8/am-fm
A premissa maior da atividade de segurança pública é a sua
perspectiva sistêmica, expressa na interação permanente os diversos órgãos
públicos interessados e a sociedade civil organizada.
A prestação de serviços públicos de segurança engloba atividades
repressivas e preventivas, tanto de natureza policial quanto não-policial, a
exemplo do provimento de iluminação pública.
De acordo com os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade
- SIM, ocorreram 14 registros de causas externas de morbidade e mortalidade.
A Polícia Militar está presente no município por meio da 10º Cia
Independente de Polícia Militar com Sede em Anchieta, criado pelo Decreto 2476-R
e instalada em 16 de Abril de 2010.
O CPO SUL, nos últimos anos, tem-se tornado um importante órgão
operacional intermediador das ações das Unidades da área que abrange,
proporcionando ainda a comunicação eficiente com o Comando Geral da PMES, com
outros órgãos federais, estaduais e municipais, bem como com os diversos
setores da sociedade organizada dos municípios sob sua responsabilidade.
Tem ainda como objetivo implementar as políticas e diretrizes de
segurança pública no Sul do Estado do Espírito Santo, funcionando como elo
entre o Comando Geral da Corporação e as Unidades operacionais da região sul.
5.3.15 -
INFRAESTRUTURA SOCIAL
Os dados referentes à infraestrutura social foram obtidos através
do Plano de Mobilização Social de Alfredo Chaves - Produto B, principalmente no
que se refere à organização social, e demonstra que os espaços urbanos e rurais
se complementam e estão cada vez mais próximos de políticas públicas neste
município.
Adicionalmente, favorecendo a integração de todos os atores sociais
através da mobilização social, inúmeras são as manifestações culturais, tais
como: congo, santos reis, moda de viola, coral italiano, dentre outros. Em
todas as comunidades do município, tanto na zona rural como na urbana,
resquícios culturais dos colonizadores europeus são conservados, como também da
cultura afro e a libanesa. Promovendo-se assim, aprendizagem, identidade e
relacionamentos entre as gerações.
As relações simbólicas/materiais entre a sociedade formada e a
natureza são promotoras de grupos com valores históricos e práticas
político-sociais. Todos esses aspectos favorecem os fatores de mobilização da
sociedade representado por meio das associações, comitês, cooperativas,
sindicatos e organizações da sociedade civil. O espaço de controle social e de
participação cultural e política para uma cidadania ativa é promovido por meio
destas organizações e deve ser garantido na discussão e elaboração de planos e
políticas públicas.
Somam 2(duas) as igrejas instaladas no Município de Alfredo Chaves.
Além dessas, outras igrejas podem estar instaladas em residências privadas e
outros locais de culto sem que se possa registrar sua exata localização. A
figura abaixo, localiza as igrejas instaladas neste município.
Figura 25 - Localização das
igrejas instaladas e em funcionamento em Alfredo Chaves
Elaboração: UFF, 2016
Quadro 10 - Associações
cadastradas em Alfredo Chaves
UNIDADE |
NOME FANTASIA |
1 |
Associação de produtores rurais Verdes Alto - São Bento de
Batatal |
2 |
Associação de produtores rurais de Ibitiruí
- Ibitiruí |
3 |
Associação de produtores rurais de Crubixá
- São João de Crubixá |
4 |
Associação de produtores rurais de 4º Território - 4º Território |
5 |
Associação alfredense de produtores de flores |
6 |
Associação de ração dos produtores rurais do Vale do Benevente |
7 |
Associação comunitária São Bento de Urânia - São Bento de Urânia |
8 |
Associação comunitária de Matilde - Matilde |
9 |
Associação de pais da Escola Família Agrícola (MEPES) |
10 |
Associação de mulheres rurais de Recreio - Recreio |
11 |
Associação de mulheres rurais de Alfredo Chaves - AMURAC |
12 |
Associação de produtores rurais de São Martinho e região - São
Martinho |
13 |
Associação de moradores do Bairro Macrina |
14 |
Comitê de bacia hidrográfica do Rio Benevente |
15 |
Cooperativa de produtores rurais do vale do Benevente |
16 |
Cooperativa de laticínios de Alfredo Chaves - CLAC |
17 |
Sindicato rural de Alfredo Chaves |
18 |
Sindicato dos trabalhadores rurais de Alfredo Chaves |
Fonte: PMAC, 2016
Quadro 11 - Localização dos
cemitérios instalados no município de Alfredo Chaves
NOME |
LOCALIZAÇÃO |
ÁREA |
Cemitério de Nova Manica |
Comunidade de Nova Manica |
Rural |
Cemitério de Crubixá |
Comunidade de Crubixá |
Rural |
Cemitério de Aldrefo Chaves |
Rua Dona Macrine |
Urbana |
Cemitério de Santa Luzia do Ipê |
Santa Luzia do Ipê |
Rural |
Cemitério de Santa Maria do Engano |
Santa Maria do Engano |
Rural |
Cemitério de São Sebastião |
Comunidade de São Sebastião |
Rural |
Cemitério de Ibitiruí |
Rodovia ES-383 |
Rural |
Cemitério da Sagrada Família |
Comunidade da Sagrada Família |
Urbana |
Cemitério de São Marcos |
Comunidade de São Marcos |
Rural |
Cemitério de Vila Nova de Maravilha |
Vila Nova de Maravilha |
Rural |
Cemitério da Capela de Santa Maria Madalena |
Rodovia ES-383 |
Rural |
Cemitério de São Francisco do Batatal |
Rodovia ES-376 |
Rural |
Cemitério da Capela de Santo André |
Rodovia ES-146 |
Rural |
Cemitério da Capela de Santo Izidoro |
Comunidade de Matilde |
Rural |
Cemitério de Iriritimirim |
Rodovia ES-146 |
Rural |
Cemitério de Carolina |
Rodovia ES-383 |
Rural |
Cemitério Ribeirão do Cristo |
Comunidade de Ribeirão do Cristo |
Urbana |
Cemitério de Ucrânia |
Rodovia ES-383 |
Urbana |
Cemitério de Aparecida |
Rodovia ES-376 |
Rural |
Fonte: PMAC, 2016
Figura 26 - Localização dos
cemitérios no município
Fonte: PMAC, 2016
Elaboração: UFF, 2016
5.4 - CARÊNCIAS DE
PLANEJAMENTO FÍSICO TERRITORIAL
É possível inferir que o município possui arcabouço legal sólido
referente ao planejamento físico territorial, assim como a Lei de Uso e Ocupação do Solo Urbano, e o Código
de Obras e Edificações do Município. Foi declarado pela prefeitura que o
município fiscaliza o uso e ocupação do solo e que não possuem estrutura para
que essa fiscalização aconteça de maneira ampla em todo o município.
Além disso, não são foram obtidos dados e/ou informações referentes
à aplicação de penalidades nos casos de irregularidades no uso e ocupação do
solo, nem mesmo a maneira como a fiscalização ocorre.
No município houve aumento populacional na ordem de 7,15% de 2010 a
2016. Além disso possui o turismo em forte expansão. Assim sendo, a ocupação
desordenada e sem monitoramento e/ou mecanismos favoráveis ao ordenamento do
solo, pode causar problemas de diversas ordens.
O desmatamento para construção de empreendimentos imobiliários ou
indústrias, além da destituição de flora e fauna prejudicam as bacias
hidrográficas e os leitos dos mananciais. O crescimento populacional por si só,
demanda a ampliação dos serviços de saneamento como as redes de água e esgoto,
a expansão dos serviços de coleta de resíduos. Podem causar impactos como o
lançamento de efluentes in natura nos corpos hídricos e o despejo inapropriado
de resíduos que interferem diretamente na água de consumo, além de causar
inúmeras doenças.
5.5 - POLÍTICAS DO
SETOR DE SANEAMENTO BÁSICO
5.5.1 - FEDERAL
LEI DE DIRETRIZES NACIONAIS PARA O SANEAMENTO BÁSICO
A Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabeleceu
Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico (LDNSB), é considerada o marco
regulatório do setor. A LDNSB foi regulamentada pelo Decreto nº 7.21721, de 21
de junho de 2010.
O art. 2º da LDNSB estabelece princípios para a prestação dos
serviços públicos de saneamento básico, com destaque para o primeiro princípio,
que trata de sua universalização, conceituada como ampliação progressiva do
acesso de todos os domicílios ocupados aos serviços públicos de saneamento
básico.
O art. 9º da LDNSB dispõe que o titular elaborará a política
pública de saneamento básico tem o dever de:
I - elaborar os planos de
saneamento básico, nos termos desta Lei;
II - prestar
diretamente ou autorizar a delegação dos serviços e definir o ente responsável
pela sua regulação e fiscalização, bem como os procedimentos de sua atuação;
III - adotar
parâmetros para a garantia do atendimento essencial à saúde pública, inclusive
quanto ao volume mínimo per capita de água para abastecimento público,
observadas as normas nacionais relativas à potabilidade da água;
IV - fixar os
direitos e os deveres dos usuários;
V - estabelecer
mecanismos de controle social, nos termos do inciso IV do caput do art. 3º
desta Lei;
VI - estabelecer
sistema de informações sobre os serviços, articulado com o Sistema Nacional de
Informações em Saneamento;
VII - intervir e
retomar a operação dos serviços delegados, por indicação da entidade
reguladora, nos casos e condições previstos em lei e nos documentos
contratuais.
Portanto, ao contrário da prestação e da regulação dos serviços, a
função de planejamento, conforme disposto no art. 9º é indelegável, devendo ser
executado pelo titular dos serviços.
Para o caso da prestação de serviços públicos de saneamento básico
por entidade que não integre a administração do titular, há necessidade de
celebração de contrato de programa (art. 10), cujo instrumento deve ser
precedido de celebração de convênio de cooperação entre o Estado e o Município
para fins de instituição de colaboração federativa no setor de saneamento.
Ademais, são condições para validade destes contratos (art. 11):
I - a existência de plano
de saneamento básico;
II - a existência de
estudo comprovando a viabilidade técnica e econômico-financeira da prestação
universal e integral dos serviços, nos termos do respectivo plano de saneamento
básico;
III - a existência de
normas de regulação que prevejam os meios para o cumprimento das diretrizes
desta Lei, incluindo a designação da entidade de regulação e de fiscalização;
IV - a realização
prévia de audiência e de consulta públicas sobre o edital de licitação, no caso
de concessão, e sobre a minuta do contrato.
Observa-se no artigo em pauta a importância em que se reveste o
plano de saneamento, vinculante para a celebração do contrato, e cujos
investimentos previstos deverão direcionar a universalização dos serviços.
O Capítulo IV da LNSB trata do planejamento setorial. O art. 19
elenca o conteúdo mínimo a ser abordado nos Planos de Saneamento Básico,
conforme listado a seguir:
I - diagnóstico da
situação e de seus impactos nas condições de vida, utilizando sistema de indicadores
sanitários, epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos e apontando as causas
das deficiências detectadas;
II - objetivos e
metas de curto, médio e longo prazos para a universalização, admitidas soluções
graduais e progressivas, observando a compatibilidade com os demais planos
setoriais;
III - programas,
projetos e ações necessárias para atingir os objetivos e as metas, de modo
compatível com os respectivos planos plurianuais e com outros planos
governamentais correlatos, identificando possíveis fontes de financiamento;
IV - ações para
emergências e contingências;
V - mecanismos e
procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações
programadas.
Além disto, o art. 19 prevê, entre outros:
- Os planos de saneamento básico deverão ser compatíveis com os
planos das bacias hidrográficas em que estiverem inseridos (§ 3º). Vale
ressaltar que, de acordo com o art. 4º da LNSB, os recursos hídricos não
integram os serviços públicos de saneamento básico, entretanto, os planos deste
setor deverão ser compatíveis com os de saneamento;
- A revisão dos planos deverá ocorrer periodicamente, em prazo não
superior a 4 (quatro) anos, anteriormente à elaboração do Plano Plurianual (§
4º); e
- Será assegurada ampla divulgação das propostas dos planos de
saneamento básico e dos estudos que as fundamentem, inclusive com a realização
de audiências ou consultas públicas (§ 5º).
Em relação ao controle social, este poderá incluir a participação
de órgãos colegiados de caráter consultivo, assegurada a representação:
I - dos titulares dos
serviços;
II - de órgãos
governamentais relacionados ao setor de saneamento básico;
III - dos prestadores
de serviços públicos de saneamento básico;
IV - dos usuários de
serviços de saneamento básico;
V - de entidades
técnicas, organizações da sociedade civil e de defesa do consumidor
relacionadas ao setor de saneamento básico.
Estas funções poderão ser exercidas por órgãos colegiados já
existentes, com as devidas adaptações das leis que os criaram (art. 47, § 2º).
POLÍTICA NACIONAL DE
RESÍDUOS SÓLIDOS
A Política Nacional de Resíduos Sólidos foi instituída pela Lei
Federal nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, como parte da Política Nacional de
Meio Ambiente, tendo sido regulamentada pelo Decreto nº 7.404/2010.
Porém, antes da PNRS, os municípios já eram responsáveis legalmente
pelos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, devido a Lei nº
11.445/2007 e seu Decreto nº 7.217/2010. Nestes normativos, os municípios são
responsáveis pela elaboração de seus Planos Municipais de Saneamento Básico
(PMSB), que devem conter, entre outros (art.19, Lei nº 11.445/2007), as ações,
programas e metas de cada uma das componentes do saneamento básico, entre elas,
a limpeza urbana e o manejo dos resíduos sólidos.
Estão sujeitas à observância da PNRS as pessoas físicas e
jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta ou
indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e aquelas que desenvolvem ações
relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento de resíduos sólidos (Lei nº
12.305/2010, art. 1º, § 1º).
O art. 9º, da referida Política, dispõe a seguinte ordem de
prioridade para a gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos, a ser observada
pelos Estados, Distrito Federal e municípios, na elaboração de suas respectivas
Políticas: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição
final dos rejeitos de modo ambientalmente adequado.
Desta forma, a PNRS prevê uma mudança de paradigma, onde o foco
passa a ser a não geração, a coleta seletiva e a reciclagem dos resíduos, e não
somente a disposição final. Assim, esta última etapa do ciclo de vida do
resíduo será destinada aos rejeitos, ou seja, àqueles resíduos não mais
passíveis de reaproveitamento ou que não tenham soluções economicamente
viáveis.
No tocante as informações acerca dos resíduos sólidos, o art. 12
define que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão
e manterão, de forma conjunta, o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão
dos Resíduos Sólidos (Sinir), articulado com o Sinisa e o Sinima, incumbindo os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios de fornecer ao órgão federal
responsável pela coordenação do Sinir todas as
informações necessárias sobre os resíduos sob sua esfera de competência, na
forma e na periodicidade estabelecidas em regulamento.
A PNRS estabelece um conjunto de planos a ser elaborado pelos entes
federados, entre os quais se destacam o Plano Estadual de Resíduos Sólidos
(art. 14, II), e o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos - PGIRS (art.
14, V). Para este último, de acordo com o art. 18, é condição para o Distrito
Federal e os Municípios terem acesso a recursos da União, ou por ela
controlados, destinados a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza
urbana e ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por
incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para
tal finalidade.
Vale ressaltar que, em termos de planejamento, a diferença básica
entre as duas legislações, Lei nº 11.445/2007 e Lei nº 12.305/2010, está no
alcance dos referidos planos. Ou seja, o PGIRS é mais abrangente e inclui
outros tipos de resíduos, além daqueles de origem dos serviços públicos de
limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, previstos na Lei nº 11.445/2007.
Para o presente PMSB, são observados em seu conteúdo os instrumentos e as diretrizes
da Lei nº 11.445/2007 para a limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos e da
Lei nº 12.305/2010 para os demais resíduos, com exceção dos radioativos.
O Decreto nº 7.404/2010, art. 53, define que os planos de resíduos
sólidos deverão ser compatíveis com os planos de saneamento básico previstos na
Lei nº 11.445/2007, sendo que:
I - o componente de
limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos urbanos do Plano Nacional de
Resíduos Sólidos deverá atender ao conteúdo mínimo previsto no art. 52, inciso
I, da Lei nº 11.445, de 2007, e no art. 15 da Lei nº 12.305, de 2010; e
II - o componente de
limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos urbanos dos planos municipais de
gestão integrada de resíduos sólidos deverá atender ao conteúdo mínimo previsto
no art. 19 da Lei nº 11.445, de 2007, e no art. 19 da Lei nº 12.305, de 2010.
A Lei Federal nº 12.305/2010 estabelece ainda no art. 45 a
prioridade na obtenção de incentivos do governo federal, aos consórcios
públicos constituídos para viabilizar a descentralização e a prestação dos
serviços relacionados aos resíduos.
Quanto à disposição final dos resíduos a céu aberto (lixões), excetuando-se
os derivados de mineração, a PNRS proíbe esta prática, em seu art. 47. Define,
ainda, prazo para a extinção dos lixões, observando o ano de 2014 como prazo
limite para implantação da disposição final ambientalmente adequada dos
rejeitos.
POLÍTICA ESTADUAL DE SANEAMENTO BÁSICO
Em 2008, por meio da Lei Estadual 9.098, foram instituídas no
Estado do Espírito Santo as Diretrizes e a Política Estadual de Saneamento
Básico, que considera o saneamento básico como o conjunto de serviços,
infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água potável
(constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações necessárias ao
abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações
prediais e respectivos instrumentos de medição), de esgotamento sanitário
(constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações operacionais de
coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos
sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio
ambiente), de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos (conjunto de
atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte,
transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário
da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas) e de drenagem e manejo
das águas pluviais urbanas (conjunto de atividades, infraestruturas e
instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte,
detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e
disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas).
Caracteriza os serviços de saneamento básico como serviços de
interesse local, quando as atividades, infraestruturas e instalações
operacionais se destinem exclusivamente ao atendimento de um único município e
se localizem em sua integralidade dentro do seu território geográfico.
Reafirmou o que trouxe a LDNSB, em seu art. 14, que o titular dos
serviços formulará a respectiva política pública de saneamento básico, devendo,
para tanto elaborar os planos de saneamento básico, prestar diretamente ou
autorizar a delegação dos serviços e definir o ente responsável pela sua
regulação e fiscalização, bem como os procedimentos de sua atuação, adotar
parâmetros para a garantia do atendimento essencial à saúde pública, inclusive
quanto ao volume mínimo "per capita" de água para abastecimento
público, observadas as normas nacionais relativas à potabilidade da água, fixar
os direitos e os deveres dos usuários, estabelecer mecanismos de controle
social e intervir e retomar a operação dos serviços delegados, por indicação da
entidade reguladora e fiscalizadora, nos casos e condições previstos em lei e
nos documentos contratuais.
Discorreu que a regulação dos serviços regionalizados prestados
pela CESAN será exercida por entidade estadual de regulação e fiscalização de
serviços públicos, que definirá dentre outras, a as normas técnicas relativas à
qualidade, quantidade e regularidade dos serviços prestados aos usuários e
entre os diferentes prestadores envolvidos e as normas econômicas e financeiras
relativas às tarifas, aos subsídios e aos pagamentos por serviços prestados aos
usuários e entre os diferentes prestadores envolvidos.
Instituiu o Conselho Estadual de Saneamento Básico - CONSAN, ao
qual compete acompanhar a elaboração e implementação da Política Estadual de
Saneamento Básico; analisar e opinar sobre os Planos Estadual e Regional de
Saneamento Básico; emitir parecer sobre assuntos referentes a saneamento
básico, encaminhados pela SEDURB; conhecer e emitir sugestões sobre o programa,
atividades e ações decorrentes ou integrantes dos PMSB; exercer as funções de
participação e controle social.
A Lei é precisa ao estabelecer que os serviços públicos de
saneamento básico terão a sustentabilidade econômico-financeira assegurada,
sempre que possível, mediante remuneração pela cobrança dos serviços. Apresenta
cada um deles:
I - de abastecimento de
água e esgotamento sanitário: preferencialmente na forma de tarifas, que
poderão ser estabelecidas para cada um dos serviços ou para ambos,
conjuntamente;
II - de limpeza urbana
e manejo de resíduos sólidos urbanos: taxas ou tarifas e outros preços
públicos, em conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas
atividades;
III - de manejo de
águas pluviais urbanas: na forma de tributos, inclusive taxas, em conformidade
com o regime de prestação do serviço ou de suas atividades.
As tarifas, preços públicos e taxas para os serviços de saneamento
básico observarão as seguintes diretrizes:
I - prioridade para
atendimento das funções essenciais relacionadas à saúde pública;
II - ampliação do
acesso dos cidadãos e localidades de baixa renda aos serviços;
III - geração dos
recursos necessários para realização dos investimentos, objetivando o
cumprimento das metas e objetivos do serviço;
IV - inibição do
consumo supérfluo e do desperdício de recursos;
V - recuperação dos
custos incorridos na prestação do serviço, em regime de eficiência;
VI - remuneração
adequada do capital investido pelos prestadores dos serviços;
VII - estímulo ao uso
de tecnologias modernas e eficientes, compatíveis com os níveis exigidos de
qualidade, continuidade e segurança na prestação dos serviços;
VIII - incentivo à
eficiência dos prestadores dos serviços.
Poderão ser adotados subsídios tarifários e não tarifários para os
usuários e localidades urbanas e rurais que não tenham capacidade de pagamento
ou escala econômica suficiente para cobrir o custo integral dos serviços.
Para efeito do plano de saneamento básico, as localidades definidas
como de pequeno porte e sem viabilidade econômica, deverão ter soluções
próprias com investimentos públicos, sendo permitida a cobrança pelos serviços.
Instituiu ainda, o Sistema Estadual de Informações em Saneamento
Básico - INFOSAN, que tem por objetivo coletar e sistematizar dados relativos
às condições da prestação dos serviços públicos de saneamento básico;
disponibilizar estatísticas, indicadores e outras informações relevantes para a
caracterização da demanda e da oferta de serviços públicos de saneamento
básico; permitir e facilitar o monitoramento e avaliação da eficiência e da
eficácia da prestação dos serviços de saneamento básico.
POLÍTICA ESTADUAL DE
RECURSOS HÍDRICOS
A Política Estadual de Recursos Hídricos do Estado do Espírito
Santo foi instituída pela Lei Estadual nº 5.818, de 29 de dezembro de 1998, que
também institui o Sistema Integrado de Gerenciamento e Monitoramento dos
Recursos Hídricos do Espírito Santo - SIGERH/ES.
Acerca dos objetivos da PERH/ES, destaca-se:
I - assegurar padrões de
qualidade adequados aos usos e melhorar o aproveitamento socioeconômico,
integrado e harmônico da água;
II - garantir à atual
e às futuras gerações a necessária disponibilidade dos recursos hídricos, em
quantidade e qualidade;
III - compatibilizar
o desenvolvimento econômico e social com a proteção do meio ambiente;
IV - promover a
articulação entre União, Estados vizinhos, Municípios, sociedade civil
organizada e iniciativa privada, visando à integração de esforços para soluções
regionais de proteção, conservação e recuperação dos corpos de água;
V - garantir a utilização
racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário,
com vista ao desenvolvimento sustentável;
VI - assegurar a
prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural, ou
decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais;
VII - manter os
ecossistemas do território estadual; e
VIII - garantir a
saúde e a segurança públicas.
Dentre as diretrizes da PERH-ES, estabelecidas no art. 4º, merece
destaque a que prevê o controle de cheias, a prevenção de inundações, a
drenagem e a correta utilização das várzeas (art. 4º, inciso VII).
Os instrumentos previstos para implementação da Política Estadual
de Recursos Hídricos são:
Art. 7º São instrumentos de
Gestão dos Recursos Hídricos:
I - o Plano Estadual dos
Recursos Hídricos (PERH);
II - os Planos das
Bacias Hidrográficas;
III - o enquadramento
dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes;
IV - os relatórios
sobre recursos hídricos;
V - a outorga do direito
de uso dos recursos hídricos;
VI - a cobrança pelo
uso de recursos hídricos;
VII - o Sistema de
Informações;
VIII - a compensação
a municípios usuários e proprietários de terras reconhecidamente protetora de
mananciais.
Foi definido também o rateio de obras e os serviços de usos
múltiplos, de interesse comum ou coletivo, que poderão ter seus custos rateados
por todos os seus beneficiários diretos e indiretos, segundo critérios
aprovados pelo respectivo Comitê de Bacia Hidrográfica e os objetivos e a
composição do Sistema Estadual de Gerenciamento Integrado dos Recursos
Hídricos, das quais o Conselho Estadual de Recursos Hídricos é o órgão
superior, colegiado deliberativo e normativo do Sistema.
A PERH também discriminou as infrações (leves, graves e
gravíssimas) e as penalidades cabíveis, sendo que as penalidades podem se dar
na forma de advertência, multa, intervenção embargos definitivo, suspensão e
apreensão. As multas variam de simples ou diária, sendo proporcional à
gravidade da infração, de 239 vezes o valor nominal da UFIR/ES a 35.500 vezes o
mesmo valor.
POLÍTICA ESTADUAL DE
RESÍDUOS SÓLIDOS
A Política Estadual de Resíduos Sólidos do Estado do Espírito Santo
foi instituída por meio da Lei nº 9.264, que definiu princípios, fundamentos,
objetivos, diretrizes e instrumentos para a Gestão Integrada, Compartilhada e
Participativa de Resíduos Sólidos, com vistas à redução, ao reaproveitamento e
ao gerenciamento adequado dos resíduos sólidos; à prevenção e ao controle da
poluição; à proteção e à recuperação da qualidade do meio ambiente e à promoção
da saúde pública, assegurando o uso adequado dos recursos ambientais no Estado
do Espírito Santo, a promoção do Econegócio e a Produção Mais Limpa.
São objetivos da Política Estadual de Resíduos Sólidos:
I - reduzir a quantidade
e a nocividade dos resíduos sólidos;
II - erradicar as
destinações e disposição inadequadas de resíduos sólidos;
III - assegurar o uso
sustentável, racional e eficiente dos recursos naturais;
IV - promover o
fortalecimento de instituições para a gestão sustentável dos resíduos sólidos;
V - assegurar a
preservação e a melhoria da qualidade do meio ambiente, da saúde pública e a
recuperação das áreas degradadas por resíduos sólidos;
VI - reduzir os
problemas ambientais e de saúde pública gerados pelas destinações inadequadas;
VII - promover a
inclusão social de agentes diretamente ligados à cadeia produtiva de materiais
reutilizáveis, recicláveis e recuperáveis, incentivando a criação e o
desenvolvimento de associações ou cooperativas de catadores de materiais
reaproveitáveis e classificadores de resíduos sólidos, bem como de outros
agentes que geram trabalho e renda a partir do material reciclado;
VIII - incentivar a
cooperação intermunicipal, estimulando a busca de soluções conjuntas dos
problemas de gestão de resíduos sólidos;
IX - fomentar a
implantação de sistemas de coleta seletiva;
X - incentivar a adoção
de tecnologias limpas na gestão de resíduos sólidos;
XI - fomentar o consumo,
pelos órgãos e entidades públicas, de produtos constituídos total ou
parcialmente de material reciclado;
XII - promover a
Gestão Integrada, Compartilhada e Participativa dos Resíduos Sólidos através da
parceria entre o Poder Público, sociedade civil e iniciativa privada;
XIII - compatibilizar
o gerenciamento de resíduos sólidos com o gerenciamento dos recursos hídricos,
com o desenvolvimento regional e com a proteção ambiental
XIV - incentivar a
implantação de indústrias recicladoras de resíduos sólidos;
XV - incentivar a
parceria entre Estado, municípios e entidades particulares para a capacitação
técnica e gerencial dos profissionais envolvidos na cadeia de resíduos sólidos;
XVI - incentivar a
implementação de políticas de inclusão social aos catadores;
XVII - incentivar a
criação de Comitês Regionais articulados ao Comitê Gestor de Resíduos Sólidos
do Estado, para garantir a participação da comunidade no processo de Gestão
Integrada dos Resíduos Sólidos;
XVIII - incentivar a
pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias que não agridam o meio ambiente;
XIX - incentivar a
criação e o desenvolvimento de cooperativas e associações de catadores de
materiais reaproveitáveis.
Estabelece que o Estado e seus municípios, consideradas as suas
particularidades, incentivarão e promoverão ações que visem a reduzir a
poluição difusa por resíduos sólidos e proíbe a utilização de resíduos sólidos
para alimentação animal e humana, em desacordo com a legislação vigente; a
fixação de habitações temporárias e permanentes nas áreas de disposição final
de rejeitos, além das seguintes formas de disposição final de resíduos sólidos
e rejeitos: inadequada ao solo; queima a céu aberto ou em recipientes,
instalações ou equipamentos não licenciados para esta finalidade; infiltração
no solo sem tratamento prévio; em áreas sob regime de proteção especial e áreas
sujeitas à inundação; nos recursos hídricos superficiais, e naquelas estruturas
que dão acesso às águas subterrâneas, tais como: poços, cacimbas, etc.; em
sistemas de redes de drenagem de águas pluviais, de esgotos, de eletricidade,
de telecomunicações, terrenos baldios, margens de vias públicas e assemelhados;
outras formas vedadas, conforme dispuser legislação específica.
Discorre que os Planos de Gestão e Gerenciamento previstos nesta
Lei deverão incluir programas de inclusão social na constatação da existência
de pessoas em atividades de catação de resíduos e que os responsáveis pela
degradação ou contaminação de áreas em decorrência de suas atividades
econômicas, de acidentes e incidentes ambientais ou pela disposição inadequada
de resíduos sólidos, deverão promover a sua recuperação ou remediação em
conformidade com procedimentos específicos, estabelecidos em regulamento ou em
Termos de Ajustamento de Conduta, sem prejuízo da aplicação de sanções e
penalidades previstas em lei específica.
Em seu art. 16, estabelece que a gestão de resíduos sólidos
observará a redução da geração de resíduos na fonte, a minimização dos resíduos
gerados; a reintrodução na matriz energética ou produtiva; a adequada
segregação, acondicionamento, armazenamento, coleta e transporte dos resíduos;
o reaproveitamento de materiais, substâncias ou de energia dos resíduos ou
produtos descartados; o tratamento de resíduos e; a disposição final ambientalmente
adequada de rejeitos.
Considera como utilidade pública e interesse social o gerenciamento
dos sistemas de segregação, acondicionamento, armazenamento, coleta, inclusive
a realizada por entidades de catadores de materiais reutilizáveis, transporte e
tratamento e disposição final dos resíduos sólidos.
O art. 26, discorre que o Estado e os municípios são responsáveis
pela elaboração e implementação do Plano de Gestão e Gerenciamento de Resíduos
Sólidos, em relação aos resíduos gerados ou administrados nos limites de suas
circunscrições e deverão incorporar os princípios da Política Estadual de Resíduos
Sólidos em todo o seu processo, contendo os seguintes elementos:
I - a visão global dos resíduos
sólidos gerados de forma a estabelecer o cenário atual e futuro no âmbito de
sua competência;
II - a caracterização
do município e do Estado, definição dos requisitos normativos, objetivos e
metas que deverão ser observados nas ações a serem definidas para os resíduos
sólidos;
III - o diagnóstico
da situação dos resíduos sólidos identificados no âmbito de sua atuação,
contendo, no mínimo, a origem, volume e caracterização dos resíduos sólidos
gerados;
IV - os requisitos,
identificação e demarcações de áreas favoráveis para disposição final adequada
de rejeitos, realizada pela caracterização regional de meio físico, biótico,
socioeconômico e legal, com o estabelecimento de critérios restritivos para
cada tema e a investigação para seleção destas áreas, a identificação das
disposições inadequadas de resíduos sólidos existentes em seu âmbito de
atuação, proposta e cronograma para a eliminação, remediação e recuperação das
mesmas; a definição da infraestrutura necessária, caso seja aplicável, para o
estabelecimento de soluções consorciadas, integradas ou compartilhadas,
considerando nos critérios de economia de escala, a proximidade dos locais
estabelecidos para estas soluções e a prevenção de riscos; os procedimentos
operacionais, especificações, condicionantes, parâmetros e limites que serão
adotados nos serviços públicos de manejo de resíduos sólidos, com a indicação
dos locais onde essas atividades serão implementadas, inclusive quanto aos
resíduos sólidos especiais ou diferenciados e à disposição final ambientalmente
adequada dos respectivos rejeitos; a definição das atribuições e
responsabilidades, de todos aqueles que participem de sua revisão,
implementação e operacionalização; a determinação de cronograma para o
desenvolvimento de programas e ações de capacitação técnica, voltadas à
implementação do Plano; o estabelecimento de indicadores de desempenho
operacional e ambiental; dentre outras obrigações.
Por fim, estabelece que os Planos de Gestão e Gerenciamento de
Resíduos Sólidos deverão ser apresentados ao órgão ambiental competente dentro
de 48 (quarenta e oito) meses, contados a partir da regulamentação da Lei e não
poderão exceder a 180 (cento e oitenta) dias os prazos para manifestação do
órgão ambiental estadual sobre os Planos.
A Lei Orgânica do Município, estabelecida pela
Lei Ordinária nº 01/1990, caracteriza o Município e seu território. Estabelece
os direitos e garantias individuais e coletivas, traz a organização do
município, a organização dos poderes executivo e legislativo.
Também estabelece relações pertinentes à tributação e ao orçamento,
à ordem social, ao planejamento urbano, ao meio ambiente, à política agrícola,
fundiária e de recursos hídricos e minerais. Não estabelece diretrizes diretas
aos serviços de saneamento básico.
O Código de Obras e Posturas do Município foi instituído por meio
de Lei 190/2008.
O Código de Obras e Posturas do Município de Alfredo Chaves tem
como objetivos estabelecer padrões mínimos de segurança, higiene, salubridade e
conforto das edificações no território do Município; e orientar cidadãos e
profissionais quanto à elaboração de projetos e execução de obras e edificações
no Município.
São estabelecidas relações sobre a responsabilidade técnica do
profissional legalmente habilitado para projetar, construir, calcular,
especificar, orientar, avaliar e executar obras e edificações no Município. Os
direitos e deveres dos proprietários, e da Prefeitura Municipal. Os parâmetros
relativos ao projeto, do licenciamento, do certificado e da conclusão das
edificações, além das infrações e penalidades.
Em relação aos serviços de saneamento básico, o código de obras
estabelece que cabe à Prefeitura Municipal elaborar as normas específicas para
aprovação de projetos, inclusive quanto à localização das caixas de entrada de
água e de saída de esgotos e de águas pluviais.
São exigidos para condução de águas pluviais e resultantes de
infiltrações, sarjetas e drenos comunicando-se diretamente com a rede do
logradouro, de modo que se evitem danos à via pública ou aos terrenos vizinhos.
São exigidas também a canalização ou a regularização da drenagem de águas
pluviais nos trechos compreendidos dentro dos terrenos particulares, devendo as
obras serem aprovadas previamente pela Prefeitura Municipal.
PLANO DIRETOR URBANÍSTICO
A Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001, que regulamenta os
arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece
diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências, conhecida como
Estatuto das Cidades23, somente obriga a elaboração do Plano Diretor, para
municípios com mais de 20 mil habitantes ou conforme definido em seu art.41:
Art. 41 O plano diretor é
obrigatório para cidades:
I - com mais de vinte mil
habitantes;
II - integrantes de
regiões metropolitanas e aglomerações urbanas;
III - onde o Poder
Público municipal pretenda utilizar os instrumentos previstos no § 4º do art.
182 da Constituição Federal;
IV - integrantes de
áreas de especial interesse turístico;
V - inseridas na área de
influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental
de âmbito regional ou nacional;
VI - incluídas no
cadastro nacional de Municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de
deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou
hidrológicos correlatos. (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012).
O Plano Diretor Urbanístico do Município foi instituído por meio da
Lei Complementar nº 004/2007 como instrumento
global e estratégico da política de desenvolvimento local.
O Plano Diretor do município tem como objetivos:
I - ordenar o uso do solo
urbano e rural;
II - combater a
especulação imobiliária;
III - garantir a
justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de
urbanização, com a elevação da qualidade de vida, particularmente no que se
refere a saúde, educação, cultura, condições habitacionais, e de infraestrutura
e serviços públicos de forma a promover a inclusão social e eliminar as
desigualdades;
IV - urbanizar
adequadamente os vazios urbanos e integrar os territórios da cidade;
V - produzir habitação de
interesse social - HIS - com qualidade, garantindo o acesso a serviços e
equipamentos públicos;
VI - recuperar os
investimentos do Poder Público que tenham resultado na valorização de imóveis
urbanos;
VII - induzir a
utilização de imóveis não edificados, subutilizados e não utilizados;
VIII - definir áreas
adensáveis e não adensáveis de acordo com a capacidade de suporte de
infraestrutura instalada e preservação ambiental;
IX - estabelecer
parâmetros de parcelamento, uso e ocupação do solo, bem como critérios, para a
revisão da legislação pertinente;
X - preservar e
qualificar o patrimônio histórico-cultural, arquitetônico, arqueológico e
ambiental-ecológico;
XI - implementar
áreas de lazer e parques públicos em áreas ociosas;
XII - promover o
saneamento ambiental;
XIII - criar canais
de participação popular na gestão da cidade;
XIV - Compatibilizar
os interesses dos diferentes seguimentos sociais, respeitando o cidadão
enquanto munícipe e contribuinte;
XV - promover a
reabilitação urbana;
XVI - atender às
necessidades de transporte e mobilidade da população, promovendo um padrão
sustentável, que atenda as necessidades locais e
regionais, além de integrar as diversas modalidades disponíveis;
XVII - qualificar o
espaço viário, a circulação das pessoas e o transporte de bens e mercadorias;
XVIII - promover a
integração e complementaridade entre as atividades urbanas e rurais, tendo em
vista o desenvolvimento socioeconômico do município;
XIX - recuperar a
cobertura florestal do município, compreendendo as áreas de preservação
permanente e a reserva legal;
XX - descentralizar a
gestão e o planejamento público de modo a aproximar o cidadão da esfera de
poder;
XXI - estimular o
desenvolvimento das atividades econômicas do setor rural, proporcionando os
diversos meios para este fim;
XXII - estimular e
ordenar as atividades industrial, agroindustrial, artesanal e turística;
XXIII - promover a integração
e o desenvolvimento do turismo regional, fortalecendo a Região das Montanhas
como um polo turístico estadual e nacional.
XXIV - promover a
integração regional com políticas voltadas para a educação, saúde, transporte
público, saneamento, segurança pública e meio ambiente.
Entre as diretrizes e estratégias da política territorial, podem ser
citados a política de uso e ocupação do solo, a política de habitação, a
ambiental, preservação do patrimônio histórico, cultural e paisagístico, de
transporte e mobilidade, de desenvolvimento econômico, de desenvolvimento
social. O PD também estabelece as regras e parâmetros para o ordenamento
territorial.
Em relação aos serviços de saneamento básico, o Plano Diretor
estabelece a Política Ambiental do Município Alfredo Chaves, que tem como
objetivo manter o meio ambiente equilibrado, alcançando níveis crescentes de
salubridade, por meio da gestão ambiental, do abastecimento de água potável, da
coleta e tratamento de esgoto sanitário, do manejo dos resíduos sólidos e da
drenagem e reuso de águas pluviais, promovendo a sustentabilidade ambiental do
uso e da ocupação do solo.
As diretrizes relacionadas com o saneamento são: universalizar os
serviços de saneamento básico; ampliar as medidas de saneamento básico para as
áreas deficitárias, por meio da complementação das redes coletoras de esgoto e
de abastecimento de água; elaborar e implementar o sistema de gestão de
resíduos sólidos, garantindo a coleta seletiva de lixo e da reciclagem do
mesmo, bem como a redução da geração de resíduos sólidos e o controle de
vetores; elaborar e implementar o sistema de gestão de resíduos da construção
civil, nos termos da legislação estadual e federal; assegurar à população do
município oferta domiciliar de água em quantidade suficiente para atender as
necessidades básicas e qualidade compatível com os padrões de potabilidade,
captando na própria microbacia; assegurar um sistema de drenagem pluvial em
toda a área do município por meio de sistemas físicos naturais e construídos,
de modo que os escoamentos das águas pluviais reabasteçam os aquíferos e
propiciem segurança e conforto aos seus habitantes; regular o uso e ocupação do
solo por meios e técnicas de planejamento ambiental, incluindo as diversas
formas de zoneamento; impedir a ocupação do solo urbano e rural em áreas
frágeis de encostas, bem como em áreas de notável valor paisagístico, através
de normas de uso e ocupação do solo e da sua fiscalização; Promover a
recuperação e preservação as nascentes.
Também estabelece parâmetros de infraestruturas urbanas para
implantação de loteamentos e condomínios, como:
I - Sistema de coleta,
tratamento e disposição de esgoto sanitário;
II - Sistema de
escoamento de águas pluviais;
III - Sistema de
abastecimento de água potável;
IV - Rede de energia
elétrica;
V - Vias de circulação
pavimentadas.
5.5.4 - REGULAÇÃO
DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO
Os serviços de saneamento básico são de responsabilidade dos
municípios, conforme previsto na Constituição do Brasil. Todavia, os serviços
de água e esgoto ainda são realizados por companhias de água e saneamento nos
estados.
A regulação da provisão de serviços é também de responsabilidade
dos municípios. A LDNSB identifica seis etapas para melhorar a cobertura e
eficiência dos serviços por meio do encorajamento de um ambiente mais
competitivo, porém regulado:
- A separação institucional dos provedores e reguladores de
serviços;
- Promoção de alternativas descentralizadas para a provisão de
serviços;
- Promoção de participação social dentro do serviço regulatório e
controlador;
- Uso de tecnologias de baixo custo;
- Precificação financeiramente sustentável, incluindo subsídios
para famílias de baixa renda, e;
- Melhoria na cooperação entre as autoridades federais e locais e a
sociedade civil.
O município de Alfredo Chaves ainda não designou sua Agência
Reguladora. Como o município ainda não apresenta entidade reguladora delegada
ou constituída, a regulação e a fiscalização dos serviços públicos de
saneamento básico de Alfredo Chaves, poderão ser delegadas por meio de lei
autorizativa do município à Agência Reguladora de Saneamento Básico e
Infraestrutura Viária do Espírito Santo - ARSI. Caso contrário, o município de
Alfredo Chaves poderá instituir sua própria agência ou constituir, com outros
municípios, consórcio regulador.
AGÊNCIA REGULADORA
DE SANEAMENTO BÁSICO E INFRAESTRUTURA VIÁRIA DO ESPÍRITO SANTO
A Agência Reguladora de Saneamento Básico e de Infraestrutura
Viária do Espírito Santo (ARSI) foi criada em 30 de dezembro de 2008 por meio
da Lei Complementar nº 477, com a missão de proporcionar o equilíbrio nas
relações entre os usuários, prestadores de serviços públicos e poder
concedente.
Sua finalidade é regular, controlar e fiscalizar no Espírito Santo,
os serviços de saneamento básico de interesse comum e interesse local,
abrangendo abastecimento de água e esgotamento sanitário, além dos serviços
estaduais de infraestrutura viária com pedágio.
A ARSI é uma autarquia de regime especial, dotada de personalidade
jurídica de direito público e autonomia administrativa, patrimonial, técnica e
financeira, vinculada à Secretaria de Estado de Saneamento, Habitação e
Desenvolvimento Urbano (SEDURB).
Neste setor, a ARSI regula, controla e fiscaliza no Espírito Santo,
a prestação dos serviços de saneamento básico concedidos pelos municípios à
Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan).
Além de atuar nos municípios capixabas onde os serviços de saneamento
básico são prestados pela Cesan, a ARSI também pode
exercer suas atividades nos outros municípios onde o serviço é realizado por
empresas particulares, públicas municipais ou autarquias municipais. Dentre os
serviços regulados estão: esgoto sanitário e abastecimento de água.
Importante destacar que, nos termos do § 1º do art. 2º do Decreto
Nº 2319-R, de 04 de agosto de 2009, os serviços públicos de saneamento básico
de titularidade estadual, serão, automaticamente, submetidos à regulação,
controle e fiscalização, inclusive tarifária, da ARSI, na forma do art. 4º da
Lei Complementar Nº 477, de 29 de dezembro de 2008.
5.5.5 - PROGRAMAS
LOCAIS DE INTERESSE EM SANEAMENTO BÁSICO
O saneamento básico tem interface com outras políticas de interesse
do município, tais como a do desenvolvimento urbano, habitacional, turismo,
industrial, rural, entre outras. O município não dispõe de programas locais que
possuam interface com o saneamento básico.
PARTICIPAÇÃO E
CONTROLE SOCIAL NA GESTÃO POLÍTICA DE SANEAMENTO BÁSICO
Foi apontado no DPS a mobilização social como ação para sobrepor os
empecilhos para a concretização das metas no município, mas não foram
identificados mecanismos onde tal participação aconteça. Não existem registros
inerentes à participação social tampouco como controle social por meio da
mobilização efetiva a população de Alfredo Chaves.
5.5.6 - AVALIAÇÃO
SISTEMÁTICA DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO
A avaliação da prestação dos serviços de saneamento básico, quanto
à eficiência, eficácia e efetividade, constitui-se em ferramenta essencial na
busca da qualidade, assim como para verificar o alcance dos objetivos e metas
definidos no planejamento em saneamento básico. Permite também realinhar
estratégias e ações em curso que estejam em desacordo com os padrões ou metas
definidos.
O município de Alfredo Chaves não dispõe de mecanismos estruturados
para possibilitar a avaliação sistemática dos serviços prestados.
5.5.7 - POLÍTICAS DE
RECURSOS HUMANOS
A política de valorização do servidor municipal passa pelo
reconhecimento de sua contribuição para o município. Neste sentido, os esforços
empreendidos pela Prefeitura Municipal de Alfredo Chaves para atender às
necessidades dos servidores concentram-se apenas no controle e efetivação de
pagamentos.
5.5.8 - POLÍTICA
TARIFÁRIA DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO
Para os serviços públicos de abastecimento de água potável e esgotamento
sanitário, a SAAE é quem aplica sua política tarifaria de acordo com as normas
estabelecidas pela Companhia.
Para os demais serviços sob a responsabilidade da Prefeitura
Municipal (limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e manejo das águas
pluviais urbanas), são cobrados, através de taxa específica no boleto do IPTU,
os serviços: Coleta regular, transporte e destinação final de Resíduos Sólidos
Urbanos.
A lei orgânica do município
de Alfredo Chaves estabelece a política fundiária. Estabelece que o
Município desenvolverá planos de valorização e aproveitamento de seus recursos
fundiários referente às atividades agrossilvopastoris,
a fim de:
I - promover a efetiva
exploração agrossilvopastoril nas terras que se
encontram ociosas, subaproveitadas ou aproveitadas inadequadamente;
II - criar
oportunidades de trabalho e de progresso social e econômico para os produtores,
mão-de-obra familiar e trabalhadores rurais;
III - melhorar a
qualidade de vida no campo e a fixação do homem no meio rural.
Não foi possível inferir sobre a política tarifaria adotada para o
saneamento básico no município, pois não foram disponibilizados documentos que
permitissem analisá-la.
5.5.9 - SISTEMA
MUNICIPAL DE INFORMAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO
O município de Alfredo Chaves não dispõe de sistema municipal de
informações sobre saneamento básico.
5.5.10 - MECANISMOS
DE COOPERAÇÃO COM OUTROS ENTES FEDERADOS
O município de Alfredo Chaves ainda não instituiu mecanismos de
cooperação com outros entes federados para a prestação dos serviços de
saneamento básico.
6. ABASTECIMENTO DE
ÁGUA POTÁVEL
6.1 PLANO DIRETOR DE
ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL
O município de Alfredo Chaves não dispõe de Plano Diretor de
Abastecimento de Água Potável, sendo o Plano de Saneamento Básico, o primeiro
instrumento a tratar da temática no âmbito municipal.
6.2 SISTEMA DE
ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL (SAA)
Um sistema de abastecimento de água potável para consumo humano é
uma instalação composta por determinado conjunto de obras civis, materiais e equipamentos
destinados à produção e distribuição canalizada de água potável para
populações.
De acordo com o Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB)24, o
abastecimento de água potável em um município é adequado quando ocorre o
fornecimento por rede de distribuição, com ou sem canalização interna, ou por
poço, nascente ou cisterna, com canalização interna, em qualquer caso sem
intermitência (paralisações ou interrupções).
A Tabela abaixo demonstra o atendimento no abastecimento de água
potável no município de Alfredo Chaves, áreas urbana e rural, conforme os
conceitos definidos no PLANSAB.
Tabela 23 - Abastecimento de
água potável em Alfredo Chaves
ÁREA |
QUANTIDADE DE DOMICÍLIOS |
QUANTIDADE DE DOMICÍLIOS COM ATENDIMENTO PRECÁRIO |
ATENDIMENTO ADEQUADO (%) |
ATENDIMENTO PRECÁRIO + DÉFICIT |
Urbana |
2.223 |
2.121 (a) |
95,41 |
4,59 |
Rural |
2.357 |
1.474 (b) |
62,54 |
37,46 |
Total |
4.580 |
3.595 |
78,49 |
21,51 |
Fonte: IBGE, 2010
O IBGE, ao quantificar os domicílios particulares permanentes com
abastecimento de água potável por meio de rede geral, de poços ou nascentes não
mensurou os aspectos qualitativos da prestação dos serviços.
Com objetivo de identificar as soluções atualmente adotadas para o
abastecimento de água potável e sua cobertura no município, são apresentados no
Quadro abaixo os dados referentes aos domicílios particulares permanentes com
abastecimento de água potável por meio de rede geral e por meio de poços ou
nascentes, conforme demonstra o IBGE (2010).
Destaca-se que, o município de Alfredo Chaves é composto por 7
distritos: Alfredo Chaves, Crubixá, Ibitiruí, Matilde, Ribeirão do Cristo, Sagrada Família e
Urânia.
Quadro 12 - Abastecimento de
água potável em domicílios particulares permanentes no município
DISTRITO |
URBANO/RURAL |
QUANTIDADE DE DOMICÍLIOS |
REDE GERAL |
POÇO |
||
QTD |
% |
QTD |
% |
|||
TOTAL MUNICÍPIO: |
4.580 |
2.232 |
48,7 3 |
1.377 |
30,07 |
|
ALFREDO CHAVES - SEDE |
Urbano |
1.934 |
1.876 |
97,0 0 |
11 |
0,57 |
Rural |
514 |
23 |
4,47 |
302 |
58,75 |
|
Total |
2.448 |
1.899 |
77,5 7 |
313 |
12,79 |
|
CRUBIXÁ |
Urbano |
12 |
12 |
100, 00 |
0 |
0,00 |
Rural |
361 |
58 |
16,07 |
157 |
43,49 |
|
Total |
373 |
70 |
18,77 |
157 |
42,09 |
|
IBITIRUÍ |
Urbano |
93 |
93 |
100, 00 |
0 |
0,00 |
Rural |
128 |
1 |
0,78 |
78 |
60,94 |
|
Total |
221 |
94 |
42,53 |
78 |
35,29 |
|
MATILDE |
Urbano |
55 |
55 |
100, 00 |
0 |
0,00 |
Rural |
363 |
8 |
2,20 |
232 |
63,91 |
|
Total |
418 |
63 |
15,07 |
232 |
55,50 |
|
RIBEIRÃO DO CRISTO |
Urbano |
1 |
0 |
0,00 |
0 |
0,00 |
Rural |
490 |
6 |
1,22 |
280 |
57,14 |
|
Total |
491 |
6 |
1,22 |
280 |
57,03 |
|
SAGRADA FAMÍLIA |
Urbano |
92 |
83 |
90,2 2 |
1 |
1,09 |
Rural |
204 |
12 |
5,88 |
62 |
30,39 |
|
Total |
296 |
95 |
32,0 9 |
63 |
21,28 |
|
URÁNIA |
Urbano |
36 |
2 |
5,56 |
2 |
5,56 |
Rural |
297 |
3 |
1,01 |
252 |
84,85 |
|
Total |
333 |
5 |
1,50 |
254 |
76,28 |
Fonte: IBGE, 2010
Verifica-se que, aproximadamente 30% dos domicílios particulares
permanentes em área urbana e rural são atendidos por soluções alternativas
(poços) e 49% por rede geral, inferindo que 21% dos domicílios não dispõem de
serviços para o abastecimento de água potável (Figura a seguir).
Figura 27 - Abastecimento de
água potável nos domicílios particulares permanentes - área urbana e rural
Fonte: IBGE, 2010
Elaboração: UFF, 2016
Conforme pode ser observado no gráfico anterior, a rede geral de
distribuição não alcança nem 2/3 dos domicílios, o que no presente caso
representa, em números absolutos, que 51% dos domicílios consome água de
qualidade duvidosa.
Quando os índices de cobertura do abastecimento de água potável de
Alfredo Chaves são comparados aos do Estado do Espírito Santo (Tabela abaixo),
é possível perceber que o município conserva índice distante daqueles
praticados pelos demais municípios do estado de igual porte populacional.
Os mesmos índices municipais, quando comparados com aqueles
encontrados para a região Sudeste indicam que o índice de cobertura é menor em
relação à população total e menor em relação à população urbana.
Quando se compara os índices municipais com os nacionais, Alfredo
Chaves se distancia da realidade nacional uma vez que o índice municipal de
atendimento à população urbana é inferior ao que ocorre nacionalmente e
distante com relação a população total atendida.
Tabela 24 - Índices de
cobertura - abastecimento de água potável
REGIÃO |
COBERTURA DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL (%) |
|
POPULAÇÃO TOTAL |
POPULAÇÃO URBANA |
|
Alfredo Chaves |
29,65 |
92,48 |
Espírito Santo |
80,90 |
92,80 |
Sudeste |
91,72 |
96,76 |
Brasil |
82,50 |
92,98 |
Fonte: SNIS-AE, 2013
6.3 - PRESTAÇÃO DOS
SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL
Os serviços públicos de abastecimento de água potável são de
responsabilidade do poder público municipal, mesmo que administrados em regime
de concessão ou permissão.
Conforme estabelecido no art. 38 da LDNSB, o poder público
municipal poderá prestar os serviços de saneamento básico nas seguintes
modalidades:
- Prestação direta: (diretamente, por meio de órgão de sua
administração direta ou por autarquia, empresa pública ou sociedade de economia
mista que integre a sua administração indireta, facultado que contrate
terceiros, no regime da Lei nº 8.666/1993;
- Prestação contratada: mediante concessão ou permissão,
sempre precedida de licitação na modalidade concorrência pública, no regime da
Lei nº 8.987/1995 (indiretamente) ou no âmbito de gestão associada de serviços
públicos, mediante contrato de programa autorizado por contrato de consórcio
público ou por convênio de cooperação entre entes federados, no regime da Lei
nº 11.107/2005;
- Prestação autorizada: mediante autorização a usuários
organizados em cooperativas ou associações, no regime previsto no art. 10, §
1º, da LDNSB, desde que os serviços se limitem a determinado condomínio ou
localidade de pequeno porte, predominantemente ocupada por população de baixa
renda, onde outras formas de prestação apresentem custos de operação e
manutenção incompatíveis com a capacidade de pagamento dos usuários.
Na área urbana do município os serviços de abastecimento de água
potável são realizados pelo Serviço Autónomo de água e Esgoto (SAAE), nas
demais localidades, são adotadas soluções alternativas mantidas por moradores.
Observa-se que, de acordo com a LDNSB e seu Decreto Regulamentador,
a validade de contratos que tenham por objeto a prestação de serviços públicos
de saneamento básico exige a existência de plano de saneamento básico, de
estudo que comprove a viabilidade técnica e econômico-financeira da prestação
universal e integral dos serviços, a existência de normas de regulação que
prevejam os meios para o cumprimento das diretrizes da LDNSB, incluindo a
designação da entidade de regulação e de fiscalização e a realização prévia de
audiência e consulta públicas sobre edital de licitação e minuta de contrato,
no caso de concessão ou de programa.
É também condição de validade para a celebração de contratos de
concessão ou de programa que as normas de regulação prevejam a autorização para
contratação dos serviços (com respectivos prazos e área a ser atendida), que
estejam inclusas metas progressivas e graduais de expansão dos serviços,
priorizando as ações a serem executadas, que sejam previstas as hipóteses de
intervenção e de retomada dos serviços e, principalmente, as condições de
sustentabilidade e equilíbrio econômico- financeiro da prestação dos serviços,
em regime de eficiência, incluindo o sistema de cobrança e composição de taxas,
tarifas e outros preços públicos, a sistemática de reajustes e de revisões
dessa cobrança e a política de subsídios, além dos mecanismos de controle
social em todo processo.
O Quadro a seguir apresenta as principais informações relativas à
prestação dos serviços públicos de saneamento básico no município.
Quadro 13 - Informações sobre
a prestação dos serviços públicos de abastecimento de água potável
PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL |
ALFREDO CHAVES |
Modalidade adotada |
Prestação direta (SAAE) |
Existência de contrato |
- |
Data de início dos serviços |
- |
Existência do estatuto de criação do SAAE |
Sim |
Fonte: SAAE/ALC, 2016
O Contrato entre o SAAE/ALC e a Prefeitura de Alfredo Chaves não
foi localizado para análise. Tal instrumento é de fundamental importância para
verificação das condições estabelecidas na relação entre o SAAE/ALC e a
Prefeitura.
6.4 - CARACTERIZAÇÃO
DO SISTEMA EXISTENTE
O município de Alfredo Chaves não dispõe de cadastro técnico do
sistema de abastecimento de água potável.
A existência de cadastro técnico da rede de abastecimento de água é
de suma importância para ações de planejamento, permitindo que o município
avance melhor no estabelecimento das diretrizes de expansão do sistema e
ampliação da cobertura. A sua não existência impõe ao município uma restrição
às ações operacionais e de planejamento do sistema.
O município de Alfredo Chaves é abastecido por meio de sistema
público isolado superficial.
6.4.2 -
CARACTERIZAÇÃO DOS SAA
Considera-se serviços públicos de abastecimento de água potável a
sua distribuição mediante ligação predial, incluindo eventuais instrumentos de
medição, bem como, quando vinculadas a esta finalidade, as atividades para
captação, adução e reservação de água bruta, tratamento da água, adução e
reservação de água tratada.
Para o abastecimento de água potável em Alfredo Chaves, o sistema
público operado pelo SAAE é composto por unidades de captação, adução, estação
de tratamento de água, reservação e distribuição.
Os sistemas estruturados poderão ser visualizados na Figura a
seguir.
Figura 28 - Diagrama do sistema
de abastecimento de água potável em Alfredo Chaves
Fonte: ANA, 2016
Conforme pode ser observado na figura anterior, a Agência Nacional
de Águas outorga ao SAAE de Alfredo Chaves a vazão de captação total de 38 l/s.
No entanto, conforme poderá ser observado adiante, o SAAE só capta 25 l/s para
tratamento e distribuição, o que demonstra que existe disponibilidade hídrica
para futuras expansões da rede e aumento da cobertura dos domicílios.
Nas demais localidades o abastecimento é garantido pelos moradores
por meio de poços individuais ou coletivos.
Nas demais localidades o abastecimento é garantido pelos moradores
por meio de poços individuais ou coletivos, o que justifica a impossibilidade de
localizar todos os poços existentes no município, uma vez que os mesmos não são
outorgados pelos órgãos competentes, uma vez que são perfurados pelos próprios
moradores para resolver seus problemas de abastecimento de água.
NORMAS PARA
REGULAÇÃO DOS SERVIÇOS
O Decreto Regulamentador da LDNSB faculta aos municípios
estabelecerem normas específicas de regulação para cada um dos serviços
públicos de saneamento básico.
Tais normas poderão ser editadas por legislação do titular (no que
se refere aos direitos e obrigações dos usuários e prestadores, bem como às
penalidades a que estarão sujeitos e aos procedimentos e critérios para a
atuação das entidades de regulação e de fiscalização) ou por norma da entidade
de regulação (no que se refere às dimensões técnica, econômica e social de
prestação dos serviços).
O município não dispõe de normas de regulação específicas para os
serviços de abastecimento de água potável.
Segundo Atlas de Abastecimento Urbano de Água25, o
manancial superficial de abastecimento público (que abastece 100% da área
urbana de Alfredo Chaves) é o rio Rio Benevente, Córrego Caeté e o manancial atualmente explorado
atende à demanda prevista para o ano de 2015 (21 l/s). A vazão de exploração do
manancial superficial (vazão de projeto), de acordo com os dados
disponibilizados pelo SAAE é de 25 l/s. De acordo com as informações
disponibilizadas pelo SAAE o rio é enquadrado como rio classe 1.
Conforme dados do SAAE, os mananciais de captação possuem
disponibilidade hídrica para atendimento das demandas previstas para o ano de
2015, estimada em 21 l/s, cuja qualidade da água dos mananciais é muito boa,
considerando a sua classe. No entanto, segundo apresentado no quadro abaixo,
apenas 49% dos domicílios do município possuem ligação com a rede geral de
abastecimento, sendo que pode-se afirmar que 51% dos domicílios não recebem
água tratada. Desta forma, considerando os princípios fundamentais universais
que preconizam fornecimento de água de qualidade a 100% da população, prevê-se
que, para tal cumprimento, deve haver aumento nas vazões de captação e
tratamento no município, o que consiste dizer que a vazão atual não atenderia a
100% da população no caso de 100% de conexão dos domicílios à rede de
distribuição.
6.4.4 - CAPTAÇÃO,
ADUÇÃO DA ÁGUA BRUTA
OUTORGA DE USO CONSUNTIVO
A outorga de direito de uso de recursos hídricos é um dos seis
instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos, estabelecidos no inciso
III, do art. 5º da Lei Federal nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997. Esse
instrumento tem como objetivo assegurar o controle quantitativo e qualitativo
dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso aos recursos
hídricos.
É o ato administrativo mediante o qual o Poder Público outorgante
faculta ao outorgado (requerente) o direito de uso de recursos hídricos, por
prazo determinado, nos termos e nas condições expressas no ato. O ato
administrativo deve ser publicado no Diário Oficial.
Conforme disposto na Lei Federal nº 9.433/1997, dependem de
outorga:
§ Derivação ou captação de parcela da água existente em um corpo
d’água para consumo final, inclusive abastecimento público, ou insumo de
processo produtivo;
§ Extração de água de aquífero subterrânea para consumo final ou
insumo de processo produtivo;
§ Lançamento em corpo d’água de esgotos e demais resíduos líquidos
ou gasosos, tratados ou não, com o fim de sua diluição, transporte ou
disposição final;
§ Aproveitamento dos potenciais hidrelétricos; e
§ Outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da
água existente em um corpo d’água.
No que tange os serviços de saneamento básico, a outorga de direito
de uso de recursos hídricos (uso consuntivo) deve ser solicitada por todos
aqueles que usam, ou pretendem usar, os recursos hídricos para captação de
águas, superficiais ou subterrâneas. A exceção é para algumas formas de uso da
água que podem ser consideradas de pouca expressão, no tocante à quantidade de
água demandada frente à disponibilidade existente no local. Nesses casos,
exclui-se a obrigatoriedade da outorga, mas não a responsabilidade de computar
os usos e, portanto, de informar ao Poder Público estadual os valores
utilizados.
No caso das águas subterrâneas, a outorga de uso consuntivo
representa a garantia de água para todos os usos, sendo, portanto, obrigatória.
Apesar das águas subterrâneas serem de domínio estadual, sendo as
outorgas solicitadas ao Estado, é relevante a participação da União em estudos
que estabeleçam as normas para sua utilização (art. 26, Constituição Federal).
Em consulta realizada no sítio eletrônico da Agência Nacional de
Águas (ANA) , não foram localizados dados sobre a existência de outorgas para o
município de Alfredo Chaves, entre os anos de 2001 a 2015.
A outorga é imprescindível para a legalidade e regularidade quanto
ao uso de recursos hídricos quando se tratar de implantação, ampliação e
alteração de qualquer empreendimento que demande uso de água superficial ou
subterrânea, bem como a execução de obras ou serviços que alterem o seu regime,
quantidade ou qualidade.
O processo de outorga no Estado do Espírito Santo é formalizado
junto à Agência Estadual de Recursos Hídricos (AGERH).
O cadastramento dos usos considerados insignificantes,
estabelecidos pela Resolução Normativa nº 017, de 13 de março de 2007, do
Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH), é realizado na sede da Agência
Estadual de Recursos Hídricos, conforme procedimentos estabelecidos na
Instrução Normativa nº 07 de 27 de agosto de 2010.
A Certidão de Dispensa de Outorga tem prazo máximo de vigência
igual a 2 (dois) anos, sendo emitida automaticamente após o preenchimento dos
formulários digitais referentes à interferência.
Não foram localizadas outorgas de uso consuntivo das águas
superficiais e subterrâneas para o abastecimento do município de Alfredo
Chaves.
A captação de água bruta no manancial superficial (Rio Benevente) é realizada por gravidade. De acordo com as
informações disponibilizadas pelo SAAE/ALC, o volume de água produzido oriundo
do manancial superficial é de 25 l/s.
ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS
DE ÁGUA BRUTA
Estações elevatórias de água bruta são instalações de bombeamento
destinadas para recalcar a água captada às unidades de reservação ou tratamento
quando estas se encontram em pontos distantes da unidade de captação ou em
pontos elevados como também para reforçar a capacidade de adução do sistema.
O sistema existente no município de Alfredo Chaves não conta com
estação elevatória de água bruta. A água captada é transportada por gravidade,
sendo a vazão captada igual a vazão aduzida (25 l/s), considerando as
respectivas perdas de energia no transporte.
Em função das cotas de assentamento do tratamento (inferior) e da
captação (superior), a inexistência de estruturas elevatórias é justificável.
6.4.5 - TRATAMENTO
DA ÁGUA BRUTA
O tratamento da água bruta, objetiva condicionar suas
características para atender a qualidade necessária para um determinado uso. A
água a ser utilizada no abastecimento público deve atender aos padrões de
qualidade exigidos pela Portaria MS nº 2.914/2011 aceitos internacionalmente,
bem como aquelas estabelecidas pela Resolução CONAMA nº 375/2005.
O tratamento da água bruta tem em sua principal função, prevenir o
aparecimento de doenças de veiculação hídrica e, sobretudo, proteger a saúde da
população. O tratamento da água pode se dar de forma simplificada ou completa
(convencional), de acordo com as características físicas, químicas e biológicas
da água bruta a ser tratada.
A Resolução CONAMA nº 375/2005, define por tratamento simplificado,
a clarificação da água por meio de filtração, desinfecção e correção de pH
quando necessário e por tratamento convencional a clarificação com utilização
de coagulação e floculação, seguida de desinfecção e correção de pH.
De acordo com esta Resolução, o tratamento convencional deverá ser
adotado nas águas doces, para águas Classe 2 e 3 e águas salobras Classe 1, com
vistas ao abastecimento para consumo humano.
O sistema de tratamento utilizado no município é o convencional,
que consiste na clarificação com utilização de coagulação e floculação, seguida
de desinfecção, correção de pH e fluoretação.
O tratamento é realizado por meio de duas estações de tratamento:
ETA Sede (Cachoeirinha) e ETA Sagrada Família.
De acordo com informações disponibilizadas, o volume de água
tratada provinda do manancial superficial é de 24 l/s, sendo que a média de
funcionamento do conjunto moto-bomba que alimenta o
sistema é de 24 horas.
As principais características do sistema de tratamento adotado são
apresentadas no Quadro abaixo e as instalações visitadas na Figura abaixo.
Quadro 14 - Características
do sistema de tratamento adotado
ETA |
TIPO DE TRATAMENTO |
PROCESSOS ADOTADOS |
COORDENADA S |
CAPACIDADE DE TRATAMENTO (L/S) |
FUNCIONA MENTO MÉDIO DO CONJUNTO MOTO BOMBA (H) |
ESTADO DE CONSERVAÇÃO |
Sede |
Convenciona l |
Coagulação, floculação, desinfecção, e fluoretação |
Lat. S 20º 38"01 2 Long. W |
28 |
24 |
Bom |
Sagra da Família |
Convenciona l |
Coagulação, floculação, desinfecção, e fluoretação |
Lat. S 20º 38"35 2 Long. W |
5 |
24 |
Regula r |
Fonte: SAAE/ALC, 2016
Figura 29 - Registro das
instalações de tratamento de água
ETA Sede - Detalhe novo filtro
ETA Sagrada Família
Fonte: UFF, 2016/2017
Conforme pode ser observado, as duas ETA possuem capacidade de
tratamento de 33 l/s, e atualmente operam abaixo da capacidade instalada,
produzindo aproximadamente 24 l/s.
Importante destacar que as ETA possuem capacidade de ampliação
operacional no caso de expansões futuras da rede de distribuição.
6.4.6 - ESTAÇÕES
ELEVATÓRIAS DE ÁGUA TRATADA
Estações elevatórias de água tratada são instalações destinadas a
transportar a água tratada a pontos mais distantes ou mais elevados do sistema,
ou para aumentar a vazão de linhas adutoras.
O sistema público de abastecimento de água do município de Alfredo
Chaves conta com duas elevatórias de água tratada em operação, não operando com
bombas reserva.
6.4.7 - RESERVAÇÃO E
DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA TRATADA
RESERVAÇÃO
O Sistema de abastecimento de água do município dispõe de oito
reservatórios de água tratada.
Quadro 15 - Características
dos reservatórios de água tratada
ETA |
RESERVATÓRIO |
VOLUME DE RESERVAÇÃO (M3) |
ESTADO DE CONSERVAÇÃO |
Sede 1 |
1 |
90.000 |
Bom |
Sede 2 |
2 |
90.000 |
Bom |
Sede 3 |
3 |
90.000 |
Bom |
Morro da Divisa |
1 |
15.000 |
Bom |
Sagrada Família |
1 |
20.000 |
Bom |
Sagrada Família |
2 |
20.000 |
Bom |
Matilde 1 |
1 |
20.000 |
Bom |
Matilde 2 |
2 |
20.000 |
Bom |
TOTAL |
- |
385.000 |
- |
Fonte: SAAE/ALC, 2016
Figura 30 - Reservatórios ETA
Sagrada Família (Reservatórios 20 m3)
Fonte: UFF, 2016
A Figura abaixo apresenta a localização das unidades que compõe o
sistema de abastecimento de água potável no município de Alfredo Chaves.
Figura 31 - Localização das
unidades do SAA no município de Alfredo Chaves
Fonte: SAAE/ALC, 2016
Elaboração: UFF, 2016
6.4.8 -
ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL NA ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO
O sistema de abastecimento dos domicílios particulares permanentes
na área rural do município de Alfredo Chaves é realizado por meio da rede geral
(5%) e poços (58%), como demonstra a Figura a seguir (IBGE, 2010).
Figura 32 -
Representatividade das modalidades do abastecimento de água na área rural
Fonte: IBGE, 2010
Elaboração: UFF, 2016
Parte dos domicílios particulares permanentes da área rural (32%) é
abastecida de forma precária, seja por rede geral, poços ou outra forma de
abastecimento de água, não havendo qualquer controle sobre a água consumida
(Figura a seguir).
Vale ressaltar que, as formas enquadradas nessa categoria são
consideradas inadequadas conforme conceituou o PLANSAB.
Figura 33 -
Representatividade das outras fontes de abastecimento na área rural
Fonte: IBGE, 2010
Elaboração: UFF, 2016
Conforme pode ser observado no gráfico anterior, 2/3 dos domicílios
particulares permanentes localizados nas zonas rurais do município de Alfredo
Chaves possuem sistemas de abastecimento como poços, sendo o outro 1/3
abastecido através de mananciais não declarados, situação que demonstra que a
qualidade da água dessa população é desconhecida e provavelmente se encontra em
desacordo com os padrões estabelecidos pelo Ministério da Saúde.
O Quadro a seguir consolida todas as modalidades utilizadas para o
abastecimento de água na área rural de Alfredo Chaves.
Quadro 16 - Abastecimento de
água potável em domicílios particulares permanentes na área rural do município
de Alfredo Chaves
DISTRITO |
NÚMERO DE DOMICÍLIOS |
MODALIDADE DE ABASTECIMENTO |
||||
REDE GERAL |
POÇO |
CISTERNA |
OUTRAS FORMAS |
SEM INFORMAÇÃO |
||
Crubixá |
361 |
58 |
157 |
- |
146 |
- |
Ibitiruí |
128 |
1 |
78 |
- |
49 |
- |
Matilde |
363 |
8 |
232 |
- |
123 |
- |
Ribeirão do Cristo |
490 |
6 |
280 |
- |
91 |
113 |
Sagrada Família |
204 |
12 |
62 |
- |
130 |
1 |
Urânia |
297 |
3 |
252 |
- |
42 |
- |
Total |
1.84 4 |
88 |
1.061 |
- |
581 |
114 |
TOTAL (%) |
100, 00 |
4,77 |
57,54 |
- |
31,51 |
6,18 |
Fonte: IBGE, 2010
Foi possível perceber que a população das áreas rurais não são orientadas
quanto à proteção dos poços, das nascentes e dos rios, bem como da necessidade
de desinfeção (cloração) da água consumida pelas soluções individuais adotadas.
A água é consumida sem qualquer controle sobre sua qualidade.
Destaca-se que, a LDNSB estabelece em seu art. 5º que, não
constitui serviço público a ação de saneamento executada por meio de soluções
individuais, desde que o usuário não dependa de terceiros para operar os
serviços, entretanto, seu art. 10 discorre que, em localidade de pequeno porte,
predominantemente ocupada por população de baixa renda, onde outras formas de
prestação apresentem custos de operação e manutenção incompatíveis com a
capacidade de pagamento dos usuários, os serviços de abastecimento de água
poderão ser prestados por usuários organizados em cooperativas ou associações,
desde que sejam celebrados contratos para a prestação desses serviços, o que
poderia vir a garantir controle e eficiência no abastecimento desses locais.
6.5.1 - LIGAÇÕES E ECONOMIAS
Ligação domiciliar é a instalação que une a rede de distribuição à
rede interna de cada imóvel (comercial, industrial, público ou residencial)
fazendo a água chegar. Economia pode ser definida como o imóvel ou subdivisão
de um imóvel com ocupação independente entre si, que utilizam uma única
instalação de abastecimento de água potável.
Ligações e economias ativas são aquelas conectadas ao sistema
público de abastecimento (registradas no cadastro comercial do prestador). As
inativas, são aquelas que embora estejam conectadas ao sistema público de
abastecimento de água potável não se utilizam dos serviços de abastecimento.
Ligações e economias micro medidas são aquelas providas de medidores
(hidrômetros) de consumo.
O Quadro abaixo apresenta o total de ligações e economias atendidas
pelo SAAE. Observa-se que todas as ligações e economias (ativas ou inativas)
encontram-se hidromentradas no município.
Quadro 17 - Ligações e
economias no município
ALFREDO CHAVES |
MICROMEDIDAS |
||
Ligações |
Ativas |
2.700 |
2.700 |
Inativas |
301 |
301 |
|
Total |
3.001 |
3.001 |
|
Economias |
Ativa s |
2.860 |
2.860 |
Inativas |
325 |
325 |
|
Total |
3.185 |
3.185 |
Fonte: SAAE/ALC, 2016
Observa-se que a quantidade de ligações e economias hidrometradas está acima da média nacional (91,7%) e do
índice estadual fornecido pela CESAN (29,25%) relativo ao ano de 2014.
Cabe ressaltar que a hidrometração, além
de ser um instrumento de controle sobre os serviços públicos disponibilizados,
é fundamental para a recuperação dos custos incorridos na prestação dos
serviços de saneamento básico (fixação de tarifas), conforme dispõe o art. 29,
§ 1º, da Lei nº 11.445/2207.
6.5.2 - CONSUMO PER
CAPITA E CONSUMIDORES ESPECIAIS
O consumo per capita traduz o volume de água diário, requerido por
um indivíduo, usualmente expresso em l/hab dia. Esse
valor é adotado na concepção de sistemas de abastecimento de água potável, para
satisfazer as necessidades diárias de um indivíduo.
Os fatores que influenciam no consumo per capita de água em um
município estão associados, dentre outros, ao nível socioeconômico cultural da
população abastecida, ao nível de industrialização e atividades comerciais,
clima, porte populacional, características e topografia do município,
disponibilidade de mananciais, percentual de hidrometração
e política tarifária do prestador.
De acordo com a OMS, uma pessoa necessita de um consumo mínimo de
110 litros de água por dia (essa medida supostamente seria suficiente para um
indivíduo saciar a sede, cuidar apropriadamente da higiene e preparar os
alimentos).
Os dados disponibilizados pelo SNIS, indicam que no município de
Alfredo Chaves, o consumo per capita foi de 167,50l/hab
dia, enquanto que no Estado foi de 194,77 l/hab.dia.
A Figura a seguir apresenta os dados do consumo per capita do
município de Alfredo Chaves, do Estado do Espírito Santo, da região Sudeste e
do Brasil.
Figura 34 - Consumo per capita
comparado por l/hab.dia
Fonte: SAAE/ALC, 2016
Elaboração: UFF, 2016
A influência do porte populacional na determinação do consumo per
capita recebe destaque em diversos manuais básicos de projeto e comumente
apresenta uma tendência crescente, conforme demonstrado na Tabela a seguir.
Tabela 25 - Consumo médio per
capita por porte municipal
PORTE MUNICIPAL |
POPULAÇÃO CONSIDERADA (HAB.) |
CONSUMO MÉDIO PER CAPITA (L/HAB.DIA) |
Mínimo |
até 5.000 |
100 a 150 |
Pequeno |
De 5.001 a 25.000 |
150 a 200 |
Médio |
De 25.001 a 100.000 |
200 a 250 |
Grande |
Acima de 100.001 |
250 a 300 |
Fonte: Barros et al, 2009
Comparando o consumo per capita do município com aquele apresentado
pela literatura do setor, é possível inferir que Alfredo Chaves encontra-se
dentro do consumo previsto para municípios de igual porte.
No entanto, para fins de planejamento (20 anos), torna-se
imprescindível avaliar a curva de crescimento populacional do Município de
Alfredo Chaves, de forma a estimar sua população futura e estabelecer o consumo
per capita.
Conforme informado pelo SAAE, 7.500 habitantes são atendidos pelo
sistema de abastecimento de água (SAA) existente, o que representa o
atendimento de 75% da população urbana do município e 83% de sua população
total (Figura a seguir).
Figura 35 - População
atendida pelo SAA de Alfredo Chaves
Fonte: SAAE/ALC, 2016
Elaboração: UFF, 2016
6.5.4 - VOLUME DE
ÁGUA DISPONIBILIZADO POR ECONOMIA
De acordo com o SNIS (2014), o volume de água disponibilizado por
economia para o município é 16,57 m3/mês. Como a densidade de projeto por
economia foi estimada em 2,40 habitantes por domicílio, infere-se que cada
usuário no município de Alfredo Chaves tenha disponível para consumo o volume
diário de aproximadamente 0,23 m3/dia ou 230,23 l/hab.dia,
valor superior ao estimado no consumo per capita (167,50 l/hab.dia).
A diferença entre o volume disponibilizado para consumo e o volume
efetivamente consumido pode representar a ocorrência de diversas situações não
contabilizadas, dentre elas a reservação ou perdas nas economias, as diferenças
não demonstradas de consumo, a alta produção sem aplicabilidade por ausência de
infraestrutura de distribuição, dentre outras. Não foram identificados
consumidores especiais no município.
Figura 36 - Consumo per
capita x volume disponibilizado em l/hab.dia
Fonte: SAAE/ALC, 2016
Elaboração: UFF, 2016
O Quadro a seguir apresenta os dados sobre os volumes micromedido e faturado no município de Alfredo Chaves.
Quadro 18 - Volumes micromedido e faturado em Alfredo Chaves (m3/mês)
VOLUME MICROMEDIDO |
VOLUME FATURADO |
15.171 |
17.585 |
Fonte: SAAE/ALC, 2016
Observa-se no quadro acima que o volume de água consumido é de
15.171 m3/mês enquanto o volume faturado é de 17.585 m3/mês.
Volume micromedido não deve ser
confundido com o volume de água consumido, pois nesse último incluem-se, além
dos volumes micromedidos, também aqueles estimados
para os usuários de ligações não medidas. Volume faturado é aquele debitado ao
total de economias (medidas ou não meditas) para fins de faturamento.
Assim, os valores apresentados demonstram a existência de economias
não medidas, sendo contabilizadas para fins de faturamento.
As informações disponíveis indicam que no município de Alfredo
Chaves a maior demanda de água é para o consumo humano.
Quanto ao consumo humano, considerando o consumo per capita de
167,50 l/hab.dia e a população total do município em
2015 (14.973 habitantes), estima-se que o consumo seja de aproximadamente
2.507,98 m3/dia, caso todos os moradores tivessem à disposição rede
de distribuição de água.
Com relação à população urbana (7.064 habitantes), estima-se o
consumo de 1.183,22 m3/dia.
6.5.6 -
DISPONIBILIDADE HÍDRICA PARA CONSUMO
De acordo com a ANA26, em diversas regiões hidrográficas do país, a
intensa e desordenada ocupação do território tem gerado conflitos pelo uso da
água, em face, principalmente, de questões associadas à qualidade requerida
para determinados usos.
O Município apresenta trechos em que sua situação requer ampliação
do sistema e em outros o abastecimento é satisfatório.
Figura 37 - Demanda e
disponibilidade hídrica na região hidrográfica
Fonte: ANA, 2016
6.6 - CONSUMO E
DEMANDA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL
O balanço prévio entre o consumo e demanda de abastecimento de água
potável no município de Alfredo Chaves encontra-se demonstrado nos Quadro e
Gráfico abaixo.
Na demanda de consumo no município, o volume produzido pelo sistema
público de abastecimento de água potável é insuficiente. O balanço entre o
consumo e a demanda no município, demonstra um déficit de produção de água
potável para o abastecimento da população total urbana de 1.006 m3/dia.
Quadro 19 - Balanço entre
consumos e demandas de abastecimento de água potável no município de Alfredo
Chaves
EQUAÇÃO |
PRODUÇÃO E CONSUMO (M3/DIA) |
|
1 |
Demanda de consumo estimada (população urbana) |
1.183,22 |
2 |
Volume produzido estimado |
676,22 |
3 |
Volume consumido estimado |
498,82 |
BALANÇO (PRODUÇÃO, CONSUMO E DEMANDA) |
||
(2-3) |
Balanço (volume produzido - volume consumido) |
+ 177,40 |
(2-1) |
Balanço (volume produzido - demanda de consumo) |
-1.006,34 |
Fonte: SAAE/ALC, 2016
O balanço entre a demanda e consumo no município de Alfredo Chaves
é demonstrado na Figura a seguir.
Figura 38 - Balanço entre
consumos e demandas de abastecimento de água potável no município de Alfredo
Chaves
Fonte: SAAE/ALC, 2016
Elaboração: UFF, 2016
6.7 - QUALIDADE DA
ÁGUA BRUTA E DO PRODUTO FINAL DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO
6.7.1 - REDE HIDROGRÁFICA
A rede hidrográfica do Espírito Santo é apresentada na Figura
abaixo, onde é possível identificar os corpos d’água e os possíveis mananciais
que poderão ser objetos de estudo para suprir as necessidades futuras de
abastecimento de água do município.
Figura 39 - Rede hidrográfica
do Estado do Espírito Santo - destaque município de Alfredo Chaves
Fonte: IEMA, 2016
6.7.2 - QUALIDADE DA
ÁGUA BRUTA
Os parâmetros utilizados pelo SAAE para análise da qualidade da
água bruta captada encontram-se descritos no Quadro abaixo.
Quadro 20 - Parâmetros para
análise da qualidade da água bruta
PARÂMETROS |
DESCRIÇÃO |
Cor |
Medida de substâncias dissolvidas na água |
Turbidez |
Medida de partículas em suspensão na água |
Cloro residual |
É o teor de cloro que permanece após a desinfecção da água, em
garantia a qualidade microbiológica. |
Flúor |
É o teor de flúor que permanece após a fluoretação da água, para
redução da incidência da cárie dentária |
Coliformes totais |
Indicador utilizado para medir contaminação por bactérias
provenientes do meio ambiente. |
Coliformes termotolerantes |
Indicador utilizado para medir contaminação por bactérias de
origem animal |
Fonte: UFF, 2016
Os dados de qualidade de água bruta para o município de Alfredo
Chaves não foram disponibilizados pelo SAAE para verificar a conformidade com
os padrões de potabilidade estabelecidos pela Portaria MS nº 2.914/2011,
conforme demonstra o Quadro abaixo.
Quadro 21 - Dados de
qualidade da água bruta captada no município
PARÂMETRO |
VALORES ENCONTRADOS NAS ANÁLISES DO SAAE |
VALORES LIMITES ESTABELECIDOS PELA PORTARIA MS Nº 2.914/2011 |
Cor (UH) |
0,72 |
15 UH |
Turbidez (UT) |
0,68 |
5,0 UT |
Cloro residual |
0,69 |
0,2 - 2,0 mg/L |
Coliformes totais |
0 |
Ausência em 95% das amostras |
Coliforme termotolerantes |
0 |
Ausência |
Fluor |
0,65 |
1,5 mg/L |
Fonte: Portaria MS nº
2.914/2011 e SAAE/ALC, 2017
Os valores encontrados nas análises disponibilizadas pelo SAAE/ALC
demonstram a água consumida no município, uma vez que os valores se encontram
abaixo dos valores limites estabelecidos pela Portaria MS nº 2.914/2011.
6.7.3 - QUALIDADE DO
PRODUTO FINAL/ÁGUA TRATADA
Os padrões de potabilidade de água distribuída à população são
regidos pelo estabelecido na Portaria MS nº 2.914/2011.
O SNIS, em seus relatórios anuais, apresenta que, em 2014, foram analisadas
4.551 amostras para os parâmetros cloro residual, turbidez e coliformes na água
tratada a ser distribuída. Os dados são apresentados no Quadro a seguir.
Figura 40 - Monitoramento de
parâmetros pelo Vigiágua no município de Alfredo
Chaves
Fonte: Vigiágua. Disponível em: http://sage.saude.gov.br/#
Quadro 22 - Resultados da
amostragem da água tratada distribuída
MUNICÍPIO |
PARÂMETROS |
||||||||
CLORO RESIDUAL |
TURBIDEZ |
COLIFORMES TOTAIS |
|||||||
Alfredo Chaves |
E |
A |
EC |
E |
A |
EC |
E |
A |
EC |
Número de análises |
4.116 |
4.551 |
4.551 |
4.116 |
4.551 |
4.551 |
216 |
239 |
237 |
Padrão Portaria MS nº 2.914/2011 |
0,2-2,0 mh/L |
Máximo 5 UT |
Ausência em 95% das amostras |
Legenda: E= Exigida; A=
Analisada; EC= Em conformidade
Fonte: SNIS, 2014
O universo amostral apresentado no Quadro apresentado demonstra que
para os parâmetros cloro residual, turbidez e coliformes totais, praticamente
100% das amostras apresentaram conformidade com a Portaria MS nº 2.914/2011,
demonstrando que o atendimento a esses parâmetros está sendo garantido pelo
prestador de serviços.
Foi consultado ainda, no Portal da Saúde, dados sobre o
monitoramento dos parâmetros básicos da Vigilância da Qualidade da Água para o
Consumo Humano - Vigiágua27. Os resultados disponibilizados pelo portal poderão
ser verificados na Figura a seguir.
As informações sobre o monitoramento da qualidade da água do
município de Alfredo Chaves disponíveis no Programa Nacional Vigiágua permitem avaliar que o monitoramento dos
parâmetros alcançados pelo SAAE no município vem sendo realizado e acompanhado
pelo Programa, principalmente no monitoramento de coliformes totais e turbidez.
6.7.4 - EFICIÊNCIA
DO TRATAMENTO E CUSTOS OPERACIONAIS
Avaliar a eficiência no tratamento da água configura-se como uma
importante ferramenta para o controle operacional do processo, permitindo a
identificação e a correção de falhas, caso existam, de forma a melhorar seu
desempenho, e o enquadrando dos parâmetros de qualidade de água conforme
recomendado pela Portaria MS nº 2.914/2011.
A qualidade da água bruta tem implicação direta nos métodos de tratamento
adotados e consequentemente na dosagem de produtos químicos utilizados para o
enquadramento de sua potabilidade.
A estimativa da eficiência de tratamento encontrada pode ser
efetuada comparando os dados de qualidade da água bruta e as análises
realizadas na água tratada distribuída.
Com relação aos custos operacionais, de acordo com os dados
disponibilizados pelo SAAE, são gastos mensalmente aproximadamente R$ 35.680,00
na compra de produtos químicos para emprego no processo de tratamento, R$
80.100,00 na manutenção de ETA e R$ 40.050,00 na operação das unidades de
tratamento.
A figura abaixo permite observar que 53% dos gastos do SAAE são
empregados na manutenção do Sistema de abastecimento de água, 26% na operação
desse sistema e somente 21% dos valores gastos são empregados na compra de
produtos químicos para possibilitar o tratamento da água distribuída.
Figura 41 - Custos
operacionais do SAA
6.7.5 -
MONITORAMENTO DO SISTEMA EXISTENTE
O monitoramento dos sistemas de abastecimento de água potável no
município é efetuado pelo SAAE em regime de plantão, o que possibilitao
atendimento de emergências na medida em que as mesmas ocorrem.
6.8 - DEFICIÊNCIAS
DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL
6.8.1 - PERDAS
Os índices de perdas estão diretamente associados à qualidade da
infraestrutura e da gestão dos sistemas de abastecimento de água potável e, por
consequência, vinculados às características intrínsecas do prestador desses
serviços públicos.
As perdas podem ser classificadas em perdas reais ou aparentes.
- Perdas reais: são as perdas físicas de água decorrentes de
vazamentos na rede de distribuição e extravasamentos em reservatórios. Este
tipo de perda impacta na disponibilidade de recursos hídricos superficiais e
nos custos de produção de água tratada;
- Perdas aparentes: são as perdas não-físicas, decorrentes
de imprecisão na medição dos hidrômetros, fraudes e falhas do cadastro
comercial. A água é consumida, porém, não é faturada pela empresa de saneamento
(perda de faturamento).
O SNIS-AE adota duas fórmulas de cálculo para o índice de perdas de
água. Uma, que resulta no índice de perdas de faturamento que corresponde à
comparação entre o volume de água disponibilizado para distribuição e o volume
faturado. A outra, que resulta no índice de perdas na distribuição, que compara
o volume de água disponibilizado para distribuição e o volume consumido.
Para o Estado do Espírito Santo, o SNIS-AE (2013) aponta que o
índice de perdas na distribuição é de 37,8% enquanto que no Brasil, o índice é
de 37%. Quanto aos prestadores de serviços de abrangência regional, o índice de
perdas na distribuição da região Sudeste é de 46,1%.
O SAAE, em 2011, apresentou índice de perdas na distribuição igual
a 59,0%. Já no ano de 2012, o mesmo índice foi de 41,7%, o que representa uma
queda nas perdas ocorridas de aproximadamente 17%. No ano de 2014, o SAAE/ALC
declara informações que resultam em um índice de perdas igual a 20,42%.
A Tabela a seguir compara o índice de perdas no ano de 2013 no
Brasil, Estado do Espírito Santo e seus respectivos prestadores.
Tabela 26 - Índice de perdas
ANO |
FONTE |
REGIÃO/ESFERA |
ÍNDICE DE PERDAS NA DISTRIBUIÇÃO (%) |
2013 |
SNIS |
Brasil/Nacional |
37,00 |
2013 |
SNIS |
Espírito Santo /Estadual |
37,80 |
2013 |
SNIS |
Sudeste/Macrorregion al |
46,10 |
2013 |
CESAN |
Espírito Santo/Estadual |
36,60 |
2014 |
SAAE |
Município/Municipal |
20,42 |
2012 |
SAAE |
Município/Municipal |
41,70 |
2011 |
SAAE |
Município/Municipal |
59,00 |
Fonte: SNIS-AE, 2013
A tabela demonstra que o índice de perdas da CESAN se assemelha ao
índice nacional e abaixo da média das prestadoras estaduais da região Sudeste.
Já o índice de perdas declarado pelo SAAE de Alfredo Chaves ao SNIS, para o ano
de 2013, está abaixo das médias nacional e estadual, índice que pode ser
considerado baixo, contribuindo para o atendimento das metas do Plansab.
Entretanto, o Plansab estabelece como
meta de perdas na distribuição de água potável o indice
de 31% para o Brasil e 33% para a região Sudeste a serem alcançados até 2033
(Tabela a seguir).
Tabela 27 - Metas do Plansab para perdas até 2033
ANO |
ÍNDICE DE PERDAS NA DISTRIBUIÇÃO (%) |
|
BRASIL |
SUDESTE |
|
2010 |
39 |
51 |
2018 |
36 |
44 |
2023 |
34 |
41 |
2033 |
31 |
33 |
Fonte: Plansab, 2012
De acordo com as
informações disponíveis (SNIS-AE), em 2014 o indice de perdas de
faturamento do SAAE/ALC foi de 9,88% e o índice bruto de perdas lineares foi de
116, 28 l/dia.ligação.
6.8.2 -
INTERMITÊNCIA E CONTINUIDADE NO ABASTECIMENTO
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), para um
prestador de serviços de água ser considerado eficiente e eficaz, deve ser
capaz de atender as condições de quantidade, qualidade, continuidade,
confiabilidade e custo.
Conforme estabelecido no art. 43 da LDNSB, a prestação dos serviços
atenderá a requisitos mínimos de qualidade, incluindo a regularidade, a
continuidade e aqueles relativos aos produtos oferecidos, ao atendimento dos
usuários e às condições operacionais e de manutenção dos sistemas, de acordo
com as normas regulamentares e contratuais.
O Decreto nº 7.217/2010 da LDNSB, em seu art. 17, estabelece ainda
que, a prestação dos serviços públicos de saneamento básico deverá obedecer ao
princípio da continuidade, podendo ser interrompida pelo prestador nas
hipóteses de situações que atinjam a segurança de pessoas e bens, especialmente
as de emergência e as que coloquem em risco a saúde da população ou de
trabalhadores dos serviços de saneamento básico; manipulação indevida, por
parte do usuário, da ligação predial, inclusive medidor, ou qualquer outro
componente da rede pública; ou necessidade de efetuar reparos, modificações ou
melhorias nos sistemas por meio de interrupções programadas.
A prestação de um bom serviço depende de parâmetros de qualidade
para que a população seja abastecida continuamente, sem interrupções. A
descontinuidade do abastecimento de água ocasiona, além da intrínseca falta de
água, problemas nas redes de distribuição, contribuindo para o aumento dos
rompimentos e possibilidades de contaminação da água distribuída.
Observa-se que o município dispõe de uma entidade voltada à
regulação dos serviços de abastecimento de água potável, mas a população não é
devidamente comunicada sobre as interrupções ou paralisações, programadas ou
não desses serviços públicos.
O SNIS-AE apresenta indicadores para o município de Alfredo Chaves
que permitem avaliar a continuidade do sistema de abastecimento de água (Quadro
a seguir).
Quadro 23 - Avaliação da
continuidade do abastecimento de água no município
INDICADORES |
UNIDADE |
2013 |
2014 |
Economias atingidas por paralisações |
econ./paral. |
0,00 |
0,00 |
Duração média das paralisações |
horas/paral. |
0,00 |
0,00 |
Economias atingidas por intermitências |
econ./inter. |
0,00 |
0,00 |
Duração média das intermitências |
horas/inter. |
0,00 |
0,00 |
Fonte: SNIS-AE, 2014
Conforme pode ser observado, os dados referentes à continuidade
operacional do sistema indicam que não há descontinuidade ou interrupção na
prestação dos serviços. O abastecimento é garantido 24h e as ações de
manutenção, quando necessárias ocorrem no período de menor consumo (noturno).
6.9 - ESTRUTURA DE
TARIFAÇÃO E ÍNDICE DE INADIMPLÊNCIA
6.9.1 - TARIFAÇÃO
Nos serviços prestados pelo SAAE no município de Alfredo Chaves, a
estrutura tarifária adotada segue o princípio da progressividade do consumo, ou
seja, quanto maior o consumo do usuário, mais ele paga pelo m3 consumido.
As tarifas atuais praticadas pela prestadora encontram-se
apresentadas na Figura seguir.
Figura 42 - Estrutura
tarifária
SFCWIN - SISTEMA DE FATURAMENTO E COBRANÇA |
IMPRESSO EM: 09/08/2017 13:21:28 |
||||||
SAAE DE ALFREDO CHAVES |
|||||||
RELAÇÃO DE TABELAS TARIFÁRIAS |
|||||||
MÊS/ANO |
REF. CATEGORIA |
NÍVEL |
SEQUÊNCIA |
FAIXA INICIAL |
FAIXA FINAL |
VALOR FAIXA |
|
0772017 |
c |
01 |
01 |
000 |
015 |
3,509 |
|
0772017 |
c |
01 |
02 |
016 |
999 |
4,527 |
|
07/2017 |
c |
02 |
01 |
000 |
015 |
1,753 |
|
0772017 |
c |
02 |
02 |
016 |
999 |
2,262 |
|
0772017 |
c |
03 |
01 |
000 |
040 |
4,492 |
|
0772017 |
I |
01 |
01 |
000 |
040 |
4,527 |
|
0772017 |
I |
01 |
02 |
041 |
999 |
6,792 |
|
07/2017 |
I |
02 |
01 |
000 |
040 |
4,492 |
|
07 72017 |
I |
03 |
01 |
000 |
100 |
6,772 |
|
07 72017 |
p |
01 |
01 |
000 |
015 |
3,509 |
|
07 72017 |
p |
01 |
02 |
016 |
999 |
4,527 |
|
07 72017 |
p |
02 |
01 |
000 |
015 |
1,753 |
|
07 72017 |
p |
02 |
02 |
016 |
999 |
2,262 |
|
07 72017 |
p |
03 |
01 |
000 |
040 |
4,492 |
|
07 72017 |
R |
01 |
01 |
000 |
010 |
2, 105 |
|
07 72017 |
R |
01 |
02 |
011 |
015 |
2,380 |
|
07 72017 |
R |
01 |
03 |
016 |
020 |
2,691 |
|
07 72017 |
R |
01 |
04 |
021 |
030 |
3,081 |
|
07 72017 |
R |
01 |
05 |
031 |
040 |
3,433 |
|
07 72017 |
R |
01 |
06 |
041 |
999 |
3, 825 |
|
07 72017 |
R |
02 |
01 |
000 |
010 |
1,039 |
|
07 72017 |
R |
03 |
01 |
000 |
020 |
2,360 |
|
07 72017 |
R |
04 |
01 |
000 |
030 |
3,046 |
|
07 72017 |
R |
05 |
01 |
000 |
040 |
3,390 |
|
TOTAL DE FAIXAS.: 024 |
|||||||
Fonte: SAAE/ALC, 2016
6.9.2 - ÍNDICE DE
INADIMPLÊNCIA
Nos serviços prestados pelo SAAE no município de Alfredo Chaves, o
índice de inadimplência é de 1%.
O índice de inadimplência de 1% situa-se em uma faixa onde outras
distribuidoras regionais operam, como a SANEPAR, que opera com um índice de
inadimplência de 1,67% (2012).
Comparando-se com distribuidoras no Sudeste, este índice de 1% pode
ser considerado baixo, comparando-se, por exemplo, com a SABESP, que opera com
um índice de 4% (2012).
6.10 -
CARACTERIZAÇÃO DO PRESTADOR DE SERVIÇO
6.10.1 - SERVIÇO AUTÔNOMO DE ÁGUA E ESGOTO (SAAE)
O SAAE do município de Alfredo Chaves é uma autarquia pública, que
exerce com exclusividade as atividades administrativas e técnicas (Figura a
seguir) que se relacionam com os serviços públicos de água e esgoto, conforme
estabelecido na Lei Municipal.
Figura 43 - Organograma do
SAAE/ALC
Fonte: SAAE/ALC, 2016
6.10.2 - DESCRIÇÃO
DO CORPO FUNCIONAL
Para prestar os serviços de abastecimento de água no município, o
SAAE conta com 21 funcionários treinados e capacitados para o exercício das
funções (Quadro abaixo).
Quadro 24 - Corpo funcional
do Prestador de Serviço
CARGO |
NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS |
Diretor Geral |
01 |
Gerente de Apoio Administrativo |
01 |
Assessor Técnico |
03 |
Assistente Administrativo |
01 |
Operador de ETA |
06 |
Operador de ETE |
01 |
Bombeiro Hidráulico |
02 |
Motorista |
01 |
Calceteiro |
02 |
Ajudante Braçal |
03 |
Fonte: SAAE/ALC, 2016
6.10.3 -
INFRAESTRUTURA FÍSICA
O escritório administrativo do SAAE em Alfredo Chaves está situado
no endereço Rua Expedicionário Osvaldo Saudino, 149,
Santa Terezinha, Ed.Paganini - térreo, CEP 29240-000,
que disponibiliza o seguinte número telefônico de atendimento para a população:
27 3269-1286/ 32659-2309/ 27-999187046 (funcionamento do atendimento - 07:00 às
16:00).
6.11 - RECEITAS
OPERACIONAIS E DESPESAS DE CUSTEIO E INVESTIMENTO
Os dados disponibilizados pelo SAAE referentes às receitas
operacionais e às despesas de custeio e investimentos estão apresentados no
Quadro abaixo.
Cabe registrar que a LDNSB estabelece que, quando um prestador
atuar em mais de um município ou que prestarem serviços públicos de saneamento
básico diferentes em um mesmo município, este deverá manter sistema contábil
que permita registrar e demonstrar, separadamente, os custos e as receitas de
cada serviço em cada um dos municípios atendidos.
Quadro 25 - Receitas
operacionais e despesas de custeio e investimentos
TOTAL GERAL FATURADO (R$) |
||||
RECEITAS |
1º TRIMESTRE |
2º TRIMESTRE |
3º TRIMESTRE |
4º TRIMESTRE |
2014 |
252.696,69 |
224.842,13 |
231.542,59 |
235.686,43 |
2015 |
247.630,72 |
247.416,10 |
271.439,00 |
276.589,52 |
2016 |
323.534,38 |
320.221,51 |
315.113,96 |
301.165,05 |
TOTAL GERAL DESPESAS (R$) |
||||
DESPESAS |
1º TRIMESTRE |
2º TRIMESTRE |
3º TRIMESTRE |
4º TRIMESTRE |
2014 |
195.598,68 |
232.652,72 |
240.302,02 |
233.165,20 |
2015 |
240.878,63 |
252.392,08 |
267.255,22 |
264.972,63 |
2016 |
287.397,89 |
309.104,68 |
330.449,88 |
351.701,09 |
Fonte: SAAE/ALC, 2016
6.12 - INDICADORES
OPERACIONAIS, ECONÔMICO-FINANCEIROS, ADMINISTRATIVOS E DE QUALIDADE DOS
SERVIÇOS PRESTADOS
6.12.1 - INDICADORES
OPERACIONAIS
Os indicadores utilizados pelo SAAE do município de Alfredo Chaves
para o monitoramento do sistema são aqueles apresentados no Sistema Nacional de
Informações Sobre Saneamento Básico (SNIS atual SINISA), porém não estão
disponibilizados para consulta da população (Quadro a seguir).
Quadro 26 - Indicadores
operacionais
INDICADORES |
UNIDADE |
2013 |
2014 |
Índice de atendimento total de água |
% |
60,67 |
60,38 |
Índice de atendimento urbano de água |
% |
99,61 |
100,00 |
Participação das economias residenciais de água no total das
economias de água |
% |
90,18 |
85,27 |
Índice de macromedição |
% |
0,00 |
0,00 |
Índice de hidrometração |
% |
99,79 |
100,00 |
Índice de micromedição relativo ao volume disponibilizado |
% |
99,80 |
79,58 |
Índice de micromedição relativo ao consumo |
% |
100,00 |
100,00 |
Índice de consumo de água |
% |
99,80 |
79,58 |
Volume de água disponibilizado por economia |
m3/mês/econ |
14,97 |
14,58 |
Consumo médio de água por economia |
m3/mês/econ |
14,65 |
11,37 |
Extensão da rede de água por ligação |
m/lig. |
13,77 |
14,49 |
Fonte: SNIS-AE, 2014
6.12.2 - INDICADORES
ECONÔMICO-FINANCEIROS E ADMINISTRATIVOS
Os indicadores econômico-financeiros utilizados pelo SAAE voltados
aos serviços de abastecimento de água potável são apresentados no Quadro
abaixo.
Quadro 27 - Indicadores
econômico-financeiros
INDICADORES |
VALORES |
Despesa total com os serviços de água e esgoto (R$/ano) |
1.565.777 |
Despesa total média (R$/m3) |
2,23 |
Fonte: SAAE/ALC, 2016
7.1 - PLANO DIRETOR
DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
O município de Alfredo Chaves não dispõe de Plano Diretor para os
serviços públicos de esgotamento sanitário (Plano setorial).
7.2 - SISTEMA DE
ESGOTAMENTO SANITÁRIO (SES)
De acordo com o Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), o
esgotamento sanitário é adequado em um município quando ocorre a coleta de
esgotos, seguida de tratamento ou uso de fossa séptica.
A Tabela a seguir aponta os níveis de atendimento e déficit em
esgotamento sanitário quanto ao afastamento dos esgotos produzidos em Alfredo
Chaves, conforme os conceitos definidos no PLANSAB.
Tabela 28 - Atendimento e
déficit em esgotamento sanitário para Alfredo Chaves
ÁREA |
QUANTIDADE DE DOMICÍLIOS |
QUANTIDADE DE DOMICÍLIOS COM ATENDIMENTO ADEQUADO |
ATENDIMENTO ADEQUADO (%) |
ATENDIMENTO PRECÁRIO + DÉFICIT (%) |
Urbana |
2.226 |
1.992 |
89,49 |
10,51 |
Rural |
2.358 |
1.101 |
46,69 |
53,31 |
Total |
4.584 |
3.093 |
67,47 |
32,53 |
Fonte: IBGE, 2010
O IBGE, disponibiliza variáveis que caracterizam a estrutura urbana
do entorno de domicílios, dentre elas, algumas relativas às características do
esgotamento sanitário. Entretanto, os dados disponibilizados, informam somente
se os domicílios são atendidos por rede geral de esgoto ou pluvial, sugerindo a
existência de sistema separador, o que não permite afirmar se ocorre em sistema
separador absoluto28.
Com objetivo de identificar a infraestrutura do esgotamento
sanitário adotado e sua distribuição espacial no município, são apresentados no
Quadro a seguir os dados referentes aos domicílios com esgotamento sanitário
efetuado por rede geral de esgoto ou pluvial, fossa séptica, fossa rudimentar,
vala, rio, lago ou mar, outro escoadouro, e também, aqueles domicílios
desprovidos de banheiros e sanitários.
Quadro 28 - Domicílios com
esgotamento sanitário no município de Alfredo Chaves
LOCAL |
URBANO/ RURAL |
QTD DE DOMICÍLIOS |
REDE GERAL |
FOSSA |
FOSSA |
VALA |
RIO, LAGO |
SEM BANHEIRO |
||||||||
QTD |
% |
QTD |
% |
QTD |
% |
QTD |
% |
QTD |
% |
QTD |
% |
QTD |
% |
|||
TOTAL MUNICÍPIO |
4.580 |
2.023 |
- |
1.209 |
- |
1.115 |
- |
44 |
- |
70 |
- |
5 |
- |
0 |
- |
|
ALFRE DOCHAVES - SEDE |
Urbano |
1.934 |
1.836 |
95 |
18 |
1 |
43 |
2 |
22 |
1 |
15 |
1 |
- |
- |
- |
- |
Rural |
514 |
23 |
4 |
143 |
28 |
343 |
67 |
2 |
0 |
2 |
0 |
1 |
0 |
- |
- |
|
Total |
2.448 |
1.859 |
- |
161 |
- |
386 |
- |
24 |
- |
17 |
- |
1 |
- |
- |
- |
|
CRUBIXÁ -DISTRITO |
Urbano |
12 |
1 |
8 |
11 |
92 |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Rural |
361 |
2 |
1 |
92 |
25 |
256 |
71 |
4 |
1 |
6 |
2 |
1 |
0 |
- |
- |
|
Total |
373 |
3 |
- |
103 |
- |
256 |
- |
4 |
- |
6 |
- |
1 |
- |
- |
- |
|
IBITIRUÍ - DISTRITO |
Urbano |
93 |
70 |
75 |
9 |
10 |
3 |
3 |
- |
- |
10 |
11 |
1 |
1 |
- |
- |
Rural |
128 |
- |
- |
28 |
22 |
85 |
66 |
- |
- |
15 |
12 |
- |
- |
- |
- |
|
Total |
221 |
70 |
- |
37 |
- |
88 |
- |
- |
- |
25 |
- |
1 |
- |
- |
- |
|
MATILDE - DISTRITO |
Urbano |
55 |
35 |
64 |
19 |
35 |
- |
- |
- |
- |
1 |
2 |
- |
- |
- |
- |
Rural |
363 |
1 |
0 |
124 |
34 |
220 |
61 |
11 |
3 |
7 |
2 |
- |
- |
- |
- |
|
Total |
418 |
36 |
- |
143 |
- |
220 |
- |
11 |
- |
8 |
- |
- |
- |
- |
- |
|
RIBEIRÃO DOCRISTO - DISTRITO |
Urbano |
1 |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Rural |
490 |
3 |
1 |
235 |
48 |
124 |
25 |
4 |
1 |
10 |
2 |
1 |
0 |
- |
- |
|
Total |
491 |
3 |
- |
235 |
- |
124 |
- |
4 |
- |
10 |
- |
1 |
- |
- |
- |
|
SAGRA DA FAMÍLI A -DISTRI TO |
Urbano |
92 |
50 |
54 |
15 |
16 |
27 |
29 |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Rural |
204 |
- |
- |
202 |
99 |
1 |
0 |
1 |
0 |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
|
Total |
296 |
50 |
- |
217 |
- |
28 |
- |
1 |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
|
URÂNIA - DISTRITO |
Urbano |
36 |
- |
- |
36 |
100 |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Rural |
297 |
2 |
1 |
277 |
93 |
13 |
4 |
- |
- |
4 |
1 |
1 |
0 |
- |
- |
|
Total |
333 |
2 |
- |
313 |
- |
13 |
- |
- |
- |
4 |
- |
1 |
- |
- |
- |
Fonte: IBGE, 2010
Verifica-se que, 32,52% dos domicílios particulares permanentes
destinam os esgotos produzidos de forma inadequada e somente 67,47% têm o
esgotamento efetuado por meio de fossas sépticas, ou seja, destinam o esgoto de
forma adequada segundo os conceitos estabelecidos pelo PLANSAB (Figura a
seguir).
É possível observar ainda que 97,51% da população não dispõe de
banheiros ou sanitários de uso exclusivo, percentual que se acentua na área
rural do município.
Figura 44 - Destinação do
esgoto produzido nos domicílios particulares permanentes - área urbana e rural
Fonte: IBGE, 2010
Quando os índices de cobertura do esgotamento sanitário de Alfredo
Chaves são comparados aos do estado do Espírito Santo (Tabela abaixo), é
possível perceber que o município conserva índices muito distantes daqueles
praticados pelos demais municípios do estado de igual porte populacional, o que
pode ser justificado pelo fato do serviço público de esgotamento sanitário
estar concentrado nos domicílios localizados na área urbana da sede municipal,
sendo que esses, representam cerca de 25% do total dos domicílios existentes.
Os mesmos índices municipais, quando comparados com aqueles
encontrados para a região Sudeste indicam que o índice de cobertura é baixo em
relação à população total e em relação à população urbana.
Quando se compara os índices municipais com os nacionais, Alfredo
Chaves se distancia da realidade nacional uma vez que o índice municipal de
atendimento à população urbana é inferior ao que ocorre nacionalmente.
Tabela 29 - Índices de
cobertura - esgotamento sanitário
LOCAL |
POPULAÇÃO TOTAL (%) |
POPULAÇÃO URBANA (%) |
Alfredo Chaves |
95,00 |
52, 50 |
Espírito Santo |
46,05 |
51,47 |
Região Sudeste |
80,33 |
84,40 |
Brasil |
61,92 |
66,69 |
Fonte: SNIS-AE, 2014 -
PM/ALC, 2017
Pode ser observado que o atendimento em esgotamento sanitário nas
áreas rurais apresenta um déficit significativo se comparado com as áreas
urbanas. O que aponta que os investimentos na área urbana são maiores. Mais da
metade dos domicílios localizados na área rural não se encontram em condições
adequadas referentes ao esgotamento sanitário.
7.3 - PRESTAÇÃO DOS
SERVIÇOS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
Na área urbana do município e nas localidades pertencentes à área
rural, os serviços de esgotamento sanitário são realizados pelo SAAE/ALC em
regime de prestação direta.
7.4 - CARACTERIZAÇÃO
DO SISTEMA EXISTENTE
7.4.1 - CADASTRO TÉCNICO DO SISTEMA
O município de
Alfredo Chaves não dispõe de cadastro técnico do sistema de esgotamento
sanitário.
O esgotamento sanitário na área urbana do município é realizado por
meio de sistema público, separador, que atende 90% dos domicílios. Na área
rural são adotados sistemas individuais para atendimento unifamiliar, que
consiste no lançamento dos esgotos domésticos produzidos fossas sépticas,
fossas rudimentares, valas.
Sistemas individuais, desde que planejados de forma adequada e com
a técnica requerida, podem funcionar satisfatoriamente se as habitações forem
esparsas (grandes lotes com elevados percentuais de áreas livres ou em meio rural),
se o solo apresentar boas condições de infiltração e ainda, se o nível de água
subterrânea se encontrar a uma profundidade adequada, de forma a evitar os
riscos de contaminação por microrganismos transmissores de doenças.
O sistema para o esgotamento sanitário existente no município
envolve o sistema Alfredo Chaves (sede) e aqueles instalados nos bairros
Imigrantes, Matilde I, Matilde II, Ibitiruí,
Cachoeira Alta e Cachoeirinha. Os sete sistemas existentes podem ser
verificados na Figura a seguir.
Figura 45 - Croqui do sistema
de esgotamento sanitário do município de Alfredo Chaves
Fonte: SAAE/ALC, 2016
Elaboração: UFF, 2016
As características técnicas da rede coletora e de transporte dos
esgotos produzidos no município encontram-se apresentadas no Quadro a seguir.
Quadro 29 - Características
técnicas da rede coletora e de transporte de esgoto no município de Alfredo
Chaves
MUNICÍPIO |
TIPO |
NÚMERO DE BAIRROS ATENDIDO S |
POPULAÇÃO ATENDIDA (HAB,) |
MATERIAL DA TUBULAÇÃO |
EXTENSÃO (M) |
DIÂMETRO (MM) |
Alfredo Chaves |
Rede coletora |
16 |
7.022 |
PVC Rígido |
15.000 |
150, 200 e 300 |
Interceptores |
- |
PVC Rígido |
1.800 |
- |
||
Emissário |
- |
- |
- |
- |
Fonte: SAAE/ALC, 2016
7.4.4 - TRATAMENTO E
LANÇAMENTO FINAL
A função de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) consiste em
tratar o esgoto, por meio de processos físicos, químicos e biológicos, em curto
período de tempo, tornando os parâmetros da água contida no esgoto produzido,
compatíveis com as condições encontradas na natureza.
A escolha da tecnologia utilizada para o tratamento do esgoto
depende diretamente das características do esgoto produzido a ser tratado,
considerando as condições ambientais e socioeconômicas do processo.
Qualquer lançamento de efluentes encontra-se condicionado ao
atendimento do disposto nas Resoluções CONAMA nº 375/2005 e 430/2011, onde é
estabelecido que os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser
lançados diretamente29 nos corpos receptores após o devido
tratamento e desde que obedeçam às condições, padrões e exigências dispostos
nas Resoluções e em outras normas aplicáveis.
O lançamento indireto de efluentes no corpo receptor deverá
observar o disposto nas Resoluções quando verificada a inexistência de
legislação ou normas específicas, disposições do órgão ambiental competente,
bem como diretrizes da operadora dos sistemas de coleta e tratamento de esgoto
sanitário.
A disposição de efluentes no solo, mesmo tratados, não se encontra
sujeita aos parâmetros e padrões de lançamento estabelecidos, não podendo,
entretanto, causar poluição ou contaminação das águas superficiais e subterrâneas.
O município de Alfredo Chaves dispõe de 7 Estações de Tratamento de
Esgoto, cujos dados e informações principais foram apresentadas.
O lançamento final do efluente tratado é realizado no rio Benevente. Não há monitoramento e controle no lançamento do
efluente tratado em desacordo ao que dispõe as Resoluções CONAMA nº 375/2005 e
430/2011.
A Figura abaixo apresenta a situação do descarte do esgoto tratado
nos Sistemas Alta Cachoeira e Sede.
Figura 46 - Situação do
lançamento dos efluentes dos sistemas no Rio Benevente
Fonte: UFF, 2016
Com relação às soluções individuais, são utilizadas além de fossas
rudimentares, fossas sépticas e outras tecnologias como destinação final do
efluente gerado nas áreas onde os esgotos não são coletados (Figura abaixo).
Figura 47 - Solução
individual implantada no município
Fonte: Mídia Aberta, 2016
Em fossas sépticas, os sólidos sedimentáveis se acumulam no fundo,
onde permanecem tempo suficiente para sua estabilização, porém mantém os
elementos patogênicos. Como a eficiência na remoção da matéria orgânica é
baixa, frequentemente utiliza-se forma complementar de tratamento, como filtros
anaeróbios ou sistemas de infiltração no solo (sumidouros, valas de infiltração
e valas de filtração).
Quadro 30 - Características
técnicas e operacionais do sistema de tratamento de esgoto no município de
Alfredo Chaves
SISTEMA |
POPULAÇÃO ATENDIDA (HAB.) |
NÚMERO DE LIGAÇÕES (LIG.) |
TIPO |
COORDENADAS |
CAPACIDADE DE TRATAMENTO (L/S) |
VAZÃO DE OPERAÇÃO (L /S) |
CORPO RECEPTOR DO EFLUENTE |
OBSERVAÇÕES |
|
Cachoeira Alta |
7.022 |
- |
Conjunto fossa - filtro |
S 20º 40’67.6" W 40º 46’15.01" |
- |
- |
Rio Benevente |
Licenciamento Ambienta l |
Não |
Manual de operação e manutenção |
Não |
||||||||
Destino do lodo |
Não |
||||||||
Cachoeirinha |
|
- |
Conjunto fossa - filtro |
- |
- |
- |
Rio Benevente |
Licenciamento Ambiental |
- |
Manual de operação e manutenção |
Não |
||||||||
Destino do lodo |
Não |
||||||||
Sede |
|
- |
Reator RA FA |
S 20º 36’14.9" |
- |
- |
Rio Benevente |
Licenciamento Ambienta l |
Não |
SISTEMA |
POPULAÇÃO ATENDIDA (HAB.) |
NÚMERO DE LIGAÇÕES (LIG.) |
TIPO |
COORDENADAS |
CAPACIDADE DE TRATAMENTO (L/S) |
VAZÃO DE OPERAÇÃO (L /S) |
CORPO RECEPTOR DO EFLUENTE |
OBSERVAÇÕES |
|
|
|
|
|
W 40º 51’03.02 |
|
|
|
Manual de operação e manutenção |
Não |
Destino do lodo |
- |
||||||||
Matilde I |
|
|
Conjunto fossa - filtro |
S 20º 33’17.3 "W 40º 49’10" |
- |
- |
Rio Benevente |
Licenciamento Ambiental I |
Não |
Manual de operação e manutenção |
Não |
||||||||
Destino no lodo |
- |
||||||||
Matilde II |
|
- |
Conjunto fossa - filtro |
- |
- |
- |
Rio Benevente |
Licenciamento Ambiental I |
Não |
|
|
|
|
|
|
|
|
Manual de operação e manutenção |
Não |
Destino no lodo |
- |
SISTEMA |
POPULAÇÃO ATENDIDA (HAB.) |
NÚMERO DE LIGAÇÕES (LIG.) |
TIPO |
COORDENADAS |
CAPACIDADE DE TRATAMENTO (L/S) |
VAZÃO DE OPERAÇÃO (L /S) |
CORPO RECEPTOR DO EFLUENTE |
OBSERVAÇÕES |
|
Ibitiruí |
|
- |
Conjunto fossa - filtro |
- |
- |
- |
Rio Benevente |
Licenciamento Ambiental |
Não |
Manual de operação e manutenção |
Não |
||||||||
Destino do lodo |
- |
||||||||
Imigrantes |
|
- |
Conjunto fossa - filtro |
- |
- |
- |
Rio Benevente |
Licenciamento Ambiental |
Não |
Manual de operação e manutenção |
Não |
||||||||
Destino do lodo |
- |
Fonte: SAAE/ALC, 2016
Tendo em vista a tecnologia adotada para o tratamento de esgotos no
município e o processo operacional adotado é possível inferir que a eficiência
no tratamento está entre 60 a 90%.
Uma questão de maior relevância refere-se ao licenciamento
ambiental das estações, que é inexistente, onde pode-se concluir que não há
medidas de controle ambiental para operação.
Pelo registro fotográfico obtido é possível reconhecer o estado das
instalações visitadas. Alguns sistemas visitados apresentam-se em estado
precário de conservação, com crescimento de vegetação local e, segundo informações
de moradores, a manutenção não é realizada.
As Figuras a seguir apresentam o registro fotográfico de sistemas
de tratamento de esgoto implantados no município.
Figura 48 - Registro dos
Sistemas de tratamento de Alfredo Chaves
Fonte: UFF, 2016
A Figura a seguir demonstra as localizações das unidades do sistema
de esgotamento sanitário no município de Alfredo Chaves.
Figura 49 - Mapa com a
localização das unidades do SES
Fonte: SAAE/ALC, 2016
O enquadramento dos corpos d’água é o instrumento da legislação de
recursos hídricos (Lei Federal nº 9.433/1997) que tem como principal objetivo
assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem
destinadas e, essa mesma legislação, dispõe como uso sujeito à outorga o
lançamento de efluentes em corpos d’água.
O uso da água para diluição de efluentes está diretamente ligado ao
seu enquadramento uma vez que a outorga de uso não consuntivo não autoriza o
lançamento de efluentes, mas sim, autoriza utilizar a água para fins de
diluição dos efluentes, respeitando o enquadramento do corpo d’água.
Desta forma, a outorga para esse fim deve avaliar a disponibilidade
hídrica, ou seja, a quantidade de água necessária à diluição dos efluentes,
conforme parâmetros considerados outorgáveis, para não alterar a classe de
enquadramento do corpo d’água receptor.
No processo de outorga para diluição de efluentes, devem ser
avaliados os parâmetros relativos à temperatura, à Demanda Bioquímica de
Oxigênio (DBO) e, em locais sujeitos à eutrofização (tais como lagos e açudes),
ao fósforo e ao nitrogênio.
A temperatura e a DBO são parâmetros muito utilizados na
caracterização de efluentes, além de serem de fácil medição, sobretudo a
temperatura. A avaliação de fósforo e nitrogênio faz-se necessária nos casos
citados, uma vez que esses elementos servem de nutrientes para plantas
aquáticas, devendo ser rigorosamente avaliados para que não provoquem o
crescimento excessivo de algas e prejudiquem a qualidade da água do corpo
receptor.
Em síntese, a outorga de uso não consuntivo é avaliada considerando
alguns parâmetros de qualidade predefinidos pela autoridade outorgante,
verificando o corpo d’água quanto à capacidade de diluição do efluente a ser
lançado. Essa avaliação é realizada por meio de expressões de cálculo que
transformam aspectos de qualidade em quantidade necessária para diluição,
sempre respeitando a classe do enquadramento.
Os sistemas existentes no município não são outorgados.
7.5 - ESTRUTURA DA
PRODUÇÃO DE ESGOTOS
7.5.1 - LIGAÇÕES E ECONOMIAS
Tabela 30 - Economias e
ligações existentes no sistema público de esgotamento sanitário
UNIDADES |
REPRESENTATIVIDADE EM RELAÇÃO AO TOTAL DE ECONOMIAS (%) |
||
ECONOMIAS |
|||
2.821 |
100,00 |
||
Ativas |
2.570 |
91,10 |
|
Factíveis |
- |
- |
|
LIGAÇÕES |
|||
Reais |
2.409 |
100,00 |
|
Ativas |
2.194 |
91,08 |
|
Factíveis |
- |
- |
|
Fonte: SAAE/ALC, 2016
Em termos populacionais, considerando 4 habitantes por economia
(valor médio de projeto), encontraram-se conectados ao sistema aproximadamente
10.280 habitantes, ou seja, apenas 68,66% da população.
7.5.2 - VOLUMES
PRODUZIDO E COLETADO
É natural que parcela da água fornecida pelo sistema público de
abastecimento de água potável não seja transformada em vazão como, por exemplo,
a água utilizada na rega de jardins, lavagens de pisos externos e de
automóveis, etc. mas, em compensação, na rede coletora poderão chegar vazões
procedentes de outras fontes de abastecimento (cisternas, poços particulares,
etc.).
Não foram encontrados valores estimados para os volumes per capita
de esgoto produzido no município e por essa razão os valores serão estimados
para efeito deste diagnóstico.
Desta forma, embora haja uma nítida correlação entre o consumo de
água potável e a produção de esgotos, alguns fatores tornam esta correlação
maior ou menor conforme a circunstância.
A relação entre o volume de esgotos produzido e o de água consumida
pode oscilar entre 0,60 a 1,30, segundo a literatura conhecida. Esta fração é
conhecida como "relação água/esgoto" ou "coeficiente de
retorno" e pode ser representada pela letra "c". De modo geral,
estima-se que 70 a 90% da água consumida retorna a rede coletora pública na
forma de efluentes/esgotos.
Em termos de cálculo de volume produzido, caso não haja informações
claras que indiquem valores para "c", no Brasil é usual a adoção de
valores na faixa de 0,75 a 0,85 como coeficiente de retorno. Ainda para este
cálculo, torna-se necessário o conhecimento prévio do consumo médio per capita
de água para que os cálculos possam expressar com coerência o volume de esgoto
produzido.
O parâmetro do consumo médio per capita de água é representado pela
letra "q". Partindo-se do consumo per capita de água é possível
determinar o per capita médio de contribuição de esgotos ("Qm") que será igual ao produto "c.q".
Ao atribuir-se como 0,8 o valor de "c", uma vez que não
há informações que indiquem o coeficiente de retorno local e como
167,50l.hab.dia o valor de "q", tem-se que o volume médio diário de
esgoto produzido ("Qm") em Alfredo Chaves é
de 120 l.hab.dia (Tabela a seguir).
Tabela 31 - Estimativa do
volume de esgoto produzido
DESCRIÇÃO |
FATOR |
VALOR ATRIBUÍDO |
Relação água/esgoto ou coeficiente de retorno |
c |
0,8 |
Consumo médio per capita de água |
q |
167,50 l/hab.dia |
Volume médio per capita de esgoto produzido |
Qm=c.q |
134,00 l/hab.dia |
Fonte: UFF, 2016
Desta forma, considerando a população estimada pelo IBGE em 2015
(14.973 habitantes) o volume total de esgoto produzido em Alfredo Chaves pode
ser estimado como 2.006,38m3/dia.
A despeito da produção total de efluentes sanitários, apenas 68,66%
da população possui coleta de esgotos por meio de redes dos sistemas
implantados, o volume de esgoto coletado representa uma contribuição de
1.377,58m3/dia.
O restante da população (31,34%) dispõe os efluentes gerados
adotando soluções individuais como, por exemplo, sumidouros, redes de drenagem
ou diretamente em corpos hídricos, numa contribuição aproximada de 628,80m3/dia.
Figura 50 - Volumes de esgoto
produzido, coletado, tratado e lançado (m3/dia)
Fonte: SAAE/ALC, 2016
7.6 - DEFICIÊNCIAS
DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
7.6.1 -LIGAÇÕES IRREGULARES
Ligações irregulares (clandestinas) são consideradas fraudes ao SES
e, como tal, são práticas proibidas. Dentre as fraudes mais comuns estão os
lançamentos diretos no mar ou corpos d’água, ligação da drenagem pluvial
doméstica à rede local, etc.
É possível inferir que as ligações irregulares ocorridas no sistema
de esgotamento implantado não objetivam burlar o pagamento pelos serviços
públicos disponíveis (custos desses serviços são calculados com base no
coeficiente de retorno estimado), mas sim ignorar as condições impostas para as
ligações do imóvel, ou por carência de orientação técnica ou mesmo intencional.
Tais ligações, além de comprometer a estrutura física das redes, impactam
diretamente nas condições ambientais e de saúde pública.
Segundo dados do Diagnóstico de Percepção Social do município de
Alfredo Chaves, 77% dos entrevistados informam estar lançando seus esgotos na
rede pública de coleta de esgotos, e os demais 23% declaram lançar seus
efluentes sanitários de forma alternativa ou in natura em vala à céu aberto na
rua. Da mesma forma, 100% dos entrevistados informam possuírem banheiro dentro de
casa. Por fim, 61% dos entrevistados estão insatisfeitos ou totalmente
insatisfeitos com os serviços de coleta e tratamento de esgotos.
7.7 - CAPACIDADE DO
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
7.7.1 - CAPACIDADE DE TRATAMENTO DOS ESGOTOS PRODUZIDOS
Nos sistemas de tratamento de esgoto implantados no município não
são recebidas cargas de efluentes gerados em sistemas individuais (fossas) de
comércios, indústrias e residências, por meio de caminhões
"limpa-fossas" ou outro tipo de transporte, sendo restritos apenas
aos volumes de esgoto coletados via rede geral.
7.7.2 - BALANÇO
ENTRE A PRODUÇÃO E A CAPACIDADE DO SISTEMA EXISTENTE
A partir dos dados apresentados é possível realizar o balanço entre
geração/produção de esgotos e capacidade do sistema de esgotamento sanitário
existente na área de planejamento. O Quadro abaixo demonstra o balanço.
Quadro 31 - Balanço entre a
geração do esgoto e a capacidade do sistema implantado
Volume de esgoto produzido (m3/dia) |
2.006,38m3/dia. |
Capacidade instalada dos sistemas implantados |
Não informado pelo SAAE/ALC |
Balanço do sistema |
- |
Fonte: UFF, 2016
7.8 - REDE
HIDROGRÁFICA MUNICIPAL E FONTES PONTUAIS DE POLUIÇÃO
7.8.1 - FONTES PONTUAIS DE POLUIÇÃO
Apesar de o município apresentar sistema público voltado ao
esgotamento sanitário, suas deficiências tendem a provocar diversas situações
de risco na área municipal.
No município de Alfredo Chaves, puderam ser identificados vários
pontos com risco de contaminação, devido principalmente ao tipo de solo e
outras especificidades locais, tornando a população expostas às doenças que
podem ser adquiridas por ingestão de água contaminada ou por contato em
atividades ocupacionais ou de lazer.
7.8.2 - ÁREAS DE
RISCO DE CONTAMINAÇÃO POR ESGOTOS
Com relação a rede hidrográfica no município e as fontes pontuais
de contaminação levantadas ao longo deste documento, é possível estabelecer que
a abrangência do sistema de esgotamento sanitário tende a provocar uma pluma de
contaminação em toda área municipal, tornando-se mais concentrada nas regiões
onde os esgotos são lançados in natura a céu aberto e na região onde o efluente
oriundo da ETE é lançado.
A ausência de sistemas adequados para o esgotamento sanitário
resulta em práticas impróprias para sua destinação/lançamento e até mesmo,
vazamentos de tubulações em caso da existência de sistemas afetam a qualidade
das águas superficiais e subterrâneas, originando as chamadas plumas de
contaminação.
7.9 - FUNDOS DE
VALE, CORPOS RECEPTORES E ÁREAS PARA LOCAÇÃO DE ETE
7.9.1 - FUNDOS DE VALE
Os fundos de vale são parte importante da geomorfologia municipal,
onde ocorre diversos processos naturais em nosso planeta. O deslocamento da
água nos vales, parte do ciclo hidrológico, atua como agente geológico, devido
a sua capacidade de erosão, transporte e sedimentação, conformando diferentes
estágios fluviais.
Destaca-se a existência de declividades mais acentuadas no
município com vale em forma de V, com cachoeiras e corredeiras e a várzea, com
relevo mais plano, com o rio em estágio de maturidade, cujas margens se
encontram o nível d’água aflorante e com processos naturais de cheias.
A Figura abaixo apresenta os fundos de vale localizados no
município, bem como seu registro fotográfico (Figura abaixo) para os quais
estudos devem ser aprofundados considerando o traçado e implantação de futuras
unidades do sistema de esgotamento sanitário municipal.
Figura 51 - Mapa dos fundos
de vale existentes no município
Fonte: Google Earth, 2016
Elaboração: UFF, 2016
7.9.2 - CORPOS
D’ÁGUA RECEPTORES
O rio mais importante do município de Alfredo Chaves é o rio Benevente, com nascente na Serra do Tamanco, entre o Município
de Alfredo Chaves e Vargem Alta. Por possuir topografia variada compondo em
destaque serras, picos, vales e sua formação rochosa montanhosa, possui
diversas quedas d’águas e cachoeiras compondo a bacia hídrica.
O relatório técnico obtido em campo chamou a atenção para alguns
pontos de lançamento irregular de esgoto bruto diretamente em córregos e rios,
que foram observados in loco. Essa observação ressalta a fragilidade do sistema
de esgotamento sanitário do município. Além da necessidade de ampliação da
rede, apontado nos dados deste diagnóstico, devem ser desenvolvidos mecanismos
de monitoramento, controle e fiscalização para que haja maior controle no
lançamento de esgotos in natura nos corpos hídricos da região.
7.9.3 - ÁREAS PARA
LOCAÇÃO DE ETE
Deverão ser consideradas ainda as condições existentes para o
aporte de infraestrutura (energia, ligações viárias, etc.), a melhor distância
em relação à área urbana, tendências de crescimento populacional considerando a
melhor localização para o afastamento dos esgotos produzidos nas áreas de
expansão a jusante da área urbana, topografia da área (custos de
interceptores), condição de assimilação dos efluentes tratados (autodepuração
do curso d’água), direção dos ventos predominantes, impactos ambientais, dentre
outras.
A viabilidade financeira é outro fator que, em um estudo de
implantação, deve ser considerado, com vistas a se evitar retardamento e
paralisação da obra.
Na avaliação expedita para o estabelecimento dessas áreas é
possível inferir possíveis áreas para implantação de estações de tratamento do
esgoto produzido (Figura a seguir).
Figura 52 - Possíveis áreas
para a alocação de ETE
Fonte: Google Earth, 2016
Elaboração: UFF, 2016
Dados do Censo de 2010 do IBGE contabilizam a população no
município em 13.955 habitantes, estimando para 2016 o quantitativo de 15.029.
Somente a partir desses dados, é possível constatar um aumento populacional na
ordem de 7,15% em apenas 6 anos.
Além dos parâmetros técnicos de projeto, como estudo da melhor
tecnologia disponível para construção da ETE, é importante inferir que os
cálculos devem considerar o crescimento populacional do município. Mas além
disso, que apenas 31,34% da população do município de Alfredo Chaves se
encontra conectada ao sistema, o que demonstra a necessidade de uma grande
reestruturação no sistema.
7.10 - ESTRUTURA DA
TARIFAÇÃO DOS SERVIÇOS
A tarifa dos serviços públicos de esgotamento sanitário é fixada em
percentuais sobre a tarifa do abastecimento de água, variando de acordo com a
forma de manutenção dada à rede coletora.
O valor cobrado pelos serviços é mensurado e enviado aos
proprietários das residências para pagamento, pelo setor administrativo do
SAAE/ALC.
7.11 -
CARACTERIZAÇÃO DO PRESTADOR DE SERVIÇO
7.11.1 - PREFEITURA MUNICIPAL DE ALFREDO CHAVES
Os serviços de esgotamento sanitário são prestados pelo Serviço
Autônomo de Água e Esgoto, que possui um departamento exclusivo para as
atividades administrativas e técnicas.
Para prestar os serviços de esgotamento sanitário no município, a
Serviço Autônomo de Água e Esgoto disponibiliza 1 funcionário treinado para o
exercício das funções (Quadro abaixo).
Quadro 32 - Corpo funcional
da SAAE para o esgotamento sanitário em Alfredo Chaves
MUNICÍPIO |
NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS |
CARGO |
Alfredo Chaves |
01 |
Operador de ETE |
Fonte: SAAE/ALC, 2017
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto está situado no endereço Rua
Expedicionário Osvaldo Saudino, 149, Santa Terezinha,
Ed.Paganini - térreo, CEP 29240-000, que
disponibiliza o seguinte número telefônico de atendimento para a população: 27
3269-1286/ 32659-2309/ 27-999187046 (funcionamento do atendimento - 07:00 às
16:00). Funcionamento do atendimento - 9 horas ao dia.
7.12 - INDICADORES
OPERACIONAIS, ECONÔMICO-FINANCEIROS, ADMINISTRATIVOS E DE QUALIDADE DOS
SERVIÇOS PRESTADOS
7.12.1 - INDICADORES
OPERACIONAIS
O SAAE/ALC não utiliza indicadores operacionais para verificação e
monitoramento dos serviços prestados.
Entretanto, os indicadores operacionais apresentados neste
diagnóstico são aqueles informados ao Sistema Nacional de Informações Sobre
Saneamento Básico (SNIS) (Tabela a seguir) pelo SAAE/ALC. Este não
disponibiliza seus resultados para consulta da população.
Tabela 32 - Indicadores
operacionais declarados pelo SAAE ao SNIS
INDICADOR |
2013 |
2014 |
Índice de coleta de esgoto (%) |
75,24 |
62,00 |
Índice de tratamento de esgoto (%) |
31,97 |
30,32 |
Índice de esgoto tratado referido à água consumida (%) |
24,08 |
18,80 |
Extensão da rede de esgoto por ligação (m/lig.) |
7,86 |
7,97 |
Fonte: SAAE/SNIS, 2014
7.12.2 - INDICADORES
ECONÔMICO-FINANCEIROS E ADMINISTRATIVOS
Os indicadores econômico-financeiros e administrativos utilizados
pela SAAE voltados aos serviços de esgotamento sanitário são apresentados na
Tabela a seguir.
Tabela 33 - Indicadores
econômico-financeiros SAAE
INDICADOR |
2013 |
2014 |
Tarifa média de esgoto (R$/m3) |
0,98 |
1,07 |
Participação da receita operacional direta de esgoto na receita
operacional total (%) |
18,81 |
18,87 |
Índice de despesas por consumo de energia elétrica nos sistemas
de água e esgotos (R$/kWh) |
0,58 |
0,02 |
Fonte: SAAE/SNIS, 2014
8 - DRENAGEM E
MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS
8.1 - PLANO DIRETOR
DE DRENAGEM E MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS
O município de Alfredo Chaves não dispõe de Plano Diretor de Drenagem
e Manejo de Águas Pluviais Urbanas, sendo o Plano de Municipal de Saneamento
Básico, o primeiro instrumento a tratar da temática no âmbito municipal.
8.2 - LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
SOBRE PARCELAMENTO E USO DO SOLO URBANO E RURAL
Via de regra, todo planejamento urbanístico de expansão municipal
deve conceber a expansão dos serviços públicos e, neste caso, prever ações para
a drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, com vistas a delimitar as áreas
potencialmente inundáveis a fim de diagnosticar a viabilidade ou não da
ocupação destas áreas.
O Quadro abaixo sintetiza os principais instrumentos pesquisados e
identificados no município de Alfredo Chaves.
Ressalta-se que, além dos instrumentos legais/normativos, a
existência de um quadro estruturado para fiscalização de seu comprimento é
fundamental para corrigir as distorções que poderão ocorrer ao longo de sua
implementação.
Quadro 33 - Instrumentos
legais/normativos no Município
INSTRUMENTOS |
EXISTÊNCIA |
Plano de Drenagem e manejo das águas pluviais urbanas |
Não |
Sim |
|
Plano Diretor Urbanístico |
Não |
Fonte: UFF, 2016
A Lei nº 205/2008 dispõe sobre o uso e
ocupação do solo urbano no município de Alfredo Chaves, tem por objetivos:
I - disciplinar a
ocupação das áreas urbanas do Município, assegurando a preservação da paisagem
do seu entorno imediato sem prejuízo da sua multiplicidade e complementaridade,
considerando, no mínimo:
a) o seu porte;
b) a sua abrangência de atendimento;
c) a disponibilidade de infraestrutura;
d) a predominância de uso da área;
e) o impacto sobre a paisagem;
f) o impacto sobre o sistema viário e de transporte;
g) o impacto sobre o meio ambiente;
h) a potencialidade de concentração de atividades similares na
área;
i) o seu potencial indutor de desenvolvimento e o seu caráter
estruturante;
j) a garantia de que a população de baixa renda tenha moradia
digna.
II - atender a função
social e ambiental da propriedade;
III - compatibilizar
a densidade das atividades com as condições naturais, bem como a infraestrutura
instalada e projetada, inclusive sistema viário e transportes, evitando
sobrecarga ou ociosidade;
IV - compatibilizar o
uso do solo a função da via, assegurando segurança, fluidez, circulação,
conforto e as restrições operacionais da mesma;
V - incentivar o processo
de ocupação do solo em áreas passiveis de concentração de atividades, de acordo
com a capacidade da infraestrutura, com a capacidade de dispersão de poluentes
aéreos e com a não interferência na paisagem do entorno, de modo a oferecer
ainda no ambiente construído, boas condições de ventilação dos ambientes
exteriores e bom potencial de ventilação dos espaços interiores.
Em seu artigo 5º classifica o uso de solo em residencial; comercial
e de prestação de serviços; institucional; industrial; e mista. E estabelece
relações de uso para as áreas urbanas como permitido, proibido e liberado.
O artigo nº 13 estabelece como parâmetros básicos de controle da
ocupação do solo o coeficiente de aproveitamento; as áreas mínimas e máximas de
lotes; a taxa de permeabilidade do solo; afastamentos obrigatórios; quantidade
mínima de vagas para estacionamentos de veículos.
As atividades já implantadas e não legalizadas, teriam até 2008, a
partir da publicação da Lei, para providenciarem a regularização, observados os
parâmetros estabelecidos no Plano Diretor, nesta Lei e nas demais legislações
especificas.
8.3 - SISTEMA DE
DRENAGEM E MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS
Os serviços públicos de drenagem e manejo das águas pluviais
urbanas estão estruturados em função de suas dimensões em: macrodrenagem e microdrenagem.
A macrodrenagem é essencialmente caracterizada pelo escoamento
superficial das águas para fundos de vale que normalmente são bem definidos
mesmo que não correspondam a um curso de água perene.
A microdrenagem, ou sistemas iniciais de
drenagem, é determinada pela ocupação do solo e caracterizada pelo traçado das
ruas e avenidas e aplica-se a áreas onde o escoamento natural não se encontra
bem definido.
8.4 - CARACTERIZAÇÃO
DO SISTEMA EXISTENTE
CADASTRO TÉCNICO DO SISTEMA
8.5 - INFRAESTRUTURA
DO SISTEMA
MACRODRENAGEM
Conforme a conceituação inicial, a macrodrenagem é caracterizada
pela existência de infraestrutura para propiciar o correto escoamento,
armazenamento e tratamento das águas pluviais, reduzindo riscos de falha e,
consequentemente, riscos de inundação e poluição hídrica na sua área de
influência.
Um sistema de macrodrenagem é composto de galerias, canais (cursos
d’água), equipamentos hidromecânicos, reservatórios artificiais e outras estruturas
hidráulicas.
Não existem unidades instituídas ou construídas voltadas à
macrodrenagem (canais e reservatórios) no município de Alfredo Chaves. O
sistema existente segue o curso natural de escoamento aos fundos de vale do
município (sistema natural de drenagem), cujas águas pluviais escoam do ponto
mais alto para o ponto mais baixo. A Figura e o Quadro seguintes caracterizam
os pontos mais críticos de escoamento de escoamento das águas pluviais no
município.
Figura 53 - Pontos críticos
do escoamento de águas pluviais no Município de Alfredo Chaves
Fonte: Google Earth, 2016
Elaboração: UFF, 2016
Quadro 34 - Caracterização de
pontos críticos de escoamento das águas pluviais
RIO |
LOCALIZAÇÃO/DIREÇÃO |
PONTO CRÍTICO |
Benevente |
-20933997, - 40751503 |
Rua Carlos Soares Pinho |
-20636421, - 40745544 |
Rua Jorge Abounet - altura da Rua Lauro
F. Filho |
Fonte: UFF, 2016
A microdrenagem, ou drenagem inicial, é
constituída por um conjunto de elementos ou componentes que são conectados à
macrodrenagem, quando estas se encontram implementadas.
Os principais elementos que compõem o sistema de microdrenagem são as guias ou meios-fios, sarjetas e sarjetões, bocas de lobo ou bueiros, poços de visita,
galerias, condutos forçados e estações de bombeamento.
É importante salientar que obras para pavimentação de vias e
grandes espaços urbanos com áreas impermeabilizadas, provocam o aumento do
escoamento superficial em detrimento da infiltração das águas pluviais no solo.
Portanto, a inexistência de um sistema adequado pode resultar em impactos
ambientais, sobretudo naqueles que incidem diretamente sobre a população
residente nas áreas urbanas. Dentre estes, destacam-se: alagamentos,
inundações, processos erosivos e assoreamentos.
No município, o sistema de microdrenagem
existente é mantido em função do estado de conservação das vias públicas e de
sua pavimentação e tem como componentes guias, cuja água pluvial escoada é
dirigida ao Rio Benevente.
Os aspectos do sistema de microdrenagem
implantados no município podem ser visualizados na Figura abaixo.
Figura 54 - Aspectos da microdrenagem implantada no município
Fonte: UFF, 2016
Observa-se que as vias não são asfaltadas propiciando infiltração e
retardamento no escoamento das águas pluviais. Com relação às bocas de
lobo/bueiros existentes, a ausência do cadastro técnico operacional
impossibilita estabelecer as localizações e contagem quantitativa.
Entretanto, foi possível observar a utilização de métodos
construtivos, o que remete a diferentes capacidades de engolimento desse
dispositivo. O projeto, ou as plantas do traçado desses componentes
possibilitariam inferir sobre características do escoamento superficial nesses
locais, porém os mesmos não foram localizados.
Figura 55 - Bocas de lobo no
município de Alfredo Chaves
Fonte: UFF, 2016
No Quadro a seguir são mostrados os aspectos quantitativos e
qualitativos do sistema existente.
Quadro 35 - Características
técnicas e operacionais do sistema de microdrenagem
existente
ASPECTOS |
CARACTERIZAÇÃO |
Existência de sistema de microdrenagem
implantado |
Sim |
Elementos/ componentes do sistema (sede) |
Vias pavimentadas com paralelepípedos, conjunto de guias e
sarjetas, bocas de lobo |
Elementos/ componentes do sistema (distritos) |
Conjunto guias e sarjetas |
Cobertura estimada do sistema (área urbana) |
17% |
Fonte: UFF, 2016
O diagnóstico de percepção social (DPS), realizado em agosto de
2016, apresentou que 53,85% dos entrevistados afirmaram não ter problemas com
alagamentos em suas vias, e 46,15% afirmam ter.
A proximidade dos resultados enquanto percepção dos moradores pode
sugerir uma fragilidade no sistema de macrodrenagem e microdrenagem
do município.
8.6 - COBERTURA DA
MICRODRENAGEM
Com objetivo de verificar a cobertura do sistema de microdrenagem no município Alfredo Chaves são apresentados
no Quadro abaixo os dados referentes às vias públicas que dispõe de
bueiro/boca-de-lobo. O mapeamento dos dispositivos é apresentado na Figura
seguinte.
Quadro 36 - Caracterização da
microdrenagem no município de Alfredo Chaves
DISTRITO |
URBANO/RURAL |
QUANTIDADE |
EXISTE PAVIMENTAÇÃO |
EXISTE BUEIRO/BOCA-DE-LOBO |
||||||||
PERMANENTES |
PRÓPRIOS |
ALUGADOS |
CEDIDOS |
TOTAL 1 |
% |
PRÓPRIOS |
ALUGADOS |
CEDIDOS |
TOTAL 2 |
% |
||
TOTAL DO MUNICÍPIO |
4.466 |
1.318 |
460 |
96 |
1.874 |
42% |
539 |
191 |
31 |
761 |
17% |
|
ALFRE DOCHAVES |
Urbano |
1934 |
1096 |
440 |
84 |
1620 |
84% |
518 |
184 |
30 |
732 |
38% |
Rural |
514 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0% |
0 |
0 |
0 |
0 |
0% |
|
Subtotal |
2.448 |
1.096 |
440 |
84 |
1620 |
66% |
518 |
184 |
30 |
732 |
30% |
|
CRUBIXÁ |
Urbano |
12 |
4 |
0 |
0 |
4 |
33% |
0 |
0 |
0 |
0 |
0% |
Rural |
361 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0% |
0 |
0 |
0 |
0 |
0% |
|
Subtotal |
373 |
4 |
0 |
0 |
4 |
1% |
0 |
0 |
0 |
0 |
0% |
|
IBITIRUÍ |
Urbano |
93 |
84 |
4 |
4 |
92 |
99% |
0 |
0 |
0 |
0 |
0% |
Rural |
128 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0% |
0 |
0 |
0 |
0 |
0% |
|
Subtotal |
221 |
84 |
4 |
4 |
92 |
42% |
0 |
0 |
0 |
0 |
0% |
|
MATILDE |
Urbano |
55 |
34 |
11 |
0 |
45 |
82% |
18 |
7 |
0 |
25 |
45% |
Rural |
363 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0% |
0 |
0 |
0 |
0 |
0% |
|
Subtotal |
418 |
34 |
11 |
0 |
45 |
11% |
18 |
7 |
0 |
25 |
6% |
|
RIBEIRÃO DO CRISTO |
Urbano |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0% |
0 |
0 |
0 |
0 |
0% |
Rural |
377 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0% |
0 |
0 |
0 |
0 |
0% |
|
Subtotal |
377 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0% |
0 |
0 |
0 |
0 |
0% |
|
SAGRADA FAMÍLIA |
Urbano |
92 |
69 |
4 |
4 |
77 |
84% |
0 |
0 |
0 |
0 |
0% |
Rural |
204 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0% |
0 |
0 |
0 |
0 |
0% |
|
Subtotal |
296 |
69 |
4 |
4 |
77 |
26% |
0 |
0 |
0 |
0 |
0% |
|
URÂNIA |
Urbano |
36 |
31 |
1 |
4 |
36 |
100% |
3 |
0 |
1 |
4 |
11% |
Rural |
297 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0% |
0 |
0 |
0 |
0 |
0% |
|
Subtotal |
333 |
31 |
1 |
4 |
36 |
11% |
3 |
0 |
1 |
4 |
1% |
Fonte: IBGE, 201030
Figura 56 - Vias públicas
servidas com dispositivos de drenagem - Bocas-de-lobo/bueiros
Fonte: Google Earth, 2016
Elaboração: UFF, 2016
Nas áreas rurais, além de não haver nenhuma via pavimentada, com
isso não são contabilizados bueiros/boca-de-lobo.
O quantitativo de ruas pavimentadas no município não chega a 50% e
as vias que dispõe de bueiros/boca-de-lobo apresentam índices de 17%. Esse
índice é representado basicamente pelos distritos Sede, Matilde e Ucrânia.
Os distritos com maiores índices de vias pavimentadas são sede,
Matilde, Sagrada Família e Urânia com 100% das vias urbanas pavimentadas.
8.7 - MANUTENÇÃO DOS
SISTEMAS DE DRENAGEM
MACRODRENAGEM
Uma área degradada é aquela que sofreu em algum grau, modificações
não programadas ou projetadas em sua integridade, o que corrompe o escoamento
superficial em seus caminhos naturais, favorecendo a existência de áreas de
instabilidades gravitacionais, a instalação de processos contínuos erosivos e o
transporte, sedimentação e assoreamento dos cursos d’água.
O sistema existente segue o curso natural de escoamento aos fundos
de vale do município e a manutenção desses locais não é intensificada, ou seja,
amplia a magnitude dos fenômenos surgentes em áreas degradadas.
Entretanto, foi possível observar que as áreas de preservação
permanente no sistema constituído apresentam boas condições, não tendo sido
verificado pontos de disposição de resíduos, áreas assoreadas, dentre outros
fatores, o que indica a existência de manutenção desses locais.
Figura 57 - Aspectos do
sistema de macrodrenagem
Fonte: UFF, 2016
A manutenção do sistema de microdrenagem
implantado no município se dá por meio de equipes de limpeza urbana, quando da
execução da varrição de vias públicas, sem que haja programação específica.
Qualquer interrupação que acomenta o sistema (extravazamentos
de bocas de lobo, resíduos carreados, etc.) a equipe de manutenção da
Prefeitura Municipal pode ser acionada diretamente no sentido de garantir a
desobstrução.
8.8 - SEPARAÇÃO DOS
SISTEMAS - MICRODRENAGEM E ESGOTAMENTO SANITÁRIO
Um dos grandes problemas enfrentados em sistemas de drenagem e
manejo das águas pluviais urbanas são conexões ilegais de esgotamento sanitário
aos dispositivos de coleta e transporte das águas pluviais.
No município de Alfredo Chaves, os sistemas de drenagem e de
esgotamento sanitário foram projetados para operar separadamente (separador
absoluto), ou seja, as águas pluviais e os esgotos são separados em linhas
independentes.
Tanto o sistema de microdrenagem quanto o
de esgotamento sanitário se encontram implantados, reduzindo substancialmente o
risco de contaminação por esgotos das águas pluviais. Entretanto, de acordo com
as informações coletadas, foi possível observar a existência de descartes
ilegais nos sistemas de drenagem.
Figura 58 - Situação
localizada - descartes do sistema de microdrenagem
Fonte: UFF, 2016
8.9 -
OBRIGATORIEDADE DA IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS DE MICRODRENAGEM
No que tange a drenagem e manejo das águas superficiais urbanas, os
problemas são agravados em função da urbanização desordenada somada à ausência
de planejamento adequado.
Quando o sistema de drenagem e de manejo das águas pluviais urbanas
não é considerado em qualquer que seja a área ou setor, é provável que, ao ser
projetado, revele-se de alto custo nas funções que se propõe. Assim, é
fundamental que a área urbana seja planejada de forma integrada evitando riscos
e desgastes para a população.
Via de regra, todo projeto de expansão da área municipal deve
conter e incorporar ações planejadas para a drenagem e manejo das águas
pluviais urbanas, com vistas a delimitar áreas mais baixas potencialmente
inundáveis a fim de não expor a riscos antevendo soluções apropriadas que garantam
a segurança da população.
O município de Alfredo Chaves dispõe de instrumentos legais e de
planejamento que vinculem a construção de sistema de microdrenagem
à implantação de loteamentos ou abertura de vias.
A Lei de Uso e Ocupação do
Solo estabelece a taxa de permeabilidade do solo como um dos parâmetros
básicos de controle da ocupação do solo. Caracteriza que a taxa de
permeabilidade do solo é o percentual mínimo da área do lote onde é proibida a
impermeabilização por edificação ou pavimentação.
Mas o instrumento legal que vincula a construção de sistema de microdrenagem à implantação de loteamentos ou abertura de
vias é o Código de Obras do município que exige a canalização ou a
regularização da drenagem de águas pluviais nos trechos compreendidos dentro
dos terrenos particulares, devendo as obras serem aprovadas previamente pela
Prefeitura Municipal.
Além disso também estabelece que para garantia de permeabilidade do
solo, no mínimo, 15 % (quinze por cento) da área do lote deverá ficar livre de pavimentação
e, nos lotes com mais de 20 % (vinte por cento) de declividade, a taxa de
permeabilidade será de, no mínimo, 30 % (trinta por cento).
FISCALIZAÇÃO E NÍVEL
DE ATUAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO
Além da importância da existência de instrumentos legais para o
componente drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, é fundamental que haja
fiscalização do sistema implementado ou a implementar. Aspectos da fiscalização
para possibilitar o cumprimento da legislação vigente encontram-se apresentadas
no Quadro abaixo.
Quadro 37 - Aspectos da
fiscalização do sistema de drenagem implantados no município de Alfredo Chaves
ASPECTOS DA FISCALIZAÇÃO |
CARACTERIZAÇÃO |
Existência de estrutura operacional para atividades de
fiscalização nos sistemas de drenagem |
Não |
Existência de fiscalização efetiva do uso e ocupação do solo
urbano |
Parcial (sob demanda) |
Existência de fiscalização da ocupação de áreas de preservação
permanente |
Parcial (sob demanda) |
Existência de fiscalização do descarte ilegal de resíduos sólidos |
Não |
Existência de fiscalização do descarte ilegal de esgotos
domésticos |
Não |
Existência de penalidades previstas em Lei para garantir a
fiscalização |
Sim |
O Fiscalizador aplica as penalidades previstas |
- |
Fonte: UFF, 2016
De acordo com a Lei de Uso e
Ocupação do Solo e com o Código de Obras do Município, como foi possível observar,
há obrigatoriedade da construção de microdrenagem
para implantação de loteamentos.
Foi declarado pela prefeitura que o município fiscaliza o uso e
ocupação do solo. Mas além de não possuir estrutura, não declara as penalidades
caso haja irregularidades nem mesmo a maneira como está fiscalização ocorre.
8.10 - CAPACIDADE
LIMITE DAS BACIAS CONTRIBUINTES PARA A MICRODRENAGEM
Embora a ausência de dados no município não permita conhecer a
capacidade limite das bacias contribuintes para microdrenagem,
foi possível perceber que, em alguns pontos das diferentes declividades, o
aumento na altura d’água durante escoamento não chega a impossibilitar o
tráfego, mas que, com o término do deflúvio, reduz-se rapidamente,
restabelecendo as condições normais de uso. Ainda com o término do evento de
precipitação, e findo o período de escoamento, pouco resta acumulado na
superfície das vias.
Nessas condições, o que se percebe é que os greides direcionam as
águas para o ponto mais a jusante possível. Tal prerrogativa proporciona um
escoamento constante, que numa situação problema garante o escoamento na via.
Entretanto, o processo impermeabilização tende a alterar o balanço
hídrico da área urbanizada, o que reduz o processo de infiltração e a
interceptação. O volume que deixa de infiltrar fica na superfície, aumentando o
escoamento superficial, gerando alterações no regime de vazões das bacias
contribuintes da microdrenagem.
Com a redução da infiltração, há uma diminuição do nível do
freático por falta de alimentação, reduzindo o escoamento subterrâneo.
A redução do escoamento subterrâneo torna menor no fluxo de base
dos rios, diminuindo as vazões no período de seca. Entretanto este efeito
depende do grau de interação entre o rio e o aquífero.
Em períodos de estiagem as vazões destes recursos podem reduzir
sensivelmente, limitando a disponibilidade de água e a capacidade destes
recursos absorverem cargas poluidoras.
A Figura a seguir apresenta as bacias contribuintes para a microdrenagem no município de Alfredo Chaves.
Figura 59 - Bacia
contribuinte para a microdrenagem no município de
Alfredo Chaves
Fonte: Google Earth, 2016
Elaboração: UFF, 2016
8.11 - INUNDAÇÕES E
ALAGAMENTOS
INUNDAÇÕES BRUSCAS
De acordo com o Atlas Brasileiro de Desastres Naturais (Defesa
Civil - Volume Espírito Santo) as inundações bruscas e alagamentos compõem o
grupo de desastres naturais relacionados com o incremento das precipitações
hídricas e com as inundações.
São provocadas por chuvas intensas e concentradas em locais de
relevo acidentado ou mesmo em áreas planas, caracterizando-se por rápidas e
violentas elevações dos níveis das águas, as quais escoam de forma rápida e
intensa.
Nessas condições, ocorre um desequilíbrio entre o leito do rio e
seu volume caudal, provocando transbordamento. Por ocorrer em um período de
tempo curto, as inundações bruscas costumam surpreender por sua violência e
menor previsibilidade, provocando danos materiais e humanos mais intensos do
que as inundações graduais.
Os alagamentos, também incluídos nesta classificação pelo Atlas,
caracterizam- se pelas águas acumuladas no leito das ruas e nos perímetros
urbanos decorrentes de fortes precipitações pluviométricas, em cidades com sistemas
de drenagem deficientes, podendo ter ou não relação com processos de natureza
fluvial.
É comum a combinação dos fenômenos de inundação brusca (enxurrada) e
alagamento em áreas urbanas acidentadas, causando danos severos.
A influência das características climáticas do Estado aliada à
ineficiência na drenagem das águas pluviais nas áreas urbanas, e ao constante
aumento da impermeabilização do solo, devido à ocupação humana, transforma o
cenário de alagamentos e de inundações bruscas ainda mais severa e as
ocorrências ainda mais constantes.
No município de Alfredo Chaves foram registradas 6 inundações
bruscas entre 1991 e 2010 (aproximadamente 10 anos para período de retorno),
nos anos de acometimento de grande parte dos municípios do Estado (Tabela a
seguir).
Tabela 34 - Infográfico dos
registros de inundações bruscas no Espírito Santo e Alfredo Chaves
Fonte: Atlas desastres
naturais, 201431
O desastre acarreta não apenas alterações e prejuízos ao
ecossistema local, mas a toda população que é afetada de forma direta e
indiretamente, proporcionando perdas e danos humanos muitas vezes irreparáveis
(Gráfico abaixo).
Ainda de acordo com o Atlas, inundações graduais também compõem o
grupo de desastres naturais. Representam o transbordamento das águas de um
curso d’água, atingindo a planície de inundação, também conhecida como área de
várzea. Quando estas águas extravasam a cota máxima do canal, as enchentes
passam a ser chamadas de inundações e podem atingir moradias construídas sobre
as margens do rio, transformando-se em um desastre natural.
Desta forma, as inundações graduais são caracterizadas pela
elevação das águas de forma paulatina e previsível, mantendo-se em situação de
cheia durante algum tempo, para posteriormente, escoarem-se gradualmente.
As enchentes e as inundações são características das grandes bacias
hidrográficas e dos rios de planície. O fenômeno evolui de forma facilmente
previsível e a onda de cheia desenvolve-se de montante para jusante, guardando
intervalos regulares.
O fenômeno é intensificado por variáveis climatológicas de médio e
longo prazo e pouco influenciáveis por variações diárias de tempo.
Relacionam-se muito mais com períodos demorados de chuvas contínuas do que com
chuvas intensas e concentradas. Caracteriza-se por sua abrangência e grande
extensão.
Em condições naturais, as planícies e fundos de vales estreitos
apresentam lento escoamento superficial das águas das chuvas, e nas áreas
urbanas estes fenômenos são intensificados por alterações antrópicas, como a
impermeabilização do solo, retificação e assoreamento de cursos d’água.
No município de Alfredo Chaves foram registradas 2 inundações
graduais entre 1991 e 2010 (aproximadamente 10 anos para período de retorno),
nos anos de acometimento de grande parte dos municípios do Estado (Tabela a
seguir).
Tabela 35 - Infográfico dos
registros de inundações graduais no Espírito Santo e Alfredo Chaves
Fonte: Atlas desastres
naturais, 201432
8.12 - EVOLUÇÃO
POPULACIONAL, PROCESSO DE URBANIZAÇÃO E OCORRÊNCIA DE INUNDAÇÕES
No município de Alfredo Chaves, o crescimento populacional ocorrido
nas últimas décadas gerou uma forte pressão urbanística, que não foi
acompanhada pela instituição de instrumentos e normas urbanísticas.
A falta de planejamento em relação aos recursos pedológicos e
hidrológicos no município tem acentuado o conflito existente entre o ambiente
natural e o desenvolvimento físico-urbanístico.
O aumento do processo de urbanização verificado no município foi
acompanhado pela ocupação de áreas de risco e fundos de vale, inadequadas para
a construção de infraestruturas, fatores que tem consequências graves ao nível
da degradação do solo (compactação do solo, que tem como consequência direta a
diminuição da capacidade de infiltração e aumento do escoamento superficial),
que podem levar à ocorrência de inundações nas áreas à jusante.
A impermeabilização, a ocupação desordenada e inadequada do solo, a
retirada de vegetação e a construção de valas para o escoamento pluvial de
forma empírica, sem planejamento ou condição técnica adequadas, geraram um
incremento da magnitude e frequência de inundações ocorridas no município.
8.13 - ÓRGÃOS
MUNICIPAIS COM AÇÕES EM CONTROLE DE ENCHENTES
Para atuar no controle de enchentes e drenagem, o município conta
com os serviços da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Serviços Urbanos com
as atribuições para a limpeza de vias (bocas de lobo), margens e encostas.
Quadro 38 - Órgãos municipais
e suas atribuições no controle de enchentes
ÓRGÃO MUNICIPAL |
ATRIBUIÇÃO |
Secretaria de Meio Ambiente e Serviços Urbanos |
Limpeza de bocas de lobo, margens, encostas e cursos d’água |
Fonte: UFF, 2016
As ações da Defesa Civil no município de Alfredo Chaves, nas situações
de normalidade e anormalidade são desenvolvidas por meio do 5º BBM Guarapari -
Regional de Proteção e Defesa Civil (REPDEC) / Coordenadoria Municipal de
Proteção e Defesa Civil (COMPDEC) - Lei
Ordinária 68/2005 de 06/04/2005.
Em sua atuação, a Defesa Civil planeja, promove, articula e executa
a defesa permanente contra os desastres naturais, antropogênicos ou mistos.
Para isso, adotada ações preventivas, de socorro, assistenciais e recuperativas
com o propósito de evitar ou minimizar esses desastres.
A Defesa Civil atua de forma diferenciada em situações de
normalidade ou anormalidade. Em situação normal, sua atuação visa o
desenvolvimento sustentável e responsável da localidade; a proteção do meio
ambiente; a redução dos desastres e o bem-estar social.
Em situações de anormalidade, a atuação focaliza basicamente a
prevenção de desastres; a preparação para emergências e desastres; a resposta
aos desastres e a reconstrução.
8.14 - PRINCIPAIS
PROBLEMAS NO SISTEMA
Os principais problemas observados na área urbana são os pontos
críticos nos quais ocorrem os problemas de alagamentos, enchentes e inundações,
causadas pela ausência, inadequação e/ou insuficiência de infraestrutura de
drenagem das águas pluviais urbanas.
Ocorreram 6 registros de inundação no município de Alfredo Chaves
de 1991 a 2010, ocorrendo nos anos 1994, 1995, 2003, 2004, 2009 e 2010,
sugerindo a influência do município nos índices de pessoas afetadas por
inundação brusca assim como os de inundações graduais do estado de Espírito
Santo.
O resultado do levantamento efetuado para identificação dos principais
problemas que ocorrem na área urbana do município relacionados ao sistema de
drenagem e manejo das águas pluviais urbanas poderão ser verificados no Quadro
a seguir.
Quadro 39 - Ocorrências de
alagamento ou inundações, causadas por problemas de macrodrenagem
insuficiente/inadequada
PROBLEMA |
OCORRÊNCIA |
Maior alagamento registrado no município |
2012 |
Estragos observados |
Alagamento de domicílios, impedimento de acesso nas vias públicas |
Tratamento do ocorrido |
Atendimento direto da Prefeitura Municipal e acionamento da
Defesa Civil |
Decretado estado de emergência |
Sim |
Fonte: UFF, 2016
Mesmo possuindo infraestrutura de microdrenagem,
com percentuais de cobertura em 17%, pode-se perceber comprometimentos na
capacidade do sistema atualmente implantado.
Outros problemas encontrados no sistema de drenagem e manejo das
águas pluviais urbanas no município de Alfredo Chaves são mostrados na Figura a
seguir.
O registro de situações pode ser verificado no Quadro a seguir.
Quadro 40 - Situação entre os
sistemas de drenagem e de esgotamento sanitário
PROBLEMA |
OCORRÊNCIA |
Existência de separação entre o sistema de esgotamento sanitário
e drenagem |
Sim |
Existência de ligações clandestinas de esgotos no sistema de
drenagem |
Sim |
Principal interferência no sistema de drenagem existente |
Descarte de resíduos sólidos |
Fonte: UFF, 2016
Diante dos dados levantados, foi possível mapear os principais
pontos suscetíveis a inundações e alagamentos no município (Figura a seguir).
Figura 60 - Mapeamento das
áreas suscetíveis a alagamentos e inundações no município
Fonte: UFF, 2016
8.15 -
CARACTERIZAÇÃO DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS
No município de Alfredo Chaves, os serviços públicos de drenagem e
manejo das águas pluviais, limpeza e fiscalização preventiva das respectivas
redes urbanas são prestados pela Prefeitura Municipal por meio da Secretaria
Municipal de Meio Ambiente e Serviços Urbanos. O Quadro a seguir apresenta
aspectos da prestação desses serviços públicos.
Quadro 41 - Aspectos da
prestação dos serviços públicos
ASPECTOS |
OCORRÊNCIA |
Responsabilidade na prestação dos serviços de drenagem e manejo
das águas pluviais, limpeza e fiscalização preventiva das respectivas redes
urbanas |
Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Serviços Urbanos |
Abrangên d de prestaç dos cia a ão serviços |
Bairros Sede, Matilde, Sagrada Família e Ucrânia |
Serviço fa prestad
pela to o de Secretaria |
Sim |
Existência de manutenção nos sistemas de drenagem |
Sim |
Manutenção preventiva ou corretiva |
Preventiva e corretiva |
Se preventiva, qual a frequência? |
Não há frequência pré-estabelecida |
Fonte: UFF, 2016
8.16 - ASPECTOS
OPERACIONAIS E ADMINISTRATIVOS
Conforme apresentado no quadro a seguir, é a Secretaria Municipal
de Meio Ambiente e Serviços Urbanos o órgão municipal responsável pela
prestação dos serviços públicos de drenagem e manejo das águas pluviais urbanas
e tem como atribuição a limpeza de bocas de lobo e limpeza de margens e cursos
d'água.
O Quadro a seguir elenca os principais aspectos operacionais e
administrativos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Serviços Urbanos.
Quadro 42 - Caracterização da
estrutura operacional e administrativa
QUESTÕES |
CARACTERIZAÇÃO |
Localização da Secretaria |
Rua Luiz Vilar, 69 - Anexo da Prefeitura |
Existência de setor de atendimento aos usuários |
Sim |
RECURSOS HUMANOS |
|
Exclusividade da equipe para prestação dos serviços de drenagem |
Não |
EQUIPAMENTOS DISPONÍVEIS NA SECRETARIA |
|
1 CAMINHÃO CAÇAMBA E 1 RETROESCAVADEIRA |
Fonte: Secretaria Municipal
de Meio Ambiente e Serviços Urbanos de Alfredo Chaves, 2016
8.17 - INDICADORES
OPERACIONAIS, ECONÔMICO-FINANCEIROS, ADMINISTRATIVOS E
DE QUALIDADE DOS SERVIÇOS PRESTADOS
O município de Alfredo Chaves não dispõe de indicadores
operacionais quali-quantitativo referentes à drenagem
e manejo das águas pluviais urbanas. Assim, esse PMSB será o primeiro
instrumento a propor indicadores sobre o tema no âmbito municipal.
A qualidade do sistema de drenagem das águas pluviais pode ser
avaliada por meio de um Indicador de Drenagem Urbana (IDU) concebido a partir
da necessidade de incorporar o sistema de drenagem na avaliação global da
salubridade ambiental.
Poderão ser adotados valores de referência que possibilitem
classificar o sistema, com vistas a possibilitar seu controle e monitoramento.
Em uma primeira abordagem, sugere-se a classificação e os valores apresentados
no Quadro a seguir.
Quadro 43 - Valores
referenciais sugeridos para IDU
CLASSIFICAÇÃO |
VALOR DO IDU |
Excelente |
>=0,96 |
Muito boa |
0,81 a 0,95 |
Boa |
0,61 a 0,80 |
Regular |
0,41 a 0,60 |
Ruim / muito ruim |
0,00 a 0,40 |
Fonte: UFF, 2016
O IDU, como indicador de segunda ordem pode ser obtido por meio da
soma dos resultados dos seguintes indicadores de terceira ordem: indicador de
alagamento ou inundação (IAI), indicador de rua pavimentada (IRP) e indicador
de áreas verdes (IAV).
Os valores dos indicadores sugeridos poderão ser obtidos por meio
da aplicação de técnicas de geoprocessamento sobrepondo dados espaciais de
caracterização do meio físico e condições de uso e ocupação do solo ou por meio
da construção de séries históricas partindo dos dados iniciais levantados neste
documento.
8.18 - RECEITAS
OPERACIONAIS E DESPESAS DE CUSTEIO E INVESTIMENTO
Não foram localizados os dados relacionados às receitas
operacionais e às despesas de custeio e investimentos para o sistema de
drenagem e manejo das águas pluviais urbanas no município.
9. LIMPEZA URBANA E
MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Os serviços públicos de saneamento básico, entre eles o de limpeza
urbana e manejo de resíduos sólidos, tem seu marco regulatório estabelecido na
Lei Federal nº 11.445/2007 e regulamentado pelo Decreto nº 7.217/2010.
A limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos é entendido pelo
conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta,
transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo
originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas.
No entanto, para além dos resíduos de limpeza urbana, o município
tem sob sua responsabilidade a gestão e gerenciamento de outros resíduos
sólidos elencados na Lei Federal nº 12.305/2010 que instituiu a Política
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e em seu regulamento Decreto nº 7.404/2010.
A Lei estabelece também os resíduos cuja responsabilidade pelo gerenciamento
recai ao gerador.
A Lei nº 11.445/2007 definiu como responsabilidade dos titulares
dos serviços públicos de saneamento, a elaboração dos planos de saneamento
básico, podendo delegar a organização, a regulação, a fiscalização e a
prestação desses serviços (art. 8º). Já a Lei nº 12.305/2010 estabeleceu a
responsabilidade da elaboração dos planos de gestão de resíduos sólidos aos
titulares dos serviços públicos, além dos planos de gerenciamento que deverão
ser elaborados pelos geradores de resíduos.
9.1 - PLANO DIRETOR
DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
9.1.1 - PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Os Planos de Resíduos Sólidos, são instrumentos estabelecidos pela
Lei nº 12.305/2010, que condiciona a elaboração tanto dos Planos Estaduais
quanto dos Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos ao acesso
do Estado e seus municípios à recursos da União ou órgãos por ela controlados,
para serem destinados a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza
urbana e ao manejo de resíduos sólidos ou, para receberem benefícios por
incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para
tal finalidade.
O município de Alfredo Chaves não dispõe de Plano Municipal de
Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) ou outros Planos voltados ao
componente limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, sendo o Plano de
Saneamento Básico, o primeiro instrumento a tratar da temática no âmbito
municipal.
9.2 - OUTROS
INSTRUMENTOS MUNICIPAIS DE ORDENAMENTO DO SETOR
No município de Alfredo Chaves, foi investigada a existência de
outros instrumentos normativos que, em seu conteúdo, abordassem o tema da
limpeza urbana e do manejo de resíduos sólidos (Quadro a seguir).
Quadro 44 - Instrumentos
normativos no município de Alfredo Chaves
INSTRUMENTOS |
EXISTÊNCIA |
ABORDA O TEMA RESÍDUOS SÓLIDOS |
Sim |
Não |
|
Sim |
Não |
|
Código de Obras e de Posturas |
Sim |
Sim |
Código Tributário Municipal |
Sim |
Não |
Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) |
Não |
- |
Fonte: UFF, 2016
9.3 - PLANOS DE
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Os Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) são os
instrumentos de planejamento de responsabilidade do gerador, e seu conteúdo
mínimo está estabelecido no art. 21 da Lei nº 12.305/2010. Os geradores
sujeitos à elaboração dos planos de gerenciamento de resíduos sólidos estão
elencados no art. 20 da PNRS.
O art. 56 do Decreto nº 7.404/2010 determinou que os responsáveis
pelo plano de gerenciamento de resíduos sólidos devem disponibilizar ao órgão
municipal competente, ao órgão licenciador do Sisnama
e às demais autoridades competentes, com periodicidade anual, informações
completas e atualizadas sobre a implementação e a operacionalização do plano
sob sua responsabilidade, consoante as regras estabelecidas pelo órgão
coordenador do Sistema Nacional de Informações Sobre a Gestão dos Resíduos
Sólidos - SINIR, por meio eletrônico.
O Quadro abaixo mostra a relação de geradores sujeitos à elaboração
de Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), de acordo com o art. 20
da Lei nº 12.305/2010, e a existência de Plano de Gerenciamento de Resíduos
Sólidos, com base nas informações levantadas no município de Alfredo Chaves.
Quadro 45 - Geradores
sujeitos à elaboração de PGRS no município de Alfredo Chaves e existência de
PGRS
GERADOR SUJEITO AO PGRS POR TIPOLOGIA DE RESÍDUO GERADO |
EXISTÊNCIA DO GERADOR NO MUNICÍPIO |
SUJEITOS À ELABORAÇÃO DO PGRS |
PGRS DISPONÍVEL PARA CONSULTA NOS GERADORES IDENTIFICADOS |
Resíduos dos Serviços de Saneamento Básico |
Sim |
Sim |
Não |
Resíduos Industriais |
Sim |
Sim |
Não |
Resíduos de Serviços de Saúde |
Sim |
Sim |
Não |
Resíduos de Mineração |
Não |
- |
- |
Resíduos de Construção Civil |
Sim |
Sim |
Não |
Resíduos de Serviços de Transporte |
Sim |
Sim |
Não |
Resíduos Agrossilvopastoris |
Sim |
Sim |
Não |
Fonte: UFF, 2016
9.4.1 - CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
Como previsto na Política Nacional de Resíduos Sólidos (artigo
13º), os resíduos sólidos podem ser classificados quanto a sua origem ou
periculosidade, neste último caso classificados em resíduos perigosos ou
resíduos não perigosos.
O Quadro a seguir apresenta dentre os resíduos sólidos
identificados na PNRS quais destes resíduos são gerados no Município de Alfredo
Chaves.
Quadro 46 - Classificação dos
Resíduos Sólidos (PNRS)
CLASSIFICAÇÃO |
TIPOLOGIA |
DESCRIÇÃO |
RESPONSABILIDADE PELO GERENCIAMENTO |
Quanto à origem |
Resíduos Domiciliares (RDO) |
Resíduos originários de atividades domésticas em residências
urbanas |
Poder Público/Prefeitura Municipal |
Resíduos de limpeza Urbana (RLU) |
Resíduos originários da varrição, limpeza de logradouros e vias
públicas e outros serviços de limpeza urbana |
Poder Público/Prefeitura Municipal |
|
Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) |
Engloba os RDO e os RLU |
Poder Público/Prefeitura Municipal |
|
Resíduos de estabelecimentos comerciais e de prestadores de
serviços (RCP) |
Resíduos gerados nessas atividades excetuados os RLU, RSB, RSS,
RCC e RST |
Gerador |
|
Resíduos dos Serviços de Saneamento Básico (RSB) |
Resíduos gerados nessas atividades, excetuados os RSU |
Gerador |
|
Resíduos Industriai s (RI) |
Resíduos gerados nos processos produtivos e instalações
industriais |
Gerador |
|
Resíduos de serviços de Saúde (RSS) |
Resíduos gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento
ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama
e do SNVS |
Gerador |
CLASSIFICAÇÃO |
TIPOLOGIA |
DESCRIÇÃO |
RESPONSABILIDADE PELO GERENCIAMENTO |
Quanto à periculosidade |
Resíduos da Construção Civil (RCC) |
Resíduos gerados nas construções, reformas, reparos e demolições
de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e
escavação de terrenos para obras civis |
Gerador |
Resíduos Agrossilvopastoris (RASP) |
Resíduos gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos
os relacionados a insumos utilizados nessas atividades |
Gerador |
|
Resíduos de Serviços de Transporte (RST) |
Resíduos originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários,
rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira |
Gerador |
|
Resíduos de Mineração (RM) |
Resíduos gerados na atividade de pesquisa, extração ou
beneficiamento de minérios |
Gerador |
|
Resíduos perigosos |
Resíduos que, em razão de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade,
carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam
significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com
lei, regulamento ou norma técnica |
Gerador |
CLASSIFICAÇÃO |
TIPOLOGIA |
DESCRIÇÃO |
RESPONSABILIDADE PELO GERENCIAMENTO |
|
Resíduos não perigoso s |
Resíduos não enquadrados como perigosos |
Gerador |
Fonte: Lei nº 12.305/2010
O art. 13 da PNRS estabelece ainda que, os resíduos gerados por
estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços, se caracterizados como
não perigosos, podem, em razão de sua natureza, composição ou volume, ser
equiparados aos resíduos domiciliares.
Do conjunto de resíduos sólidos gerados no município de Alfredo
Chaves, apenas os resíduos de responsabilidade exclusiva do Poder Público
municipal, serão destacados, seja pela quantidade gerada e/ou por suas
características, em detrimento daqueles cuja responsabilidade pelo manejo é
compartilhada ou recai sobre seu gerador.
Entretanto, os geradores sujeitos ao plano de gerenciamento
específico nos termos do art. 20 ou a sistema de logística reversa, na forma do
art. 33 da PNRS serão igualmente considerados nesse diagnóstico.
9.4.2 - LIMITES PARA
RESÍDUOS DE ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS E PRESTADORES DE SERVIÇOS
Conforme estabelece o parágrafo único do art. 20 da PNRS, os
resíduos de estabelecimentos comerciais e de prestadores de serviços, quando
caracterizados como não perigosos, podem, em razão de sua natureza, composição
ou volume, ser equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público
municipal.
Desta forma, adota-se para fins desse diagnóstico 100 litros/dia
como volume limite para que os resíduos gerados pelos estabelecimentos
comerciais sejam equiparados aos resíduos sólidos domiciliares, cuja
responsabilidade pelo manejo poderá ser do poder público municipal. Acima do
volume estabelecido (100 litros/dia), os resíduos gerados pelos estabelecimentos
comerciais e de prestadores de serviços poderão continuar sob responsabilidade
de seu gerador.
9.5 - GERAÇÃO DE
RESÍDUOS SÓLIDOS
9.5.1 - RESÍDUOS DE LIMPEZA URBANA
Embora o Município não disponha de dados para estimar a geração
média per capita de RPU diária, o SNIS (2014) estimou que 3,15% da massa
coletada de Resíduos Públicos (RPU), aqui considerados como os Resíduos de
Limpeza Urbana (RLU), somados aos RDO, pertencem aos resíduos de varrição.
A população total estimada para o município foi e 14.916 habitantes
(Estimativa IBGE, 2014), com 6.996 habitantes pertencentes à área urbana e
7.920 à área rural.
Conforme informado pela Secretaria Municipal, no municípios são
geradas aproximadamente 0,90kg/hab.dia de RSU. Como
os serviços públicos de varrição ocorrem somente na área urbana do município, é
possível inferir que no município sejam geradas aproximadamente 0,03kg/hab.dia de RLU.
Considerando que os
serviços públicos de varrição não são disponibilizados nas áreas rurais do
município e que a geração de RDO nos domicílios da área rural guarda
semelhanças com aqueles gerados nas áreas urbanas, assume-se que no município
estejam sendo geradas diariamente 13,42 toneladas de RSU (Tabela a seguir).
Tabela 36 - Geração estimada
de resíduos no município de Alfredo Chaves
TIPOLOGIA DE REFERÊNCIA |
GERAÇÃO PER CAPITA ESTIMADA |
GERAÇÃO TOTAL |
GERAÇÃO ÁREA URBANA |
GERAÇÃO ÁREA RURAL |
|
(kg/hab.dia) |
(ton/dia) |
(ton/dia) |
(ton/dia) |
RSU |
0,900 |
13,42 |
6,30 |
6,56 |
RDO |
0,870 |
12,98 |
6,08 |
6,90 |
RLU |
0,030 |
0,45 |
0,21 |
- |
Fonte: SNIS, 2014
9.5.2 - RESÍDUOS
SÓLIDOS DOMICILIARES
Para possibilitar a estimativa das quantidades de resíduos sólidos geradas
no município, assume-se que a massa coletada é igual a massa gerada, sem se
abster do fato que, os resíduos domiciliares gerados podem ser descartados de
forma inadequada, não sendo dispostos à coleta e que, a probabilidade de erro
da estimativa tende a ser minimizada uma vez que a massa de RLU gerada é igual
à coletada.
Ao assumir que exista uma margem de erro de 10% na quantidade
estimada de RDO, em função da diferença existente entre área e massa dos
quantitativos apontados e conforme os dados disponibilizados pelo município,
tem-se que a geração per capita de RSU na área urbana é de 0,90 kg/habitante.dia, desta forma, estima-se que sejam geradas no
município 6,30 ton/dia de RDO, inferindo-se uma
geração per capita na área urbana de 0,870 kg/hab.dia.
Tabela 37 - Geração per
capita de resíduos sólidos urbanos - RSU comparada
TIPOLOGIA DE REFERÊNCIA |
GERAÇÃO PER CAPITA – RLU (KG/HAB.DIA) |
GERAÇÃO PER CAPITA – RDO (KG/HAB.DIA) |
GERAÇÃO PER CAPITA – RSU (KG/HAB.DIA) |
Nacional |
0,035 |
1,065 |
1,100 |
Região Sudeste |
0,028 |
0,872 |
0,900 |
Municípios de pequeno porte populacional *Brasil |
0,038 |
1,162 |
1,200 |
Alfredo Chaves |
0,030 |
0,870 |
0,900 |
Fonte: SNIS, 2014
Elaboração: UFF, 2016
A geração de RDO
estimada para Alfredo Chaves encontra-se abaixo da média nacional de 1,1 kg/hab.dia, semelhante à média
para região Sudeste 0,90 kg/hab.dia (IPEA, 2012) e
abaixo da média para municípios de pequeno porte populacional no Brasil.
Contudo, salienta-se que para as médias nacionais e regionais são também contabilizados
os RLU.
9.5.3 - RESÍDUOS DE
ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS E PRESTADORES DE SERVIÇOS
Não se encontram disponíveis no município de Alfredo Chaves
levantamentos acerca da geração de resíduos de estabelecimentos comerciais e de
prestadores de serviço, sendo os mesmos coletados e descartados junto à coleta
domiciliar, não sendo possível estimar a quantidade de resíduos gerados
exclusivamente por estes geradores.
9.5.4 - RESÍDUOS DOS
SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO
São os resíduos gerados nas atividades dos serviços públicos de
saneamento, com exceção dos resíduos de limpeza urbana, como por exemplo, o
lodo de estação de tratamento de água e esgoto.
Segundo (MMA/201133), nos serviços de abastecimento de água os resíduos
sólidos geralmente são provenientes do lodo retido nos decantadores e da
lavagem dos filtros das Estações de Tratamento de Água - ETA que normalmente
são desidratados em sistemas de secagem antes de seguirem para destinação
final.
No serviço de esgotamento sanitário os resíduos sólidos são gerados
no tratamento preliminar das Estações de Tratamento de Esgoto - ETE, na forma
de sólidos grosseiros (madeiras, panos, plásticos etc.) e sólidos
predominantemente inorgânicos (areia ou terra), e nas demais unidades de
tratamento da ETE na forma de lodo orgânico decantado, lodo orgânico de origem
biológica e lodo gerado pela precipitação química. Normalmente os lodos são
desidratados em sistemas de secagem antes de seguirem para destinação final.
No serviço de drenagem e manejo das águas pluviais urbanas os
resíduos sólidos são provenientes de atividades de desassoreamento e dragagem
das unidades que compõem o sistema de manejo das águas pluviais urbanas. Nas
atividades de limpeza e manutenção dos sistemas de drenagem são coletados e
descartados pelas equipes de limpeza urbana.
Embora o município de Alfredo Chaves tenha ETE implantada, não
existem informações a respeito dos resíduos gerados nas unidades, o mesmo
ocorre para a ETA, que em função do tratamento adotado, os resíduos gerados são
lançados diretamente no corpo d’água.
De maneira geral, em uma ETA a composição dos resíduos varia de
acordo com as características da água bruta e dos produtos químicos utilizados.
Grande parte dos resíduos é de natureza inorgânica (areia, argila e silte).
Os resíduos de natureza orgânica são compostos principalmente por
plâncton, bactérias e vírus. Sempre que possível, os resíduos gerados nessas
unidades devem ser reaproveitados em outros processos. Quando isso não é
possível, é necessário que os resíduos sejam destinados para os aterros
sanitários devidamente licenciados.
Nas ETA, o lodo acumulado nos decantadores deve ser submetido a
tratamento para promover a retirada da parcela da água remanescente,
reinserindo-a no processo e reduzindo assim o volume do resíduo. Isso
representa uma diminuição nos custos de transporte e destinação final, além da
redução do impacto no meio ambiente. Afora a disposição em aterros sanitários
licenciados, quando rejeitos, o lodo pode ser reaproveitado em outras
atividades, tais como: disposição no solo, fabricação de cimento ou de tijolos;
compostagem, dentre outros. Para a água de lavagem dos filtros, o ideal é que
esta seja reinserida no sistema.
A água utilizada na retrolavagem de
filtros pode representar cerca de 5% da vazão total de água tratada, gerando
grandes volumes de resíduos em curtos espaços de tempo. Assim, do ponto de
vista da minimização de impactos ambientais e de eficiência da estação, é
interessante que se pratique a recirculação.
Caso isso não seja viável, há outras alternativas para
reutilização, como a irrigação após tratamento prévio. No caso da ETE, os
resíduos provêm do lodo gerado em diferentes etapas do processo de tratamento.
As características dos resíduos gerados dependem da composição do efluente
bruto e da tecnologia adotada no tratamento. É importante ressaltar que, antes
de sua disposição final, o lodo deve ser submetido a tratamento que irá
depender, sobretudo, da tecnologia utilizada na ETE. Há processos que geram
lodo já estabilizado (digerido).
Nesses casos, o lodo precisa ser submetido a operações de
adensamento e desidratação. Por outro lado, há casos em que o lodo não é
estabilizado no processo. Nesses casos, ele precisa passar por um digestor
anaeróbio e posterior desidratação.
Em geral, qualquer tecnologia de tratamento de esgoto que possua
alguma etapa anaeróbia gera lodo previamente estabilizado.
Dentre as opções para a disposição do lodo gerado durante o
processo de tratamento, destacam-se a disposição final em aterros sanitários
devidamente licenciados, quando rejeitos, a utilização em áreas degradadas
mediante a elaboração de Planos de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) e a
utilização na agricultura e em áreas florestais, desde que atenda às
especificações permitidas para tal uso.
Os principais riscos e impactos ambientais associados às
alternativas de disposição final do lodo dependem das características do local
e da técnica empregada, estando sua disposição associada à poluição da água e
do solo, quando realizada de forma inadequada.
Os serviços de limpeza e manutenção dos sistemas de drenagem e
manejo das águas pluviais urbanas os resíduos gerados não são contabilizados
pelas equipes de limpeza urbana.
Assim, não existem dados que possibilitem estimar a quantidade
gerada dos resíduos oriundos das ETA e ETE instaladas, tampouco daqueles
encontrados nos sistemas de drenagem existente, resíduos estes que são
componentes dos RSB.
Pelas razões expostas acima, é importante que a Prefeitura
Municipal, adote procedimentos para contabilizar esses resíduos, estruturando
sua série histórica, destacando a periodicidade das ações da limpeza e
manutenção dos sistemas, as equipes destacadas, a quantidade de resíduos gerada
e a forma de manejo associada.
São os resíduos gerados nas atividades e nos processos produtivos e
instalações industriais. De acordo com a Resolução CONAMA nº 313/200234, o
resíduo industrial é todo o resíduo que resulte de atividades industriais e que
se encontre nos estados sólido, semissólido, gasoso - quando contido, e líquido
- cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de
esgoto ou em corpos d'água, ou exijam para isso soluções técnica ou
economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível.
Consideram-se também como resíduos industriais aqueles gerados em
equipamentos e instalações de controle de poluição.
Foi possível verificar que a única atividade industrial existente
no município de Alfredo Chaves é a Metalúrgica Bianchi, localizada na Rua 6,
S/N, não sendo possível estimar o quantitativo de resíduos gerados por essa
indústria local.
Categorizada como agroindústria, instalada na comunidade Recreio,
encontra- se a produção de biscoitos caseiros da marca Hora do Recreio. Não
foram localizados dados sobre sua produção de resíduos.
Figura 61 - Produção de
biscoitos Hora do Recreio em Alfredo Chaves
Fonte: Incaper, 2017
9.5.6 - RESÍDUOS DE
SERVIÇOS DE SAÚDE
Quadro 47 - Classificação dos
resíduos de serviços de saúde
GRUPO |
SIMBOLOGIA |
DESCRIÇÃO |
Grupo A -Biológico |
IMAGEM |
Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por
suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar
risco de infecção. |
Grupo B -Químico |
IMAGEM |
Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco
à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade etoxicidade. |
Grupo C - Radioativo |
IMAGEM |
Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que
contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação
especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN e
para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista |
Grupo D -Comuns |
IMAGEM |
Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou
radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos
domiciliares |
Grupo E - Perfurocortante |
IAMGEM |
Materiais perfurocortantes ou escarificantes,
tais como: lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas,
limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos
capilares; micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os
utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta
sanguínea eplacas de Petri) e outros similares. |
Fonte: Resoluções Anvisa
(RDC 306/2004) e Conama (no 358/2005)
Diante dos levantamentos sobre os serviços de saúde disponíveis no
Município é possível inferir que no município podem estar sendo gerados resíduos
pertencentes aos grupos A, B, D e E, uma vez que os
resíduos do Grupo D apresentam as mesmas características dos resíduos
domiciliares, o seu manejo pode ser realizado da mesma forma que os resíduos
comuns, oriundos de domicílios e do comercio, entretanto, a possibilidade de
que parcela dos RSS receba o mesmo tratamento dos resíduos sólidos domiciliares
dependerá da correta segregação e acondicionamento de cada grupo de RSS.
As estimativas disponíveis na literatura sugerem como indicador
médio para Municípios de porte populacional até 30.000 habitantes
2kg/1.000hab.dia, considerando a população urbana (IPEA, 2012). Segundo dados
da Prefeitura Municipal, são coletados aproximadamente 5,0kg/semana de RSS.
A Tabela abaixo apresenta as estimativas em cada uma das situações.
Tabela 38 - Estimativa do
volume de RSS coletado
FONTE DO DADO |
PREFEITURA MUNICIPAL DE ALFREDO CHAVES (2016) |
IPEA (2012) |
SCHNEIDER (2014) |
OMS/OPAS (1997) |
Dado base |
5,0kg/semana |
2,00 kg/1.000 hab.dia |
2,63 kg/leito.dia |
2,75 kg/leito.dia |
Geração diária estimada (kg/ dia) |
0,71 |
29,95 |
- |
- |
Fonte: PMAC, 2016; IPEA,
2012; Schneider, 2014; OMS/OPAS, 1997
Elaboração: UFF, 2016
9.5.7- RESÍDUOS DE
CONSTRUÇÃO CIVIL
Apesar de sua baixa periculosidade, os resíduos de construção civil
(RCC) podem gerar impactos negativos no ambiente em decorrência de seus
volumes. A partir da Resolução CONAMA 307,/200235, que estabelece as
diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção
civil, o manejo deste tipo de resíduos passou a ser de responsabilidade do
gerador.
De acordo com o art. 13 da PNRS, os RCC são definidos como aqueles
gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção
civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para
obras civis.
Estima-se que no
município de Alfredo Chaves sejam geradas aproximadamente 36 ton/mês de RCC,
resultando na geração per capita de cerca de 1,7 ton/dia
de RCC.
9.5.8 - RESÍDUOS
AGROSSILVOPASTORIS
São aqueles gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais,
incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades. Os resíduos
desta tipologia precisam ser analisados segundo suas características orgânicas
ou inorgânicas.
Não existem dados
disponíveis no município acerca da geração de resíduos de agrossilvopastoris, sendo os mesmos,
quando gerados destinados diretamente por seus geradores.
9.5.9 - RESÍDUOS DE
SERVIÇOS DE TRANSPORTES
São os resíduos gerados em atividades de transporte rodoviário,
ferroviário, aéreo e aquaviário, incluídas as instalações de trânsito de
usuários como as rodoviárias, os portos, aeroportos e passagens de fronteira.
São tidos como resíduos capazes de veicular doenças entre cidades, estados e
países.
9.5.10 - RESÍDUOS DE
MINERAÇÃO
São aqueles gerados na atividade de pesquisa, extração ou
beneficiamento de minérios. Os resíduos estéreis são aqueles oriundos de
materiais escavados e os rejeitos aqueles provenientes do beneficiamento dos
minerais.
Não foram localizadas atividades de mineração no município.
O Quadro abaixo resume as informações acerca dos resíduos sólidos
gerados identificados no município de Alfredo Chaves e os atuais responsáveis
pelo manejo desses resíduos.
Quadro 48 - Resíduos sólidos
gerados no município de Alfredo Chaves e atuais responsáveis pelo manejo
TIPOLOGIA DE RESÍDUOS IDENTIFICADOS NO MUNICÍPIO |
QUANTITATIVOS ESTIMADOS (KG/DIA) |
ATUAL RESPONSÁVEL PELO MANEJO |
Resíduos Sólidos Urbanos |
22.950,00 |
Prefeitura Municipal |
Resíduos de Limpeza Urbana |
9.450,00 |
Prefeitura Municipal |
Resíduos Domiciliares |
13.500,00 |
Prefeitura Municipal |
Resíduos de estabelecimentos comerciais e de prestadores de
serviços |
Não estimado pelo município |
Prefeitura Municipal |
Resíduos dos Serviços de Saneamento Básico |
Não estimado pelo município |
Prefeitura Municipal |
Resíduos Industriais |
Não estimado pelo município |
Prefeitura Municipal |
Resíduos de Serviço de Saúde |
21,29 |
Prefeitura Municipal |
Resíduos de Construção Civil |
36.000, 00 |
Prefeitura Municipal |
Resíduos Agrossilvopastoris |
Não estimado pelo município |
Geradores |
Resíduos de Serviços de Transporte |
Não estimado pelo município |
Prefeitura Municipal |
Fonte: PMAC, 2016
9.5.11 - RESÍDUOS
SÓLIDOS SUJEITOS À LOGÍSTICA REVERSA OBRIGATÓRIA
De acordo com o
artigo nº 33 da PNRS, os fabricantes, importadores, distribuidores e
comerciantes de alguns tipos de resíduos são obrigados a estruturar e
implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos, após o
uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana
e de manejo dos resíduos sólidos.
A Tabela abaixo apresenta a relação dos resíduos sujeitos a
logística reversa e os instrumentos em vigor para implementação da logística
reversa. Dentre os instrumentos considerados na implementação e
operacionalização do sistema estão os acordos setoriais, regulamentos e termos
de compromisso, cada qual com características especificas (art. nº 15 do
Decreto 7.404/2010).
Quadro 49 - Resíduos sujeitos
a logística reversa obrigatória
TIPO DE RESÍDUO |
INSTRUMENTOS EM VIGOR |
Agrotóxicos, seus resíduos e embalagens |
Iniciativas de logística reversa anteriores a PNRS, em
conformidade com a Resolução CONAMA 401/2008. |
Pilhas e baterias |
Iniciativas de logística reversa anteriores a PNRS, em
conformidade com a Resolução CONAMA 401/2008. |
Pneus |
Sistema de logística reversa implantado anterior a PNRS em
conformidade com resoluções CONAMA 416/2009. |
Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens |
Edital de chamamento no 01/2011 resultou no primeiro acordo
setorial assinado em dezembro de 2012. |
Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz
mista |
Acordo setorial publicado em março de 2015 |
Produtos eletroeletrônicos e seus componentes |
Edital Chamame públi
pa a apresentaç dde nto co
ra ão epropostas. |
Embalagens em geral |
Acordo setorial assinado em novembro de 2015 |
Descarte de medicamentos |
Edital Chamame públi
pa a apresentaç dde nto co
ra ão epropostas. |
Fonte: Decreto nº 7404/2010
Para a logística reversa das embalagens vazias de agrotóxicos o inpeV, entidade gestora da logística reversa desses
materiais não disponibiliza postos ou centrais de recebimento desses resíduos
no município. Os postos e centrais disponibilizadas pela entidade no Estado,
podem ser verificados no Quadro a seguir.
Quadro 50 - Postos e centrais
de recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos no Estado do Espírito Santo
– inpEV
MUNICÍPIO CACHOEIRO DO ITAPEMIRIM |
TIPO DE UNIDADE POSTO DE RECEBIMENTO |
DISTÂNCIA DA UNIDADE AO MUNICÍPIO DE ALFREDO CHAVES (KM)74,5 |
Colatina |
Posto de recebimento |
218,0 |
Itarana |
Posto de recebimento |
210,0 |
Jaguaré |
Posto de recebimento |
288,0 |
Linhares |
Central |
218,0 |
Pinheiros |
Posto de recebimento |
885,0 |
Fonte: inpEV, 2017
O posto para o recebimento de embalagens vazias sujeitas à
Logística Reversa geradas no município de Alfredo Chaves, encontra-se a
aproximadamente 75 km do município.
Os postos de recebimento das embalagens vazias de agrotóxicos por
meio da Resolução nº 334 do Conama estão obrigados ao:
Recebimento de embalagens lavadas e não lavadas;
Inspeção e classificação das embalagens entre lavadas e não
lavadas;
Emissão de recibo confirmando a entrega das embalagens pelos
agricultores;
Encaminhamento das embalagens às centrais de recebimento.
As centrais se obrigam:
Recebimento de embalagens lavadas e não lavadas (de agricultores,
dos postos e dos estabelecimentos comerciais licenciados);
Inspeção e classificação das embalagens entre lavadas e não
lavadas;
Emissão de recibo confirmando a entrega das embalagens;
Separação das embalagens por tipo (COEX, PEAD MONO, metálica,
papelão);
Compactação das embalagens por tipo de material;
Emissão de ordem de coleta para que o inpEV
providencie o transporte para o destino final (reciclagem ou incineração).
Não foram conhecidas as formas de destinação dada às pilhas e
baterias e pneumáticos inservíveis gerados no município. Em vista à página da Reciclanip, que é a entidade gestora dos pneumáticos
inservíveis no Brasil, foi possível verificar que o município de Alfredo Chaves
ainda não consta como um parceiro desta entidade para propiciar a coleta dos
pneumáticos inservíveis gerados no município.
Quadro 51 - Postos de coleta
de pneus inservíveis no Estado do Espírito Santo – Reciclanip
MUNICÍPIO |
TIPO DE UNIDADE |
DISTÂNCIA DA UNIDADE AO MUNICÍPIO DE ALFREDO CHAVES (KM) |
Cachoeiro do Itapemirim |
Posto de coleta |
74,5 |
Cariacica |
84,5 |
|
Montanha |
417,0 |
|
Serra |
114,0 |
|
Sooretama |
269,0 |
|
Vila Velha |
81,0 |
Fonte: Reciclanip, 2017
Com relação às embalagens em geral, não foram verificadas as
estratégias para viabilizar o retorno desses materiais conforme determinou o
acordo setorial assinado.
9.6 - CARACTERIZAÇÃO
DOS RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS
9.6.1 - COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA
O processo de caracterização dos resíduos sólidos perpassa por
analisar a sua composição, ou seja, suas peculiaridades e características das
frações de cada material contido na massa total de resíduos (caracterização
física).
Para se buscar a gravimetria dos resíduos, diversas técnicas podem
ser utilizadas, entretanto a técnica mais utilizada é a in loco (conhecida como
método do quarteamento) por sua facilidade e seu
baixo custo. Entretanto, não basta que as análises sejam realizadas apenas uma
vez.
Para que se possa confirmar a representatividade das frações encontradas
é necessária a realização de análises periódicas (a cada 3 meses) e por no
mínimo um ano e a cada momento de realização da análise deverá ser escolhido
caminhão de trechos de coleta diferentes. Caso isso não ocorra, todo esforço
será inválido pois não indicará corretamente as frações geradas, o que poderá
trazer equívocos nos resultados a serem obtidos.
Os resultados das análises periódicas deverão ser compilados e a
média simples de cada resultado será o resultado da avaliação final.
As datas previstas para a realização das análises não poderão
coincidir com feriados, período de festas ou férias escolares, como também não
deverão nunca serem realizadas às segundas feiras, pois as quantidades geradas
nessas condições não refletirão a geração cotidiana e habitual.
Diante da ausência de dados sobre a gravimetria dos resíduos
gerados no município e do tempo requerido para que se tenha resultados
representativos, optou-se por se estimar para este diagnóstico os dados
oriundos das fontes oficiais de informação.
Da parcela representativa de RSU gerada em Alfredo Chaves, e diante
das estimativas apresentadas pelo SNIS (2014), é possível inferir que 51,4% dos
resíduos gerados e/ou coletados são orgânicos (resíduos úmidos) e 34,8%
recicláveis (resíduos secos) e o percentual restante (13,80%) pode ser
atribuído à existência de outras tipologias associadas a massa coletada (Figura
a seguir).
Figura 62 -
Representatividade dos resíduos secos e úmidos no município de Alfredo Chaves
Fonte: SNIS, 2014
A composição gravimétrica dos RSU gerados no Brasil é demonstrada
no Diagnóstico dos resíduos sólidos urbanos (IPEA) e no Planares, 2012.
Partindo-se dos percentuais representativos apresentados e daqueles
levantados por este diagnóstico, os percentuais encontrados poderão ser
visualizados no Quadro a seguir.
Quadro 52 - Composição
gravimétrica estimada para os RSU gerados em Alfredo Chaves
RESÍDUOS |
COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RSU NO BRASIL (PLANARES, 2012) |
COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RSU EM ALFREDO CHAVES |
|
PARTICIPAÇÃO DOS MATERIAIS (%) |
PARTICIPAÇÃO DOS MATERIAIS (%) |
PARTICIPAÇÃO DOS MATERIAIS(KG/DIA) |
|
Resíduos úmidos |
- |
51,40 |
11.796,30 |
Resíduos secos |
- |
34,80 |
7.986,60 |
Outros |
- |
13,80 |
3.167,10 |
TOTAL |
- |
100,00 |
22.950,00 |
MATERIAIS RECICLÁVEIS CONTIDOS NOS RESÍDUOS SECOS |
|||
Papel/papelão e tetrapack |
13,1 |
- |
1.043,23 |
Plástico |
13,5 |
- |
1.078,19 |
Vidro |
2,4 |
- |
191,68 |
Metais ferrosos e não ferrosos |
5,8 |
- |
463,22 |
Outros* |
65,2 |
- |
5.207,26 |
*Infere-se que nos percentuais relativos aos outros resíduos úmidos
estejam agregados, RSS, RCC e entulhos.
Fonte: PLANARES, 2012
A Figura a seguir apresenta as estimativas dos materiais
potencialmente recicláveis na massa de resíduos gerada no município de Alfredo
Chaves.
Figura 63 - Parcelas
representativas de materiais recicláveis na composição dos resíduos gerados em
Alfredo Chaves
Elaboração: UFF, 2017
Conforme pode ser observado, a matéria orgânica se mostra como a
parcela mais representativa de resíduos gerados no município, seguindo o mesmo
padrão gravimétrico dos demais municípios brasileiros.
Destaca-se a parcela
representativa de papel/papelão/tetrapack e plástico que se
destacam no grupo dos recicláveis considerados nobres pelo mercado.
O peso específico diz respeito ao peso dos resíduos em função de
seu volume correspondente. Esse dado é de suma importância, dentre outras
questões para estimar a frota necessária para realizar a coleta e transporte
dos resíduos sólidos, assim como a estimativa de área necessária para a
disposição final de rejeitos.
Para este PMSB serão adotadas as médias praticadas no país, conforme
indica a literatura (MMA/ICLEI, 2012). O Quadro a seguir apresenta os valores a
serem adotados.
Quadro 53 - Peso específico
dos resíduos sólidos
TIPO DE RESÍDUO |
PESO ESPECÍFICO (KG/M3) |
|
Resíduos sólidos domiciliares |
Soltos |
250 |
Compactados |
600 |
|
Resíduos da construção civil |
Indiferenciado |
1.200 |
Classe A |
1.400-1.500 |
Fonte: MMA/ICLEI, 2012
9.7 - PRESTAÇÃO DOS
SERVIÇOS PÚBLICOS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Como ocorre nos outros componentes do saneamento básico, os
serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos
abastecimento de água potável são de responsabilidade do poder público
municipal, mesmo que administrados em regime de concessão ou permissão.
A prestação dos serviços públicos de manejo dos resíduos sólidos,
compreende as etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino
final dos resíduos domésticos e dos resíduos originários da varrição e limpeza
de logradouros e vias públicas.
9.7.1 - SERVIÇOS DE
LIMPEZA URBANA
Como principal atividade da limpeza de vias e logradouros públicos,
os serviços de varrição são responsáveis por reunir resíduos de diversas
naturezas. Para que estes serviços sejam executados é necessário que se
estabeleça um "Plano de Varrição" que deverá ser elaborado pelos
executores dos serviços.
A Prefeitura Municipal não dispõe de um Plano de Varrição
instituído. Os roteiros são executados de acordo com os costumes estabelecidos
na Prefeitura e conforme demanda a situação de limpeza das vias públicas.
A varrição é realizada na modalidade manual e conta com 60
varredores e um encarregado. É realizada diariamente, no período diurno, na
área central do município e nos bairros Sede, Matilde, São João, Cachoeira
Alta, Sagrada Família, Ibitiruí.
A inexistência de um plano de varrição demonstra a carência de
planejamento técnico cujo benefício principal é a otimização dos recursos
humanos, melhoria da qualidade dos serviços e controle dos gastos públicos.
A taxa de varredores no município é de 8,54 varredores/mil
habitantes. Do total de trabalhadores empregados no manejo de resíduos sólidos
no município (84 trabalhadores), aproximadamente 72% são alocados na varrição
das vias públicas.
Figura 64 - Alocação dos
trabalhadores empregados nos serviços de manejo de resíduos sólidos no
município
9.7.3 - SERVIÇOS DE
ROÇADA E CAPINA
Os serviços de roçada e capina são executados de forma manual e
mecanizada e são realizados com periodicidade mensal nas áreas centrais do
Município e mensal nas demais localidades.
9.7.4 - PODA DE
ÁRVORES EM VIAS E LOGRADOUROS PÚBLICOS
A poda de árvores é um serviço público que proporciona não somente
o bem-estar e a beleza estética municipal, mas principalmente o bom
funcionamento de condutores aéreos da infraestrutura (cabos de energia e
telefonia. Proporcionam ainda proporcionam a segurança da população na
ocorrência de fortes eventos naturais (chuvas e ventos de grande intensidade),
que podem derrubar arvores, galhos, etc., provocando danos de diversas ordens.
Os serviços de poda são realizados pela Secretaria Municipal quando
detectada a necessidade e nos meses em que as podas são requeridas. Os resíduos
gerados são dispostos no Aterro de Resíduos da Construção Civil.
9.7.5 - LIMPEZA DE FEIRAS
LIVRES E LOCAIS DE EVENTOS DE ACESSO ABERTO AO PÚBLICO EM GERAL
A limpeza e a coleta dos resíduos das áreas públicas onde ser
realizam as feiras livres devem ser realizadas logo após seu término em função
da necessidade tanto de desobstruir o trânsito como de higienizar o local para
evitar problemas de odores e vetores nessa área. As equipes destacadas pela
Prefeitura Municipal realizam esses serviços sempre que detectada a necessidade
pelo gestor dos serviços.
No município o calendário de festas religiosas e abertas ao público
é extenso, conforme demonstra o quadro abaixo disponibilizado pela Prefeitura
Municipal.
A ocorrência de festas e/ou eventos abertos ao público em geral,
demanda programação prévia dos serviços de limpeza, que ao final do evento,
devem manter os locais limpos.
Embora a programação da limpeza dos espaços públicos nos eventos
municipais não esteja disponível para consulta, a Secretaria segue programação
conforme a experiência adquirida pelo município nas datas e horários
estabelecidos para a ocorrência desses eventos públicos.
É importante destacar a necessidade de programar os serviços de
limpeza urbana quando da elaboração do calendário anual de festas do município,
uma vez que é possível conhecer a expectativa do tipo de evento programado e
público esperado.
Quadro 54 - Festas e eventos
abertos ao público no município de Alfredo Chaves
MÊS |
DIA/FESTA |
BAIRRO |
Janeiro |
Festa de São Sebastião |
Macrina e São Sebastião |
Taça Nacional Cidade de Alfredo Chaves de Futebol Infantil |
Sede |
|
Aniversário de 126 anos de Emancipação Política do município |
|
|
Festa São João Bosco |
Nova Mantua |
|
Fevereiro |
Festa da Uva e do Vinho |
São Bento de Urânia |
Festa de Nossa Senhora das Candeias |
Deserto |
|
Festa de São Brás |
São Brás de Maravilha |
|
Festa de N. S. Lourdes |
Recreio |
|
Festa de São Valentim |
São Marcos |
|
Carnaval |
Sede e Matilde |
|
Março |
Festa de São José |
Rio Veado, Iriritimirim |
Romaria de São José |
4° Território ao Convento da Penha |
|
Festa de São Bento |
São Bento de Batatal |
|
Abril |
Semana Santa |
Paróquias N. S. Conceição e Paroq. São
Miguel |
Baile de Aleluia |
Pq. de Exposições - Sede |
|
Festa de Nossa Senhora da Penha |
Vila Nova de Ribeirão e Carolina |
|
Festa de São Francisco de Paula |
São Francisco de Batatal |
|
Festa de São Marcos |
São Marcos |
|
Festa de São José |
Quarto Território |
|
4° Festival de Viola e Sanfona |
Parque de Exposições |
|
Maio |
Caminhada do Trabalhador |
Sede |
Festa de São José |
Quarto Território |
|
Festa de Santa Cruz |
Santa Luzia do Ipê |
|
Festa de Santo Isidoro |
Matilde |
|
Festa de Nossa Senhora de Fátima |
Sede e Independência |
|
Brega Night |
Parque de Exposições - Sede |
|
Festa das Mães |
São Francisco de Urânia |
|
Festa Nossa Senhora da Misericórdia |
São João do Crubixá |
|
Festa Santa Rita de Cássia |
Igreja Matriz |
|
Festa de Nossa Senhora Auxiliadora |
Nova Mantua |
|
Festa de Nossa S. do Caravagio |
Matilde |
|
Junho |
Festas Juninas |
Sede e interior |
Festa de São Gabriel |
Capela Ibitirui |
|
Festa de São José de Anchieta |
Gavião |
|
Festa Santo Antônio |
Santo Antônio da Cachoeirinha-Ibitiruí,
Ribeirão de Santo Antônio e Cachoeirinha |
|
Festa de Corpus Christi |
Sede |
|
Festitália |
Parque de Exposições |
|
Festa de São Virgílio |
Centro |
|
Festa São Luiz Gonzaga |
Nova Estrela |
|
Festa de São João Batista |
São João de Crubixá |
|
Festa de Corpus Christi |
Iriritimirim |
|
Julho |
Festa de São Pedro |
Ibitiruí, S. Pedro de Matilde e Boa Vista |
Festa de São Bento |
Piemonte e São Bento de Urânia |
|
Festa de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro |
Caco do Pote |
|
Encontro de Downhill |
Sede |
|
Festa de Santa Maria Madalena |
Duas Pontes |
|
Festa de São Joaquim |
São Joaquim de Crubixá |
|
Encontro de Trilheiros |
Parque de Exposições |
|
Caminha ao Gururu |
Sede |
|
Festa da Banana e do Leite |
Parque de Exposições |
|
Copa Ícaro e Campeonato de Voo Livre |
Cachoeira Alta |
|
Agosto |
Festa Sant’Ana |
Barra de Batatal |
Festa de São Roque |
São Roque de Maravilha, IV Território |
|
Festa de Nossa Senhora de Assunção |
Assunta |
|
Festa do Inhame |
São Bento de Urânia |
|
Romaria Motociclística |
|
|
Festa de Santa Augusta |
Carolina |
|
Festa de Santo Agostinho |
Batatal |
|
Setembro |
Festa da Viola |
Recreio |
Festa de Santa Cruz |
São Bento de Urânia, Santa Maria do Engano |
|
Festa do Evangélico Alfredense |
Sede |
|
Festa de São Vicente |
São Vicente de Anchieta e São Vicente de Crubixá |
|
Festada Primavera Família Agrícola (Mepes) |
Sede |
|
Outubro |
Festa Santa Terezinha |
IV Território |
Festa de Nossa Senhora Aparecida |
Macrina |
|
Mostra de Teatro Infantil |
Casarão Togneri |
|
Novembro |
Missa na Pedra do Gururu |
|
Festa de São Martinho |
São Martinho |
|
Festa de Nossa Senhora da Saúde |
Santa Maria do Engano |
|
Festa e Cristo Rei |
Ribeirão do Cristo e Cachoeira Alta |
|
Festa de Santa Catarina |
Macrina |
|
Dezembro |
Festa da padroeira Nossa Senhora da Conceição |
Sede |
Acender das Luzes do Natal Som e Luz |
|
|
Festa de Santa Bárbara |
Ipê-Açúe Vila Novado Ribeirão |
|
Natal Sem Fome |
Sede |
|
Festa Santa Luzia |
IV Território e Capela |
|
Festa de São Lázaro |
Quinto Território |
|
Natal Som e Luz |
Sede |
|
Festa da Sagrada Família |
Sagrada Família e Vila Nova de Maravilha |
|
Festa de São Benedito |
Macrina |
Fonte: PMAC, 2017
9.7.6 - ATIVIDADES
COMPLEMENTARES/OUTRAS ATIVIDADES ATRIBUÍDAS
Compreendem todos aqueles serviços que auxiliam a limpeza de vias e
logradouros públicos. Estão inclusos nessa categoria os serviços, pintura e
substituição de guias e sarjetas, ações de combate e controle de vetores,
limpeza e manutenção de cemitérios (compreende a capina, podas, pintura
varrição, etc. desses espaços públicos), coleta de animais mortos abandonados,
dentre outros.
No município os serviços complementares são realizados pelas
equipes da Secretaria de Obras sempre que detectada a necessidade pelo gestor
dos serviços.
9.7.7 - SEGREGAÇÃO,
ACONDICIONAMENTO E DISPONIBILIZAÇÃO DOS RESÍDUOS DOS RESÍDUOS PARA A COLETA
Mesmo tendo a obrigatoriedade estabelecida por lei (Dec.7.404/10),
a segregação dos resíduos sólidos domiciliares no município de Alfredo Chaves é
feita de forma voluntária, e mesmo que segregados na fonte, são misturados na coleta
domiciliar, o que gera desestimulo na população para a adoção de prática
voltadas a separação dos resíduos.
Entretanto, de acordo com as informações da Prefeitura Municipal,
lixeiras seletivas (resíduos secos e úmidos) foram instaladas no município para
garantir o descarte de resíduos públicos e daqueles que não foram coletados nos
dias não abrangidos pela coleta porta a porta.
Cabe ressaltar que o modelo das lixeiras instaladas não é
apropriado para a coleta dos RDO que poderão ser disponibilizados no local.
Lixeiras vazadas podem propiciar a geração de odores e vetores, tornando-se,
caso o descarte não seja bem monitorado, transtornos à população.
Figura 65 - Lixeiras
seletivas instaladas no bairro Imigrantes
Fonte: PMAC, 2016
A lixeira que melhor se adequa ao acondicionamento coletivo de RDO,
são aquelas com tampas, especialmente projetadas para a coleta coletiva dos
resíduos gerados. (Figura a seguir).
Figura 66 - Modelo de
contêiner para coleta coletiva de RDO
Fonte: Mídia digital, 2017
Entretanto, a opção pela modalidade de coleta por meio lixeiras
coletivas ou Pontos de Entrega Voluntária (PEV), depende não somente da escolha
das equipes técnicas do município, mas sim dos anseios da população para
adotá-la e da contribuição de cada cidadão.
Foi possível observar que em alguns locais, lixeiras fixas são
instaladas e que materiais potencialmente recicláveis muitas vezes são
colocados à disposição da coleta sem qualquer acondicionamento (Figura a
seguir).
Isso ocorre principalmente com os resíduos comerciais e de
prestadores de serviços e de áreas periféricas, cujos geradores disponibilizam
seus resíduos muitas vezes a granel para a coleta.
Figura 67 - Disponibilização
de resíduos para a coleta
Fonte: UFF, 2016
9.7.8 - COLETA E
TRANSPORTE DE RDO
A coleta convencional dos resíduos domiciliares gerados no
município de Alfredo Chaves é efetuada no período diurno, na modalidade porta a
porta (PP), com frequência alternada.
A coleta ocorre de segunda a sábado seguindo calendário
pré-estabelecido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Serviços Públicos
(Quadro a seguir).
Quadro 55 - Calendário da
coleta convencional no município de Alfredo Chaves
BAIRROS ABRANGIDOS |
DIAS ESTABELECIDOS |
VEZES NA SEMANA |
PERÍODO |
HORÁRIO PREVISTO |
Centro - Principalmente ruas do comercio |
Segunda e sexta-feira |
2 |
Manhã e tarde |
Manhã: 8:00 hs Tarde: 15:00 hs |
Centro - Principalmente ruas do comércio |
Sábado |
1 |
Manhã e tarde |
Manhã: 8:00 hs Tarde: 14:00 hs |
Cachoeirinha |
Segunda- feira e sábado |
2 |
Manhã |
- |
Portal dos Imigrantes, Itapema e Santa Rita, Geovani Brada (Beira
Rio) |
Terça- feira, quinta-feira e sábado |
3 |
Manhã |
- |
Recanto do Siribeira, Parque
Residencial Alfredo Chaves (Caja), Parque residencial Araponga |
Segunda- feira, quarta-feira e sexta-feira |
3 |
Manhã |
- |
Santa Teresinha I e II |
Segunda-feira e sábado (alternando ruas) |
2 |
Manhã |
- |
Macrina |
Segunda-feira e sábado (alternando ruas) |
2 |
Manhã |
- |
Morro do Cemitério |
Segunda- feira e sábado |
2 |
Tarde |
- |
Fonte: Secretaria Municipal
de Meio Ambiente e Serviços Públicos, 2016
Observa-se que não há uma uniformidade no dimensionamento da oferta
dos serviços de coleta nos bairros atendidos (em alguns ocorre 3 vezes na
semana e em outros 2 vezes) e os horários são estabelecidos apenas para o
bairro Centro. A coleta convencional ocorre também nas áreas rurais (interior),
e é dimensionada de acordo com o número de habitantes a atender, ou seja, não
há um roteiro específico para estas áreas.
Uma questão importante a ser considerada são os horários
pré-estabelecidos para a coleta. A conscientização da população para atender ao
horário estabelecido com a disponibilização dos resíduos para a coleta é
fundamental para o sucesso da atividade.
Fundamental também é que não poderá haver atrasos na coleta
pré-estabelecida, pois atrasos constantes propiciam menor empenho da população
nas disponibilizações de seus resíduos para a coleta e proporcionam que os
resíduos disponibilizados sejam alvo de animais e/ou vandalismos, trazendo
impactos imediatos tanto à beleza da cidade como à saúde da população.
A equipe de coleta é composta por 3 motoristas e por 9 funcionários
na guarnição. São utilizados EPI nos serviços.
O Quadro a seguir apresenta as características dos
veículos/equipamentos empregados na coleta convencional e no transporte dos
resíduos.
Quadro 56 - Características
dos veículos/equipamentos da coleta convencional
TIPO DE VEÍCULO/EQUIPAMENTO |
IDADE DO EQUIPAMENTO (ANOS) |
||
0 A 5 |
5 A 10 |
MAIOR QUE 10 |
|
QUANTIDADE (UNIDADE) |
|||
Caminhão compactador |
1 |
1 |
1 |
Caminhão caçamba |
- |
- |
1 |
Caminhão baú |
- |
- |
- |
Fonte: PMAC, 2016
Considera-se que a frota disponível no município é relativamente
nova, o que indica a necessidade de baixa manutenção. Considerando o porte
populacional do município e sua área, é possível inferir que os equipamentos,
desde que operados corretamente) podem ser suficientes para
o atendimento integral da população.
9.7.9 - COLETA E
TRANSPORTE DE RSS
A coleta e o transporte dos resíduos de serviços de saúde (RSS) são
efetuados pela empresa ECO-TECH Soluções Ambientais, com a utilização de
veículos apropriados, conforme o disposto nas Resoluções Anvisa (RDC 306/2004)
e o Conama (Resolução nº 358/2005).
9.7.10 - COLETA E
TRANSPORTE DE RCC
Entulhos são classificados pela Secretaria Municipal como resíduos
de construção e também resíduos de limpezas de quintais.
Para que ocorra a coleta desses materiais é necessário que haja um
agendamento prévio junto a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Serviços
Urbanos que alerta para os casos de descumprimento da determinação a
possibilidade de multas. Alerta ainda que esses resíduos não poderão conter
outros materiais.
A PNRS entretanto conceitua os resíduos gerados nas construções,
reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes
da preparação e escavação de terrenos para obras civis da construção civil,
como Resíduos de Construção Civil (RCC).
A coleta e o transporte dos resíduos de serviços de construção
civil (RCC) são efetuados pela prefeitura, com a utilização de veículos
caminhão caçamba. Os RCC são coletados e transportados para serem destinados no
Aterro de RCC existente no município.
Segundo informações coletadas junto à Prefeitura Municipal, a área
de descarte de RCC encontra-se licenciada pelo IEMA (Instituto Estadual de Meio
Ambiente), conforme a Licença Prévia nº 312/2007, Licença de Instalação nº
363/2007 e a Licença de Operação nº 346/2007.
Embora licenciada, as informações recebidas no município indicaram
a área para disposição dos RCC encontra-se instalada em local de grande
sensibilidade ambiental que deve ter sua preservação garantida com a disposição
final apenas de resíduos inertes, o que não vem ocorrendo naquela área.
Entretanto, nas visitas técnicas realizadas foi possível verificar
a existência de outras tipologias de resíduos dispostas que não somente
resíduos inertes. A figura abaixo demostra que no local estão sendo dispostos
podas e galhadas, resíduos úmidos (cascas de coco verde) dentre outros.
De acordo com as informações disponibilizadas pela Prefeitura
Municipal, todos os dias, no período da tarde, é realizada pela prefeitura uma
triagem no local para retirada de plásticos, pneus e outros materiais que
possivelmente são coletados junto aos entulhos e que periodicamente é feita
cobertura de terra no local.
Nota-se um esforço da Secretaria Municipal para a retirada de
outros materiais constantes na massa de RCC coletada, não sendo esta a metodologia mais adequada para que no local sejam
dispostos somente resíduos inertes, uma vez que expõe tanto o trabalhador desta
atividade quanto a área, a riscos desnecessários.
Figura 68 - Tipologia de
resíduos dispostos no Aterro de RCC
Fonte: UFF, 2016
9.7.11 - COLETA DE
RESÍDUOS SÓLIDOS EM COMUNIDADES RURAIS
A coleta seletiva deve ser entendida como a coleta de resíduos
sólidos previamente segregados conforme sua constituição ou composição,
objetivando sua recuperação ou reciclagem.
A coleta seletiva encontra-se implantada no Município. A Secretaria
Municipal de Meio Ambiente e Serviços Urbanos implantou o projeto Coleta
Seletiva inicialmente no bairro Portal dos Imigrantes e conta com ajuda da
população para a separação do lixo seco e úmido.
A coleta seletiva neste bairro é realizada todas as quartas-feiras,
a partir das 12h. Os moradores devem separar o lixo e colocar nas lixeiras
destinadas para esse fim, antes do horário de recolhimento.
Figura 69 - Lixeiras para a
coleta seletiva implantadas no bairro imigrantes
Fonte: PMAC, 2016
O serviço dessa nova coleta já está sendo realizado, e o bairro
Portal dos Imigrantes foi escolhido como piloto do projeto. As lixeiras
específicas estão instaladas nas ruas Arlindo Costa, Genova e Antônio Domingos
de Souza. O lixo úmido deve ser separado do lixo seco, conforme indicado nas
lixeiras.
De acordo com informações da Secretaria Municipal de Meio Ambiente
e Serviços Urbanos o lixo seco será recolhido às quartas-feiras, já o úmido,
todos os dias como já acontece em todos os bairros.
A iniciativa, que faz parte do projeto "Interação: Pratique
esta Ideia", cujo foco é sustentabilidade com o reaproveitamento de
materiais.
Não fica claro, qual a modalidade praticada na coleta seletiva
implantada pelo projeto, uma vez que os resíduos secos devem ser recolhidos 1
vez na semana na modalidade PEV e os resíduos úmidos todos os dias, na
modalidade porta a porta (PP) e não há distinção ou definição expressa do
município para que a segregação ocorra na forma esperada pelo projeto.
A coleta de resíduos secos também pode ser agendada para a coleta
pela Secretaria, conforme informa a Prefeitura Municipal. A Secretaria solicita
ainda aos moradores o agendamento da coleta de podas de árvores e limpeza do
quintal para que tais resíduos não fiquem expostos nas calçadas, como ocorre em
alguns locais, principalmente nos finais de semana.
A coleta dos materiais é realizada pelo município e os materiais
são encaminhados para a Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de
Cachoeiro de Itapemirim (Ascomirim), em virtude do
município não possuir associação de catadores.
O Quadro a seguir apresenta as informações sobre coleta seletiva
existente no município.
Quadro 57 - Informações sobre
a coleta seletiva no município de Alfredo Chaves
DESCRIÇÃO |
CARACTERIZAÇÃO |
Coleta seletiva executada pelo agente público |
Sim |
Ocorrência de pesagem dos resíduos da coleta seletiva |
Não |
Coleta seletiva executada na modalidade PP por agente público |
Não |
Coleta seletiva executada na modalidade PP por cooperativas e/ou
associação de catadores |
Não |
Coleta seletiva executada na modalidade PEV |
Sim |
Departamento específico na estrutura da Secretaria para
coordenação da Coleta Seletiva |
Não |
Existência de associações ou organizações de catadores de
materiais reutilizáveis e recicláveis no município |
Não |
Existência de catadores informais no município |
Sim |
Programa de educação ambiental voltado à coleta seletiva |
Sim |
Fonte: UFF, 2016
9.7.13 - CATADORES
DE MATERIAIS REUTILIZÁVEIS E RECICLÁVEIS
A PNRS destacou o importante papel dos catadores de materiais
reutilizáveis e recicláveis no âmbito dos resíduos sólidos, sendo um dos
instrumentos de implementação da política, o incentivo à criação e ao
desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores
de materiais reutilizáveis e recicláveis.
Além disso, aqueles municípios que, quando da elaboração de seus
Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, implantarem a coleta
seletiva com a participação de cooperativas ou outras formas de associação de
catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas
de baixa renda, serão priorizados no acesso a recursos da União.
Não foi detectada a presença de cooperativas ou associações de
catadores de materiais reutilizáveis ou recicláveis no município de Alfredo
Chaves. A associação que recebe materiais recicláveis coletados no município é
Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Cachoeiro de Itapemirim (Ascomirim). Entretanto, observou-se a existência de
catadores informais, que coletam os materiais recicláveis dispostos para a
coleta para posterior comercialização.
Figura 70 - Segregação de
materiais por catadores informais
Fonte: UFF, 2016
9.8 - Destinação dos
resíduos sólidos coletados
De acordo com a PNRS, a destinação final ambientalmente inclui a
reutilização, reciclagem, compostagem, recuperação e o aproveitamento
energético, como também, outros processos admitidos pelos órgãos competentes do
Sisnama, do SNVS e do Suasa.
Grande parte dos resíduos coletados no município no município são
encaminhado à Central de Tratamento de Resíduos de Vila Velha (CTVV),
localizada a aproximadamente 80 km de Alfredo Chaves, para disposição final
ambientalmente adequada desses materiais.
O Quadro abaixo apresenta a destinação das tipologias de resíduos
coletadas pelo poder público municipal.
Quadro 58 - Destinação dos
resíduos coletados no município
TIPOLOGIA |
DESTINAÇÃO FINAL RECEBIDA |
Resíduos de Limpeza Urbana |
Varrição (CTVV), poda e capina (Aterro de RCC) |
Resíduos Domiciliares |
CTVV |
Resíduos de Serviço de Saúde |
Destinado pela empresa de coleta |
Resíduos de Construção Civil |
Área de triagem e disposição final de RCC implantada no município |
Resíduos Secos Recicláveis |
Ascomirin (Cachoeiro do Itapemirim) |
Fonte: UFF, 2016
O município de Alfredo Chaves não trata os resíduos úmidos
coletados por meio da compostagem. No entanto, de acordo com a composição
gravimétrica estimada, aproximadamente 51,40% dos materiais gerados em Alfredo
Chaves apresentam potencial para serem compostados.
Destaca-se que no ano 2015, os professores da rede educacional do
município receberam da Secretaria Municipal de Educação orientações voltadas à
compostagem dos resíduos. A atividade fez parte do projeto ambiental "Benevente Urgente", e foi coordenada pela Escola
Família Agrícola do município de Rio Novo do Sul.
O município de
Alfredo Chaves não possui instalações ou unidades que possibilitem que os
resíduos recicláveis sejam reciclados por meio de processos aplicáveis.
9.8.3 -
APROVEITAMENTO ENERGÉTICO
Não há unidades implantadas para o aproveitamento energético dos
resíduos gerados no município de Alfredo Chaves.
9.9 - DISPOSIÇÃO
FINAL DE REJEITOS
A PNRS conceitua a disposição final ambientalmente adequada como a
distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais
específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a
minimizar os impactos ambientais adversos.
O município de Alfredo Chaves conta com uma área para disposição
final dos RCC gerados no município (Figura a seguir) e os demais resíduos são
encaminhados para a Central de Tratamento de Resíduos de Vila Velha (CTVV).
Figura 71 - Unidade para
disposição final de RCC
Figura 72 - Localização das
unidades de disposição final
Fonte: IJSN, 2016
9.9.1 - PASSIVO
AMBIENTAL - ÁREAS CONTAMINADAS
Neste diagnóstico, são consideradas áreas contaminadas aquelas em
que os resíduos são dispostos em volumes significativos, de forma inadequada
sobre o solo, sem obedecer a critérios de impermeabilização do terreno e que
lançam efluentes líquidos ou gases na atmosfera.
Segundo as informações disponibilizadas, o município de Alfredo
Chaves não possui áreas contaminadas e passivo ambiental de significância
decorrentes da destinação e disposição inadequada dos resíduos sólidos.
Entretanto, considera-se que resíduos queimados, abandonados ou
vertidos em locais inadequados sejam passivos ambientais a serem resolvidos
pelo município, com a intensificação de ações de educação ambiental, aplicação
de sanções adequadas, dentre outros mecanismos.
9.10 - TERMOS DE
AJUSTAMENTO DE CONDUTA
No Estado, o Ministério Público e a Associação dos Municípios do
Estado do Espírito Santo (Amunes) vêm discutindo com
os gestores municipais capixabas a melhor forma para que os municípios se
adequem às obrigações instituídas na Lei 12.305/2010.
Uma das medidas legitimadas pelo Ministério Público do Estado
encontra-se em firmar Termos de Compromisso com os municípios para dar
celeridade à adoção de medidas destinadas a adequação da gestão municipal à
PNRS.
O município de Alfredo Chaves possui Termos de Compromisso
Ambiental (TCA) firmado junto ao Ministério Público quanto aos passivos
ambientais e áreas contaminadas decorrentes da destinação e disposição
inadequada dos resíduos sólidos.
O Quadro abaixo apresenta o número do TCA, a data de sua assinatura,
as obrigações assumidas (de forma resumida) e a situação do cumprimento das
ações pactuadas. O acompanhamento das obrigações pactuadas pode ser encontrado
nos seguintes endereços eletrônicos:
Portal Amunes: http://186.202.182.134:7080/tca.php#tca=10
Prefeitura Municipal de Alfredo Chaves:
http://www.alfredochaves.es.gov.br/downloads/categoria/tca/68
Quadro 59 - Situação do
cumprimento do TCA firmado - Município de Alfredo Chaves
Nº DO TCA |
DATA DA ASSINATURA |
OBRIGAÇÕES ASSUMIDAS PELO MUNICÍPIO |
SITUAÇÃO VERIFICADA NO CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO |
01/2013 |
30/07/2013 |
Apresentar Termo de Referência para a elaboração do Plano
Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos |
PMGIRS sendo executado pela UFF - Termo de Referência FUNASA |
Implantação da Coleta Seletiva |
Somente no Bairro Imigrantes em caráter experimental |
||
Exigência de Planos de Gerenciamento de Resíduos quando do
licenciamento de atividades potencialmente poluidoras |
Planos de Gerenciamento não localizados |
||
Regulamentação da aplicação ao gerador de penalidade
administrativa pela segregação acondicionamento e ou disposição inadequada |
- |
||
Especificação de termos e etapas da participação de cooperativas e
associações de materiais reutilizáveis e recicláveis no gerenciamento dos
resíduos |
Não localizado |
||
Mecanismos para implementação da compostagem no município |
Não localizado |
||
Promover estudos e propor medidas para a |
Não localizado |
||
Nº DO TCA |
DATA DA ASSINATURA |
OBRIGAÇÕES ASSUMIDAS PELO MUNICÍPIO |
SITUAÇÃO VERIFICADA NO CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO |
|
|
desoneração tributária de produtos recicláveis e reutilizáveis |
|
Estabelecimento do sistema de cálculo da prestação serviços dos
públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, bem como sua
forma de cobrança |
Não localizado |
||
Designação de profissional técnico responsável por todas as
etapas do PMGIRS |
PMGIRS sendo executado pela UFF - Termo de Referência FUNASA |
||
02/2013 |
|
Apresentação de contrato de prestação de serviços de destinação
final ambientalmente adequada de RSU e a respectiva licença ambiental |
- |
Providencias para recuperação ambiental de área contaminadas por
disposição ilegal de resíduos sólidos |
- |
||
Apresentar Plano de Recuperação de área degradada (PRAD) |
- |
||
Implantar comissão de acompanhamento do TCA |
- |
||
Instituição de link ou portal na página digital do município para
acompanhamento do cidadão, sobre as providencias adotadas para o cumprimento
dos TCA |
Instituído |
Fonte: Sistema de
acompanhamento de TCAs, 2016
9.11 - ASPECTOS
INSTITUCIONAIS, ADMINISTRATIVOS, OPERACIONAIS E
ECONÔMICO-FINANCEIROS
A Lei nº 12.305/10 conceitua a gestão integrada de resíduos sólidos
como o conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos
sólidos, de forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental,
cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento
sustentável.
A limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos devem ser
entendidos, segundo a LDNSB, como o conjunto de atividades, infraestruturas e
instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e
destino final do lixo doméstico e do originário de varrição e limpeza de
logradouros e vias públicas.
9.11.1 - MODELO
ATUAL ADOTADO PARA A GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
As principais características do modelo atualmente adotado pela
Prefeitura Municipal de Alfredo Chaves para possibilitar a gestão dos resíduos
sólidos encontram-se apresentado na Figura abaixo.
Figura 73 - Caracterização da
gestão dos resíduos sólidos
Fonte: UFF, 2016
9.11.2 -
CARACTERÍSTICAS DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS
Os serviços de manejo de resíduos sólidos (coleta, transporte e
disposição final) são prestados na forma direta pela própria Secretaria e com
serviços específicos terceirizados pela Empresa Ingle
Pestadora de Serviços Ltda. Os serviços foram
contratados em 15 de junho de 2012 e tem sua validade expirada em 14 de
dezembro de 2016.
Os serviços de manejo dos resíduos de serviços de saúde (coleta,
transporte e destinação final) são prestados na forma direta, pela Prefeitura
Municipal.
Os serviços de
manejo dos resíduos de construção civil gerados no município (coleta,
transporte e destinação final) são prestados na forma contratada pela Empresa Eco-Tech Soluções Ambientais
Ltda.
9.11.3 - ESTRUTURAS
DE FISCALIZAÇÃO E NÍVEL DE ATUAÇÃO
Quanto aos aspectos institucionais, a estrutura de fiscalização
existente voltada a limpeza urbana e ao manejo dos resíduos sólidos e seu nível
de atuação quanto ao cumprimento da legislação existente pode ser verificada no
Quadro abaixo.
Quadro 60 - Fiscalização para
o cumprimento da legislação existente - componente limpeza urbana e manejo de
resíduos sólidos
FISCALIZAÇÃO - NÍVEL DE ATUAÇÃO |
CARACTERIZAÇÃO |
Estrutura do Município para exercer atividades de fiscalização
dos serviços de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos |
Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Serviços Urbanos - 3
funcionários |
Existência de fiscalização do cumprimento da legislação do setor |
Sim |
Existência de canal de comunicação direta com a população |
Sim |
Existência de aplicação das penalidades previstas na legislação
do setor nos últimos 12 meses |
Não |
Fonte: UFF, 2016
9.11.4 - PROGRAMAS E
PROJETOS PREVISTOS EM RESÍDUOS SÓLIDOS
- Projeto Pró- Benevente. Projeto
desenvolvido pela Secretaria municipal de Meio Ambiente e Serviços Urbanos que
se justifica no anseio do Município de Alfredo Chaves em realizar atividades
que visem solucionar problemas ambientais ligados a coleta seletiva de óleo
vegetal residual, na tentativa de construir uma sociedade sustentável, que
garanta ao mesmo tempo a preservação dos recursos naturais e o desenvolvimento
econômico, que perpassa fundamentalmente pelo estabelecimento de diálogo entre
profissionais da área ambiental e a população afetada, justifica-se ainda como
medida preventiva e mitigadora dos impactos negativos, visando melhorar o
processo de gestão ambiental da região ao fomentar interações entre os diversos
atores sociais envolvidos de forma a "garantir a todos um meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial a sadia
qualidade de vida, impondo-se ao poder público e a coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações."
- Projeto "Interação: Pratique esta Ideia".
Projeto com foco na sustentabilidade com o reaproveitamento de materiais que
antes ficaram inutilizados junto ao lixo orgânico.
- Escola Sustentável: "HORTA: Plantando valores, colhendo
sabores..." A EMEF "Ana Araújo" teve o privilégio de
inaugurar o seu novo prédio no ano letivo de 2013, numa localização bastante
favorável, cercado por um extenso pátio, que em um dos seus lados não possui
calçamento. A área é ideal para a construção de uma horta já que está na
proximidade de uma mata e conta com bastante umidade. Diante de tais pontos
positivos fica claro que a criação do projeto "HORTA: Plantando valores,
colhendo sabores..." não nasceu em torno de uma problemática, mas sim, a
partir de uma potencialidade. O projeto tem como premissa básica reforçar,
enriquecer a merenda escolar e resgatar o plantio de horta doméstica, colocando
o aluno em contato com a terra, permitindo a interatividade da ação educacional
na relação direta com o fazer cultural e as relações do homem com a terra, além
de colocar os alunos em contato com a natureza, uma experiência muito válida
para crianças e adolescentes.
- JEPP - Jovens Empreendedores Pequenos Passos. Programa do
SEBRAE em parceria com a SEME, que tem com objetivo, disseminar
a cultura empreendedora em crianças e adolescentes por meio de oficinas
temáticas voltadas para as questões ambientais de maneira sustentável.
- Programa Algrinho. Programa de
responsabilidade social do sistema FAEP em parceria com o SENAR, mediado pelas
secretarias de Educação, Justiça e Cidadania, Meio Ambiente e Agricultura,
levando às escolas da Rede Pública de Ensino uma proposta pedagógica baseada na
interdisciplinariedade, envolvendo alunos e
professores da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação Especial,
criado com o objetivo de levar informações sobre as questões de saúde,
segurança pessoal e ambiental, realizado todos os anos, desde 1996, por meio de
oficinas temáticas culminado com um concurso com instrumentos de amostras
daquilo que o programa provoca, em termos de ações efetivas.
- Projeto Horta na Escola. Projeto que tem como tem por
objetivo aproximar a família da escola, contribuir na merenda escolar com uma
alimentação saudável (hortas orgânicas), incentivar a criação das hortas nos
espaços familiares, além de funcionar como instrumento pedagógico que
possibilita trabalhar os conteúdos de maneira interdisciplinar.
- Projeto ECOAR "RECICLE-SE. Ecoe essa ideia":
Diante das problemáticas detectadas no Município de Alfredo Chaves e,
levando-se em conta também suas potencialidades, percebeu-se que o projeto de
Educação Ambiental a ser elaborado e trabalhado nas escolas E.M.E.F. "Ana
Araújo", E.M.E.F. "Felipe Modolo" e E.M.E.F "São Bento de
Urânia" deveria levantar questões acerca dos resíduos sólidos e líquidos,
ou seja, o lixo. Partindo do conceito de que Meio Ambiente, ao contrário do que
muita gente pensa, não é só natureza, árvores, rios, praias, mar e o ar que a
gente respira, mas também nossa rua, nossa casa, nosso corpo e as relações que
temos com as pessoas, percebemos como indispensável sensibilizar e
conscientizar os estudantes quanto à importância da conservação e preservação
do meio ambiente em que vivem, usando para isso questões que interferem em suas
vidas e com as quais os mesmos se veem confrontados no dia-a-dia.
9.11.5 - ASPECTOS
ADMINISTRATIVOS E OPERACIONAIS
No município de
Alfredo Chaves, a gestão dos serviços encontra-se a cargo do(a) Secretaria
Municipal de Meio Ambiente e Serviços Urbanos, que tem como atribuições, além
da limpeza urbana e do manejo de resíduos sólidos, os serviços de gestão, dentre
outras. A Figura abaixo apresenta o organograma do órgão.
Figura 74 - Organograma da
Secretaria Municipal de Obras
9.11.6 - POLÍTICA DE
RECURSOS HUMANOS
Ao considerar que uma política de recursos humanos deve prover a
organização com as melhores práticas em gestão de pessoas, contratar obedecendo
as competências necessárias, manter nível adequado de capacitação, remunerar de
acordo com o mercado, reter e atrair talentos, estimular o crescimento pessoal
e profissional, visando melhorar os resultados.
Neste contexto, é possível inferir que a Prefeitura Municipal de
Alfredo Chaves não tem implantada uma política de recursos humanos voltada ao
seu quadro funcional.
Tanto a Prefeitura Municipal, quanto a Secretaria Municipal de Meio
Ambiente e Serviços Urbanos, apresentam fragilidades e deixam de observar as
necessidades de capacitação dos funcionários do setor, estimulando o
crescimento pessoal e profissional.
Em relação às normas vigentes de segurança do trabalhador a
situação é bastante crítica (observou-se a não utilização de EPIs na execução
dos serviços públicos).
9.11. 7 - ASPECTOS
ECONÔMICOS E FINANCEIROS
No que se refere ao custeio e financiamento dos serviços, o Quadro
abaixo mostra as informações referentes às receitas operacionais, despesas e investimentos
levantados junto ao município de Alfredo Chaves.
Quadro 61 - Receitas
operacionais e despesas dos serviços de limpeza urbana e de manejo dos resíduos
sólidos de Alfredo Chaves
RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS |
||||
PERÍODO |
DESCRIÇÃO |
ORÇADO |
ARRECADADO NO PERÍODO |
ARRECADA DO ATÉ PERÍODO |
Maio 2017 |
Taxa de coleta de lixo |
70.000,00 |
- |
30,36 |
Taxa de limpeza pública |
100.000,00 |
- |
30,36 |
|
Receita de remoção de entulho |
1.000,00 |
- |
- |
|
Junho 2017 |
Taxa de coleta de lixo |
70.000,00 |
3.718,33 |
- |
Taxa de limpeza pública |
100.000,00 |
3.915,67 |
- |
|
Receita de remoção de entulho |
1.000,00 |
- |
- |
|
DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS |
||||
PERÍODO |
DESCRIÇÃO |
ORÇADO/ATUALIZADO |
EMPENHADO |
PAGO NO PERÍODO |
Maio 2017 |
Rateio pela Participação em Consórcio (CONLISUL) |
2.000,00 |
- |
- |
Manutenção e reestruturação da frota |
102.000,00 |
14.301,79 |
3.246,48 |
|
Manutenção do Cemitério |
3.000,00 |
- |
- |
|
Manutenção dos Serviços de Limpeza Pública |
302.000,0 |
210.010,72 |
112.248,63 |
|
Destino Final de resíduos sólidos |
355.000,00 |
331.596,48 |
102.914,47 |
|
Elaboração e Implantação do Plano Municipal de Saneamento |
2.000,00 |
- |
- |
|
Limpeza e revitalização de rios, córregos e nascentes do
município |
84.000,00 |
- |
- |
|
Implantação e manutenção do Programa de Reciclagem do Lixo |
15.800,00 |
- |
- |
|
Junho 2017 |
Rateio pela Participação em Consórcio (CONLISUL)* |
2.000,00 |
- |
- |
Manutenção e reestruturação da frota |
106.000,00 |
60.493,84 |
5.732,18 |
|
Manutenção do Cemitério |
3.000,00 |
- |
- |
|
Manutenção dos Serviços de Limpeza Pública |
292.000,00 |
218.048,75 |
125.908,47 |
|
Destino Final de resíduos sólidos |
345.000,00 |
331.596,48 |
142.388,73 |
|
Plano Municipal de Saneamento |
2.000,00 |
- |
- |
|
Limpeza e revitalização de rios, córregos e nascentes do
município |
9.000,00 |
- |
- |
|
Implantação e manutenção do Programa de Reciclagem do Lixo |
15.800,00 |
- |
- |
Legenda: Conlisul-
Consórcio Público para Tratamento e Destinação Final Adequada de Resíduos Sólidos
da Região Litoral Sul do Estado do Espírito Santo
Fonte:
http://www.alfredochaves.es.gov.br/contas-publicas/relatorio/prefeitura-municipal/2
9.12 - SOLUÇÕES
CONSORCIADAS OU COMPARTILHADAS COM OUTROS MUNICÍPIOS
Dentre os instrumentos previstos na Política Nacional de Resíduos
Sólidos, merece destaque o incentivo à adoção de consórcios públicos ou de
outras formas de cooperação entre os entes federados, com vistas à elevação das
escalas de aproveitamento e à redução dos custos envolvidos (art. 8º, XIX).
Prevê ainda que, serão priorizados no acesso aos recursos da União
os Municípios que optarem por soluções consorciadas intermunicipais para a
gestão dos resíduos sólidos, incluída a elaboração e implementação de plano
intermunicipal, ou que se inserirem de forma voluntária nos planos
microrregionais de resíduos sólidos (art. 18, § 1º, I).
Os municípios limítrofes à Alfredo Chaves distam, em média, 51,71
km, sendo o principal acesso entre eles rodoviário. O porte populacional desses
municípios é semelhante ao de Alfredo Chaves, com menos de 50 mil habitantes,
caracterizando-os como municípios de pequeno porte.
A associação entre os municípios, com o propósito de adotarem-se
soluções consorciadas ou compartilhadas de gestão dos resíduos sólidos, poderá
garantir escala aos serviços públicos de manejo dos resíduos sólidos, reduzindo
seus custos operacionais, sobretudo nas etapas de tratamento e disposição final
dos rejeitos.
Além disso, proporciona maior proteção e prevenção aos riscos
ambientais, uma vez que a adoção de solução conjunta minimiza os possíveis
impactos causados individualmente pela disposição inadequada dos resíduos.
Desta forma é possível que Alfredo Chaves e municípios vizinhos
empreendam esforços buscando viabilizar soluções conjuntas para a gestão,
gerenciamento e manejo dos resíduos de serviços de saúde gerados nas unidades
hospitalares desses municípios, para os resíduos de construção civil, tendo em
vista as oportunidades para sua reciclagem e reutilização, para resíduos
sujeitos a logística reversa, disponibilizando aos responsáveis locais de
agregação, pois meio da cobrança dos serviços a estes associados, e
principalmente para a disposição final de rejeitos, não somente para o
atendimento às diretrizes das Políticas Nacional e Estadual de Resíduos
Sólidos, mas principalmente para garantir a salubridade do meio em que as
populações estão expostas.
Não existem previstas ou implantadas no município de Alfredo Chaves
soluções compartilhadas ou consorciadas com outros municípios para a gestão dos
resíduos sólidos.
Apesar da existência da Lei
nº 202/2008 que dispõe sobre ratificação do protocolo de intenções, a criação
da Associação Pública denominada Consórcio Público para Tratamento e Destinação
Final Adequada de Resíduos Sólidos da Região Litoral Sul do Estado do Espírito
Santo - CONLISUL e autoriza ao Poder Executivo Municipal em abrir créditos
adicionais, as ações do município no âmbito do consorciamento
estabelecido não foram conhecidas.
9.13 - DEFICIÊNCIAS
ASSOCIADAS À INFRAESTRUTURA DOS SERVIÇOS
As deficiências e fragilidades do sistema de limpeza urbana e de
manejo dos resíduos sólidos do município foram discorridas ao longo deste
DTP/ALC.
9.14 - INDICADORES
OPERACIONAIS, ECONÔMICO-FINANCEIROS, ADMINISTRATIVOS E
DE QUALIDADE DOS SERVIÇOS PRESTADOS
A utilização de indicadores é necessária, assim como um
acompanhamento periódico da sua variação permitindo o monitoramento da evolução
do sistema de esgotamento sanitário.
Os dados devem ser cadastrados para cálculo de indicadores em mais
de um ano, a fim de se detectar valores que realmente representem a situação do
sistema, minimizando o risco do mesmo refletir uma condição atípica.
A Prefeitura Municipal não utiliza indicadores operacionais,
econômico-financeiros e administrativos para verificação e monitoramento dos
serviços prestados.
NOME DO ESTABELECIMENTO |
NATUREZA JURÍDICA |
TIPO DE ESTABELECIMENTO |
LOCALIZAÇÃO |
|
Bárbara Cetto Giori |
Pessoa Física |
Consultório |
Rua Thomas Coelho, S/N - Centro |
|
Bioanálise Laboratório de Análises Clínicas |
Entidade Empresarial |
Unidade de apoio diagnose e terapia |
Rua Thomas Coelho, S/N - Centro |
|
Ceoro – Centro de especialidades odontológicas e reabilitação oral |
Pessoa Física |
Consultório |
Rua Alameda José Seme, S/N - Centro |
|
Clínica Fisio Therapia |
Entidade Empresarial |
Unidade de apoio diagnose e terapia |
Rua Alameda José Seme, 98 - Centro |
|
Clínica Odontológica Giuri |
Pessoa Física |
Consultório |
Rua Lauro Ferreira Pinto, 94 - Centro |
|
Clínica Odontológica Municipal |
Administração Pública |
Sim |
Rua Dona Macrina, 76 - Macrina |
|
Denise Cristina Brandão |
Pessoa Física |
Consultório |
Rua Projetada, S/N - Centro |
|
ESF Caja |
Administração Pública |
Centro de Saúde/Unida de Básica |
Rua Ernani Boconossa, 373 - Jardim do
Caja |
|
ESF de Iriritimirim |
Administração Pública |
Centro de Saúde/Unida de Básica |
Iriritimirim - Zona Rural |
|
ESF Sagrada Famínia |
Administração |
Centro de |
Sagrada família, 01 - |
|
ESF São João de Crubixá |
Administração Pública |
Centro de Saúde/Unida de Básica |
São João de Crubixá -Zona Rural |
|
ESF Sede |
Administração Pública |
Centro de Saúde/Unida de Básica |
Rua Ernani Boconossa, 373 - Jardim do
Caja |
|
Farmácia |
Administração Pública |
Farmácia |
Rua Cais Costa Pinto, 268 - Centro |
|
LAC |
Entidade Empresarial |
Unidade de apoio diagnose e terapia |
Avenida Getúlio Vargas, 670 - Centro |
|
LR Médicos |
Entidade Empresarial |
Consultório |
Rua Moacyr Saudino, 176 - Centro |
|
Mini Posto Aparecida |
Administração Pública |
Centro de Saúde/Unida de Básica |
Rua Principal, S/N -Aparecida |
|
Mini Posto Ibitirui |
Administração Pública |
Centro de Saúde/Unida de Básica |
Rua Principal, S/N - Ibiturui |
|
Mini Posto Matilde |
Administração Pública |
Centro de Saúde/Unida de Básica |
Rua Principal, S/N -Matilde |
|
Mini Posto Iriritimirim |
Administração Pública |
Centro de Saúde/Unida de Básica |
Rua Principal, S/N -Iriritimirim |
|
Mini Posto São Bento de Urânia |
Administração Pública |
Centro de Saúde/Unida de Básica |
Rua Principal, S/N - São Bento de Urânia |
|
Mini Posto São Francisco de Batatal |
Administração Pública |
Centro de Saúde/Unida de Básica |
Rua Principal, S/N - São Francisco de Batatal |
|
Mini Posto Vila Nova de Maravilha |
Administração Pública |
Centro de Saúde/Unida de |
Rua Principal, S/N - Vila Nova de Maravilha |
|
me do estabelecimento |
Natureza Jurídica |
Tipo de estabelecimento Básica |
Localização |
|
Pedro José Picoli |
Pessoa Física |
Consultório |
Rua Expedicionário Oswaldo Saudino, S/N
- Centro |
|
Pronto Atendimento Municipal Klinger Minassa |
Administração Pública |
Centro de Saúde/Unida de Básica |
Rua Moacir Saudino, 145 - Centro |
|
Prontoped |
Entidade Empresarial |
Consultório |
Rua Moacir Saudino, 176 - Centro |
|
Rocadea Serviços Médicos Ltda. |
Entidade Empresarial |
Consultório |
Rua Cristina Cecília Destefani, 283 _ Recanto da Siribeira |
|
Sindicato Rural de Alfredo Chaves |
Entidade sem fins lucrativos |
Consultório |
Av. Getúlio Vargas, 76 - Centro |
|
Sociedade Pestalozzi |
Administração Pública |
Cínica/Centro de Especialidade |
Rua Cais Costa Pinto, S/N - Centro |
|
Suely Almeida Reis |
Pessoa Física |
Consultório |
Rua Moacir Saudino, S/N - Centro |
|
Unidade EACS |
Administração Pública |
Centro de Saúde/Unida de Básica |
Rua Cais Costa Pinto, 268 - Centro |
|
Unidade Móvel de Alfredo Chaves |
Administração Pública |
Unidade Móvel Terrestre |
- |
|
Unidade Sanitária 3 |
Administração Pública |
Policlínica |
Rua Moacir Saudino, S/N - Centro |
10 - DIAGNÓSTICO DE PERCEPÇÃO SOCIAL
O Diagnóstico de Percepção Social (DPS), como componente do
Diagnóstico Técnico-Participativo (DTP), tem como objetivo levantar as
percepções dos diversos setores da sociedade sobre os serviços de saneamento
básico para garantir que a perspectiva da população, usuária dos serviços, seja
considerada no processo a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico
(PMSB) e do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS).
Para formulação deste DPS foram utilizados métodos quantitativos e
qualitativos. A equipe de diagnóstico esteve no município de Alfredo Chaves no
período de 01 a 03 de agosto de 2016 para a realização de reuniões
participativas e da pesquisa de satisfação da população com relação aos
serviços de saneamento ofertados pelo poder público.
Os processos de mobilização social e a pesquisa realizada para o
DPS buscaram abranger as diferentes regiões administrativas e distritos, ao
longo de todo o território do município, considerando áreas rurais e urbanas.
Para tanto, foram estabelecidos setores de mobilização social, ou
seja, subdivisões territoriais planejadas para realização das entrevistas e das
reuniões participativas. A divisão setorial foi estabelecida na primeira
reunião técnica dos comitês de coordenação e executivo e considerou,
principalmente, aspectos geográficos, logísticos e de convivência. Durante a interação
para validação do Plano de mobilização social, em respeito ao conhecimento do
comitê sobre a realidade local, a divisão foi revista, consolidando um total de
dois setores.
O objetivo do Diagnóstico de Percepção Social foi de identificar,
sistematizar e analisar as percepções sobre saneamento básico e sobre a atuação
do poder público nestes serviços do ponto de vista do usuário.
Segundo TR os Objetivos da Participação Social na fase de
Diagnóstico Técnico são:
- Considerar as percepções sociais e conhecimentos a respeito do
Saneamento;
- Considerar as características locais e a realidade prática das
condições econômico-sociais e culturais;
- Considerar a realidade prática local das condições de saneamento
e saúde em complemento às informações técnicas levantadas ou fornecidas pelos
prestadores de serviços; e
- Considerar as formas de organização social da comunidade local.
10.3 - METODOLOGIA
PARA O DIAGNÓSTICO DE PERCEPÇÃO SOCIAL
A construção do Diagnóstico de Percepção Social deu-se com a
utilização conjunta de metodologias qualitativas e quantitativas. Para a
pesquisa quantitativa foram utilizados métodos de documentação direta, com o
levantamento de dados primários no próprio município através de pesquisa de
campo com realização de entrevistas e complementarmente com coleta de dados por
autopreenchimento de questionários online.
Para pesquisa qualitativa foi escolhido um método amplamente
utilizado para diagnósticos de percepção ambiental, o DRP, ou Diagnóstico
Rápido Participativo.
Na vertente quantitativa a pesquisa utilizou um questionário padrão
que foi aplicado de forma presencial, através de entrevistas realizadas pelo
comitê, que recebeu orientações da equipe técnica de diagnóstico durante o
trabalho de campo. Este mesmo questionário foi disponibilizado no website do
projeto, para preenchimento online, no endereço: http://saneamentomunicipal.com.br/.
O aplicativo (App) para plataforma Android, desenvolvido para o
levantamento de dados primários do Diagnóstico Técnico Participativo, também
foi utilizada para aplicação dos questionários junto à população.
A pesquisa on-line do ponto de vista metodológico é semelhante às
pesquisas realizadas utilizando questionários de autopreenchimento ou por
telefone. Uma das vantagens do ponto de vista do respondente é a conveniência,
pois possibilita o preenchimento no tempo e local da preferência do
respondente, outro aspecto positivo é a facilidade e velocidade de coleta e
tabulação dos dados.
10.4.1 - UNIVERSO
Foi elaborado um questionário para coleta de dados sobre as
percepções sobre saneamento básico em seus quatro componentes - abastecimento
de água potável, esgotamento sanitário, drenagem e manejo das águas pluviais
urbanas, e limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos. O questionário foi
organizado em 08 seções, a saber:
I - Percepções gerais sobre o seu município e o saneamento básico;
II - Sobre o abastecimento de água potável;
III - Sobre o esgotamento sanitário;
IV - Sobre a drenagem e manejo das águas pluviais;
V - Sobre a limpeza urbana e coleta de lixo;
VI - Sobre a coleta de resíduos;
VII - Destino de resíduos domésticos;
VIII - Satisfação geral com os serviços de saneamento básico.
No período de 04 a 09 de julho foi realizado o teste do
questionário com a sua aplicação em dois municípios capixabas (Guaçuí e Bom
Jesus do Norte) para verificar a adequação do instrumento tanto nos aspectos
relativos ao questionário e a plataforma (aplicativo via celular) - linguagem,
erro de formulação de perguntas, tamanho, tempo de preenchimento, etc. Após
avaliar os resultados foram feitos ajustes para a aplicação dos questionários
em todos os 32 municípios.
A equipe de campo recebeu treinamento específico para capacitar
membros do comitê a instalar e utilizar o aplicativo de coleta de dados, de
modo a poderem aplicar os questionários de percepção social em seus respectivos
municípios. Além disso, informaram a localização do questionário de autopreenchimento
no website do programa na rede mundial de computadores.
Após a aplicação dos questionários, via aplicativo, as informações foram
depositadas automaticamente em uma nuvem de dados, sendo baixados, assim como
aqueles preenchidos no website, para a formação do conjunto de dados
estatísticos. Destaca-se que em alguns municípios houve a solicitação de
questionários em papel, ficando sob a responsabilidade do comitê a aplicação e
transposição para o aplicativo ou website.
A pesquisa qualitativa foi desenvolvida durante a primeira rodada
de reuniões públicas e funcionaram como fórum de participação dos diversos
setores sociais na etapa de diagnóstico. Foi realizada 01 reunião pública,
sendo uma por setor de mobilização. Foi reunido um total de 44 pessoas. As
reuniões foram abertas com a explanação inicial dos objetivos e da importância
da participação popular na elaboração do PMSB, em seguida foi realizado o
Diagnóstico Rápido Participativo (DRP).
Tabela 39 - Reunião Pública
SETOR DE MOBILIZAÇÃO |
LOCAL |
NÚMERO DE PARTICIPANTES |
NÚMERO DE GRUPOS DE DISCUSSÃO |
NÚMERO DE MEDIADORES |
01 |
Sede |
44 |
4 |
4 |
Fonte: UFF, 2016
O Diagnóstico Rápido Participativo - DRP é uma metodologia
amplamente utilizada em estudos de percepção ambiental. A técnica permite o
levantamento de informações e o conhecimento da realidade de uma localidade, do
ponto de vista de seus próprios membros. Nela um mediador ou a equipe que de
facilitadores promove a reflexão em torno de temas específicos e a projeção de
cenários futuros.
Esta técnica de diagnóstico é voltada para planos e programas que
utilizam sistema de planejamento participativo e nela são privilegiados os
dados qualitativos obtidos diretamente dos atores sociais envolvidos. O
objetivo foi compreender junto ao público suas percepções a respeito das
potencialidades e problemas sanitários locais, além de suas práticas e demandas
ligadas a saneamento, de forma a permitir que o processo de diagnóstico
dialogue com os saberes das comunidades locais.
Organizados em grupos, os participantes foram convidados a
refletirem sobre os problemas sanitários da localidade onde eles estão
inseridos através da atividade de DRP denominada Oficina do Futuro. As bases
metodológicas desta oficina foram originalmente criadas pela ONG Instituto
Ecoar e utilizada pelo Ministério da Educação e Ministério do Meio Ambiente no
Programa "Vamos Cuidar do Brasil com as Escolas" para a Construção de
Agenda 21 na Escola e na formação de Comissões de Meio Ambiente e Qualidade de
Vida (COM-VIDA).
Figura 75 - Reunião pública
na sede de Alfredo Chaves
Fonte: UFF, 2016
10.6.1 -
SISTEMATIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES OBTIDAS NA PESQUISA QUANTITATIVA
As Tabelas e gráficos apresentados a seguir trazem a síntese das
respostas apresentadas pelos entrevistados às perguntas constantes do
questionário quantitativo.
11. PERCEPÇÕES
GERAIS SOBRE O SEU MUNICÍPIO E O SANEAMENTO BÁSICO
Tabela 40 - Principais
Problemas
MARQUE OS PRINCIPAIS PROBLEMAS QUE VOCÊ PERCEBE NO SEU MUNICÍPIO
(5 OPÇÕES) |
TOTAL DE RESPOSTAS |
Saúde |
76,92 % |
Segurança |
23,08 % |
Educação |
38,46 % |
Emprego |
61,54 % |
Limpeza das ruas |
- |
Iluminação pública |
15,38 % |
Coleta de lixo |
23,08 % |
Habitação |
15,38 % |
Abastecimento de água |
53,85 % |
Esgoto |
84,62 % |
Enchentes/Alagamento |
38,46 % |
Deslizamentos de terra |
- |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 41 - Serviços mais
importantes para melhoria do Município
MARQUE OS SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO MAIS IMPORTANTES PARA
MELHORAR O SEU MUNICÍPIO (3 OPÇÕES) |
TOTAL |
Abastecimento de água potável |
38,46% |
Tratamento de água |
46,15% |
Coleta e tratamento de esgoto |
84,62% |
Limpeza de ruas |
7,69% |
Coleta de lixo |
38,46% |
Aterro sanitário |
23,08% |
Prevenção de enchentes |
38,46% |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 42 - Responsáveis por
serviços de saneamento básico
QUEM VOCÊ ACREDITA SER O PRINCIPAL RESPONSÁVEL POR ESSES
SERVIÇOS? |
GOVERNO FEDERAL |
GOVERNO DO ESTADO |
PREFEITURA |
CESAN |
A PRÓPRIA POPULAÇÃO |
SAAE |
NÃO SEI |
Abastecimento de água potável |
- |
- |
- |
84,62 % |
7,69% |
7,69 % |
- |
Coleta e tratamento do esgoto |
7,69% |
- |
23,08 % |
61,54 % |
- |
7,69 % |
7,69 % |
Drenagem urbana (bueiros, sarjeta, canal) |
- |
- |
53,85 % |
38,46 % |
- |
7,69 % |
- |
Limpeza das ruas (varrição e capina) |
- |
- |
100,00 % |
- |
- |
- |
- |
Coleta e tratamento de lixo |
7,69% |
7,69% |
76,92 % |
- |
- |
7,69 % |
7,69 % |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 43 - Fonte de
Abastecimento de água potável
DE ONDE VEM A ÁGUA QUE VOCÊ CONSOME NA SUA CASA? |
TOTAL |
Minha casa não tem água |
- |
Rede da rua |
84,62% |
Poço individual |
7,69% |
Poço coletivo |
7,69% |
Rio ou açude |
- |
Caminhão pipa |
- |
Não Informado |
- |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 44 - Qualidade da água
para consumo
A ÁGUA É BOA PARA CONSUMIR? |
TOTAL |
Sim |
38,46 % |
Não |
23,08 % |
Às vezes |
38,46 % |
Não Informado |
- |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 45 - Problemas
identificados na qualidade da água
POR QUE (A ÁGUA É BOA PARA CONSUMIR?) |
TOTAL |
Gosto |
30,77% |
Cor |
53,85% |
Cheiro |
- |
Não Informado |
15,38% |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 46 - Ocorrência de
tratamento de água
VOCÊ REALIZA ALGUM TRATAMENTO PARA O CONSUMO DE ÁGUA |
TOTAL |
Sim |
69,23% |
Não |
30,77% |
Não Informado |
- |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 47 - Tipos de
tratamento de água
QUE TIPO DE TRATAMENTO EM CASA ANTES DE BEBER ÁGUA? |
TOTAL |
Ferver |
15,38 % |
Coar |
- |
Filtrar |
53,85 % |
Não Informado |
30,77 % |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 48 - Ocorrência de
armazenamento doméstico de água
VOCE ARMAZENA ÁGUA EM SUA CASA? |
TOTAL |
Não |
38,46 % |
Sim |
61,54 % |
Não Informado |
- |
Não |
38,46 % |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 49 - Tipos de
armazenamento doméstico de água
QUAL A FORMA DE ARMAZENAMENTO? |
TOTAL |
Caixa d'água |
38,46% |
Cisterna |
- |
Baldes |
- |
Garrafas |
- |
Açudes ou cacimbas |
- |
Não Informado |
61,54% |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 50 - Existência de
hidrômetro
TEM RELÓGIO (HIDRÔMETRO) DE ÁGUA NA SUA CASA? |
TOTAL |
Não |
84,62% |
Sim |
15,38% |
Não Informado |
- |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 51 - Continuidade de
abastecimento de água potável
O FORNECIMENTO DE ÁGUA É CONTÍNUO? |
TOTAL |
Não |
92,31% |
Sim |
7,69% |
Não Informado |
- |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 52 - Existência de
banheiro ou sanitário
SUA CASA TEM BANHEIRO OU SANITÁRIO? |
TOTAL |
Não |
100,00% |
Sim |
- |
Não Informado |
- |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 53 - Localização do
banheiro ou sanitário
ONDE ESTÁ LOCALIZADO O BANHEIRO OU SANITÁRIO? |
TOTAL |
Não |
100,00% |
Sim |
- |
Não Informado |
- |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 54 - Destino dos
dejetos do banheiro ou sanitário
PARA ONDE VÃO OS DEJETOS DE SEU BANHEIRO? |
TOTAL |
Rede de coleta de esgoto na rua |
76,92% |
Fossa |
15,38% |
Rio, lago, córrego, mangue ou mar |
- |
Vala à céu aberto na rua |
7,69% |
Não sei |
- |
Não Informado |
- |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 55 - Destino dos
efluentes de limpeza doméstica
PARA ONDE VAI A ÁGUA DA COZINHA E DA LAVAÇÃO DE ROUPAS? |
TOTAL |
Rede de coleta de esgoto na rua |
84,62% |
Fossa |
- |
Rede de drenagem |
- |
Rio, lago, córrego, mangue ou mar |
7,69% |
Vala a céu aberto |
7,69% |
Não sei |
- |
Não Informado |
- |
Fossa e vala a céu aberto |
- |
Rede de coleta de esgoto na rua |
84,62% |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 56 - Tipo de
pavimentação da rua
QUAL O TIPO DE PAVIMENTO NA SUA RUA? |
TOTAL |
Asfalto |
- |
Terra |
7,69% |
Calçamento |
76,92% |
Pedras |
15,38% |
Não Informado |
- |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 57 - Tipo de
pavimentação do passeio
QUAL O TIPO DE PAVIMENTO NA SUA CALÇADA? |
TOTAL |
Terra |
23,08% |
Grama |
23,08% |
Cimento |
53,85% |
Não Informado |
- |
Terra |
23,08% |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 58 - Existência de
equipamentos de drenagem urbana
EXISTEM BUEIROS OU BOCAS-DE-LOBO NA SUA RUA? |
TOTAL |
Não |
69,23% |
Sim |
30,77% |
Não Informado |
- |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 59 - Ocorrência de
alagamentos
EXISTE PROBLEMA DE ALAGAMENTO NO SEU BAIRRO OU COMUNIDADE? |
TOTAL |
Não |
46,15% |
Sim |
53,85% |
Não Informado |
- |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 60 - Ocorrência de
erosão
EXISTE PROBLEMA DE EROSÃO OU DESLIZAMENTOS DE TERRA NO SEU BAIRRO
OU COMUNIDADE? |
TOTAL |
Não |
38,46% |
Sim |
61,54% |
Não Informado |
- |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 61 - Existência de
serviço de varrição de ruas
TEM SERVIÇO DE VARRIÇÃO NA SUA RUA? |
TOTAL |
Não |
76,92% |
Sim |
23,08% |
Não Informado |
- |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 62 - Frequência do
serviço de varrição de rua
COM QUAL FREQUÊNCIA TEM VARRIÇÃO NA SUA RUA? |
TOTAL |
Diariamente |
61,54% |
De duas a três vezes por semana |
15,38% |
Uma vez por semana |
- |
Nunca |
- |
Não Informado |
23,08% |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 63 - Existência do
serviço de capina
TEM SERVIÇO DE CAPINA NA SUA RUA? |
TOTAL |
Não |
69,23% |
Sim |
30,77% |
Não Informado |
- |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 64 - Existência de
coleta seletiva
TEM COLETA SELETIVA NO SEU BAIRRO? |
TOTAL |
Não |
30,77% |
Sim |
69,23% |
Não Informado |
- |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 65 - Existência de
áreas de descarte irregular
HÁ LOCAIS (TERRENOS) ONDE AS PESSOAS JOGAM LIXO NO SEU BAIRRO? |
TOTAL |
Não |
30,77% |
Sim |
69,23% |
Não Informado |
- |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 66 - Existência de
serviço de coleta
HÁ COLETA DE LIXO NA SUA RUA? |
TOTAL |
Não |
100,00% |
Sim |
- |
Não Informado |
- |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 67 - Frequência do
serviço de coleta
EM QUANTOS DIAS NA SEMANA HÁ O RECOLHIMENTO DE LIXO NA SUA RUA? |
TOTAL |
Diariamente |
53,85% |
De duas a três vezes por semana |
38,46% |
Uma vez por semana |
7,69% |
Outros |
- |
Não Informado |
- |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 68 - Destino dos
resíduos orgânicos
O QUE VOCÊ FAZ COM OS RESTOS DE COMIDA (LIXO ORGÂNICO)? |
TOTAL |
Queimo |
7,69% |
Enterro |
- |
Dou para os animais |
38,46% |
Levo em caçambas |
23,08% |
É levado pela coleta |
30,77% |
Não Informado |
- |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 69 - Destino de
resíduos recicláveis
O QUE VOCÊ FAZ COM O LIXO RECICLÁVEL (PAPEL, PAPELÃO, PLÁSTICO,
VIDRO, LATA, ETC)? |
TOTAL |
Enterro |
- |
Queimo |
- |
Reutilizo |
15,38% |
Levo em caçambas |
23,08% |
É levado pela coleta |
61,54% |
Dou o lixo para catador, cooperativa ou outra pessoa/instituição |
- |
Não Informado |
- |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 70 - Destino dos
resíduos comuns
O QUE VOCÊ FAZ COM LIXO COMUM? |
TOTAL |
Enterro |
- |
Queimo |
- |
Dou para os animais |
- |
Levo em caçambas |
30,77% |
É levado pela coleta |
69,23% |
Queimo ou dou para os animais |
- |
Não Informado |
- |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 71 - Satisfação com
serviços de saneamento básico
GRAU DE SATISFAÇÃO COM OS SERVIÇOS |
TOTALMENTE INSATISFEITO |
INSATISFEITO |
NEM SATISFEITO, NEM INSATISFEITO |
SATISFEITO |
TOTALMENTE SATISFEITO |
Abastecimento de água potável |
7,69% |
23,08% |
7,69% |
38,46% |
23,08% |
Coleta e tratamento do esgoto |
46,15% |
15,38% |
- |
30,77% |
7,69% |
Drenagem urbana |
23,08% |
7,69% |
23,08% |
30,77% |
15,38% |
Limpeza das ruas |
7,69% |
15,38% |
7,69% |
46,15% |
23,08% |
Coleta de lixo |
23,08% |
38,46% |
0,00% |
30,77% |
7,69% |
Fonte: UFF, 2016
10.06.2 - SISTEMATIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES OBTIDAS NA PESQUISA
QUALITATIVA
11.1 - EIXO
ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL
SONHO
A partir da tabulação dos dados fez-se uma síntese dos aspectos
levantados sobre o abastecimento de água. Em termos de sonho ou meta para esse
eixo os grupos de discussão indicaram os seguintes pontos:
- "Água tratada";
- "Reaproveitamento da água";
- "Manutenção do padrão de qualidade";
- "Estruturação do sistema de distribuição";
- "Usuário/fiscalização com uso consciente";
- "Reaproveitamento".
A população apontou como sonho para o eixo abastecimento de água a
existência de água tratada, estruturação de todo o sistema de distribuição para
atender com eficiência o município. Destacaram também a importância da
conscientização para o uso racional da água. É importante se ter o conhecimento
de que o acesso ao abastecimento de água potável é direito de todo cidadão.
DESAFIO OU OBSTÁCULOS
A partir da tabulação dos dados fez-se uma síntese dos aspectos
levantados sobre o abastecimento de água. Em termos de empecilho para a
concretização dos sonhos ou metas os grupos de discussão indicaram os seguintes
pontos:
- "Desperdício e uso inadequado da água";
- "Mau uso dos recursos hídricos na agricultura e
pecuária";
- "Pouco atendimento ao homem do campo";
- "Carência de políticas públicas voltadas para o campo".
As ações para a melhoria no abastecimento de água propostas pelos
presentes na reunião pública buscam a possibilidade de programas de
conscientização e campanhas de educação ambiental, reforçando o papel e frutos
da efetiva participação social para o município. Foi ressaltada também a
importância do abastecimento de água na área rural do município.
AÇÕES
A partir da tabulação dos dados fez-se uma síntese dos aspectos
levantados sobre o abastecimento de água. Em termos de ações para se sobrepor
os empecilhos para a concretização dos sonhos ou metas os grupos de discussão
indicaram os seguintes pontos:
- "Abertura de poços artesianos";
- "Sistema de captação de água pluvial";
- "Ampliação do atendimento e abastecimento de água";
- "Qualificação na educação ambiental";
- "Políticas públicas direcionadas aos recursos
hídricos";
- "Uso da água de forma mais racional";
- "Elaboração de leis que punam o agente que fizer o uso de
água de forma desenfreada".
11.2 - EIXO
ESGOTAMENTO SANITÁRIO
SONHO
A partir da tabulação dos dados fez-se uma síntese dos aspectos
levantados sobre o esgotamento. Em termos de sonho ou meta para esse eixo os
grupos de discussão indicaram os seguintes pontos:
- "Rede de esgoto interligada ao sistema de coleta de tratamento
de esgoto do SAAE";
- "Armazenamento para reutilização da água de
lavanderia";
- "Tratamento de 100% de toda a rede de esgoto da água da
cidade";
- Reaproveitamento dos resíduos do lodo;
- Construção de tecnologias alternativas que favoreçam o tratamento
de água na zona rural.
A população destacou os sonhos como: a existência de tratamento de
esgoto em todo território municipal; ressaltaram o sonho da existência de
reutilização de águas provenientes da máquina de lavar e para aplicação em
outras atividades domésticas.
DESAFIO OU OBSTÁCULOS
A partir da tabulação dos dados fez-se uma síntese dos aspectos
levantados sobre o esgotamento. Em termos de empecilho para a concretização dos
sonhos ou metas os grupos de discussão indicaram os seguintes pontos:
- Preconceito, falta de informação, além de resistência;
- Falta de interesse político e de verba federal;
As dificuldades registradas pela população presente na reunião
pública indicam a falta de políticas voltadas para o eixo de esgotamento
sanitário e carência na quantidade de recurso que é desmembrada para o
município.
AÇÕES
A partir da tabulação dos dados fez-se uma síntese dos aspectos
levantados sobre o esgotamento. Em termos de ações para se sobrepor os
empecilhos para a concretização dos sonhos ou metas os grupos de discussão
indicaram os seguintes pontos:
- "Conscientização";
- "Mobilização social";
- "Laboratório de análise";
- "Tratamento de esgoto";
- "Busca de recursos para o investimento de tecnologia para o
bom aproveitamento do esgoto".
Quanto às ações emergenciais para melhoria do esgotamento no
município, houve destaque para a mobilização de toda a
sociedade, assim como a implementação de programas e campanhas de educação
ambiental. Também foi destacada a necessidade de ampliação/criação de
estruturas no tratamento de esgoto.
11.3 - EIXO DRENAGEM
E MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS
SONHO
A partir da tabulação dos dados fez-se uma síntese dos aspectos levantados
sobre resíduos sólidos. Em termos de sonho ou meta para esse eixo os grupos de
discussão indicaram os seguintes pontos:
- "Formação de equipe técnica capacitada para manutenção de
galerias e bueiros, sarjetas";
- "Reaproveitamento de água e chuva";
- "Incentivo ao reflorestamento urbano";
- "A água de chuva não ser lançada na rede de esgoto".
Como principais sonhos a população participante descreveu o
armazenamento das águas de chuvas em residências e a captação das águas
pluviais.
Destacaram também a importância da manutenção do sistema de
drenagem, principalmente galerias, bueiros e sarjetas.
DESAFIO OU OBSTÁCULOS
A partir da tabulação dos dados fez-se uma síntese dos aspectos
levantados sobre resíduos sólidos. Em termos de empecilho para a concretização
dos sonhos ou metas os grupos de discussão indicaram os seguintes pontos:
- "A arrecadação do município se mostra insuficiente para a
contratação da equipe técnica capacitada";
- "Construções irregulares";
- "Loteamento e chacreamento
irregulares";
- "Ligações clandestinas de rede pluvial".
A sociedade presente na reunião pública apontou como maior
dificuldade a falta de fiscalização em novas construções para o destino correto
do esgoto. Destacaram também a importância de contratação de equipe técnica
para supervisionar todo sistema de drenagem.
AÇÕES
A partir da tabulação dos dados fez-se uma síntese dos aspectos
levantados sobre resíduos sólidos. Em termos de ações para se sobrepor os
empecilhos para a concretização dos sonhos ou metas os grupos de discussão
indicaram os seguintes pontos:
- "Projetos";
- "Conscientização da população";
- "Reflorestamento urbano";
- "Contenção das encostas".
11.4 - EIXO LIMPEZA
URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
SONHO
A partir da tabulação dos dados fez-se uma síntese dos aspectos
levantados sobre drenagem e limpeza urbana. Em termos de sonho ou meta para
esse eixo os grupos de discussão indicaram os seguintes pontos:
- "Separação dos resíduos com destinação correta, em todo o
território, tanto na zona urbana quanto rural";
- "Criar estratégias que proporcionem a autoestima dos
auxiliares de serviços gerais que se voltam para o manejo de resíduos
sólidos";
- "Os resíduos de construção civil devem ser descartados de
maneira correta, sem a existência de pontos viciados";
- "Os resíduos oriundos da coleta seletiva devem ser
encaminhados para uma cooperativa municipal";
- "Programa de Educação Ambiental voltado para Resíduo Sólido
Urbano que atinja todo o município";
- "Redução da produção de lixo doméstico";
- "Realização de compostagem do resíduo orgânico
doméstico";
- "Encaminhamento do resíduo seco para reciclagem";
- "Reutilização de embalagens com maior quantidade de vezes
possíveis, antes de encaminhá-las para o processo de reciclagem";
- "Adquirir produtos com menor quantidade de embalagem externa
(embalagem da embalagem)".
Como principais sonhos a população participante descreveram a
coleta seletiva e destino correto dos resíduos sólidos como uma das maiores
necessidades, é importante se ter o conhecimento de que conjunto de atividades,
infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo,
tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e
limpeza de logradouros e vias públicas é direito de todo cidadão. Entende-se
que o PMSB deve considerar, em suas metas, a ampliação deste direito a todos os
munícipes.
DESAFIO OU OBSTÁCULOS
A partir da tabulação dos dados fez-se uma síntese dos aspectos
levantados sobre drenagem e limpeza urbana. Em termos de empecilho para a
concretização dos sonhos ou metas os grupos de discussão indicaram os seguintes
pontos:
- "Falta de comprometimento da população";
- "Ausência de coleta seletiva em todo o município";
- "Predominância de muitos pontos viciados de lixo";
- "Desrespeito com os horários de coleta, em se tratando,
sobretudo, de Resíduo Sólido Urbano";
- "Baixa adesão à coleta seletiva";
- "Mentalidade de "jogar fora" o lixo, sem a
preocupação quanto às consequências de destinação deste pelo fato de estar no
próprio planeta".
A sociedade presente na reunião pública apontou como maior
dificuldade a conscientização da população e poder público para realizar coleta
seletiva e campanhas educativas ligadas ao eixo de resíduos sólidos. É
importante lembrar que a comunicação é ferramenta primordial para o sucesso da
coleta seletiva do lixo, pode ser realizada através de campanhas, congressos,
informativos, etc.
AÇÕES
A partir da tabulação dos dados fez-se uma síntese dos aspectos
levantados sobre drenagem e limpeza urbana. Em termos de ações para se sobrepor
os empecilhos para a concretização dos sonhos ou metas os grupos de discussão
indicaram os seguintes pontos:
- "Programa eficaz de Educação Ambiental";
- "Implantação da Cooperativa de Catadores";
- "Fomentar a coleta seletiva em todo o município";
- "Aumentar a fiscalização quanto ao descarte inadequado de
resíduos";
- "Privilegiar o número de veículos e de funcionários para a
melhoria de coleta seletiva";
- "Captação de recursos".
Do ponto de vista da população, as ações emergenciais abrangem
programas e educação ambiental e melhoria da fiscalização de descarte
inadequado de resíduos sólidos em todo o município. Destacaram também a
importância de incentivo para a efetivação da cooperativa de catadores.
11.5.1 - RESPONSÁVEIS PELOS SERVIÇOS
Nos questionários aplicados foi incluída a atribuição de responsabilidade
pelos serviços de saneamento prestados no município. Nota-se que os
respondentes não demonstram clareza na identificação dos responsáveis pelos
serviços de drenagem urbana e esgoto, com várias indicações de diferentes
órgãos. Apesar da ocorrência de atribuição a várias instituições, em relação ao
esgotamento a maior parte credita a responsabilidade a CESAN, no caso da
drenagem a maioria apontou a prefeitura municipal. Em relação à limpeza de ruas
todos os respondentes apontaram a prefeitura como órgão responsável, destaque
que neste serviço é mais fácil visualizar a execução, assim como a coleta de
lixo, onde a prefeitura foi apontada pela maioria como responsável.
Figura 76 - Responsáveis por
Serviços de Saneamento
Fonte: UFF, 2016
10.07.2 - PONTOS NEGATIVOS E POSITIVOS SOBRE OS SERVIÇOS DE
SANEAMENTO BÁSICO
Tabela 72 - Pontos Positivos
e Negativos dos Serviços de Saneamento
EIXO |
PONTOS NEGATIVOS |
PONTOS POSITIVOS |
Abastecimento de água potável |
Na perspectiva dos participantes do DRP há carência de políticas públicas
para a zona rural, que é pouco atendida pelo serviço. |
A maior parcela dos respondentes do questionário se mostrou
satisfeita com o serviço, cerca de 38,46%. |
Esgotamento sanitário |
Quase metade dos respondentes do questionário se mostrou
totalmente insatisfeita com o serviço. O esgotamento também foi considerado o
pior problema do município. |
Não foram registrados pontos positivos. |
Drenagem e manejo de águas pluviais urbanas |
Segundo os participantes do DRP falta recursos para a contratação
de técnicos, registrou-se a ocorrência de alagamentos |
Somados os respondentes que se consideram satisfeitos ou
totalmente satisfeitos chega a 46%. |
Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos |
Segundo os participantes do DRP a população local não destina
adequadamente os resíduos sólidos. |
Somados os respondentes que se consideram satisfeitos ou
totalmente satisfeitos chega a 68% |
Fonte: UFF, 2016
Tabela 73 – Proposições
PROPOSIÇÕES |
|
Abastecimento de água potável |
Ampliação da rede de abastecimento de água em todo o município,
incluindo a instalação de poços artesianos. Políticas efetivas para
esclarecimento da população em relação ao uso racional da água. |
Esgotamento sanitário |
Implantar ações pedagógicas para a população e promover a
mobilização social. Ampliar estruturas para tratamento de esgoto e
laboratórios de análise. |
Drenagem e manejo de águas pluviais urbana |
Melhor gestão de projetos na área para implantação de sistema de
drenagem eficiente e implantação de projetos de reaproveitamento de águas
pluviais, além de ações de reflorestamento. |
Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos |
Executar programas de educação ambiental para a população, pois a
responsabilidade de manejo de resíduos sólidos e limpeza urbana são de
competência da prefeitura, mas só poderá exercer de forma eficaz essa função
com a participação da sociedade. Implantar cooperativa de catadores. |
Fonte: UFF, 2016
11.5.3 - ANÁLISE DOS
RESULTADOS DO DPS
Quanto à drenagem 54% acredita que o serviço é disponibilizado pela
prefeitura municipal de Alfredo Chaves e 38% atribuem a CESAN.
Os resultados apurados na pesquisa quantitativa permitem concluir
que, de modo geral, os serviços de abastecimento de água e limpeza urbana foram
bem avaliados pela população. Foram apontados como principais problemas do
município de Alfredo Chaves o esgotamento e o abastecimento de água (apesar de
sua avaliação positiva).
O esgotamento também foi indicado como o serviço, cuja melhoria
traria melhores resultados para o município.
Os dados extraídos das pesquisas qualitativa e quantitativa serão
balizadores e contraponto das análises e levantamentos técnicos apresentados ao
longo de todo o Diagnóstico Técnico Participativo sendo, igualmente, consideradas
nas proposições de encaminhamentos, recomendações técnicas e intervenções de
melhoria de cada um dos quatro eixos do saneamento básico em Alfredo Chaves.
12. - PROSPECTIVA E
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
12.1 - NOTAS METODOLÓGICAS
O processo de construção de cenários para o Sistema de Saneamento
Básico da Cidade de Alfredo Chaves está ancorado nas referências teóricas de Heijden (2004) e Godet (1993), e
ocorreu sob o ponto de vista conceitual, em três fases:
1) A sistematização dos diagnósticos técnicos e participativos, em
categorias de análises que permitissem a identificação de conjuntos de
problemas e desafios avanços e potencialidades que o sistema de saneamento
básico apresenta atualmente.
A sistematização das informações dos diagnósticos foi organizada a
partir dos 4 (quatro) componentes que formam o sistema de saneamento, sejam
elas, abastecimento de água, esgotamento sanitário, resíduos sólidos e drenagem
urbana; e a partir de categorias de análises que permitissem aproximar e
integrar questões complementares, sejam elas, meio ambiente, aspectos
socioeconômicos, aspectos operacionais, atendimento ao usuário, finanças e
institucional. Nessa fase, também foram sintetizados os apontamentos de
problemas e desafios apresentados pela população no diagnóstico participativo.
2) A identificação e análise dos direcionadores de futuro, ou seja, o
que está acontecendo na realidade, os processos de mudanças, os eventos futuros
que podem sinalizar e indicar tendências de futuro. As condicionantes de futuro
são forças motrizes que podem impactar fortemente a cidade de Alfredo Chaves e
especificamente o Sistema de Saneamento Básico.
Parte do que condiciona o futuro está dado, de certa forma, pela
realidade atual do sistema de saneamento da cidade, assim, aspectos atuais
foram organizados na sistematização dos diagnósticos. Os processos de mudanças
e os eventos futuros, externos ao município, foram explorados de forma
qualitativa a partir de informações secundárias e estudos realizados por
instituições estaduais e nacionais.
3) A descrição de cenários para a Cidade de Alfredo Chaves, relativos
ao Sistema de Saneamento Básico, consiste em apresentar considerações sobre o
que pode ser o futuro, consiste em desenhar uma representação dos aspectos que
envolvem o Saneamento Básico para os próximos 20 anos.
A apresentação dos cenários está organizada a partir de quatro
possibilidades de futuro: negativo, inercial, possível e positivo.
Possibilidades estas que são construídas efetivamente a partir de processos
sociais, políticos, econômicos, legais e ambientais complexos, dinâmicos e de
difícil mensuração.
Assim como no diagnóstico, a apresentação dos cenários está
desenhada também em categorias que facilitam sua leitura. São elas: meio
ambiente, aspectos socioeconômicos, aspectos operacionais, atendimento ao
usuário, finanças e institucional.
Desenhar o futuro é uma atividade relativamente simples se estiver
apenas vinculada a um desejo. Mas torna-se complexa se estiver vinculada a um
conjunto de atores e de iniciativas que buscam uma realidade melhor e diferenciada
da atual. Nesse sentido, desenhar um futuro negativo significa representar o
que uma cidade não deseja. Desenhar um futuro positivo significa representar o
extremo oposto, ou seja, o que todos desejam e sonham para a cidade. Entre o
negativo e o positivo, tem-se o cenário inercial que representa a continuidade
na forma de pensar e intervir na cidade, e o cenário possível que representa o
que se pode alcançar e avançar na cidade com o esforço e os projetos dos atores
e cidadãos.
Assim, de forma representativa o processo conceitual de
desenvolvimento dos cenários está organizado conforme a Figura 77.
Figura 77: Modelo de Cenários
Prospectivos. Fonte: Elaborado pelos autores, 2013.
Sob o ponto de vista dos procedimentos metodológicos, o processo de
cenários envolveu os seguintes aspectos:
1) Leitura, sistematização e discussão das informações levantadas
através dos diagnósticos técnicos e participativos;
2) Discussão dos problemas e desafios identificados nos diagnósticos
em reunião com consultores;
3) Discussão dos eventos futuros que podem impactar a Cidade de
Alfredo Chaves em reunião com consultores;
4) Levantamento e análise de estudos e dados secundários que podem
impactar o futuro de Alfredo Chaves: estudos de investimentos futuros e
dinâmica populacional elaborados pelo Instituto Jones dos Santos Neves, dados
da pesquisa do senso do IBGE (IBGE, 2011), Planejamento Espírito Santo 2030
(BRASIL et al., 2013) e Serra Agenda do Futuro 2012-2032 (PMS, 2012);
5) Identificação e análise de eventos futuros relacionados a Cidade
de Alfredo Chaves através de entrevista com atores locais;
12.2 -
SISTEMATIZAÇÃO DOS DIAGNÓSTICOS: PROBLEMAS E DESAFIOS
A sistematização dos diagnósticos técnicos e participativos buscou
organizar os principais problemas e desafios identificados pelos consultores e
pela população classificando-os de acordo com as categorias de análises
estabelecidas. Dessa forma, nessa parte tem-se uma visão
geral da situação atual do sistema de saneamento básico de Alfredo Chaves,
trazendo também de forma sintética seus problemas e potencialidades.
12.2.1 - SISTEMA DE
ABASTECIMENTO DE ÁGUA ALFREDO CHAVES
Destaca-se no abastecimento de água por ser um município de
topografia acidentada, com muitas nascentes possibilitando aos seus moradores,
sobretudo da zona rural, acesso à água em abundância e de boa qualidade, sendo
inclusive muito comum o uso das nascentes como fonte predominante de água para
os domicílios em algumas localidades do município.
Todavia, observa-se o acompanhamento de ações de proteção e
preservação dessas fontes de água no município, bem como dos mananciais que
abastecem a cidade. Soma- se a isso, o fato de que algumas nascentes utilizadas
como fonte de abastecimento tiveram a qualidade da água aprovada pela Secretaria
de Saúde. É possível observar, também, que há uma uniformidade na forma como o
serviço de abastecimento de água é ofertado à população da sede e de alguns
distritos/comunidades do município.
O sistema operacional de captação, tratamento e distribuição de
água atende parcialmente à demanda atual dos moradores do município, sendo que
apenas no período do verão, algumas unidades de tratamento operam com
capacidade máxima. Por outro lado, observam-se o bom funcionamento na
manutenção e de ações preventivas nas unidades de tratamento que compõem o
sistema operacional de abastecimento de água.
O sistema de abastecimento de água possui condições direta de
realizar alguns testes de controle de qualidade como a medição de pH, turbidez,
cor aparente, cloro residual livre e fluoretos, os demais testes são realizados
em outro município, em intervalos de tempo maiores e por empresas
terceirizadas. Porém, a forma como está organizado o controle de qualidade da
água tratada é suficiente para atestar a qualidade do produto disponível à
população, e eficiente para demandar ações preventivas e corretivas em alguns
casos de contaminação da água.
Os índices mostram que o sistema possui uma perda de 10% na
distribuição e de 5% no faturamento. Chama atenção o fato de que a Estação de
Tratamento e Abastecimento (ETA) da sede do município tratou, em 2016,
777.600m3 de água, mas mediu somente 738.150 m3 de água tratada, o que
significa que 10% da água tratada não foi tarifada.
A gestão do sistema de abastecimento de água é realizada pela
autarquia municipal chamada Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Alfredo
Chaves que possui seus próprios funcionários. Foi possível identificar de forma
esporádica, atividades integradas entre o SAAE e a Prefeitura Municipal. Mas, verificou-se
também, a cooperação do poder público municipal na execução dos serviços do
SAAE. Observou-se a presença de canais institucionalizados de comunicação entre
o SAAE e os usuários dos serviços.
O SAAE conta com uma estrutura administrativa e institucional
suficiente para a realização da gestão dos serviços de abastecimento de água,
verificando-se, sobretudo, a presença de um sistema de controle e fiscalização,
além da assiduidade de capacitação sistemática aos funcionários da autarquia.
Salienta-se que o Quadro 62 apresenta melhor tais questões.
Quadro 62: Sistematização dos
problemas, desafios, avanços e oportunidades do Abastecimento de Água.
PROBLEMAS, DESAFIOS, AVANÇOS E OPORTUNIDADES |
||
Meio Ambiente |
Problemas/ Desafios |
1 - Assoreamento do rio no local de captação de água de Alfredo
Chaves- sede; |
2 - Desmatamento da cobertura florestal; |
||
Avanços/ Potencialidade |
1 - Topografia acidentada com muitas nascentes possibilitando
acesso à água em abundância e de boa qualidade. |
|
2 - Qualidade da água das nascentes aprovadas pela secretaria de
saúde (VigiÁgua); |
||
Socioeconômicos |
Problemas/ Desafios |
1 - Uso indiscriminado de água de nascente sem verificação e
controle de qualidade; |
2 - Divulgação/informação nas contas dos usuários de educação
sanitária relacionados à manutenção da higiene de filtros e caixas de água
domiciliares. |
||
Operacionais |
Problemas/ Desafios |
1 - Delimitação de zonas de segurança nas adutoras para evitar
rompimentos pelo mau uso da área, como pastagens e silvicultura; |
2 - Plano de Investigação de Vazamentos e Reparos desde a adutora
de captação de água bruta até a distribuição de água tratada; |
||
3 - Ações sistemáticas de manutenção preventiva e corretiva das
unidades de tratamento; |
||
4 - O SAAE não possui equipamentos próprios importantes para
serviços ocasionais ou emergenciais como caminhão pipa, retroescavadeira,
caminhão limpa fossa; |
||
Operacionais |
Avanços/ Potencialidade |
1 - Sistema de abastecimento para atender a demanda atual dos
moradores por água. |
Atendimento ao Usuário |
Problemas/ Desafios |
1 - O SAAE não tem site; |
2 - O SAAE possui canais institucionalizados de atendimento ao
consumidor e avaliação do serviço prestado; |
||
Finanças |
Problemas/ Desafios |
1 - Tarifa de abastecimento de água é extremamente baixa em
relação aos outros serviços; |
Institucional |
Problemas/ Desafios |
1 - Dificuldade na aprovação de um valor justo nas tarifas; |
2 - Ausência de capacitações, de políticas de valorização dos
servidores e de estrutura administrativa para operar o sistema; |
||
3 - Servidores contratados e comissionados, portanto temporários; |
||
4 - Planejamento, tanto das atividades de rotina como de projetos
e investimentos; |
||
5 - Não há um sistema de regulação e fiscalização por parte do
órgão competente em relação ao SAAE; |
||
6 - Não há outorga da água em Alfredo Chaves. |
||
Avanços/Potencialidade |
1 - Boa receptividade da sociedade civil para execução de
parcerias. |
12.2.2 - SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
O Sistema de
Esgotamento Sanitário de Alfredo Chaves é composto por um conjunto de Estações
de Tratamento (ETE) distribuídas no município, sendo que a sede do município
possui um sistema de esgotamento sanitário de coleta e tratamento, atendendo
apenas à 26% (vinte e seis por cento) da demanda. Na zona rural é comum o uso
de fossas construídas com filtro sumidouro e fossa séptica, com o apoio de um
caminhão limpa-fossa e local adequado para destinação dos lodos acumulados no
fundo destas unidades o que ajuda com a
limpeza periódica e não causa a obstrução das fossas e filtros.
As estações de tratamento de Alfredo Chaves não estão em bom estado
de conservação, pois não foram reformadas, o lodo gerado nas ETE’s, não tem sido removido periodicamente, que depende da
existência de leito de secagem ou de caminhão limpa- fossa, pela localização de
algumas unidades e pelo local adequado para a disposição do lodo.
Em novembro de 2017 houve no município de Alfredo chaves, 3.393
economias ativas de água, sendo que dessas somente 2.611 economias estavam
ligadas à rede de esgoto, o que corresponde a 77% das economias ativas de água.
Segundo a população, muitos domicílios têm acesso à rede de esgoto, mas ainda
lançam os dejetos no rio, situação decorrente da falta de fiscalização do
cumprimento da legislação municipal.
O processo de tomada de decisões em relação ao sistema de
esgotamento sanitário apresenta deficiências refletidas sobre tudo na escolha
de locais inadequados para instalação das ETE’s que
foram construídas em locais de difícil acesso ou próximas as residências.
Também foi possível constatar ausência de outorga para lançamento de efluentes
e de licença para operação de algumas ETE’s.
A gestão do sistema de esgotamento sanitário é realizada pelo SAAE
de Alfredo Chaves, que é uma autarquia municipal. A relação do SAAE com os
usuários não é conflituosa.
As informações discutidas nos parágrafo anteriores encontram-se
relacionadas no Quadro 63.
Quadro 63: Sistematização dos
problemas, desafios, avanços e oportunidades do Sistema de Esgotamento
Sanitário.
CATEGORIAS |
PROBLEMAS, DESAFIOS, AVANÇOS E OPORTUNIDADES |
|
Meio Ambiente |
Problemas/ Desafios |
1 - Lançamento de esgoto diretamente nos córregos e rios em
algumas localidades do município. |
Avanços/Potencialidade |
2 - Topografia acidentada permitindo alternativas interessantes
na zona rural e custos menores devido à necessidade de um número menor de
elevatórias. |
|
Socioeconômicos |
Problemas/ Desafios |
1 - Aumento da urbanização. |
Operacionais |
Problemas/ Desafios |
1 - Realização da limpeza das Estações de Tratamento, para a
retirada da parte sólida geradas nas ETE’s
denominada Lodo; |
2 - Leito de secagem na estação de Tratamento da cidade; |
||
3 - O SAAE não possui equipamentos próprios importantes como
caminhão pipa, retroescavadeira, caminhão limpa fossa; |
||
4 - Apenas 26% das economias ativas de água ligadas à rede de
coleta e tratamento de esgoto; |
||
Avanços/Potencialidade |
1 - ETE’s em bom estado de conservação. |
|
Atendimento ao Usuário |
Problemas/ Desafios |
1 - O SAAE não tem site; |
Finanças |
Problemas /Desafios |
1 - Não cobrança pelo serviço de tratamento de esgoto sanitário
em algumas localidades. |
Institucional |
Problemas/ Desafios |
1 - Dificuldade na aprovação de uma tarifa justa; |
2 - Servidores contratados e comissionados, portanto temporários; |
||
3 - Não há um sistema de regulação e fiscalização por parte do
órgão competente em relação ao SAAE; |
||
4 - Ausência de outorga para lançamento de efluentes e de
licenças de operação de algumas ETE’s; |
||
5 - Pouca Fiscalização no cumprimento da legislação municipal
referente à esgotamento sanitário. |
||
Avanços/Potencialidade |
1 - Boa receptividade da sociedade civil para execução de
parcerias. |
12.2.3 - SISTEMA DE DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS
O rio Benevente é o destino final
de toda a macrodrenagem urbana do município e tem sofrido com a ocupação urbana
de seu leito e com a substituição de matas ciliares por pastagens, eucaliptos e
plantações havendo, consequentemente, um forte assoreamento. A grande
quantidade de areia que vem se acumulando ao longo do rio, vem reduzindo a sua
seção de escoamento, diminuindo ano a ano, sua capacidade de escoar grandes
volumes d’água. Durante a ocorrência concentrada das chuvas não há infiltração
de água no solo que escoam rapidamente para os cursos d’água provocando a chegada de um
grande volume de água em um curto espaço de tempo ocasionando inundações e
alagamentos de algumas áreas da cidade. Outro elemento importante é o grande
número de estradas vicinais que cortam o município e contribuem para o
assoreamento do Rio Benevente e córregos.
Estimativas indicam que, atualmente, Alfredo Chaves está ocupado
por 20295ha de florestas, ou seja, 33% da mata original. Estes fragmentos
florestais merecem especial atenção, quanto à conservação, pois representam as
últimas áreas representativas da Mata Atlântica do município.
Em Alfredo Chaves, verifica-se também o adensamento do tecido
urbano do município aproximando-se de áreas com maior fragilidade de equilíbrio
ambiental como as áreas sujeitas a inundações, cabeceiras das bacias
hidrográficas, áreas de recargas de aquíferos e até mesmo das nascentes.
A operação e a manutenção corretiva do sistema de drenagem e manejo
de águas pluviais são de responsabilidade da Secretaria Municipal de Meio Ambiente
e Serviços Urbanos que conta com o apoio da concessionária municipal de água e
esgoto (SAAE). Destaca-se que esta parceria é de grande importância na área de
manutenção, pois a concessionária possui máquinas e equipamentos cedidos que
auxiliam constantemente nos momentos de maior necessidade. Porém, a
inexistência de um cadastramento do sistema de drenagem, assim como de
equipamentos para atuação preventiva na limpeza das redes, limita a
possibilidade de atuação preventiva, que deveria ocorrer antes do período das
chuvas. Além disso, a prefeitura municipal não possui planos preventivos de
manutenção para o sistema de drenagem do município. Um ponto positivo reside no
fato de que todo o sistema implantado funciona por gravidade, não havendo
sistema de bombeamento e de condutos forçados, tornando a operação do sistema
simples.
Observa-se que o município possui uma estrutura precária em relação
a implementação das legislações vigentes, tanto na área de aprovação de
projetos imobiliários e parcelamento de solos, quanto na área ambiental.
Outro ponto que precisa ser ressaltado é o nível de cooperação e
parcerias existente entre os segmentos da sociedade civil e pública em projetos
e ações de educação ambiental. O Quadro 64 expõe uma análise mais detalhada dos
dados discutidos acima.
Quadro 64: Sistematização dos
problemas, desafios, avanços e oportunidades da Drenagem e Manejo de Águas
Pluviais Urbanas.
CATEGORIAS |
PROBLEMAS, DESAFIOS, AVANÇOS EOPORTUNIDADES |
|
Meio Ambiente |
Problemas/ Desafios |
1 - Substituição de matas ciliares por pastagens, eucaliptos e |
plantações ocasionando, consequentemente, um forte assoreamento; |
||
2 - Redução da capacidade de escoar grandes volumes d’água pelo
Rio Benevente devido ao grande acúmulo de areia em
algumas regiões ao longo do rio; |
||
3 - Assoreamento de rios e córregos em toda extensão da bacia do
rio Benevente; |
||
4 - A existência de lixo nas caixas de drenagens do Município; |
||
5- Lançamento de esgoto nas águas pluviais e ligações de águas
pluviais residenciais na rede de esgoto, carecendo de fiscalização; |
||
Socioeconômicos |
Problemas/ Desafios |
1 - Adensamento urbano em áreas de fragilidade como as
ribeirinhas sujeitas a alagamento em comunidades e na Sede; |
2 - Falta de conscientização sobre a importância de não jogar
lixo e esgoto nas redes de macro e microdrenagem. |
||
Operacionais |
Problemas/ Desafios |
1 - Inexistência de um cadastramento do sistema de drenagem; |
2 - Manutenção das rodovias vicinais que devido à ausência de
caixas secas ou manutenção das existentes ocasiona assoreamento do rio; |
||
3 - Ausência de programa e equipamentos para manutenção
preventiva e limpeza das redes de drenagem; |
||
4 - Estrutura precária em relação à implementação das legislações
vigentes, tanto na área de aprovação de projetos imobiliários e parcelamento
de solos, quanto na área ambiental; |
||
Avanços/ Potencialidade |
1 - O sistema de drenagem funciona por gravidade o que torna sua
operação simples. |
|
Institucional |
Avanços/Potencialidade |
1 - Parceria da Prefeitura com o SAAE que auxilia constantemente
com equipamentos e máquinas nos momentos de maior necessidade; |
2 - O nível de cooperação e parcerias existente entre os
segmentos da sociedade civil e pública em projetos e ações de educação
ambiental. |
12.2.4 - SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
No município, não há um sistema de coleta de resíduos de logística
reversa obrigatória, como cartuchos de impressora, lâmpadas fluorescentes,
pilhas e baterias e eletroeletrônicos. Em relação aos resíduos industriais que
são de responsabilidade das unidades geradores, não há informações sobre como
são coletados e destinados. A coleta de óleos comestíveis é realizada em
parceria com empresa devidamente licenciada e com instituições da sociedade
civil organizada.
As áreas públicas da cidade contam com capina, varrição manual,
limpeza de sarjeta e pintura de meio-fio. É importante destacar o alto grau de
limpeza, especialmente nas áreas de maior movimentação urbana, sinalizando
comprometimento da população em realizar a destinação adequada de lixo.
Constatou-se ausência de sistematização de informações relativas os
serviços realizados e ofertados pela prefeitura, porém com um planejamento de
rotinas e roteiros para acompanhamento de execução dos serviços realizados. O
Quadro 65 apresenta a sistematização dos problemas, desafios, avanços e
oportunidades do tema discutido no presente tópico.
Quadro 65: Sistematização dos
problemas, desafios, avanços e oportunidades do Sistema de Limpeza Urbana e
Manejo dos Resíduos Sólidos.
PROBLEMAS, DESAFIOS, AVANÇOS E OPORTUNIDADES |
||
Meio Ambiente |
Problemas/ Desafios |
1-Ocorrênciadequeima de lixo dentro do terreno ou lançamento em
rio devido a dificuldades para recolhimento em locais com relevo muito
acidentado; |
2-Atividades econômicas com licenciamento no IEMA vencido; |
||
3- Embalagens de agrotóxico são lavadas no rio; |
||
4-Osresíduosvolumosossãodestinados juntos com os de Construção
Civil, ambos sem local adequado para disposição acarretando em pontos
viciados de acúmulo pela cidade; |
||
5 - Não há recolhimento segregado de resíduos especiais (pilha,
equipamentos eletrônicos, lâmpada, bateria, pneus e tonner)
acarretando a destinação e contaminação destes juntamente com os Resíduos
Sólidos Urbanos. |
||
Socioeconômicos |
Problemas/ Desafios |
1 – Pequeno retorno de embalagens de agrotóxicos e desinformação
quanto ao seu manejo; |
2-Apopulaçãodesconhece o destino final do lixo; |
||
3- Donas de casa e comerciantes (de forma geral) fazem uso
inadequado das bombonas de lixo dispostas pela cidade, sobrecarregando-as com
embalagens e resíduos volumosos; |
||
4 - Roubo de latões de lixo (bombonas); |
||
5- Problemas com vetores decorrentes do acúmulo de lixo em pontos
viciados pela cidade (principalmente volumosos e construção civil); |
||
6 - Catadores informais de recicláveis (coletando, separando e
vendendo) sem organização ou estrutura. |
||
Avanços/ Potencialidade |
1-Populaçãocomprometida com a limpeza e destinação adequada do
lixo; |
|
2-Atividadeseconômicasquefavorecem uma maior distribuição da
renda e melhor qualidade devida aos munícipes. |
||
Operacionais |
Problemas/ Desafios |
1- Necessidade de estrutura metálica (cinta) para fixação das
bombonas de lixo, cuja ausência ocasiona tombamento por animais e catadores; |
2-Ausênciadeprograma de coleta de resíduos volumosos; |
||
3-Ausênciadeprogramadecoletaseletiva e cooperativa de catadores; |
||
4 - Ausência de pontos de entrega de resíduos de construção e
volumosos; |
||
5 - Baixa frequência ou inexistência de coleta de resíduos
domiciliar em algumas localidades (principalmente as de difícil acesso); |
||
6-Recipientesinadequadoseinsuficientesparadestinação do lixo nas
localidades rurais não atendidas pela coleta domiciliar. |
||
Avanços/Potencialidade |
1 - Excelente cobertura do serviço de coleta de lixo; |
|
2- Cidade com alto padrão de limpeza; |
||
Finanças |
Problemas/ Desafios |
1- Não cobrança pelo serviço de coleta e disposição de caçambas
para entulho, legalmente devidas ao gerador; |
Avanços/Potencialidade |
1- Baixa arrecadação com os serviços de coleta e destinação de
resíduos sólidos urbanos devido à dificuldade de valoração (controle de
custos). |
|
Institucional |
Problema/ Desafios |
1-Ausência de sistematização e registro de informações relativas
aos serviços de |
Limpeza pública e manejo dos resíduos; |
||
2 - Ausência de rotinas, roteiros e planejamento (em mapas
georreferenciados) na execução das atividades para gerenciamento dos resíduos
sólidos urbanos; |
||
3-Ausênciaderegulamentaçãopararealização de limpeza ou aplicação
de multas em logradouros públicos ou privados com acúmulo de lixo ou
necessidade de capina; |
||
Institucional |
Problema/ Desafios |
4 - Ausência de sistemas de fiscalização e controle dos serviços,
principalmente para aqueles de responsabilidade do gerador (resíduos
perigosos públicos ou privados, pneumáticos inservíveis, da construção e
demolição, embalagens de agrotóxicos, eletrônicos). |
Avanços/Potencialidade |
1 - Boa receptividade da sociedade civil para execução de
parcerias. |
12.3 - DIRECIONADORES DE FUTURO
A partir do levantamento e análise das questões que envolvem a
cidade de Alfredo Chaves, inserida na microrregião Região Litoral Sul do
Espírito Santo, observou-se os direcionadores apresentados a seguir como
possíveis eventos e impactos na Cidade.
- Investimentos previstos para a Região Litoral Sul;
- Crescimento populacional;
- O processo de municipalização, o controle social e a nova gestão
pública;
- Questões ambientais;
- Capacidade de
articulação e investimentos próprio.
12.3.1 -
INVESTIMENTOS PREVISTOS PARA A REGIÃO LITORAL SUL
Uma análise dos investimentos previstos para o Espírito Santo, a
partir de um levantamento realizado pelo Instituto Jones dos Santos Neves
(BRASIL et al., 2013), é possível observar que, já em 2012, a principal
fronteira de investimentos do Estado passa a ser a Região Litoral Sul. De
acordo com o estudo, no período de análise 2011-2016, os maiores montantes de
investimentos concentravam-se nas regiões Litoral Sul, com R$ 45,7 bilhões,
Metropolitana, com R$ 25,3 bilhões e Rio Doce, com R$ 21,5 bilhões.
Esses investimentos na Região Litoral Sul representavam 45,5% dos
investimentos anunciados para o período de 2011-2016 no Espírito Santo.
Trata-se de uma fronteira possível de desenvolvimento e industrialização, tendo
em vista a baixa participação da Região Litoral Sul no PIB estadual, 6,3% em
2009. Conforme o Quadro 66, as principais atividades econômicas que receberam
investimentos foram as petrolíferas, siderúrgica, pelotização, geração e
transmissão de energia elétrica, atividades portuárias e armazenagem, e
transporte ferroviário.
Quadro 66: Investimentos
Anunciados para a Região Litoral Sul (Anchieta, Presidente Kennedy Itapemirim
Piúma Iconha Rio Novo do Sul e Alfredo Chaves)
CNAE |
ATIVIDADES ECONÔMICAS |
R$ MILHÃO |
PART % |
06 |
Extração de Petróleo e Gás Natural |
19.442,8 |
42,5 |
24 |
Metalurgia |
11.820,8 |
25,8 |
07 |
Extração de Minerais Metálicos |
8.835,9 |
19,3 |
35 |
Eletricidade, Gás e Outras Utilidades |
2.111,7 |
4,6 |
52 |
Armazenamento e Atividades Auxiliares de Transporte |
1.553,4 |
3,4 |
49 |
Transporte Terrestre |
1.145,0 |
2,5 |
30 |
Fabricação de Outros Equipamentos de Transporte Exceto Veículos
Automotores |
396,9 |
0,9 |
42 |
Obras de Infraestrutura |
265,6 |
0,6 |
85 |
Educação |
76,3 |
0,2 |
84 |
Administração Pública, Defesa e |
38,5 |
0,1 |
|
Seguridade Social |
|
|
41 |
Construção de Edifícios |
33,1 |
0,1 |
86 |
Atividades de Atenção à Saúde Humana |
21,7 |
0,0 |
36 |
Captação, Tratamento e Distribuição de Água |
15,7 |
0,0 |
68 |
Atividades Imobiliárias |
3,2 |
0,0 |
87 |
Atividades de Atenção à Saúde Humana Integradas com Assistência
Social, Prestadas em Residências Coletivas e Particulares |
2,5 |
0,0 |
90 |
Atividades Artísticas, Criativas e Espetáculos |
2,0 |
0,0 |
TOTAL |
45.768,5 |
100,00 |
Fonte: BRASIL et al., 2013.
Possíveis Impactos para a Cidade de Alfredo Chaves:
- Crescimento da circulação de pessoas;
- Tendência de aumento de imigração para a região em função de
atrativos de natureza econômica, com implicações nos espaços urbanos e nos
serviços públicos;
- Aumento da demanda por serviços urbanos, especialmente,
abastecimento de água e tratamento de esgoto;
- Risco de alagamento em áreas ocupadas sem infraestrutura adequada
de drenagem;
- Geração de maiores volumes de resíduos sólidos, em especialmente
aqueles que o município ainda não dispõe de serviços estruturados;
- Necessidade de
maiores investimentos em serviços públicos e infraestrutura urbana.
12.3.2 - CRESCIMENTO
POPULACIONAL
Dados do IBGE apresentam crescimento moderado da população no
Município de Alfredo Chaves nas últimas décadas. Se comparado com a Região
Litoral Sul e com o Espírito Santo, a população de Alfredo Chaves apresenta
menor taxa de crescimento em cada período de análise, conforme o Quadro 67.
Quadro 67: População do
Município, Região Litoral Sul e Estado do Espírito Santo, 19702010. Fonte: IBGE,
2010.
MUNICÍPIO, REGIÃO E ESTADO |
1970 |
1980 |
1991 |
2000 |
2010 |
Alfredo Chaves |
10.290 |
10.726 |
12.647 |
13.616 |
13.955 |
Região Litoral Sul |
81.346 |
89.580 |
111.112 |
138.851 |
155.270 |
1.599.324 |
2.023.338 |
2.600.618 |
3.097.232 |
3.514.952 |
12.3.3 - O PROCESSO DE MUNICIPALIZAÇÃO, E CONTROLE SOCIAL A NOVA
GESTÃO PÚBLICA.
A partir da Constituição de 1988 as relações federativas
brasileiras sofrem grandes transformações. Os municípios brasileiros, com o
processo de descentralização, assumem cada vez mais responsabilidades na
execução das políticas sociais - educação, saúde, promoção social, entre outras
- e também no papel de principal articulador do desenvolvimento local
sustentável.
O novo formato institucional, regulamentado significativamente a
partir da década de 1990, vem estabelecendo mudanças e novas diretrizes de ação
em todas as esferas de governo. Dentro dessa nova dinâmica, as políticas
públicas, especialmente as políticas sociais, passam a ser crescentemente
institucionalizadas e necessariamente desenvolvidas e avaliadas por instâncias
de controle social. Exemplos desse novo formato estão intrínsecos às políticas
públicas, como os conselhos, a necessidade de transparência e acesso às
informações, a inclusão de indicadores e metas vinculados ao repasse de
recursos e a prestação de contas.
Nesse mesmo sentido, percebe-se o fortalecimento da nova gestão
pública, cuja preocupação central envolve a modernização da gestão e a
responsabilidade da administração pública por resultados, e está baseada em
mecanismos contratuais com metas, indicadores e formas de ações, apoiada na
transparência das ações governamentais.
Neste contexto, o Quadro 68 apresenta a regulamentação de políticas
públicas e modernização da gestão no Brasil.
Quadro 68: Regulamentação de
Políticas Públicas e Modernização da Gestão no Brasil.
REGULAMENTAÇÕES |
ANO |
- Sistema Único de Saúde |
1992 |
- Plano Nacional de Educação (2011 - 2020) |
2012 |
- Sistema Único de Assistência Social |
1993 |
- Programa Nacional de Qualidade no Serviço Público e do Programa
de Desburocratização. |
2005 |
- Política Nacional de Saneamento Básico |
2007 |
- Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso de Água |
2011 |
- Código Florestal |
2012 |
- Lei de Responsabilidade Fiscal e Lei de Transparência |
2000/2009 |
- Lei de Acesso à Informação |
2012 |
Fonte: PMS, 2012.
O estabelecimento desses novos padrões não acontece, no entanto, apenas
pela via da promulgação de políticas e decretos. Apesar de lento, é o processo
social de desenvolvimento da democracia que da
significância para a sociedade participar e institucionalizar esses novos
mecanismos de gestão pública. Exemplo disso é o próprio processo de
desenvolvimento do plano de Saneamento Básico de Alfredo Chaves, regulamentado
por política nacional, exigido para novos investimentos e válido apenas se a
participação social for assegurada através de audiências públicas.
Possíveis Impactos
para a Cidade de Alfredo Chaves:
- Tendência de maior controle de órgãos externos sobre a melhoria
na gestão pública municipal;
- Tendência de ampliação dos mecanismos de controle sobre os
serviços de saneamento, inclusive através de indicadores de qualidade;
- Tendência de maior participação social nas decisões e na
solicitação de informações de gestão;
- Tendência de
vinculação de repasses de recursos a indicadores de resultados.
O movimento em torno da questão ambiental se fortalece ao longo dos
últimos anos e torna-se cada vez mais sólido mediante discussões, atuação de
ONGs, pressão social e legislações.
Esses novos avanços são traduzidos em regulamentações como o novo
código florestal, mecanismos e regras de licenciamento, outorgas para usufruto
de recursos naturais, implementação de parques e unidades de conservação,
parâmetros de lançamento de efluentes e enquadramento de índices de poluição.
E também, as políticas nacionais, estadual de saneamento, que
garantem a universalização ao acesso às infraestruturas de saneamento básico,
com participação e controle social ativo por meio de conselhos e sistema de
informação.
Assim, as degradações ambientais e uso inadequado dos recursos
ambientais que ocorreram nas últimas décadas tendem a ser revertidos em
recuperação e preservação. Corpos d’água, matas ciliares, remanescentes de mata
atlântica, boas práticas de manejo florestal e agropastoril, gerenciamento de
recursos hídricos, de esgotamento sanitário e resíduos sólidos, entre outros,
configuram-se como questões críticas e oportunidades de fortalecimento da
política ambiental local.
Possíveis Impactos
para a Cidade de Alfredo Chaves:
- Aumento da conscientização, mobilização e pressão da sociedade
civil sobre a questão ambiental;
- Pressão sobre a recuperação de espaços ambientais degradados;
- Pressão sobre destinação adequada dos resíduos sólidos e do
tratamento de esgoto;
- Necessidade de controle sobre os processos de ocupação irregular,
principalmente áreas vulneráveis, especialmente aquelas com risco de
inundações;
- Valorização dos
ativos naturais, especialmente áreas verdes preservadas.
12.3.5 - CAPACIDADE
DE ARTICULAÇÃO E INVESTIMENTOS PRÓPRIOS
O baixo desenvolvimento de programas e projetos relacionados aos
quatro componentes do saneamento básico indica problemas e dificuldades em
relação à articulação do SAAE e da prefeitura com os órgãos estaduais e
federais que apoiam e financiam ações nessas áreas, assim como em relação às
organizações da sociedade civil organizada que aportam recursos e
investimentos. Além disso, indica dificuldades de planejamento e execução de
projetos.
Outro fato importante é a redução das receitas municipais
provenientes das transferências estaduais e federais oriundas da arrecadação de
impostos e a previsão de novas reduções que podem ocorrer como resultado de
alterações tributárias em discussão no congresso federal.
Esses fatos não apenas indicam uma tendência de comprometimento da
capacidade de realizar investimentos próprios por parte do município, mas
dificuldades crescentes em captar e executar investimentos no sistema de
saneamento básico no município com recursos externos provenientes de convênios,
financiamentos e parcerias.
Possíveis Impactos
para a Cidade de Alfredo Chaves:
- Tendência de redução da receita pública municipal;
- Comprometimento da capacidade de realizar investimentos com
recursos próprios;
- Dificuldades em captar recursos para realiza novos investimentos
no município.
Cenários prospectivos é uma ferramenta de planejamento que permite
ordenar percepções sobre ambientes futuros alternativos e a partir dessas
percepções, orientar estratégias, estabelecer projetos e metas para a
construção de um futuro desejado.
Neste sentido, a elaboração dos cenários prospectivos para o
Município de Alfredo Chaves no que concerne o sistema de saneamento básico,
considera quatro possibilidades alternativas de futuro: um futuro negativo ou
pessimista, um futuro de continuidade ou status quo, um futuro possível ou
realizável e um futuro positivo ou otimista.
O ordenamento das percepções não está ancorado em exercício
matemático ou probabilístico sobre dados quantitativos da realidade do
município e de como pode afetá-lo. O exercício de pensar o futuro está ancorado
em percepções e reflexões qualitativas e interpretativas sobre a realidade do
município, as experiências dos atores participantes do processo e as percepções
da sociedade captada nos encontros de discussão.
Além disso, os quatro cenários alternativos são possíveis
configurações do futuro decorrentes das situações atuais e dos eventos que
estão por vir relativos ao Município de Alfredo Chaves. Ou seja, a confirmação
dos eventos futuros sem a ação planejada e antecipada dos atores locais
aproxima o futuro da alternativa negativa ou pessimista; a confirmação dos
eventos futuros com ação apenas reativando atores locais pode implicar em uma
espécie de continuidade da situação atual, ou seja, uma espécie de repetição
dos atuais problemas; a confirmação dos eventos futuros com ações intencionadas
dos atores locais aproxima o futuro da alternativa possível ou realizável; e a
confirmação dos eventos futuros com ações planejada e antecipada aproxima o
futuro da alternativa positiva ou otimista e desejada.
Quadro 69: Cenários
Prospectivos.
CATEGORIAS |
CENÁRIOS |
|||
Ambientais |
NEGATIVO |
CONTINUIDADE |
POSSÍVEL |
POSITIVO |
- Intensificação do processo de substituição das matas ciliares e
remanescentes florestais por pastagem, eucaliptos e plantações, reduzindo a
cobertura florestal ainda presente no Município; - Intensificação do processo de assoreamento do corpo Hídrico do
município; - Redução do número de nascentes e do volume de água para
atividades sociais e econômicas; - Aumento da frequência de enchentes e inundações de novas áreas,
podendo inclusive ocasionar desastres e perdas materiais. |
- Manutenção das áreas florestais do município sem ações de
reflorestamento; - Manutenção das nascentes sem ações de conscientização e
valorização desse recurso natural; - Ocorrências de enchentes e inundações nas atuais áreas
propensas a estes fenômenos, com possíveis consequências críticas para o
município. |
- Manutenção das áreas florestais do município com ações pontuais
de reflorestamento, com influência sobre o estado atual do corpo hídrico; - Manutenção das nascentes com ações de conscientização e
valorização desse recurso natural; - Ocorrência de enchentes com redução das áreas inundadas. |
- Ampliação das áreas florestais, sobretudo as matas ciliares,
através de ações de reflorestamento, contribuindo para a recuperação do corpo
hídrico; - Valorização e conservação das nascentes presentes no município
garantindo o volume e a qualidade das águas; - Ocorrência esporádica de enchentes com pontos isolados de
alagamento, sem consequências críticas para o município. |
|
Socioeconômicos |
- Ocupação desordenada do tecido urbano com ocupação de áreas
ambientalmente frágeis; - Redução da qualidade e da capacidade de atendimento dos
serviços de saneamento básico ocasionado pelo aumento da população e redução
da capacidade de investimento e gestão do poder público; |
- Adensamento do tecido urbano do município exercendo pressão de
ocupação nas áreas de maior fragilidade ambiental; - Manutenção da atual
capacidade de atendimento dos serviços de saneamento básico com perda de
qualidade no atendimento à população; |
- Adensamento do tecido urbano do município, acompanhado de
controle e fiscalização sobre a ocupação de áreas de maior fragilidade
ambiental; - Expansão dos serviços de saneamento básico com melhoras
pontuais de qualidade no atendimento à população; |
- Ocupação do tecido urbano de forma ordenada, sem prejuízos às
áreas ambientais do município; - Ampliação da qualidade e da capacidade de atendimento dos
serviços de saneamento básico de acordo com o crescimento populacional; |
CATEGORIAS |
CENÁRIOS |
|||
Socioeconômicos |
NEGATIVO |
CONTINUIDADE |
POSSÍVEL |
POSITIVO |
- A qualidade da prestação de serviços não atende às exigências
sem relação aos serviços de saneamento básico advindas de maior
conscientização da população, elevação do padrão de vida e crescimento
econômico. |
- Atendimento apenas de parte das exigências relativas aos
serviços de saneamento básico advindas de maior conscientização da população,
elevação do padrão de vida e crescimento econômico. |
- Atendimento crescente das exigências relativas aos serviços de
saneamento básico advindas de maior conscientização da população, elevação do
padrão de vida e crescimento econômico. |
- A qualidade dos serviços acompanha a elevação da
conscientização da população, o padrão de vida e o crescimento econômico. |
|
Operacionais |
- Colapso do sistema de saneamento básico por falta de
planejamento das operações, dimensionamento das estruturas do sistema e
ausência de manutenção preventiva e corretiva; - Contaminação e aumento de doenças por falta de
monitoramento e cumprimento dos índices de qualidade na operação do sistema
de saneamento básico; - Índices críticos de poluição ambiental ocasionados
pelo colapso do sistema de saneamento básico; |
- Baixa eficiência do sistema de saneamento básico, registrando a
ocorrência de falhas de operação por falta de planejamento das operações,
dimensionamento das estruturas do sistema e ausência de manutenção preventiva
e corretiva; - Aumento dos riscos à saúde da população por falta de
monitoramento dos índices de qualidade na operação do sistema de saneamento
básico; - Situações recorrentes de poluição ambiental ocasionado por
falhas no sistema de saneamento básico; |
- Melhoras na eficiência do sistema de saneamento básico advindas
de iniciativas pontuais de planejamento das operações, busca pelo
dimensionamento das estruturas do sistema e manutenção preventiva e corretiva
esporádicas; - Controle das doenças e dos riscos de contaminação relacionados
a falhas pontuais no funcionamento do sistema de saneamento básico; - Situações ocasionais de poluição ambiental ocasionado por
falhas no sistema de saneamento básico; |
- Eficiente sistema de saneamento básico resultante de
planejamento das operações, dimensionamento adequado das estruturas do
sistema e manutenção preventiva e corretiva sistemática; - Redução das doenças e dos riscos de contaminação relacionadas
ao sistema de saneamento básico; - Não ocorrência de poluição ambiental advindas do perfeito
funcionamento do sistema ambiental; |
CATEGORIAS |
CENÁRIOS |
|||
Atendimento ao Usuário |
NEGATIVO |
CONTINUIDADE |
POSSÍVEL |
POSITIVO |
- Incapacidade de atendimento da demanda existente pelos serviços
de saneamento básico; - Insatisfação dos usuários dos serviços por falta de
interlocução e canais de comunicação. |
- Cobertura parcial de todos os serviços de saneamento básico,
com deficiências nos serviços de esgotamento sanitário e recolhimento de
resíduos sólidos; - Ocorrência de níveis pouco favoráveis de satisfação dos
usuários, com dificuldade de intervenção entre usuários e prestador dos
serviços. |
- Cobertura total dos serviços de abastecimento de água e de
coleta e destinação de resíduos sólidos e cobertura parcial dos serviços de
esgotamento sanitário e de drenagem pluvial; - Níveis favoráveis de satisfação dos usuários dos serviços de
saneamento básico e consolidação dos atuais canais de comunicação. |
-Cobertura total e satisfatória de toda demanda pelos serviços de
saneamento básico; -Interlocução entre os usuários e o prestador de serviços, com
participação ativa dos usuários no fornecimento de informações para a
manutenção e prevenção de falhas no sistema de saneamento. |
|
Financeiro |
- Incapacidade de realizar investimentos com recursos próprios e
dificuldades de articulação para captar recursos para ampliação e manutenção
dos serviços; - Insustentabilidade financeira dos serviços de saneamento básico
ocasionada por aumento no custeio das operações, aumento das falhas, renúncia
de receitas e exigência de novos padrões de qualidade na prestação de
serviços. |
- Dificuldade de realizar investimentos emergenciais de
manutenção da rede de serviços existente e dependência de captação de
recursos para ampliação dos serviços; - Receitas financeiras insuficientes para manter a operação do
sistema de saneamento, com ocorrência de falhas, renúncia de receitas e
atendimento parcial do padrão de qualidade exigido. |
- Capacidade de realizar investimentos de manutenção da rede de
serviços existente e dependência de captação de recursos para ampliação dos
serviços; - Receitas suficientes para manter a operação do sistema de
saneamento, realizando investimentos de manutenção, reduzindo as falhas e
proporcionando atendimento de melhor qualidade. |
- Capacidade de investimentos com recursos próprios e captação,
tanto para manutenção como para ampliação da rede de serviços; - Sustentabilidade financeira dos serviços de saneamento básico
em decorrência da redução das falhas no sistema e da renúncia de receita,
otimização da operação do sistema evitando aumento de custo, proporcionando
dessa forma, recursos para investimentos no sistema. |
CATEGORIAS |
CENÁRIOS |
|||
Institucional |
NEGATIVO |
CONTINUIDADE |
POSSÍVEL |
POSITIVO |
- Desperdício e danos ambientais ocasionados pela má utilização
dos recursos e atitudes agressivas ao meio ambiente como resultado da
ausência de promoção de consciência ambiental; - Incapacidade de planejar a operação e executar projetos para
ampliação e melhorias no sistema de saneamento; - Ausência de controles, não acompanhamento dos indicadores e
desconhecimento do funcionamento do sistema de saneamento ocasionado pela não
sistematização de informações operacionais, financeiras, de qualidade e de
atendimento ao usuário; - Incapacidade de cumprir os requisitos legais e os padrões de
qualidade exigidos pelas novas regulamentações para o sistema de saneamento
básico; |
- Atitudes positivas pontuais em relação ao meio ambiente
decorrente de iniciativas esporádicas de conscientização e educação
ambiental; - Atuação pautada pela emergência e necessidade de resposta à
falhas no sistema com reduzida capacidade de realização de projetos de
ampliação e melhoria; - Baixo nível de controle com acompanhamento parcial de alguns
indicadores e conhecimento superficial do funcionamento do sistema de
saneamento ocasionado pela baixa sistematização de informações operacionais,
financeiras, de qualidade e de atendimento ao usuário; - Cumprimento parcial e limitado dos requisitos legais e os
padrões de qualidade exigidos pelas novas regulamentações para o sistema de
saneamento básico; |
- Atitudes positivas em relação ao meio ambiente decorrente da
implantação do plano municipal de educação ambiental; - Sistematização parcial das rotinas e métodos de operação do
sistema de saneamento, permitindo ampliação da capacidade de realizar
projetos de melhorias do sistema; - Estabelecimento de controles, acompanhamento de um conjunto
básico de indicadores e governabilidade sobre o funcionamento do sistema de
saneamento básico em virtude da sistematização de informações operacionais,
financeiras, de qualidade e de atendimento ao usuário; - Cumprimento parcial dos requisitos legais e os padrões de
qualidade exigidos pelas novas regulamentações para o sistema de saneamento
básico; |
- Uso eficiente dos recursos e preservação ambiental decorrentes
de ações sistematizadas e permanentes de consciência e educação ambiental; - Planejamento adequado da operação do sistema de saneamento com
rotinas e métodos estabelecidos de atuação e capacidade de execução de
projetos de melhorias e ampliação; - Aferição dos resultados do Plano Municipal de Saneamento
Básico, por um conjunto de indicadores monitorados permanentemente; - Cumprimento satisfatório dos requisitos legais e os padrões de
qualidade exigidos pelas novas regulamentações para o sistema de saneamento
básico; |
CATEGORIAS |
CENÁRIOS |
|||
Institucional |
NEGATIVO |
CONTINUIDADE |
POSSÍVEL |
POSITIVO |
- Ausência de capacidade de gestão para planejar e controlar o
sistema de saneamento básico, fiscalizar a prestação dos serviços e articular
com a rede institucionalizada estadual e nacional. |
- Baixa capacidade de gestão para planejar e controlar o sistema
de saneamento básico, ausência de fiscalização sistemática da prestação dos
serviços e dificuldades de articular com a rede institucionalizada estadual e
nacional. |
- Ampliação da capacidade de gestão para planejar e controlar o
sistema de saneamento básico, com fiscalização da prestação dos serviços e
alguma articular com a rede institucionalizada estadual e nacional. |
- Capacidade de gestão para planejar e controlar o sistema de
saneamento básico, fiscalizar a prestação dos serviços e articular com a rede
institucionalizada estadual e nacional. |
As descrições dos cenários prospectivos apresentados acima são possíveis
futuros alternativos. A questão central decorrente é: como orientar estratégias
e projetos para aproximarmos a realidade futura do cenário positivo?
Dessa forma, o futuro não é apenas a mera decorrência dos
acontecimentos ao acaso. O futuro é construído pelos atores sociais,
especialmente quando há ação articulada, planejada e mitigadora dos efeitos
negativos que determinados acontecimentos, atitudes e comportamento provocam no
meio social, econômico, ambiental e institucional.
Assim, diretrizes, projetos e ações serão propostas no Plano
Municipal de Saneamento Básico no sentido de construir o futuro possível.
13.1 - PRINCÍPIOS PARA O PMSB ALFREDO CHAVES
Ao estabelecer os princípios norteadores do Plano Municipal de
Saneamento Básico de Alfredo Chaves, definem-se os valores que irão orientar as
atuações dos agentes envolvidos em sua execução, para além dos princípios da
Constituição Federal, da Lei Nacional de Saneamento Básico, do Estatuto das
Cidades, e de outras políticas com interface em relação ao saneamento básico
que também devem ser considerados. Assim, são reforçados alguns aspectos
específicos que devem ser priorizados na execução da política municipal de
saneamento básico. Nesse contexto são relevantes os seguintes princípios:
Universalidade: buscar
universalizar os serviços de saneamento básico para toda a população do
município.
Integralidade: priorizar o
funcionamento simultâneo de todos os componentes do sistema municipal de
saneamento básico, bem como a integração e articulação dos órgãos e instituições
no desenvolvimento das atividades, ações e projetos.
Eficiência: buscar uma atuação
que produza os resultados desejáveis, especialmente na resolução dos problemas
e desafios identificados, monitorando e avaliando os resultados através dos
indicadores;
Regularidade: garantir a oferta
regular e sistemática dos serviços de saneamento básico à população sob
quaisquer circunstâncias, bem como o contínuo funcionamento de todos os
componentes do saneamento básico municipal sendo acompanhados da devida
fiscalização e controle;
Sustentabilidade: realizar a gestão e
operação do sistema de saneamento básico de forma a manter uma compatibilidade
entre as tarifas e a capacidade de pagamento dos usuários, entre os custos e as
receitas advindas da prestação dos serviços e entre os serviços de saneamento e
o meio ambiente;
Promoção da saúde: focar a gestão e
operação do sistema de saneamento básico do município para alcançar níveis
superiores de qualidade e de promoção da saúde pública tendo como ferramenta o
monitoramento contínuo dos indicadores de qualidade dos serviços;
Equidade de acesso: proporcionar
oportunidade de acesso aos serviços de saneamento básico de forma equânime a
todos os moradores do município;
13.2 - DIRETRIZES DO
PMSB ALFREDO CHAVES
O estabelecimento de diretrizes permite fixar alguns parâmetros
direcionadores das ações e projetos que irão compor o Plano Municipal de
Saneamento Básico tendo por base os principais desafios e potencialidades
regionais que precisam ser observadas na execução do plano. Nesse sentido, as
diretrizes foram categorizadas a partir dos seguintes aspectos: meio ambiente,
socioeconômicos, operacionais, atendimento ao usuário, financeiros e
institucionais:
Meio Ambiente: agir de forma
preventiva para preservar e conservar o meio ambiente e os recursos naturais
existentes na região e recuperar as áreas ambientais já deterioradas, sobretudo
as áreas de maior fragilidade;
Socioeconômicos: contribuir para a
contínua melhoria da saúde pública e da qualidade de vida dos munícipes e para
a formação de uma consciência ambiental/sanitária pautada na sustentabilidade
dos recursos naturais do município;
Operacionais: Adquirir e manter a
governabilidade sobre o funcionamento do sistema de saneamento básico e
garantir a prestação dos serviços de forma suficiente e com qualidade;
Atendimento ao Usuário: ampliar a
participação social e a comunicação com os usuários dos serviços e envolver os
munícipes no processo de tomada de decisão e acompanhamento da gestão;
Financeiros: Desenvolver o
gerenciamento financeiro do sistema de saneamento básico orientando-o para a auto-sustentação, com especial atenção para a capacidade de
investimentos e para o equilíbrio entre receitas e despesas/custos;
13.3 - OBJETIVOS DO
PMSB ALFREDO CHAVES
O objetivo principal do Plano de Saneamento Básico de Alfredo
Chaves é criar mecanismos de gestão que permitam universalizar o acesso aos
serviços que compõem o sistema de saneamento básico municipal, garantindo
qualidade e suficiência no suprimento dos mesmos de forma a proporcionar
melhores condições de vida à população, bem como a melhoria das condições
ambientais.
Neste sentido, segue os objetivos específicos do Plano:
- Preservar e conservar o meio ambiente e os recursos naturais
existentes no município;
- Recuperar áreas ambientalmente degradadas;
- Construir uma consciência ambiental/sanitária de uso sustentável
dos recursos naturais do município
- Ampliar a capacidade de atendimento dos serviços de saneamento
básico de acordo com a evolução da demanda;
- Reduzir a ocorrência de doenças relacionadas às condições dos
serviços de saneamento básico;
- Reduzir as perdas e desperdícios;
- Reduzir falhas operacionais do sistema de saneamento básico;
- Atender aos requisitos mínimos de qualidade estabelecidos para os
serviços de saneamento básico;
- Estruturar a forma de funcionamento operacional de cada
componente do sistema de saneamento básico;
- Implantar canais de participação e comunicação com os usuários;
- Rever a cobrança dos serviços de saneamento básico;
- Otimizar custos de operação de cada componente do sistema de
saneamento;
- Aumentar a captação de recursos para investimentos;
- Ampliar a capacidade de planejamento, execução e tomada de
decisão dos agentes envolvidos no sistema;
- Cumprir e fazer cumprir os requisitos estabelecidos pelos
instrumentos legais relativos ao sistema de saneamento básico;
- Ampliar a articulação com unidades e entidades envolvidas na execução
dos serviços de saneamento;
- Regularizar a operação do sistema de saneamento básico municipal;
- Sistematizar informações relacionadas ao sistema de saneamento
básico municipal para monitoramento dos serviços, apoiar a tomada de decisões e
fortalecer o Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento - SNIS.
No Plano de Saneamento de Alfredo Chaves optou-se por um conjunto
de indicadores, conforme apresentado do Quadro 70, vinculados à realidade do
município, ou seja, pela situação atual do sistema de saneamento básico, pela
condição da sistematização e acesso à informações e pela capacidade de gestão
dos órgão municipais. Tais indicadores foram selecionados a partir dos
seguintes critérios:
- Abrangência Estratégica: buscaram-se indicadores
finalísticos, ou seja, indicadores que representam e sintetizam os resultados
de impacto às situações críticas do saneamento básico do município;
- Acessibilidade dos Dados: os dados para composição do
cálculo dos indicadores são dados já trabalhados pelo município ou dados
disponibilizados por instituições de pesquisa, especialmente o IBGE;
- Definição de Metas: os indicadores organizados
constituem-se de informações disponíveis que permitiram a avaliação de sua
condição no momento da realização do plano;
- Relevância Operacional: buscou-se a dimensão dos desafios
operacionais que o sistema de saneamento enfrenta;
- Relevância Gerencial: estabeleceu-se um conjunto de
indicadores sintético, simples e de fácil avaliação pelo município;
- Clareza: permite a rápida compreensão pelos atores
envolvidos.
Quadro 70: Indicadores para
Monitoramento e Avaliação do Plano de Saneamento Básico de Alfredo Chaves,
‘2017’.
INDICADOR |
SITUAÇÃO ATUAL (2015-2017) |
META 2018 |
META 2024 |
META 2033 |
Percentual de cobertura de Mata Atlântica no município |
33% da área cobertura original de Mata Atlântica. INPE (2015)
(Área de cobertura original e recuperada de mata atlântica/área total do
município) *100 |
33% da área cobertura original de Mata Atlântica. |
36% da área cobertura original de Mata Atlântica |
40% da área cobertura original de Mata Atlântica. |
Percentual de domicílios urbanos cobertos por abastecimento de
água tratada |
100 % dos domicílios particulares permanentes. IBGE e SNIS (2017)
(total de economias ativas de água / total de domicílios particulares
permanentes urbanos) *100 |
100% dos domicílios particulares cobertos por abastecimento de
água tratada. |
100% dos domicílios particulares cobertos por abastecimento de
água tratada. |
100% dos domicílios particulares cobertos por abastecimento de
água tratada. |
Percentual de domicílios ligados à rede coletora de esgoto |
72,1 % dos domicílios ligados a rede de coletora de esgoto. IBGE e SNIS (2017) (total de economias ativas de esgoto / total
de domicílios particulares permanentes urbanos) *100 |
73% dos domicílios ligados à rede de coletora de esgoto. |
85% dos domicílios ligados à rede de coletora de esgoto |
100% dos domicílios ligados à rede de coletora de esgoto |
Percentual de domicílios atendidos pela coleta de resíduos
sólidos |
85 % dos domicílios são atendidos pelo serviço de limpeza pública
ou em caçambas disponibilizadas para a destinação do lixo. SNIS (2017)
(domicílios atendidos / total de domicílios particulares permanentes) *100 |
87 % dos domicílios são atendidos pelo serviço de limpeza pública
ou em caçambas disponibilizadas para a destinação do lixo. |
95 % dos domicílios são atendidos pelo serviço de limpeza pública
ou em caçambas disponibilizadas para a destinação do lixo. |
100% dos domicílios são atendidos pelo serviço de limpeza pública
ou em caçambas disponibilizadas para a destinação do lixo. |
Quadro 70: Indicadores para
Monitoramento e Avaliação do Plano de Saneamento Básico de Alfredo Chaves, 2017.
Continuação
INDICADOR |
SITUAÇÃO ATUAL (2015-2017) |
META 2018 |
META 2024 |
META 2033 |
- Percentual de perdas físicas no Serviço de Abastecimento de
Água |
a) 95% da água captada é hidrometrada; b) 95% da água tratada é hidrometrada.
SAAE (dezembro de 2012) (m3 de água hidrometrada
/ m3 de água captada)*100 (m3 de água hidrometrada
/ m3 de água tratada)*100 |
a) 50% da água captada é hidrometrada; b) 50% da água tratada é hidrometrada |
a) 50% da água captada é hidrometrada; b) 50% da água tratada é hidrometrada. |
a) 100% da água captada é hidrometrada; b) 100% da água tratada é hidrometrada. |
- Percentual de perdas financeiras no Serviço de Abastecimento de
Água em relação à receita potencial |
30% de perda financeira em relação ao potencial de receita,
considerando o volume de água produzida. SNIS (2010) {receita anual de água /
[(receita anual de água/volume de água micromedido
nas economias ativas) x volume de água produzido no ano]} * 100 |
5% de perda financeira em relação ao potencial de receita,
considerando o volume de água produzida. |
40% de perda financeira em relação ao potencial de receita,
considerando o volume de água produzida. |
55% de perda financeira em relação ao potencial de receita,
considerando o volume de água produzida. |
- Percentual de economias ativas de água ligadas à rede de esgoto |
77% do total de economias ativas de água estão ligadas à rede de
esgoto. SNIS (2010) (total de economias ativas de esgoto/total de economias
ativas de água)*100 |
3% do total de economias ativas de água estão ligadas à rede de
esgoto. |
50% do total de economias ativas de água estão ligadas à rede de
esgoto. |
100% do total de economias ativas de água estão ligadas à rede de
esgoto. |
Quadro 70: Indicadores para
Monitoramento e Avaliação do Plano de Saneamento Básico de Alfredo Chaves,
2017. Conclusão
INDICADOR |
SITUAÇÃO ATUAL (2015-2017) |
META 2018 |
META 2024 |
META 2033 |
- Percentual de esgoto tratado em relação ao esgoto coletado em
domicílios urbanos |
26% do esgoto coletado é tratado. SNIS (2010) (total de esgoto
tratado / total de esgoto coletado) *100 |
2% do esgoto coletado é tratado. |
90% do esgoto coletado é tratado. |
100% do esgoto coletado é tratado. |
- Percentual da população do município envolvida na educação
ambiental anualmente |
Número de pessoas que participaram das ações de educação durante o
ano / total de habitantes do município (IBGE) *100 |
2% da população envolvida em atividades de educação ambiental. |
10% da população envolvida em atividades de educação ambiental. |
25% da população envolvida em atividades de educação ambiental. |
- Percentual de professores capacitados para a educação ambiental |
Número de professores da rede municipal envolvidos com educação
ambiental / total de professores da rede municipal (SEDU) *100 |
10 % dos professores capacitados. |
50% dos professores capacitados. |
100% dos professores capacitados. |
13.5 - PROJETOS DO
PMSB ALFREDO CHAVES
Nesse sentido, é importante considerar que, ao partir de uma
realidade presente que foi historicamente construída, as ações dos projetos
podem gerar resultados maiores ou menores de acordo com as limitações
engendradas por essa própria realidade que se pretende transformar. Ou seja, a
execução desse conjunto de projetos permitirá avançar entre os cenários
"possível" e "positivo" traçados para o saneamento básico
de Alfredo Chaves dependendo das limitações dadas pela situação atual e da
capacidade de superação dessas próprias limitações.
Cabe ressaltar também que, mesmo partilhando do entendimento de que
projetos necessariamente possuem início, meio e fim, e que programas geralmente
são caracterizados por ações contínuas, optou-se aqui por tratar um conjunto
qualquer de ações como projetos, dada a estrutura atual dos órgãos públicos
municipais envolvidos na execução e a capacidade de gestão dos mesmos.
Sendo assim, segue o Quadro 71 com a relação de projetos do Plano
Municipal de Saneamento Básico de Alfredo Chaves.
Quadro 71: Lista Sintética dos
Projetos Propostos.
NÚMERO |
PROJETO |
01 |
Água Pura |
02 |
Projeto de ampliação do abastecimento de água em Alfredo Chaves |
03 |
Obras Estruturantes do Sistema de Abastecimento de Água |
04 |
Redução de Perdas |
05 |
"Pro Benevente" |
06 |
Recuperação de Receitas |
07 |
Regularização Fundiária e Ambiental |
08 |
Projeto de Gestão Estratégica do SAAE |
09 |
Recuperação de Matas Ciliares |
10 |
Desassoreamento e Limpeza do Rio Benevente |
11 |
Reestruturação da gestão e planejamento do sistema de drenagem
municipal |
12 |
Manejo e ampliação da rede de drenagem |
13 |
Manejo da drenagem das estradas vicinais |
14 |
Implantação da Coleta Seletiva |
15 |
Estruturação do Sistema de Limpeza Pública |
16 |
Educação Ambiental |
13.5.1 - ESTRATÉGIA DO PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO
13.5.2 - RELAÇÃO
ENTRE OS DESAFIOS E OS PROJETOS
Outra avaliação importante em relação à perspectiva de resultados
do Plano Municipal de Saneamento Básico de Alfredo Chaves é dada pela
articulação entre os problemas e desafios identificados nos diagnósticos
técnicos e participativos e os projetos traçados para o plano. Assim, o Quadros
72, 73, 74 e 75 abaixo apresentam uma síntese de tais problemas e desafios a
partir dos diagnósticos técnicos e participativos e os projetos estruturados
para enfrentá-los. Entretanto é importante considerar que, em face da
complexidade da realidade, os desafios e problemas identificados não podem ser
solucionados apenas com projetos relativos ao saneamento básico, dependem de
ações complementares de outras áreas, sobretudo os problemas e desafios das
áreas urbanas. Como exemplo, é possível citar o adensamento urbano em áreas de
fragilidade sujeitas a alagamento que dependem de ações relativas ao
planejamento urbano da cidade.
Quadro 72: Relação entre os
problemas e desafios do Sistema de Abastecimento de Água e os projetos
propostos no PMSB.
CATEGORIAS |
PROBLEMAS/DESAFIOS |
PROJETO |
Meio Ambiente |
1 - Assoreamento do rio no local de captação de água de Alfredo
Chaves- sede; |
03 e 10 |
2 - Desmatamento da cobertura florestal; |
09 e 16 |
|
3 - Qualidade da água de algumas nascentes reprovadas pela
secretaria de saúde (VigiÁgua). |
01 |
|
4 - Uso indiscriminado de agrotóxicos e lançamento destes no
curso da água (contaminação), devido a existência de culturas agrícolas perto
de nascentes, como em São Bento de Urânia e Matilde. |
15 e 16 |
|
Socioeconômicos |
1 - Uso indiscriminado de água de nascente sem verificação e
controle de qualidade; |
01 e 16 |
2 -Correlação entre algumas doenças de vinculação hídrica com a
qualidade da água (viroses e Hepatite); |
16 |
|
3 - Carência de programas de educação sanitária relacionados à
manutenção da higiene de filtros e caixas de água domiciliares, bem como de
uso correto de água na agricultura; |
16 |
|
4 - Aumento da urbanização e pressão sobre os recursos hídricos
(ocupação sobre a calha do rio e coleta indiscriminada de água). |
09 |
|
Operacionais |
1 - Falta de delimitação de zonas de segurança nas adutoras para
evitar rompimentos pelo mau uso da área, como pastagens e silvicultura; |
03 |
Quadro 72: Relação entre os
problemas e desafios do Sistema de Abastecimento de Água e os projetos
propostos no PMSB. Continuação.
CATEGORIAS |
PROBLEMAS/DESAFIOS |
PROJETO |
Meio Ambiente |
1 - Assoreamento do rio no local de captação de água de Alfredo
Chaves- sede; |
03 e 10 |
2 - Desmatamento da cobertura florestal; |
09 e 16 |
|
3 - Qualidade da água de algumas nascentes reprovadas pela
secretaria de saúde (VigiÁgua). |
01 |
|
4 - Uso indiscriminado de agrotóxicos e lançamento destes no
curso da água (contaminação), devido a existência de culturas agrícolas perto
de nascentes, como em São Bento de Urânia e Matilde. |
15 e 16 |
|
Socioeconômicos |
1 - Uso indiscriminado de água de nascente sem verificação e
controle de qualidade; |
01 e 16 |
2 -Correlação entre algumas doenças de vinculação hídrica com a
qualidade da água (viroses e Hepatite); |
16 |
|
3 - Carência de programas de educação sanitária relacionados à
manutenção da higiene de filtros e caixas de água domiciliares, bem como de
uso correto de água na agricultura; |
16 |
|
4 - Aumento da urbanização e pressão sobre os recursos hídricos
(ocupação sobre a calha do rio e coleta indiscriminada de água). |
09 |
|
Operacionais |
1 - Falta de delimitação de zonas de segurança nas adutoras para
evitar rompimentos pelo mau uso da área, como pastagens e silvicultura; |
03 |
CATEGORIAS |
PROBLEMAS/DESAFIOS |
PROJETO |
|
2 - Ausência de Plano de Investigação de Vazamentos e Reparos desde
a adutora de captação de água bruta até a distribuição de |
04 |
Operacionais |
água tratada, principalmente em locais onde a cobrança pela água
não é feita; |
|
3 - Ausência de ações sistemáticas de manutenção preventiva e
corretiva das unidades de tratamento, ocasionando presença de resíduos dentro
de reservatórios, como em Cachoeirinha; |
03 |
|
4 - Índice de Perda de 15% na Estação de Tratamento de Alfredo
Chaves; |
04 |
|
5 - Substituição de hidrômetro insuficiente para atender a
legislação, além disso, provoca perda financeira porque hidrômetros podem
registrar problemas e apresentar submedição; |
04 |
|
6 - O laboratório não dispõe de aparelho que permita executar o
"Teste de Jarro", e nem de estrutura para as determinações de
parâmetros microbiológicos, o longo intervalo de tempo na realização desses
testes coloca em perigo o abastecimento e a qualidade da água; |
01 |
|
7 - O SAAE não possui equipamentos importantes para serviços
ocasionais ou emergenciais como caminhão pipa, retroescavadeira, caminhão
limpa fossa; |
03 |
|
Atendimento ao Usuário |
1 - O SAAE não tem site; |
08 |
2 - O SAAE não possui canais institucionalizados de atendimento
ao consumidor e avaliação do serviço prestado; |
08 |
|
3 - Desconfiança por parte da população com relação à qualidade
da água distribuída pelo SAAE, principalmente na Sede do município; |
01 e 08 |
|
Finanças |
1 - Tarifa de abastecimento de água é extremamente baixa em
relação aos outros serviços; |
06 |
Institucional |
1 - Interferência política no SAAE, principalmente nas tarifas; |
08 |
2 - Ausência de capacitações, de políticas de valorização dos
servidores e de estrutura administrativa para operar o sistema; |
||
3 - Servidores contratados e comissionados, portanto temporários; |
||
4 - Ausência de planejamento, tanto das atividades de rotina como
projetos e investimento; |
||
|
5 - Não há um sistema de regulação e fiscalização por parte do
órgão competente em relação ao SAAE. |
|
Institucional |
1 - Não há outorga da água em Alfredo Chaves |
07 |
Quadro 73: Relação entre os
problemas e desafios do Sistema de Esgotamento Sanitário e os projetos
propostos no PMSB.
CATEGORIAS |
PROBLEMAS/DESAFIOS |
PROJETO |
Meio Ambiente |
1 - Lançamento de esgoto diretamente nos córregos e rios em
algumas localidades do município; |
05 |
Socioeconômicos |
1 - Aumento da urbanização |
05 e 09 |
Operacionais |
1 - Não realização da limpeza das Estações de Tratamento, para a
retirada da parte sólida geradas nas ETE’s
denominada Lodo; |
05 |
2 - Lançamento de esgoto in natura nos corpos receptores; |
05 |
|
3 - Destinação de esgoto doméstico nos rios e córregos, não tendo
consciência de que isso constitui um problema; |
05 e 16 |
|
4 - Resíduos de criação de animais destinados aos córregos e
rios; |
05 e 16 |
|
5 - Ausência de leito de secagem na maioria das Estações de
Tratamento da cidade; |
05 |
|
6 - O SAAE não possui equipamentos próprios importantes como
caminhão pipa, retroescavadeira, caminhão limpa fossa; |
03 e 05 |
|
7 - Apenas 26% das economias ativas de água ligadas à rede de
coleta e tratamento de esgoto; |
05 |
|
8 - Grande número de ETE’s dispersas no
município; |
05 |
Quadro 73: Relação entre os
problemas e desafios do Sistema de Esgotamento Sanitário e os projetos
propostos no PMSB. Conclusão.
CATEGORIAS |
PROBLEMAS/DESAFIOS |
PROJETO |
Atendimento ao Usuário |
1 - O SAAE não possui uma linha exclusiva de atendimento ao
consumidor; |
08 |
Finanças |
1 - Não cobrança pelo serviço de tratamento de esgoto sanitário
em algumas localidades; |
04 |
Institucional |
1 - Interferência política no SAAE, principalmente nas tarifas; |
08 |
2 - Ausência de capacitações, de políticas de valorização dos
servidores e de estrutura administrativa para operar o sistema; |
08 |
|
3 - Servidores contratados e comissionados, portanto temporários; |
08 |
|
4 - Deficiências no processo de tomada de decisão; |
08 |
|
5 - Não há um sistema de regulação e fiscalização por parte do
órgão competente em relação ao SAAE; |
08 |
|
6 - Ausência de outorga para lançamento de efluentes e de
licenças de operação de algumas ETE’s; |
07 |
|
7 - Ausência de fiscalização no cumprimento da legislação
municipal referente à esgotamento sanitário; |
08 |
Quadro 74: Relação entre os
problemas e desafios do Sistema de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas
e os projetos propostos no PMSB.
CATEGORIAS |
PROBLEMAS/DESAFIOS |
PROJETO |
|
1 - Substituição de matas ciliares por pastagens, eucaliptos e
plantações ocasionando, consequentemente, um forte assoreamento |
09 e 16 |
Meio Ambiente |
2 - Redução da capacidade de escoar grandes volumes d’água pelo
Rio Benevente devido ao grande acúmulo de areia em
algumas regiões ao longo do rio. |
10 |
Quadro 74: Relação entre os
problemas e desafios do Sistema de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas
e os projetos propostos no PMSB. Continuação.
CATEGORIAS |
PROBLEMAS/DESAFIOS |
PROJETO |
|
1 - Assoreamento de rios e córregos em toda extensão da bacia do
rio Benevente; |
09 e 10 |
2 - Lançamento de lixo nas caixas de drenagens do Município; |
12 e 16 |
|
Meio Ambiente |
3- Lançamento de esgoto nas águas pluviais e ligações de águas
pluviais residenciais na rede de esgoto, carecendo de fiscalização; |
05 |
Socioeconômicos |
1 - Adensamento urbano em áreas de fragilidade como as
ribeirinhas sujeitas a alagamento em Caco de Pote e na Sede; |
09 |
2 - Falta de conscientização sobre a importância de não jogar
lixo e esgoto nas redes de macro e micro drenagem. |
16 |
|
Operacionais |
1 - Inexistência de um cadastramento do sistema de drenagem
existente; |
11 |
2 - Manutenção das rodovias vicinais que devido à ausência de
caixas secas ou manutenção das existentes ocasiona assoreamento do rio; |
13 |
|
3 - Ausência de programa e equipamentos para manutenção
preventiva e limpeza das redes de drenagem; |
12 |
|
4 - Estrutura precária em relação à implementação das legislações
vigentes, tanto na área de aprovação de projetos imobiliários e parcelamento
de solos, quanto na área ambiental; |
11 |
Quadro 75: Relação entre os
problemas e desafios do Sistema de Limpeza Pública e Manejo dos Resíduos
Sólidos e os projetos propostos no PMSR
CATEGORIAS |
PROBLEMAS/DESAFIOS |
PROJETO |
Meio Ambiente |
1 - Ocorrência de queima de lixo dentro do terreno ou lançamento
em rio devido a dificuldades para recolhimento em locais com relevo muito
acidentado; |
15 |
2 - Atividades econômicas com licenciamento no IEMA vencido; |
15 |
|
3 - Embalagens de agrotóxico são lavadas no rio; |
15 e 16 |
|
4 - Os resíduos volumosos são destinados juntos com os de
Construção Civil, ambos sem local adequado para disposição acarretando em
pontos viciados de acúmulo pela cidade; |
15 |
|
5 - Não há recolhimento segregado de resíduos especiais (pilha,
equipamentos eletrônicos, lâmpada, bateria, pneus e tonner)
acarretando a destinação e contaminação destes juntamente com os Resíduos
Sólidos Urbanos. |
15 |
|
Socioeconômicos |
1 - Pequeno retorno de embalagens de agrotóxicos e desinformação
quanto ao seu manejo; |
15 e 16 |
2 - A população desconhece o destino final do lixo; |
165 |
|
3 - Donas de casa e comerciantes (de forma geral) fazem uso
inadequado das bombonas de lixo dispostas pela cidade, sobrecarregando-as com
embalagens e resíduos volumosos; |
15 e 16 |
|
4 - Roubo de latões de lixo (bombonas); |
15 e 16 |
|
5 - Problemas com vetores decorrentes do acúmulo de lixo em
pontos viciados pela cidade (principalmente volumosos e construção civil); |
15 |
|
6 - Catadores informais de recicláveis (coletando, separando e
vendendo) sem organização ou estrutura. |
14 |
Quadro 75: Relação entre os
problemas e desafios do Sistema de Limpeza Pública e Manejo dos Resíduos
Sólidos e os projetos propostos no PMSB. Continuação.
CATEGORIAS |
PROBLEMAS/DESAFIOS |
PROJETO |
Operacionais |
1 - Necessidade de estrutura metálica (cinta) para fixação das
bombonas de lixo, cuja ausência ocasiona tombamento por animais e catadores; |
15 |
2 - Ausência de programa de coleta de resíduos volumosos; |
15 |
|
3 - Ausência de programa de coleta seletiva e cooperativa de
catadores; |
14 |
|
4 - Ausência de pontos de entrega de resíduos de construção e
volumosos; |
15 |
|
5 - Ausência de poda de arbustos por parte da prefeitura; |
15 |
|
6 - Baixa frequência ou inexistência de coleta de resíduos
domiciliar em algumas localidades (principalmente as de difícil acesso); |
15 |
|
7 - Recipientes inadequados e insuficientes para destinação do
lixo nas localidades rurais não atendidas pela coleta domiciliar. |
15 |
|
Finanças |
1 - Não cobrança pelo serviço de coleta e disposição de caçambas
para entulho, legalmente devidas ao gerador; |
15 |
Institucional |
1 - Ausência de sistematização e registro de informações
relativas aos serviços de limpeza pública e manejo dos resíduos; |
15 |
2 - Ausência de rotinas, roteiros e planejamento (em mapas
georreferenciados) na execução das atividades para gerenciamento dos resíduos
sólidos urbanos; |
15 |
|
3 - Ausência de regulamentação para realização de limpeza ou
aplicação de multas em logradouros públicos ou privados com acúmulo de lixo
ou necessidade de capina; |
15 |
|
4 - Ausência de sistemas de fiscalização e controle dos serviços,
principalmente para aqueles de responsabilidade do gerador (resíduos
perigosos públicos ou privados, pneumáticos inservíveis, da construção e
demolição, embalagens de agrotóxicos, eletrônicos). |
15 |
13.5.3 - DETALHAMENTO DOS PROJETOS
Tendo por base um
roteiro sistematizado em formato de formulário com atributos a serem
estabelecidos, os projetos foram estruturados a partir de um conjunto de ações
direcionadas para alcançar um determinado objetivo e público-alvo tendo em
vista os problemas, desafios e oportunidades identificados no diagnóstico, bem
como os direcionadores apresentados na composição dos cenários prospectivos. Em
cada projeto foi realizado uma estimativa de custo e fixado um prazo para o
início da execução, sendo que algumas ações compreendem apenas iniciativas que
podem ser executadas pela própria instituição
sem custo financeiro. O roteiro estabeleceu ainda indicador e meta para
monitoramento e avaliação da execução do projeto, assim como questões para
sinalizar a prioridade do projeto tendo em vista o funcionamento do sistema de
saneamento básico que é constituído por serviços de primeira necessidade e a
ampliação desse sistema.
É importante considerar que os custos estimados apresentam certas
limitações, que estão relacionadas principalmente à complexidade que envolve a
realização de obras públicas e a dificuldade de estimar extensões e unidades
que requerem a elaboração de projetos técnicos de engenharia.
Em relação aos prazos de início das ações, cabe considerar que eles
foram fixados levando em consideração os critérios de priorização, mas também a
capacidade de financiamento e execução financeira dos órgãos envolvidos. Além
disso, eventos diversos e não previstos podem ocasionar mudanças na execução
das ações e, portanto, alterações no cronograma aqui proposto.
Quadro 76: Projeto 01: Água
Pura.
PROJETO 01: ÁGUA PURA |
|
Objetivo: Fornecer água com
qualidade para a população de Alfredo Chaves, atendendo aos critérios de
potabilidade estabelecidos na Portaria 2914/2011 do Ministério da Saúde. |
|
PERÍODO DE EXECUÇÃO: 2018 A 2021 |
|
Público-Alvo: Todos os
consumidores de água do SAAE em Alfredo Chaves. |
|
Indicador e meta do Projeto: Fornecer água potável à população abastecida pelo SAAE, conforme
critérios estabelecidos na Portaria 2914/2011 do Ministério da Saúde. |
|
CRITÉRIO DE PRIORIZAÇÃO |
|
O projeto é essencial para o funcionamento do Sistema? Sim |
|
O projeto é voltado para a ampliação dos serviços? Sim |
|
Nível de Prioridade: Alta Prioridade |
|
CUSTO TOTAL |
R$ 1.000.000,00 |
AÇÕES: |
|
- Implantar método do teste de jarro, visando a correta dosagem
de floculante; - Consertar placas de granito soltas e danificadas no floculado; - Consertar filtros rápidos na ETA; - Implantar a correção de pH na água tratada; - Separar as redes de dosagem de fluossilicato e de hipoclorito
de sódio; - Implantar e realizar os exames bacteriológicos no SAAE de
Alfredo Chaves; - Contratar responsável técnico da área de química pela ETA e
Laboratório; - Capacitar e treinar os funcionários do SAAE sobre tratamento e
análises; - Implantar filtração e desinfecção; - Reparar vazamento na captação/nascente; - Implantar descargas nas pontas de rede vulneráveis; - Implantar o monitoramento semestral na água tratada; - O Vigiágua deve identificar os focos
de doenças de veiculação hídrica na zona rural, e providenciar as análises da
água consumida, tomando as ações necessárias quando os resultados estiverem
fora do padrão de potabilidade; - Fortalecer a interação entre o SAAE e o Vigiágua
visando diagnosticar e resolver, com rapidez, as causas das doenças
diarreicas notificadas na área urbana. |
Quadro 77: Projeto 02: Projeto
de ampliação do abastecimento de água em Alfredo Chaves.
PROJETO 02:PROJETO DE AMPLIAÇÃO DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM
ALFREDO CHAVES |
Objetivo: Atender os
clientes ainda não assistidos pelo SAAE, mas que podem ser cobertos pelo
sistema. |
PERÍODO DE EXECUÇÃO: 2018 A 2022 |
Público-Alvo: População que não
dispõe de água tratada |
Indicador e meta do Projeto: Implantar as novas redes de água, totalizando 15.000 metros, até
2022, com a finalidade de ampliar a cobertura do atendimento do SAAE. |
CRITÉRIO DE PRIORIZAÇÃO |
O projeto é essencial para o funcionamento do Sistema? Não. |
O projeto é voltado para a ampliação dos serviços? Sim. |
Nível de Prioridade: Baixa Prioridade |
AÇÕES: |
- Construir a rede de água; - Implantar reservatório de água; |
Quadro 78: Projeto 03: Obras Estruturantes do Sistema
de Abastecimento de Água.
PROJETO 03: OBRAS ESTRUTURANTES DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE
ÁGUA |
Objetivo: Adequar a capacidade
de produção, distribuição e reservação do sistema de abastecimento de água à
demanda da população de Alfredo Chaves. |
PERÍODO DE EXECUÇÃO: 2018 A 2027 |
Público-Alvo: Todos os consumidores
de água do SAAE |
Indicador e meta do Projeto: Estas ações são necessárias para substituir unidades em más
condições de funcionamento, visando evitar colapsos no abastecimento de água. |
CRITÉRIO DE PRIORIZAÇÃO |
O projeto é essencial para o funcionamento do Sistema? Sim. |
O projeto é voltado para a ampliação dos serviços? Sim. |
Nível de Prioridade: Alta Prioridade |
AÇÕES: |
- Construir nova captaçãol; - Implantar plano de manutenção preditiva e preventiva nas
instalações e equipamentos do SAAE; - Adquirir um carro pipa para atendimentos emergenciais; - Construir adutora para as localidades viáveis. |
Quadro 79: Projeto 04: Redução
de Perdas.
PROJETO 04: REDUÇÃO DE PERDAS |
|
Objetivo: Reduzir as perdas
físicas de água no sistema de abastecimento de Alfredo Chaves. |
|
PERÍODO DE EXECUÇÃO: 2018-2023 |
|
Público-Alvo: Todos os
consumidores de água do SAAE |
|
Indicador e meta do Projeto: Reduzir as perdas físicas de água para 30% até 2019 A redução
das perdas permitirá que a ETA de Alfredo Chaves seja capaz de tratar a água
do rio Benevente até 2033, possibilitando ainda a
melhoria da qualidade da água tratada e a redução do número de faltas d’água. |
|
CRITÉRIO DE PRIORIZAÇÃO |
|
O projeto é essencial para o funcionamento do Sistema? Sim. |
|
O projeto é voltado para a ampliação dos serviços? Não |
|
Nível de Prioridade: Média Prioridade |
|
CUSTO TOTAL |
R$ 200.000,00 |
AÇÕES: |
|
- Substituir bombas e boosters por
novas unidades, adequadamente dimensionadas e com baixo consumo energético; - Comprar equipamento e realizar treinamento de pessoal para a pesquisa
de vazamentos invisíveis na rede de distribuição; - Implantar a telemetria nas elevatórias, boosters
e reservatórios de água; - Reduzir as perdas físicas de água para 30% até 2019; - A redução das perdas permitirá que a ETA seja capaz de tratar a
água necessária ao abastecimento, possibilitando ainda a melhoria da
qualidade da água tratada e a redução do número de faltas d’água. |
Quadro 80: Projeto 05:
"Pró Benevente".
PROJETO 05: "PRÓ BENEVENTE" |
|
Objetivo: Proteger os
mananciais de Alfredo Chaves da poluição causada pelo uso abusivo de
agrotóxicos e lançamento de poluentes nos corpos d’água ampliando a rede
coletora de esgoto e implantando estação de Tratamento de Esgoto (ETEs). |
|
PERÍODO DE EXECUÇÃO: 2018-2024 |
|
Público-Alvo: Todos os seres
vivos que dependem do rio Benevente e de seus
afluentes |
|
Indicador e meta do Projeto: Índice de Qualidade da Água - IQA - do rio Benevente
na qualidade BOA ou EXCELENTE. |
|
CRITÉRIO DE PRIORIZAÇÃO |
|
O projeto é essencial para o funcionamento do Sistema? Sim. |
|
O projeto é voltado para a ampliação dos serviços? Sim |
|
Nível de Prioridade: Alta Prioridade |
|
CUSTO TOTAL |
R$ 9.000.000,00 |
AÇÕES: |
|
- Incluir Educação Ambiental nas escolas e comunidades sobre os
problemas decorrentes do lançamento de agrotóxicos, esgoto e resíduos nos
mananciais, realizando parcerias com o PSF Programa Saúde da Família e
visitas à ETA e às ETES de Alfredo Chaves; - Implantar fossas-filtros na zona rural, inclusive para currais
e chiqueiros; - Fiscalizar e orientar a mudança de currais e chiqueiros cujos
dejetos estejam sendo lançados nos mananciais; - Implantar o sistema de adensamento de lodo da ETA, visando
reduzir o custo do transporte e destinação destes resíduos, facilitando e
agilizando o processo de limpeza mensal do decantador; - Programar a retirada semestral de lodo em cada ETE do SAAE de
acordo com o memorial descritivo e com o manual de operação, a fim de evitar
a obstrução dos filtros e aumentar a eficiência da ETE; - Substituir o leito de brita nas ETES por gomos de bambu; - Consertar o filtro e o leito de secagem da ETE; - Implantar novas redes coletoras, coletores tronco e
interceptores ao longo do rio Benevente, para levar
o esgoto até a nova ETE e atender a população ribeirinha; - Implantar sistema de desidratação de lodo de ETE que receba
também os dejetos coletados pelo caminhão limpa-fossa; - Adquirir caminhão limpa-fossa para retirar e transportar o lodo
das fossas individuais, e das ETEs operadas pelo SAAE, até o sistema de
desidratação de lodos de ETE; - Substituir a rede de manilha por PVC, onde os entupimentos e
retorno de esgoto têm ocorrido com frequência; - Fiscalizar e coibir o lançamento de água de chuva na rede de
esgotos; - Adequar a equipe de manutenção de esgoto do SAAE; - Promover treinamento com os funcionários que cuidam dos
Sistemas de Esgotamento Sanitário, com manual de operação; - Reparar reservatórios e elevatórias de água e esgoto, que
apresentam estruturas físicas e instalações elétricas em mau estado de
conservação, identificando cada sistema; - Implantar diques de contenção para produtos químicos líquidos
no SAAE; - Implantar programa de incentivo às interligações do ramal
predial à rede coletora de esgotos; |
Quadro 81: Projeto 06:
Recuperação de Receitas.
PROJETO 06: RECUPERAÇÃO DE RECEITAS |
|
Objetivo: Garantir a
eficiência e a sustentabilidade econômica, um dos doze princípios
fundamentais dos serviços públicos de saneamento básico, estabelecido no
Inciso VII do Art. 2º da Lei Federal 11.445/2007 |
|
PERÍODO DE EXECUÇÃO: 2018-2019 |
|
Público-Alvo: SAAE de Alfredo
Chaves |
|
Indicador e meta do Projeto: - Permitir que o SAAE realize uma excelente prestação de serviços
para a sociedade de Alfredo Chaves, com sustentabilidade econômica. - Recuperação de receita em 30% até final de 2019. |
|
CRITÉRIO DE PRIORIZAÇÃO |
|
O projeto é essencial para o funcionamento do Sistema? Sim. |
|
O projeto é voltado para a ampliação dos serviços? Não. |
|
Nível de Prioridade: Média Prioridade |
|
CUSTO TOTAL |
R$ 900.000,00 |
AÇÕES: |
|
- Extinguir a gratuidade irrestrita de tarifas; - Substituir 300 hidrômetros por ano; - Promover o realinhamento tarifário, com mecanismo claro de
atualização anua; - Implantar cobrança diferenciada para o esgoto tratado; - Sistematizar o serviço de caça-gato; - Ligações clandestinas; |
Quadro 82: Projeto 7:
Regularização Fundiária e Ambiental
PROJETO 07: REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA E AMBIENTAL |
|
Objetivo: Adequar as
operações e instalações físicas do SAAE de acordo com as regulamentações fundiárias
e ambientais. |
|
PERÍODO DE EXECUÇÃO: 2018-2020 |
|
Público-Alvo: SAAE de Alfredo
Chaves |
|
Indicador e meta do Projeto: Ter os imóveis regularizados e as licenças ambientais
atualizadas. |
|
CRITÉRIO DE PRIORIZAÇÃO |
|
O projeto é essencial para o funcionamento do Sistema? Sim. |
|
O projeto é voltado para a ampliação dos serviços? Não. |
|
Nível de Prioridade: Média Prioridade |
|
CUSTO TOTAL |
R$ 400.000,00 |
AÇÕES: |
|
- Regularizar a situação imobiliária dos equipamentos e
instalações do SAAE, tais como estações elevatórias, boosteres,
reservatórios de água, Estações de Tratamento de Água e Estações de
Tratamento de Esgotos; - Solicitar ao IEMA as outorgas de uso da água tanto para as
captações das ETAs quanto para os lançamentos de
efluentes das ETES; - Solicitar ao IEMA as licenças ambientais para as ETEs; - Solicitar ao IEMA, no prazo legal estabelecido, a renovação das
licenças ambientais das ETAs que estiverem
vencidas; |
Quadro 83: Projeto 08: Projeto
de Gestão Estratégica do SAAE.
PROJETO 08:PROJETO DE GESTÃO ESTRATÉGICA DO SAAE |
|
Objetivo: Ampliar a
capacidade do SAAE de gerenciar os serviços de abastecimento de água e esgotamento
sanitário. |
|
PERÍODO DE EXECUÇÃO: 2018-2021 |
|
Público-Alvo: SAAE de Alfredo
Chaves e seus usuários |
|
Indicador e meta do Projeto: - Realizar e implantar as ações do projeto dentro do prazo
estipulado. |
|
CRITÉRIO DE PRIORIZAÇÃO |
|
O projeto é essencial para o funcionamento do Sistema? Não |
|
O projeto é voltado para a ampliação dos serviços? Não. |
|
Nível de Prioridade: Baixa Prioridade |
|
CUSTO TOTAL |
R$ 50.000,00 |
AÇÕES: |
|
- Desenvolver capacitação gerencial e de elaboração de projetos
para os gestores do SAAE; - Aprimorar a interlocução com órgãos correlatos de saneamento
básico, a fim de realizar parcerias para implementação de projetos; - Sistematizar as informações dos sistemas de abastecimento de
água e tratamentos de esgoto estabelecendo instrumentos de coleta de dados,
relatórios analíticos e de resultados das ações realizadas; - Implantar mecanismo de registro e acompanhamento das demandas
relativas aos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário; - Consolidar o atendimento institucional ao usuário do SAAE,
através do 0800, de email e balcão de atendimento; - Criar site institucional do SAAE; - Aderir a Arsi - Agência Reguladora de
Saneamento Básico e Infraestrutura Viária do Espírito Santo - que tem por
finalidade regular, controlar e fiscalizar, no âmbito do Estado, os serviços
de saneamento básico de interesse comum e interesse local, abrangendo
abastecimento de água e esgotamento sanitário, delegados pelo Estado e
Municípios; |
Quadro 84: Projeto 09:
Recuperação de Matas Ciliares.
PROJETO 09: RECUPERAÇÃO DE MATAS CILIARES |
|
Objetivo: Minimizar o
carregamento de sedimentos para o sistema aquático, visando evitar assoreamento
dos corpos de água e alagamentos e melhorar a qualidade e captação de água
bruta para o abastecimento da cidade. |
|
PERÍODO DE EXECUÇÃO: 2018 A 2022 |
|
Público-Alvo: População do
município, especialmente aquela residente próximo aos corpos de água. |
|
Indicador e meta do Projeto: Atender a área mínima de proteção da mata ciliar estabelecida no
código florestal (meta de longo prazo). |
|
CRITÉRIO DE PRIORIZAÇÃO |
|
O projeto é essencial para o funcionamento do Sistema? Não |
|
O projeto é voltado para a ampliação dos serviços? Sim |
|
Nível de prioridade: Baixa Prioridade |
|
CUSTO TOTAL: |
R$ 200.000,00 |
AÇÕES: |
|
- Realizar estudo florestal da cobertura ciliar no entorno de
rios, córregos e lagos (artificiais ou naturais), por meio de imageamento e
plano de proteção dessas áreas para atendimento do Código Florestal,
considerando: - áreas com potencialidade para recomposição natural da vegetação
típica das matas ciliares, conforme identificadas no estudo; - Proposta para o reflorestamento das matas ciliares; - Plantio de mudas de espécies nativas em áreas públicas, com o
devido acompanhamento técnico; - Incentivar a recuperação das matas ciliares através de
acompanhamento técnico, disponibilização das mudas e adesão ao programa
estadual REFLORESTAR; - Incluir no projeto de educação ambiental a perspectiva de
preservação e recuperação das matas ciliares. |
Quadro 85: Projeto 10:
Desassoreamento e Limpeza do Rio Benevente.
PROJETO 10: DESASSOREAMENTO E LIMPEZA DO RIO BENEVENTE |
|
Objetivo: Garantir uma
calha livre de sedimentos para o escoamento suficiente das águas, evitando o
transbordamento do rio, assim como uma captação de água bruta sem transtorno
e interrupções. |
|
PERÍODO DE EXECUÇÃO: 2018 A 2025 |
|
Público-Alvo: População urbana
do município |
|
Indicador e meta do Projeto: Rios limpos e dragados até 2024. |
|
CRITÉRIO DE PRIORIZAÇÃO |
|
O projeto é essencial para o funcionamento do Sistema? Sim |
|
O projeto é voltado para a ampliação dos serviços? Não |
|
Nível de prioridade: Média Prioridade |
|
CUSTO TOTAL: |
R$ 3.000.000,00 |
AÇÕES: |
|
- Realizar limpeza anual, anterior ao período de chuvas, das
margens do rio através de capina e retirada de lixos e entulhos manualmente
e/ou mecanizada; - Realizar a retirada de materiais sedimentares do fundo do leito
do rio Benevente, com escavadeira hidráulica; - Fiscalizar a ocupação de Áreas de Preservação Permanente - APP; - Incluir no projeto de educação ambiental a perspectiva de
proteção dos corpos de água e da destinação correta dos resíduos sólidos; - Incluir na gestão de resíduos sólidos a realização dos serviços
de recolhimento e destinação final dos resíduos da construção civil e de
resíduos volumosos. |
Quadro 86: Projeto 11:
Reestruturação da gestão e planejamento do sistema de drenagem municipal.
PROJETO 11: REESTRUTURAÇÃO DA GESTÃO E PLANEJAMENTO DO SISTEMA DE
DRENAGEM MUNICIPAL |
|
Objetivo: Fortalecer e
ampliar os mecanismos de gerenciamento e execução dos serviços de manutenção
e expansão do sistema de drenagem do município de Alfredo Chaves. |
|
PERÍODO DE EXECUÇÃO: 2020 A 2022 |
|
Público-Alvo: Prefeitura
Municipal de Alfredo Chaves, especificamente os profissionais envolvidos no
sistema de drenagem municipal. |
|
Indicador e meta do Projeto: Estrutura Implantada, plano de macrodrenagem elaborado e
informações sistematizadas. |
|
CRITÉRIO DE PRIORIZAÇÃO |
|
O projeto é essencial para o funcionamento do Sistema? Não |
|
O projeto é voltado para a ampliação dos serviços? Sim |
|
Nível de prioridade: Baixa Prioridade |
|
CUSTO TOTAL: |
R$ 600.000,00 |
AÇÕES: |
|
- Criar estrutura de gerenciamento administrativo e técnico
(Gerência) responsável pelo manejo do sistema de drenagem do município,
dentro da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Serviços Urbanos; - Elaborar o plano de macrodrenagem do município, considerando
inclusive o mapeamento e catalogação a rede de drenagem do município e as
estradas vicinais identificando os pontos de escoamento de água e sedimentos
para os corpos de água; - Fiscalizar as outorgas de captação de água concedidas
pelo IEMA, inclusive aquelas não significantes; - Sistematizar as informações do sistema de drenagem do
município, estabelecendo instrumentos de coleta de dados, relatórios
analíticos e de resultados das ações realizadas; - Criar e institucionalizar a Defesa Civil do município com
elaboração do plano de inundação e desmoronamento. |
Quadro 87: Projeto 12: Manejo
e ampliação da rede de drenagem
PROJETO 12: MANEJO E AMPLIAÇÃO DA REDE DE DRENAGEM |
|
Objetivo: Manter a
infraestrutura de drenagem adequada ao regime hídrico do município. |
|
PERÍODO DE EXECUÇÃO: 2018 A 2027 |
|
Público-Alvo: População urbana
do município |
|
Indicador e meta do Projeto: Reduzir os pontos de alagamentos. |
|
CRITÉRIO DE PRIORIZAÇÃO |
|
O projeto é essencial para o funcionamento do Sistema? Sim |
|
O projeto é voltado para a ampliação dos serviços? Sim |
|
Nível de prioridade: Alta Prioridade |
|
CUSTO TOTAL: |
R$ 4.000.000,00 |
AÇÕES: |
|
- Estabelecer rotina periódica de limpeza e conservação da rede
de microdrenagem; - Identificar a rede de microdrenagem subdimencionada e áreas desprovidas desse serviço; - Substituir a rede de microdrenagem subdimencionada; - Implantar rede de microdrenagem nas
áreas desprovidas deste serviço; - Construção das bacias de detenção ao longo dos corpos de água,
em conformidade com plano de macrodrenagem; - Executar as intervenções que serão previstas no plano de
macrodrenagem. |
Quadro 88: Projeto 13: Manejo
da drenagem das estradas vicinais.
PROJETO 13: MANEJO DA DRENAGEM DAS ESTRADAS VICINAIS |
|
Objetivo: Reduzir os
sedimentos deslocados para os corpos de água decorrentes das estradas vicinais |
|
PERÍODO DE EXECUÇÃO: 2018 A 2026 |
|
Público-Alvo: População rural |
|
Indicador e meta do Projeto: Caixas secas implantadas ao longo das estradas vicinais |
|
CRITÉRIO DE PRIORIZAÇÃO |
|
O projeto é essencial para o funcionamento do Sistema? Não |
|
O projeto é voltado para a ampliação dos serviços? Sim |
|
Nível de prioridade: Média Prioridade |
|
CUSTO TOTAL: |
R$ 800.000,00 |
AÇÕES: |
|
- Mapear as estradas vicinais e identificar os pontos de
escoamento de água e sedimentos para os corpos de água; - Implantar caixas seca nas estradas vicinais para deposito dos
sedimentos; - Estabelecer e executar rotina de limpeza das caixas secas; - Destinar os sedimentos recolhidos das caixas secas para locais
adequados e que não comprometam o meio ambiente, especialmente o assoreamento
dos corpos de água; - Ampliar os perímetros pavimentados das estradas vicinais de
maior circulação. |
Quadro 89: Projeto 14:
Implantação da Coleta Seletiva
PROJETO 14: IMPLANTAÇÃO DA COLETA SELETIVA |
|
Objetivo: -Reduzir a geração de resíduos sólidos a ser disposta em aterros
sanitários, a partir da conscientização e sensibilização da população para a
separação e o descarte seletivo do lixo |
|
PERÍODO DE EXECUÇÃO: 2018 A 2021 |
|
Público-Alvo: População do
Município |
|
Indicador e meta do Projeto: Implementar a logística de separação e comercialização da 50% do
RSU reciclável até 2024 |
|
CRITÉRIO DE PRIORIZAÇÃO |
|
O projeto é essencial para o funcionamento do Sistema? Sim |
|
O projeto é voltado para a ampliação dos serviços? Sim |
|
Nível de prioridade: Alta Prioridade |
|
CUSTO TOTAL: |
R$ 1.000.000,00 |
AÇÕES: |
|
- Disponibilizar coletores adequados ao longo das vias públicas para
receber resíduos recicláveis (separação secos e úmidos); - Fomentar o estabelecimento de cooperativas de catadores
oferecendo a infraestrutura e apoio técnico inicial (galpão, caminhão
separador, prensa, assessoria técnica e treinamento); - Formação e conscientização (educação ambiental) da população
para separação da fração reciclável (secos e úmidos) dos resíduos sólidos; - Identificar e estruturar a rede de comercialização dos resíduos
segregados, eliminando atravessadores. |
Quadro 90: Projeto 15:
Estruturação do Sistema de Limpeza Pública
PROJETO 15: ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE LIMPEZA PÚBLICA |
|
Objetivo: Aprimorar o
gerenciamento do resíduo sólido (da coleta à disposição final) gerados no
município. |
|
PERÍODO DE EXECUÇÃO: 2018 A 2022 |
|
Público-Alvo: População do
município |
|
Indicador e meta do Projeto: Percentual de domicílios atendidos pela coleta de resíduos
sólidos ampliado para 85% em 2018; 90% até 2024 e 100% até 2033 |
|
CRITÉRIO DE PRIORIZAÇÃO |
|
O projeto é essencial para o funcionamento do Sistema? Sim |
|
O projeto é voltado para a ampliação dos serviços? Sim |
|
Nível de prioridade: Alta Prioridade |
|
CUSTO TOTAL: |
R$ 1.500.000,00 |
AÇÕES: |
|
- Estabelecer rotas e rotinas (georeferenciadas)
de coleta dos resíduos sólidos domiciliares; - Redistribuir bombonas para acondicionamento dos resíduos
sólidos domésticos (considerando a implantação da coleta seletiva), nas áreas
urbanas e rurais; - Articular e fiscalizar a rota reversa dos resíduos especiais
(pilhas e baterias, óleo de fritura, lâmpadas fluorescentes); - Fiscalizar o cumprimento manejo dos resíduos perigosos (classe
I) gerados pela iniciativa privada; - Realizar a coleta, o transporte e a disposição final
diferenciada dos resíduos perigosos (Classe I: tonner
e óleo lubrificante inservível e material contaminado por este), gerados nas
instituições públicas municipais; - Estabelecer rota e rotina de varrição e limpeza de espaços
públicos (feiras livres, monumentos, praças, cemitérios, vias públicas, etc); - Estabelecer periodicidade e rotina de limpeza, coleta e
destinação dos resíduos de saneamento gerados nos sistemas de tratamento de
esgoto e dos resíduos gerados na limpeza dos sistemas de drenagem; - Estabelecer e fiscalizar os critérios de manejo dos resíduos da
construção civil; - Fiscalizar o manejo dos pneus inservíveis; - Estabelecer rotina de coleta e destinação de resíduos volumosos
descartados pela população; - Fiscalizar o manejo dos resíduos de embalagens de agroquímicos; - Sistematizar as informações do sistema de resíduos sólidos,
estabelecendo instrumentos de coleta de dados, relatórios analíticos e de
resultados das ações realizadas; - Criar legislação que regule e penalize a conduta indevida de
destinação inadequada dos resíduos sólidos. |
Quadro 91: Projeto 16:
Educação Ambiental
Objetivo: Conscientizar a
população para a preservação do meio ambiente e o uso sustentável dos
recursos naturais do município. |
|
PERÍODO DE EXECUÇÃO: 2018 A 2021 |
|
Público-Alvo: População do
município |
|
Indicador e meta do Projeto: 30% dos professores da rede pública municipal capacitados
anualmente. Envolver 10% da população nas atividades de educação ambiental. |
|
CRITÉRIO DE PRIORIZAÇÃO |
|
O projeto é essencial para o funcionamento do Sistema? Sim |
|
O projeto é voltado para a ampliação dos serviços? Não |
|
Nível de prioridade: Média Prioridade |
|
CUSTO TOTAL: |
R$ 500.000,00 |
AÇÕES: |
|
- Desenvolver plano municipal de educação ambiental na secretaria
de educação envolvendo empresas, órgãos da administração direta e indireta,
escolas e entidades locais de interesse; - Realizar ações de formação e capacitação com professores da
rede de ensino municipal; - Instituir visitas programadas ao SAAE; - Realizar atividade nas escolas e comunidades sobre os problemas
decorrentes do lançamento de agrotóxicos, esgoto e resíduos nos mananciais,
ocupação em áreas de fragilidade ambiental realizando parcerias com o PSF -
Programa Saúde da Família e visitas à ETA e às ETES de Alfredo Chave; - Estabelecer calendário de atividades de educação ambiental no
município envolvendo: o dia da árvore, caminhadas ecológicas, passeios
ciclísticos, ciclo de palestras nas escolas; - Promover campanha sobre a correta destinação dos resíduos
sólidos; - Elaborar cartilha sobre preservação ambiental, uso dos recursos
naturais e poluição, envolvendo os quatro componentes do saneamento básico; - Incluir nas comunicações institucionais da prefeitura e do SAAE
(boletos de cobrança), dicas de preservação ambiental, uso sustentável dos
recursos; - Mensurar e avaliar as ações periodicamente. |
13.5.4 - MATRIZ DE PRIORIZAÇÃO DE PROJETOS E AÇÕES
O projeto é essencial para o funcionamento do sistema? Ou seja, se
o projeto não for implantado, corre-se o risco de falha grave na prestação do
serviço à população.
13.6 - AÇÕES
EMERGENCIAIS E CONTINGÊNCIAS
As componentes do saneamento básico estão relacionadas à satisfação
de necessidades humanas essenciais e podem ser impactados por eventos atípicos,
exigindo, portanto, o planejamento de ações de emergência e de contingência, ou
seja, adotar atitude preventiva. Sendo assim, o objetivo do plano de emergência
e contingência, a partir das possíveis situações de anormalidade nos serviços
de saneamento básico, é prever ações mitigadoras e corretivas para garantir o
funcionamento e a satisfação das necessidades humanas, conforme apresentado nos
Quadros 92 a 95.
Quadro 92: Plano de Emergência
e Contingência do Sistema de Abastecimento de Água.
SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA/ CONTINGÊNCIA |
PLANO DE AÇÃO PARA MITIGAÇÃO |
ÓRGÃO RESPONSÁVEL |
Contaminação do manancial de abastecimento |
Comunicar à população, paralisar o tratamento e abastecer
unidades de saúde, prisionais e assistenciais com carro pipa. |
SAAE |
Falta de produto químico para tratamento da água |
Manter estoque mínimo de cada produto, baseado em histórico de
consumo. |
SAAE |
Paralisação do conjunto motobomba das elevatórias. |
Instalar conjunto motobomba reserva, isolar as elevatórias,
adequar as instalações elétricas. |
SAAE |
Rompimento de adutoras |
Disponibilizar telefone de emergência no SAAE para uso da
população, instalar macromedidores nas principais
redes e implantar telemetria para acompanhamento e controle da rede de
distribuição. |
SAAE |
Falta d'água crônica |
Controlar todos os consumidores ativos, inclusive os isentos,
registrando seus consumos. |
SAAE |
Água suja ou sem cloro residual livre na rede de distribuição |
Implantar registros para descargas nas pontas de rede,
principalmente onde há registros de reclamação de clientes, monitorar
mensalmente cloro e turbidez nas pontas de rede, monitorar mensalmente a
qualidade da água nos reservatórios. |
SAAE |
Quadro 93: Plano de Emergência
e Contingência do Sistema de Esgotamento Sanitário.
SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA/ CONTINGÊNCIA |
PLANO DE AÇÃO PARA MITIGAÇÃO |
ÓRGÃO RESPONSÁVEL |
Extravasamento de esgoto bruto para o manancial |
Comunicar imediatamente ao IEMA, identificar as causas e
registrar todo o processo, para treinar os funcionários com a finalidade de
evitar reincidência. |
SAAE |
Emissão de odores desagradáveis nas ETEs |
Manter o pH acima de 6,5 com uso de cal ou barrilha. |
SAAE |
Paralisação dos conjuntos motobomba das elevatórias de esgoto |
Instalar conjunto motobomba reserva, isolar as elevatórias para
evitar a entrada de estranhos, adequar as instalações elétricas, fazer
manutenção preventiva e preditiva nas grades, caixas de areia e nos
equipamentos elétricos, instalar telemetria para controle efetivo e
conhecimento da condição normal de funcionamento. |
SAAE |
Rompimento ou obstrução de redes coletoras de esgoto |
Disponibilizar telefone de emergência no SAAE para uso da
população, implantar programa de manutenção e limpezas preventivas. |
SAAE |
Quadro 94: Plano de Emergência
e Contingência do Sistema de Drenagem Urbana.
SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA/ CONTINGÊNCIA |
PLANO DE AÇÃO PARA MITIGAÇÃO |
ÓRGÃO RESPONSÁVEL |
Ações preventivas |
- Fiscalização quanto a construções nas áreas de risco; - Informar a toda população quanto aos possíveis riscos através
dos meios de comunicação; - Capacitação dos agentes da defesa civil; - Promover campanhas de prevenção e conscientização da população
das áreas de risco; - Monitoramento através do serviço meteorológico o período de
abrangência do Plano, visando convocar as equipes em caso de alerta; - Promover a revisão de recursos disponíveis junto aos Órgãos
Municipais, Estaduais etc., através de check-list
dos equipamentos, materiais, recursos humanos e programas sociais; - Criar parcerias com os meios de comunicação (Rádios, Jornais e
Televisão), visando esclarecer, informar e educar para a prevenção e modo de
agir em caso de desastre, particularmente na ocorrência de tempestades. |
Prefeitura/Secretaria de Obras |
SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA/ CONTINGÊNCIA |
PLANO DE AÇÃO PARA MITIGAÇÃO |
ÓRGÃO RESPONSÁVEL |
Ações em estado de alerta |
- Atividades de socorro às populações em risco; - Assistência aos habitantes atingidos (remoção para abrigos
provisórios); - Restabelecimento da moral da população atingida e reabilitação
de cenários; - Desinfecção, desinfestação, descontaminação; |
Prefeitura/Defesa Civil |
Ações de resposta |
- Contatar coordenadoria estadual da Defesa Civil - CEDEC; - Identificar as áreas atingidas; - Acionar as equipes de socorro; - Verificar quais as vias de acesso e evacuar as áreas de risco; - Manter todos informados quanto aos riscos através dos possíveis
meios de comunicação; - Equipar e organizar os abrigos para receber a população
vitimada pelas enchentes; - Busca e salvamento das vítimas; - Atendimento hospitalar; |
Prefeitura/Defesa Civil/Secretarias de Assistência Social e de
Saúde |
SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA/ CONTINGÊNCIA |
PLANO DE AÇÃO PARA MITIGAÇÃO |
ÓRGÃO RESPONSÁVEL |
Ações de resposta |
- Divulgação para a imprensa quanto à situação do desastre e suas
consequências; - Vigilância sanitária para monitoramento quanto às epidemias. |
Prefeitura/Defesa Civil/Secretaria de Saúde |
Ações de reconstrução |
- Reconstrução de estruturas (pontes, estradas, etc.) e serviços
públicos essenciais; - Relocação da população e construção de moradias seguras e baixo
custo para população de baixa renda; - Ordenação de espaço urbano; - Avaliação dos danos e elaboração dos laudos técnicos; - Mobilização das brigadas ou equipes de demolição e remoção dos
escombros; - Serviços essenciais: energia elétrica, água potável,
comunicação, rede de esgoto, coleta de lixo, suprimento de alimentos,
combustível e etc. |
Prefeitura/Defesa Civil/Secretarias de Assistência Social e de Obras |
SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA/ CONTINGÊNCIA |
PLANO DE AÇÃO PARA MITIGAÇÃO |
ÓRGÃO RESPONSÁVEL |
Critérios e Condições de Acionamento |
O Plano de Contingência deverá ser divulgado para a comunidade
através de palestras e reuniões nas associações de moradores e nas escolas
próximo as áreas de riscos. Nestas reuniões os moradores serão orientados,
para, em caso de desastres, informar a prefeitura municipal ou Defesa Civil
Municipal, onde será feita a avaliação para tomada de providências, acionando
os demais setores envolvidos. O Plano deverá ser monitorizado pelo índice de
precipitação pluviométrica, ficando em Alerta quando os índices saírem da
normalidade. |
Prefeitura/Defesa Civil |
Quadro 95: Plano de Emergência
e Contingência do Sistema de Limpeza Urbana
SITUAÇÃO |
RESPONSÁVEL |
ACIONAR |
PROVIDÊNCIAS |
Falta ou falha grave de qualquer tipo de serviços de limpeza
urbana (contratado ou não) |
-SEMASU |
-SEMASU |
- Regularizar o serviço |
Falha com interrupção longa no tratamento e disposição |
-Empresa contratada e/ou outras unidades de
tratamento/destinação/dis posição final |
-SEMASU |
Providenciar disposição em outro aterro privado |
Interrupção do serviço de coleta e limpeza públicas |
- SEMASU- Setor de Fiscalização |
-SEMASU |
- Imputar penalidades previstas em contrato; - Contratar uma nova empresa, em caráter emergencial para
execução dos serviços interrompidos |
Interrupções nos acessos às unidades de transferência ou
transbordo |
- Serviço de Fiscalização da Prefeitura Municipal; - Setor de Fiscalização; - Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Serviços Urbanos; |
- Serviço de Fiscalização da Prefeitura Municipal; - Secretaria de obras; - Órgão / companhia de trânsito municipal |
- Obter autorização para a utilização de caminhos alternativos
ou, quando necessário, construir caminhos alternativos provisórios |
Invasão e ocupação irregular de áreas Municipais identificadas
como "passivos ambientais |
- Secretaria de Obras |
- Fiscal de Obras - Polícia Militar (ambiental) mais próxima |
- Desocupação da área invadida; - Relocação (provisória ou permanente) da população |
Disposição irregular de resíduos Não Perigosos em "área
particular" |
- Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Serviços Urbanos; |
- Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Serviços Urbanos; - Polícia Militar (ambiental) mais próxima |
- Identificar, notificar, multar e/ou imputar as sanções cabíveis
ao autor do despejo ou ao proprietário do terreno; - Recolher e dar destinação adequada aos resíduos |
Disposição irregular de resíduos Não Perigosos, em "área
pública" autor conhecido |
- Secretaria Municipal de Meio Ambiente |
- Fiscal de Obras - Serviço de Limpeza Pública |
- Identificar, notificar, multar e/ou imputar as sanções cabíveis
ao autor do despejo ou ao proprietário do terreno |
Disposição irregular de resíduos Não Perigosos, em "área
pública" autor desconhecido |
-SEMASU |
- Fiscal de Obras - Serviço de Limpeza Pública |
- Recolher e dar destinação adequada aos resíduos |
Disposição Irregular de resíduos Perigosos |
- Secretaria Municipal de Meio Ambiente- Defesa Civil e Corpo de
Bombeiros |
- Secretaria Municipal de Meio Ambiente; - Polícia Militar (ambiental) mais próxima - IEMA |
- Isolar e sinalizar a área; - Identificar / tipificar o resíduo perigoso; - Verificar orientações IEMA |
Acidentes com produtos perigosos |
- Secretaria Municipal de Meio Ambiente; - Defesa Civil e Corpo de Bombeiros |
- Secretaria Municipal de Meio Ambiente; - Defesa Civil e Corpo de Bombeiros; |
- Isolar e sinalizar a área; - Identificar / tipificar o resíduo perigoso; - Verificar orientações IEMA |
14 - PLANO DE EXECUÇÃO
14.1 - VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA DO PMSB
Em geral, análises
de viabilidade econômica e financeira de projetos de investimentos levam em
consideração cálculos complexos relativos à taxa de retorno dos investimentos,
valorando os custos envolvidos no projeto e o benefício potencial em termos de
receita futura que se pode alcançar, tendo como objetivo final a remuneração do
capital investido na forma de lucro. Quando se trata de projetos relativos à
oferta de serviços públicos e geridos por instituições públicas, e
principalmente, quando tais serviços públicos atendem às necessidades básicas
da população, avaliar viabilidade econômica e financeira torna-se ainda mais
complexo, pois outros parâmetros precisam ser levados em consideração na
análise. Ou seja, o objetivo final do investimento, não é a lucratividade, mas
a satisfação das necessidades básicas da população em relação ao saneamento
básico. No presente plano, as metas e benefícios a serem alcançados pelos
investimentos já foram projetados e estabelecidos no relatório de prognóstico,
projetos e ações.
Diante disso, optou-se por apresentar nesse relatório os custos dos
projetos e a compatibilidade dos mesmos com a capacidade de investimento do
município tomando como parâmetros para a análise os resultados financeiros da
Prefeitura Municipal de Alfredo Chaves e do Serviço Autônomo de Abastecimento
de Água e Esgoto - SAAE de Alfredo Chaves.
A estruturação dos projetos foi realizada a partir do
estabelecimento de um conjunto de ações para as quais foi realizada uma
estimativa de custo e definido um momento de execução de acordo com a
prioridade do projeto. Esse detalhamento da execução físico- financeira de cada
ação está consolidado no Quadro 102, que apresenta um resumo do custo total de
cada projeto e o custo global do PMSB, sendo que é importante considerar que os
custos estimados apresentam certas limitações, que estão relacionadas
principalmente à complexidade que envolve a realização de obras públicas e a
dificuldade de estimar extensões e unidades que requerem a elaboração de
projetos técnicos de engenharia.
Quadro 96: Custo Global do
PMSB.
NOME DO PROJETO |
VALOR (R$) |
Água Pura |
1.000.000,00 |
Projeto de ampliação do abastecimento de água em Alfredo Chaves |
1.500.000,00 |
Obras Estruturantes do Sistema de Abastecimento de Água |
2.000.000,00 |
Redução de Perdas |
200.000,00 |
Pro Benevente |
9.000.000,00 |
Recuperação de Receitas |
900.000,00 |
Regularização Fundiária e Ambiental |
400.000,00 |
Projeto de Gestão Estratégica do SAAE |
50.000,00 |
Recuperação de Matas Ciliares |
200.000,00 |
Desassoreamento e Limpeza do Rio Benevente |
3.000.000,00 |
Reestruturação da gestão e planejamento do sistema de drenagem
municipal |
600.000,00 |
Manejo e ampliação da rede de drenagem |
4.000.000,00 |
Manejo da drenagem das estradas vicinais |
800.000,00 |
Implantação da Coleta Seletiva |
1.000.000,00 |
Estruturação do Sistema de Limpeza Pública |
1.500.000,00 |
Educação Ambiental |
200.000,00 |
TOTAL |
26.350.000,00 |
Do ponto de vista da contabilidade pública, é importante ressaltar
que os custos previstos não foram classificados em despesa corrente e despesa
de capital, mas considerando que as obras de saneamento básico são custosas e
que a ampliação dos serviços de saneamento básico exige um conjunto de obras,
pode-se indicar que em torno de 80% desse valor são relativos a obras e
instalações.
14.1.2 - EXECUÇÃO
FÍSICO E FINANCEIRA DOS PROJETOS
O horizonte de tempo estabelecido para o planejamento do sistema de
saneamento básico de Alfredo Chaves será de 20 anos, ou seja, 2018 a 2038.
Porém, os diagnósticos técnicos indicaram a necessidade de executar algumas
ações ainda em 2018, para que os serviços sejam garantidos em 2019. Exemplo
disso são algumas ações de saneamento que visam garantir o abastecimento de
água em janeiro de 2019, período de maior demanda. Sendo assim, o horizonte
temporal para a execução dos projetos e ações será de 2018 a 2038. A
distribuição dos projetos ao longo desse período levou em consideração a
prioridade dos projetos indicada pelos critérios de priorização, a capacidade
financeira do município de expandir os investimentos na área de saneamento
básico que será tratada na seção seguinte e o tempo de maturação de projetos
que envolvem procedimentos técnicos de engenharia, desapropriações e obras.
Sendo assim, é possível observar um crescimento contínuo dos investimentos ao
longo dos anos do planejamento, considerando a previsão de investimento,
conforme estabelecido no PPA vigente e nos demais
subsequentes.
14.1.3 - CAPACIDADE
DE INVESTIMENTO PÚBLICO
Os recursos destinados ao funcionamento do sistema de saneamento
básico de Alfredo Chaves estão alocados no orçamento público da Prefeitura
Municipal e distribuídos entre as secretarias relacionadas ao saneamento básico
e o SAAE que se constitui em uma autarquia municipal. Sendo assim, a avaliação
é baseada nos dados contábeis da Prefeitura Municipal de Alfredo Chaves.
É possível concluir que o município tem expandido sua receita
total, porém o desempenho da receita de capital indica que a capacidade de
captação de recursos externos não tem se mantido, pois esse componente da
receita tem apresentado grandes variações ao longo do período analisado. Além
disso, o município não aproveitou a expansão da receita dos últimos anos para
ampliar os investimentos que em relação à despesa total caíram. Sendo assim, é
preciso um esforço para não apenas manter o volume de recursos captados, mas
ampliá-los ao longo do tempo, aumentando a participação das receitas de capital
na receita total.
Também é preciso que o município eleve o percentual de
investimentos em relação à despesa total. Em relação aos investimentos em
saneamento básico, é necessário não apenas manter o volume atual, mas elevar o
percentual de investimentos em saneamento básico em relação aos investimentos
já realizados.
As receitas e despesas provenientes da prestação dos serviços de
abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto não são suficientes para
a manutenção do sistema atual. Os dados de despesas do SAAE mostram também que
a autarquia não tem realizado investimentos em obras e instalações nos serviços
que gerencia.
Percebe-se que a gestão financeira do SAAE tem sido ineficiente, pois
não tem expandido suas receitas. Em contrapartida, seus custos têm aumentado
sem um correspondente aumento na quantidade de ligações ativas e na produção de
água. O SAAE precisa adotar como compromisso financeiro ampliar suas receitas
provenientes dos serviços, reduzir seus custos operacionais, para não somente
voltar a registrar superávit, mas adquirir capacidade de realizar investimentos
no sistema de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto. É preciso
que as tarifas dos serviços do SAAE ajudem a financiar os projetos do PMSB.
14.1.4 - FONTES DE
FINANCIAMENTO DO PMSB
Nesse sentido, a primeira fonte de investimentos que o município
possui são os recursos próprios, provenientes de arrecadação de tributos,
impostos, taxas, contribuições e transferências constitucionais. Aqui também
estão incluídos os recursos do SAAE provenientes da cobrança de tarifas pela
prestação de serviços, pois o SAAE é uma autarquia municipal e seus recursos
também são contabilizados no orçamento municipal. Nessa fonte de financiamento,
cabe destacar as contribuições de melhoria previstas na constituição federal e
no Código Tributário que são uma alternativa pouco utilizada para financiamento
dos investimentos em infraestruturas urbanas.
A segunda fonte de investimento são os recursos provenientes de
transferências voluntárias da União e do Estado do Espírito Santo direcionados
a projetos de saneamento básico. O município deve acompanhar a divulgação de
editais para cadastramento de projetos nos portais de convênios tanto federal
como estadual. Esses recursos também são contabilizados no orçamento municipal
como receitas de capital. Para isso, é preciso que o município tenha previamente
os projetos técnicos específicos relativos às ações propostas no plano, para
que possa atender de forma satisfatória as exigências relativas ao
cadastramento.
Outra fonte de recursos para financiamento dos investimentos aqui
previstos são as operações de crédito contratadas junto a bancos e instituições
financeiras que realizam empréstimos e financiam investimentos na área de
saneamento básico. Dentre essas instituições destacam-se o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES e o Banco Mundial - BIRD. Esses
recursos também são contabilizados no orçamento municipal como receita de
capital e implicam na elevação da dívida pública, pagamento de juros e
desembolsos futuros. Além dos projetos técnicos específicos relacionados às
ações, a prefeitura precisa apresentar capacidade de endividamento e
viabilidade econômica e financeira do investimento.
Outra modalidade de financiamento são as Parcerias
Publica-Privadas, regulamentadas pela lei nº 11.079/2004, autoriza o poder
público estabelecer parceria com o setor privado para realizar investimentos na
infraestrutura e prestação de serviços que gerem contraprestações pecuniárias
do poder público ao poder privado.
14.2 - MECANISMOS DE
ACOMPANHAMENTO E MONITORAMENTO
No Plano Municipal de Saneamento Básico de Alfredo Chaves, o ciclo
de atividades ocorreu e se desenvolveu a partir das capacidades de gestão das
instituições envolvidas e da realidade local de participação social. A partir
dessa realidade, foram propostas iniciativas para o planejamento e revisão do
plano, para execução e para acompanhamento, monitoramento e avaliação, nos dois
níveis de atividades do ciclo de gestão.
O Planejamento compreendeu e compreende as atividades desenvolvidas
para elaboração do conjunto de relatórios, conhecimentos, projetos, metas e
indicadores apresentados e descritos no Plano Municipal de Saneamento Básico de
Alfredo Chaves, bem como os demais momentos futuros que envolverão pensar
iniciativas de transformação da realidade situacional. Para o momento inicial
do planejamento estratégico que resultou no presente plano foi constituído um
Grupo Técnico Executivo Ampliado (GTE) que acompanhou os trabalhos de
elaboração do PMSB e foram realizadas visitas de reconhecimento de campo,
audiências públicas, levantamento de dados secundários junto aos órgãos
envolvidos diretamente na prestação de serviços de saneamento básico,
sistematização de informações institucionais sobre o município e reuniões
técnicas com os consultores envolvidos na elaboração do plano. Em termos do
gerenciamento técnico, foram realizadas reuniões do Grupo Técnico Executivo
Ampliado - GTE que além de acompanhar o processo também
desempenhou a função de facilitador no levantamento de informações e interação
entre a equipe técnica e os órgãos públicos municipais. A equipe técnica esteve
no município durante 30 dias, no período 10 de agosto a 10 de setembro de 2016,
realizando visitas de reconhecimento de campo e levantamento de informações.
Além disso, foram utilizados os bancos de dados e estudos do Instituto Jones
Santos Neves (IJSN), os dados dos Censos do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), os indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre
Saneamento (SNIS), relatórios do SAAE de Alfredo Chaves, relatórios da Gerência
de Limpeza Pública e relatórios contábeis da Prefeitura Municipal de Alfredo
Chaves. A partir disso, foram realizadas as análises que resultaram nos
diagnósticos técnicos. Em termos de interação com a sociedade, garantiu-se sua
representatividade e participação através dos membros da sociedade civil
presentes no Grupo Técnico Executivo Ampliado - GTE, portanto um acompanhamento
contínuo da sociedade durante todo esse primeiro momento do planejamento. Além
disso, foram realizadas cinco audiências públicas em diferentes localidades do
município que a partir de uma metodologia permitiram a elaboração do
diagnóstico participativo de cada componente do saneamento básico. Além disso,
foi conduzida uma audiência pública para apresentação dos resultados dos
diagnósticos técnicos e participativos, validação dos cenários e proposição de
projetos e ações.
A execução do plano compreende a realização dos projetos e ações
estabelecidos no plano para alcançar os objetivos estabelecidos no PMSB, ou seja,
significa adotar iniciativas e providências concretas para a realização do que
está planejado (BAPTISTA, 2007). Essa fase do planejamento estratégico também
ocorre nas duas instancias já identificadas, ou seja, em nível técnico de
gestão e em nível de interação social. Em relação ao nível técnico de gestão,
deverá ser constituído um Comitê de Gestão do PMSB formado pelas unidades
gerenciais do plano e por representantes da sociedade civil que irá desenvolver
as atividades de controle, monitoramento, acompanhamento e avaliação do PMSB.
Cabe ao comitê articular as unidades gerenciais que devem fazer o plano
acontecer através da execução dos projetos e ações definidos e acordados com a
sociedade, incluindo inclusive a articulação com unidades complementares da
Prefeitura e com instancias e órgãos externos reguladores e financiadores do
Saneamento Básico. Serão unidades gerenciais os órgãos municipais responsáveis
pela execução das ações e projetos:
- Sistema de Autônomo de Abastecimento de água e Esgoto - SAAE;
- Secretaria Municipal de Obras;
- Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Serviços Urbanos;
- Secretaria Municipal de Educação;
- Secretaria Municipal de Saúde;
- Comissão Municipal de Defesa Civil.
Essas unidades gerenciais devem utilizar ferramentas de
gerenciamento de projetos, especialmente de sistematização de informações, de
detalhamento das ações e de controle que permitam o acompanhamento da evolução
das ações empreendidas. Projetos específicos de aprimoramento da gestão e de
sistematização de informações foram propostos no PMSB.
14.2.3 -
ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PMSB
O acompanhamento, monitoramento e avaliação consistem em verificar
o quanto os projetos e ações estão sendo executados, como os objetivos estão
sendo alcançados, o quanto as metas estão sendo superadas e quais os problemas
e entraves que tem impedido a execução do que está planejado. Em termos
gerenciais técnicos, cabe ao comitê reunir-se semestralmente e sempre que se
fizer necessário para acompanhar as atividades e evolução dos projetos e ações
do PMSB, bem como avaliar demandas, ações emergenciais e direcionamentos da
execução. O comitê deverá utilizar instrumentos de controle, acompanhamento e
avaliação. Essa etapa exige, sobretudo, a sistematização de informações por
parte das unidades gerenciais que permitam monitorar as ações realizadas e as
metas alcançadas. As reuniões do comitê de gestão devem ser capazes de gerar conhecimento
e decisões que facilitem a execução do Plano. Em termos de interação social,
caberá ao Comitê apresentar na Câmara Técnica semestral o andamento dos
projetos e ações, os resultados alcançados e as dificuldades presentes na
execução, ou seja, prestar contas à sociedade das demandas apresentadas pela
população nos diagnósticos participativos e dos compromissos pactuados no PMSB.
Além disso, a Câmara Técnica deverá avaliar a condução dos projetos e ações em
relação ao que está planejado, apontar novas demandas e deliberar sobre a
atualização do PMSB, que deverá ser realizada a cada 4 (quatro) anos ou quando
se fizer necessário, devidamente justificado.
14.2.3.1 - DEFINIÇÃO
DAS ESTRUTURAS DE ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PMSB
Os Quadros 97 e 98 apresentam a estrutura de gestão e
acompanhamento do Comitê de Gestão e da Câmara Popular Participativa do PMSB.
Quadro 97: Comitê de Gestão do
PMSB
ESTRUTURA DE GESTÃO E ACOMPANHAMENTO: COMITÊ DE GESTÃO DO PMSB |
Coordenação do Comitê Gestor: - Eleição anual na primeira reunião do ano dentre os
representantes da unidade gerencial. |
Composição: - 1 representante de cada unidade gerencial do PMSB (dentre eles
o coordenador); - 1 representante da Câmara Municipal de Vereadores; - 7 representantes da sociedade civil. |
Atribuições do Comitê: - Realizar reuniões ordinárias bimestrais, ou sempre que se fizer
necessário; - Definir as unidades gerenciais responsáveis pelo gerenciamento
de cada projeto; - Definir as unidades gerenciais responsáveis pela execução de
cada ação; - Exigir das unidades gerenciais detalhamento das ações em
atividades; - Cobrar da Gerencia de Convênios inscrição de projetos para
captação de recursos; - Articular com os executivo e o legislativo municipais a criação
do Arcabouço Legal necessário para a execução das ações previstas no PMSB de
Alfredo Chaves; - Acompanhar a execução das atividades de cada ação; - Articular demais órgãos e parceiros relacionados à execução das
ações. |
ESTRUTURA DE GESTÃO E ACOMPANHAMENTO: COMITÊ DE GESTÃO DO PMSB |
Atribuições do Comitê: - Identificar os problemas e entraves nos andamentos dos projetos
e ações; - Visitar e fiscalizar as obras relacionadas à execução do PMSB; - Elaborar relatórios de acompanhamento, monitoramento e
avaliação utilizando os indicadores sugeridos no PMSB Alfredo Chaves; - Aplicar os instrumentos e mecanismos de controle,
acompanhamento, monitoramento e avaliação do PMSB; - Convocar Câmara Popular Participativa anualmente para prestação
de contas e avaliação da execução do PMSB com apresentação de relatórios de
posicionamento; - Deliberar sobre novas demandas, ações emergenciais e
direcionamentos da execução; - Manter informações atualizadas sobre a execução de cada projeto
e ação, bem como dos resultados alcançados pelo PMSB; - Solicitar informações que possam ser necessárias ao processo de
acompanhamento, monitoramento e avaliação do PMSB. |
Quadro 98: Câmara Popular
Participativa do PMSB.
ESTRUTURA DE GESTÃO E ACOMPANHAMENTO: CÂMARA POPULAR
PARTICIPATIVA |
COORDENAÇÃO: COMITÊ DE GESTÃO DO PMSB |
Público-Alvo a ser convidado: Para a reunião anual da Câmara Popular Participativa, deverá ser
dada ampla divulgação da data e local de realização, buscando mobilizar toda
a população do município, sendo que deverão ser convidados, oficialmente, os
seguintes representantes: - Câmara Municipal de Vereadores; - Demais órgãos municipais; - Órgãos estaduais e federais relacionados aos serviços de
saneamento básico; - Órgão de regulação dos serviços de saneamento básico; - Ministério Público; - Movimentos sociais organizados (associações rurais, sindicatos,
associação de empresários, dentre outros). |
Atribuições da Câmara Popular Participativa: - Realizar reuniões anualmente de preferência antecedendo a
reunião do PPA e do orçamento municipal; - Eleger os membros da sociedade civil que irão compor o Comitê
de Gestão do PMSB na primeira reunião de cada ano; - Avaliar a execução das ações e projetos estabelecidos no PMSB; - Avaliar as metas e resultados alcançados pelo PMSB; - Propor novas demandas, ações emergenciais e direcionamento da
execução do PMSB; - Elaborar cartas e monções que considerar necessárias; - Convocar atualizações do PMSB a cada cinco anos; - Solicitar informações que possam ser necessárias ao processo de
acompanhamento, monitoramento e avaliação do PMSB. |
14.2.4 -REGULAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO
Em relação aos serviços de saneamento básico o marco regulatório
foi estabelecido pela Lei nº 11.455/2007 que definiu como objetivos da
regulação promover melhorias sociais para a população realizando intervenções
necessárias para garantir um padrão de qualidade dos serviços e buscando o
bem-estar social. Esse marco legal de regulação do saneamento engloba, além do
abastecimento de água e esgotamento sanitário, o manejo de resíduos sólidos, a
limpeza urbana, o manejo e a drenagem das águas pluviais urbanas.
14.2.5 - AVALIAÇÃO
DOS MECANISMOS LEGAIS PARA EXECUÇÃO DO PMSB
De forma geral, a presente análise resulta da interpretação do
escopo legislativo do município de Alfredo Chaves, a inexistência de normas
jurídicas adequadas aos projetos elevados pelo PMSB. As normas municipais
circundam e evolvem os projetos, sem, contudo, apresentar regras específicas e
detalhadas para que os projetos possam ser aplicados.
Exige-se, portanto, duas posturas do Poder Público Municipal; a
primeira é a regulamentação dos institutos normativos existentes na Lei Orgânica Municipal e nos Códigos para
que ocorra a subsunção aos projetos e a segunda é a edição de novas normas.
No que se refere ao ordenamento jurídico nacional (conjunto de leis
federais), verifica- se que o Município de Alfredo Chaves possui avanços
legislativos significativos, notadamente pela edição das seguintes normas
municipais: (a) Código Municipal de Meio Ambiente; (b) Código de Proteção
Ambiental; (c) Código Municipal de Saúde; (d) Coordenadoria Municipal de Defesa
Civil; (e) Política Municipal de Cooperativismo; (f) Reflorestamento de
Mananciais; (g) Conselho Municipal de
Defesa do Meio Ambiente; (h) Consorcio Público para Desenvolvimento Sustentável; (i)
Consorcio Municipal de Saneamento Básico; (J) Parcelamento do Solo.
Entretanto, resta ao município a edição de normas que possam
adequar a legislação local aos novos ditames legislativos nas áreas de
saneamento básico, resíduo sólido e florestas. Assim, é fundamental que o
município de Alfredo Chaves prospecte, em âmbito local, as diretrizes do Novo
Código Florestal - Lei nº 12.651/2011; da Política Nacional de Resíduos Sólidos
- Lei 12.305/2010; da Política Nacional de Saneamento Básico - Lei nº
11.445/2007 e na elaboração de um Plano Diretor Municipal contra Enchentes.
O município de Alfredo Chaves, em matéria de meio ambiente e
saneamento básico evoluiu e acompanhou parcialmente as demandas legislativas em
nível federal, porém, o esforço despendido parece haver sido concentrando de
maneira irregular e intempestivamente; ignorando as discussões que envolviam a
Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Novo Código Florestal. Ademais, não
houve preocupação com a conjugação entre um plano de saneamento básico que
considerasse a necessidade de edição de um plano diretor de enchentes, cuja
natureza técnica e ambiental é indissociável.
15.1 - SISTEMA DE INFORMAÇÕES
De acordo com a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), o Sistema de
Informações corresponde a um dispositivo essencial à gestão do saneamento
municipal. Ainda, é importante ressaltar que sua elaboração é uma exigência
legal, definida no inciso VI, art. 9º, da Lei nº 11.445/2007. Sua principal
função é monitorar a situação real do saneamento no município em questão, por
meio do estudo de diferentes tipos de indicadores. Assim sendo, por auxiliar os
processos de tomada de decisão, o Sistema de Informações torna-se uma
ferramenta de apoio gerencial às etapas de implantação e avaliação do plano. Os
resultados gerados por este sistema devem ser disseminados tanto aos gestores
quanto à comunidade do município, de forma que estes possam acompanhar o
processo de implantação do plano proposto. Portanto, para que sejam obtidas
informações fidedignas, é fundamental que o sistema seja constantemente
alimentado e atualizado (FUNASA, 2012).
16 - REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
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Domicílios particulares permanentes e moradores em domicílios e moradores em
domicílios particulares permanentes, em áreas com ordenamento urbano regular,
por adequação da moradia e existência e característica do entorno.
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